12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

No sentido de que a <strong>pesquisa</strong> deve ser compreendi<strong>da</strong> enquanto uma<br />

ação pe<strong>da</strong>gógica, de aprendizado, significa necessariamente que o pesqui-<br />

sador deve se colocar ao lado <strong>da</strong> coisa/do sujeito <strong>pesquisa</strong>do, não acima<br />

ou distante dele. Precisa-se aderir – sem perder o sentido crítico – àque-<br />

la reali<strong>da</strong>de que se estu<strong>da</strong> e com ela estabelecer um ver<strong>da</strong>deiro diálogo,<br />

sem o qual nenhuma metodologia, por mais bem desenvolvi<strong>da</strong> que seja,<br />

aju<strong>da</strong>rá a chegarmos à compreensão <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em si mesma. Porque a<br />

<strong>pesquisa</strong> é um ato de conhecimento 13 , não apenas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de externa ao<br />

<strong>pesquisa</strong>dor, quanto dele próprio: à medi<strong>da</strong> que descubro e conheço o<br />

outro, ele deixa de ser outro e se torna um eu mesmo, do mesmo modo que<br />

este eu mesmo me transforma, igualmente, em um eu mesmo como o outro.<br />

Se tivermos clareza sobre tal perspectiva, isso será sempre o melhor<br />

argumento que poderemos invocar em defesa <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>. É a<br />

<strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong> que nos exige sairmos de nosso próprio mundo, nos<br />

disponibilizarmos a dialogar com o mundo lá de fora, buscando vislum-<br />

brá-lo e entendê-lo. Sobretudo, nos ensina que <strong>pesquisa</strong>r deve ser uma<br />

ativi<strong>da</strong>de profun<strong>da</strong>mente humilde: é o ato de comunicação por excelên-<br />

cia. Não somos nós quem falamos, é o outro – são os outros – a quem de-<br />

vemos ouvir. Vale recor<strong>da</strong>r a advertência de Guillermo Orozco Gómez:<br />

La investigación <strong>empírica</strong> en comunicación no puede entenderse<br />

solamente como una buena Idea, o una opción más<br />

entre muchas otras de generar conocimiento válido, o como<br />

una mera posición epis<strong>tem</strong>ológica em abstracto. Ante la<br />

vaste<strong>da</strong>d de lo que requiere ser comprendido y transformado<br />

13. FREIRE, Paulo. “Criando métodos de <strong>pesquisa</strong> alternativa”, in BRANDÃO,<br />

C. R. (Org.). Pesquisa participante, São Paulo, Brasiliense. 1983, p. 36, apud MEK-<br />

SENAS, Paulo. “Aspectos metodológicos <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>: A contribuição<br />

de Paulo Freire” in http://www.espacoacademico.com.br/078/78meksenas.htm,<br />

acessado em 25.06.2011.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 101

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!