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GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO:<br />

Uma experiência para o sucesso empresarial


Direitos reserva<strong>do</strong>s à<br />

Editora Universitária Champagnat<br />

Rua Imaculada Conceição, 1155 - Pra<strong>do</strong> Velho - Tel. (41) 330-1577<br />

CEP 80215-901 - Curitiba - PR<br />

c<br />

Copyright 2001 da Editora Universitária Champagnat<br />

Nenhuma parte <strong>de</strong>sta publicação po<strong>de</strong>rá ser reproduzida ou transmitida <strong>de</strong><br />

qualquer mo<strong>do</strong> ou por qualquer outro meio, seja eletrônico, mecânico, <strong>de</strong><br />

fotocópia, <strong>de</strong> gravação, ou outros, sem prévia autorização por escrito da<br />

Editora.<br />

2<br />

G393<br />

2001<br />

Gestão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>: uma experiência para o sucesso empresarial/<br />

organiza<strong>do</strong>res, Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos... [et al.]./ - Curitiba:<br />

Champagnat, 2001<br />

267 p.: il.; 23 cm<br />

Inclui bibliografias<br />

ISBN 85-7292<br />

1. Gestão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. 2. Sistemas <strong>de</strong> informação gerencial. I.<br />

Santos, Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s. II. Título.<br />

IMPRESSO NO BRASIL - PRINTED IN BRAZIL<br />

2001<br />

CDD-20.ed. 658-4038<br />

658.4038011


Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos<br />

Fernan<strong>do</strong> Flávio Pacheco<br />

Heitor José Pereira<br />

Paulo Alberto Bastos Jr<br />

(Organiza<strong>do</strong>res)<br />

GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO:<br />

Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

• Alcyr Moraes <strong>de</strong> Sousa, Elisabeth Ribeiro Eloy,<br />

Francisco Silvino Matos, Luiz Fernan<strong>do</strong> Furaste, Maria José da Silva Filha<br />

• Ana Maria Costi, Isamir Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carvalho,<br />

José Alberto Carneiro Cadais, Luís Gonzaga da Silva Filho, Themis <strong>de</strong> Assis Brasil<br />

• Cláudio Cyrne <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>, Laurentina Terezinha Silva<br />

Marcia <strong>de</strong> Sá De Luca, Suzane G. <strong>de</strong> Faria, Tiago Coelho<br />

• Eliana Duarte Leite, Lilian Figueire<strong>do</strong> Holanda<br />

Lúcio Lage Gonçalves, Rosana da Conceição Teixeira, Viviane Santos Cohen<br />

• Euni<strong>de</strong>s Maria Leite Chaves, Maurício Ricar<strong>do</strong> da Silva,<br />

Sandra Regina Silva <strong>de</strong> Lira, Vânia Elizabeth Coêlho Gavião<br />

• Maísa Pieroni <strong>de</strong> Lima, Maria Carmem <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Maria das Graças Comarú <strong>de</strong> Oliveira, Virgínia Gouvea <strong>de</strong> Castro<br />

• João Gomes Gonçalves, José Carlos Paulista <strong>de</strong> Souza<br />

EDITORA CHAMPAGNAT<br />

3


4<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO:<br />

Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Projeto Gráfico: SERPRO e PUCPR<br />

Revisão: Antonio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos<br />

Fernan<strong>do</strong> Flávio Pacheco<br />

Heitor José Pereira<br />

Paulo Alberto Bastos Jr<br />

Gerência <strong>de</strong> produção: ESAF, PUCPR, SERPRO.<br />

Editora Universitária Champagnat<br />

Rua Imaculada Conceição, 1155 - Pra<strong>do</strong> Velho - Tel. (41) 330-1577<br />

CEP 80215-901 - Curitiba - PR


PREFÁCIO<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento não é uma disciplina pronta e acabada,<br />

<strong>de</strong> forma que não existe receita única para aplicação em organizações<br />

diferentes. Ainda que seja sempre possível tirar bom proveito da experiência<br />

alheia, cada organização <strong>de</strong>ve criar seu mo<strong>de</strong>lo “sob medida”, pois cada contexto<br />

tem suas peculiarida<strong>de</strong>s e, portanto, exige intervenção tópica. Por haver<br />

uma forte <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s valores, costumes e, em geral, <strong>do</strong>s sistemas<br />

associativo e i<strong>de</strong>ológico <strong>do</strong> grupo social, ao mesmo tempo que trabalhamos<br />

na sua implantação, apren<strong>de</strong>mos como realizá-la e como corrigir os <strong>de</strong>svios<br />

percebi<strong>do</strong>s.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que é necessário primeiro internalizar os conceitos<br />

da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e realizar a “preparação” das pessoas, a “<strong>de</strong>mora”<br />

em <strong>de</strong>monstrá-la em funcionamento gera o risco <strong>de</strong> os indivíduos não<br />

quererem se expor ao que po<strong>de</strong> ser visto apenas como mais uma “coisa complicada”<br />

ou modismo da vida contemporânea. Por isso, o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> sua implantação<br />

se torna ainda maior porque é indispensável a participação e o<br />

envolvimento das pessoas, em um contexto <strong>de</strong> aceleradas mudanças<br />

tecnológicas e organizacionais, onera<strong>do</strong>, ainda, com as crescentes <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>do</strong> dia-a-dia, que por si só <strong>de</strong>terminam priorida<strong>de</strong>s para essas mesmas pessoas<br />

que naturalmente excluem a Gestão da lista <strong>de</strong> atenção.<br />

O Serpro não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>sconhecer ou fugir <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>. Por<br />

isso, procurou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ce<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tar a estratégia mais a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

avançar, mesmo que paulatinamente, na legitimação <strong>de</strong> seu processo, não<br />

prescindin<strong>do</strong>, em nenhum momento, da participação e envolvimento <strong>de</strong><br />

seus profissionais. O curso <strong>de</strong> pós-graduação em Gestão Estratégica <strong>do</strong><br />

Conhecimento e Inteligência Empresarial, ministra<strong>do</strong> pela Pontifícia Uni-


versida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná, é um exemplo maiúsculo disso, pois <strong>de</strong>stinou-se<br />

ao preparo das pessoas e à alavancagem necessária <strong>do</strong> projeto. Ao<br />

la<strong>do</strong> <strong>de</strong> outras iniciativas também importantes, foi sem dúvida um marco<br />

na trajetória da empresa em direção aos objetivos pretendi<strong>do</strong>s nessa importante<br />

área <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empresarial.<br />

Os trabalhos produzi<strong>do</strong>s no curso, cujas súmulas são publicadas<br />

neste livro, representam não somente o empenho <strong>do</strong>s alunos – que merecem<br />

to<strong>do</strong> re<strong>conhecimento</strong> – mas sobretu<strong>do</strong> a geração <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> útil, a<br />

partir <strong>do</strong> próprio curso, o que vem a confirmar a valida<strong>de</strong> e a importância da<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento para a Empresa. A expectativa <strong>do</strong> Serpro é que a<br />

publicação <strong>de</strong>sses trabalhos signifique também uma retribuição, ao setor público<br />

e à socieda<strong>de</strong>, pelos recursos públicos utiliza<strong>do</strong>s nesse investimento,<br />

materializan<strong>do</strong>, ainda, o compartilhamento preconiza<strong>do</strong> pela Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento. O Serpro estará sempre à disposição das entida<strong>de</strong>s interessadas<br />

na experiência da Empresa, disponibilizan<strong>do</strong> o que for possível para auxiliar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>gestão</strong> pública no Brasil.<br />

Por sua vez, a Escola <strong>de</strong> Administração Fazendária – ESAF, instituição<br />

contemporânea <strong>do</strong> futuro, co-edita este livro com entusiasmo porque<br />

encontra na Gestão <strong>do</strong> Conhecimento opção estratégica para nortear seus<br />

processos volta<strong>do</strong>s à seleção e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas, especialmente<br />

no que concerne às finanças públicas nacionais e subnacionais, fazen<strong>do</strong> com<br />

que a geração e o compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s contribuam para a<br />

promoção da ética, da governabilida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e da<br />

cidadania.<br />

Com efeito, a ESAF, mais <strong>do</strong> que empreen<strong>de</strong>r esforços no senti<strong>do</strong><br />

da disseminação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s relevantes e prioritários, nas áreas <strong>de</strong> interesse<br />

fazendário, coloca-se a serviço da experimentação e da pesquisa aplicada,<br />

fatores essenciais à expansão das fronteiras cognitivas e requisitos indispensáveis<br />

à obtenção <strong>de</strong> ganhos crescentes <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, que são reverti<strong>do</strong>s<br />

integralmente em prol <strong>do</strong>s cidadãos e da nação brasileira. Eis as razões <strong>de</strong><br />

sua participação na edição <strong>de</strong>ste livro, que inclui um trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

durante o curso por pessoas <strong>de</strong> sua equipe, visan<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r o interesse estratégico<br />

da Escola na área da educação corporativa.<br />

Por fim, a Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná - PUCPR,<br />

na condição <strong>de</strong> quem planejou e ministrou o curso <strong>de</strong> pós-graduação que<br />

gerou os trabalhos aqui publica<strong>do</strong>s, sente-se recompensada com a qualida<strong>de</strong>


<strong>do</strong>s mesmos e com os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s nesta parceria <strong>de</strong>senvolvida com<br />

o SERPRO e a ESAF. Como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma estratégia que visa fazer da<br />

Universida<strong>de</strong> um Centro <strong>de</strong> Referência Internacional na área <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações <strong>de</strong> ensino, pesquisa e extensão universitária,<br />

essa é mais uma experiência exitosa e um marco <strong>de</strong> referência na<br />

capacitação <strong>de</strong> empresas <strong>do</strong> setor público nesta área da Administração.<br />

Pressupon<strong>do</strong> que a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento resulta <strong>de</strong> um processo<br />

<strong>de</strong> mudança cultural das organizações, que por sua vez envolve muito<br />

planejamento, amadurecimento, <strong>de</strong>dicação e tempo, acreditamos que um <strong>do</strong>s<br />

principais resulta<strong>do</strong>s da parceria <strong>de</strong>senvolvida entre a PUCPR, o Serpro e a<br />

ESAF, é o exemplo <strong>de</strong> persistência, <strong>de</strong>dicação e esforço conjunto na busca da<br />

mo<strong>de</strong>rnização e da excelência <strong>de</strong> suas próprias instituições, como contribuição<br />

para a melhoria <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong>.<br />

Brasília, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001.<br />

Wolney Men<strong>de</strong>s Martins<br />

Diretor-Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> SERPRO<br />

Clemente Ivo Juliatto<br />

Reitor da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná (PUCPR)<br />

Maria <strong>de</strong> Fátima Pessoa <strong>de</strong> Mello Cartaxo<br />

Diretora-Geral da Escola <strong>de</strong> Administração Fazendária (ESAF)


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

8


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

SUMÁRIO<br />

PREFÁCIO .............................................................................................. 5<br />

CAPÍTULO I<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO<br />

MODELO EMPRESARIAL ................................................................... 11<br />

Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos, Fernan<strong>do</strong> Flávio Pacheco, Heitor José Pereira,<br />

Paulo Alberto Bastos Jr<br />

CAPÍTULO II<br />

ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO AO MODELO DE GESTÃO DO SERPRO .......49<br />

Cláudio Cyrne <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong>, Laurentina Terezinha <strong>de</strong> Jesus Silva,<br />

Marcia <strong>de</strong> Sá De Luca, Suzane G. <strong>de</strong> Faria, Tiago Coelho<br />

CAPÍTULO III<br />

O SERPRO E A EDUCAÇÃO CORPORATIVA ................................... 81<br />

Eliana Duarte Leite, Lilian Figueire<strong>do</strong> Holanda, Lúcio Lage Gonçalves,<br />

Rosana da Conceição Teixeira, Viviane Santos Cohen.<br />

CAPÍTULO IV<br />

A GESTÃO DE PESSOAS ALINHADA À GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO ............................................................................. 103<br />

Alcyr Moraes <strong>de</strong> Sousa, Elisabeth Ribeiro Eloy, Francisco Silvino <strong>de</strong> Jesus F. Matos,<br />

Luiz Fernan<strong>do</strong> Sartori Furaste, Maria José da Silva Filha.<br />

CAPÍTULO V<br />

VALORAÇÃO DE SOLUÇÕES EM TECNOLOGIA<br />

DA INFORMAÇÃO COM BASE NO CONCEITO<br />

DE CAPITAL INTELECTUAL ........................................................... 129<br />

Ana Maria Mallman Costi, Isamir Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carvalho,<br />

José Alberto Carneiro Cadais, Luís Gonzaga da Silva Filho, Themis <strong>de</strong> Assis Brasil<br />

9


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO VI<br />

O MODELO, PARA O SERPRO, DE COMPARTILHAMENTO<br />

DAS MELHORES PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO<br />

COM OS CLIENTES ........................................................................... 167<br />

Euni<strong>de</strong>s Maria Leite Chaves, Maurício Ricar<strong>do</strong> da Silva, Sandra Regina Silva <strong>de</strong> Lira,<br />

Vânia Elizabeth Coêlho Gavião<br />

CAPÍTULO VII<br />

DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO DE MANEIRA SELETIVA E<br />

EFICAZ NO SERPRO ......................................................................... 195<br />

Maísa Pieroni <strong>de</strong> Lima, Maria Carmem Romcy <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Maria das Graças Comarú <strong>de</strong> Oliveira, Virgínia Gouvea <strong>de</strong> Castro.<br />

CAPÍTULO VIII<br />

A EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO DIFERENCIAL<br />

COMPETITIVO PARA A ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO<br />

FAZENDÁRIA – ESAF ........................................................................ 233<br />

João Gomes Gonçalves, José Carlos Paulista <strong>de</strong> Souza.<br />

CONCLUSÃO ....................................................................................... 265<br />

10


1. Introdução.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO I<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO COMO MODELO<br />

EMPRESARIAL.<br />

Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos<br />

Fernan<strong>do</strong> Flavio Pacheco<br />

Heitor José Pereira<br />

Paulo Alberto Bastos Jr<br />

Nas últimas três décadas, as organizações brasileiras, tanto privadas<br />

como públicas, <strong>de</strong> forma crescente passaram a se conscientizar da importância<br />

da revisão <strong>do</strong>s seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>: no caso das empresas privadas,<br />

a motivação era a sua sobrevivência e competitivida<strong>de</strong> no merca<strong>do</strong>; no caso<br />

das empresas públicas, tal motivação era a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprir sua<br />

missão, ou seja, aten<strong>de</strong>r com qualida<strong>de</strong> a prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> interesse da<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

Ao mesmo tempo, focan<strong>do</strong> a realida<strong>de</strong> empresarial brasileira, constata-se<br />

que as organizações nacionais, tanto públicas como privadas, já <strong>de</strong>senvolvem<br />

esforços no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> recuperar o tempo perdi<strong>do</strong> (<strong>de</strong> pelo menos<br />

duas décadas) que levou a um atraso em relação à situação mundial. No<br />

entanto, se há poucas empresas brasileiras consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> “classe mundial”,<br />

já é possível avaliar a partir <strong>de</strong>stas a aplicabilida<strong>de</strong> das novas práticas<br />

gerenciais que garantirão a sua sobrevivência num merca<strong>do</strong> cada vez mais<br />

globaliza<strong>do</strong> e competitivo<br />

Este contexto gerou um esforço, às vezes <strong>de</strong> forma frenética, <strong>de</strong><br />

busca <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empresarial. De outro la<strong>do</strong>, à medida<br />

que novas idéias e práticas gerenciais surgiam, eram apresentadas, pelos<br />

seus proponentes (geralmente empresas <strong>de</strong> consultoria empresarial) como<br />

a solução <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios gerenciais e, eventualmente, recebidas pelo meio acadêmico<br />

e empresarial como “modismos”. Assim, idéias e práticas novas,<br />

11


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

como Qualida<strong>de</strong> Total, Reengenharia, Gestão Participativa, Terceirização<br />

e Alianças Estratégicas, entre outras, precisaram contar com o tempo para<br />

ficar claro que as organizações a<strong>de</strong>quam os seus mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> muito<br />

mais por um processo <strong>de</strong> evolução contínua <strong>do</strong> que por rompimento ou<br />

substituição <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s gerenciais.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, para i<strong>de</strong>ntificar e avaliar as características peculiares<br />

às novas práticas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empresarial, hoje dispersas na literatura e nas<br />

pesquisas acadêmicas na área <strong>de</strong> Administração, é preciso analisá-las <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>do</strong> contexto histórico <strong>de</strong> sua evolução e <strong>de</strong> sua relação com o conjunto <strong>de</strong><br />

outras práticas gerenciais.<br />

O contexto histórico diz respeito ao fato <strong>de</strong> que as novas práticas<br />

<strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empresarial, surgidas principalmente a partir <strong>do</strong>s anos 70, são<br />

<strong>de</strong>correntes ou provocadas por mudanças macro-ambientais que tornaram<br />

obsoletas as práticas até anteriormente utilizadas. Ocorre, assim, uma quebra<br />

<strong>de</strong> paradigma que precisa ser avaliada <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da evolução <strong>do</strong>s<br />

novos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> se administrar uma organização.<br />

PEREIRA (1995) <strong>de</strong>senvolveu um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> análise da evolução<br />

<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> que contempla três níveis conceituais:<br />

12<br />

a) o conceito <strong>de</strong> “Ondas <strong>de</strong> Transformação” (TOFFLER, 1980, p.<br />

24): trata-se <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s momentos históricos <strong>de</strong> evolução da socieda<strong>de</strong><br />

humana, cada qual com seus paradigmas próprios relaciona<strong>do</strong>s<br />

aos aspectos político, econômico, social, tecnológico e<br />

organizacional;<br />

b) o conceito <strong>de</strong> “Eras Empresariais” (MARANALDO, 1989, p. 60):<br />

trata-se <strong>do</strong>s estágios <strong>de</strong> evolução empresarial, a partir da Revolução<br />

Industrial (Segunda Onda <strong>de</strong> Transformação), cada um com<br />

seus paradigmas gerenciais próprios;<br />

c) o conceito <strong>de</strong> “Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Gestão”: trata-se <strong>do</strong> conjunto próprio<br />

<strong>de</strong> concepções filosóficas e idéias administrativas que<br />

operacionalizam as práticas gerenciais nas organizações<br />

A Figura 1 ilustra esquematicamente o mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, abrangen<strong>do</strong><br />

os três níveis conceituais acima cita<strong>do</strong>s.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Figura 1: O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>: quadro referencial <strong>de</strong> suporte<br />

Segun<strong>do</strong> este mo<strong>de</strong>lo, dividiu-se o cenário histórico da evolução<br />

das abordagens da Administração em momentos. Inicialmente, as Gran<strong>de</strong>s<br />

Ondas <strong>de</strong> Transformação, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> três gran<strong>de</strong>s perío<strong>do</strong>s: a Revolução<br />

Agrícola (até 1750 D.C.), a Revolução Industrial (1750 a 1970) e a<br />

Revolução da Informação (após 1970). A Revolução Industrial foi dividida<br />

também em três perío<strong>do</strong>s: 1ª Revolução Industrial (1820-1870); 2ª Revolução<br />

Industrial (1870-1950); 3ª Revolução Industrial, a partir <strong>de</strong> 1950.<br />

Dentro <strong>de</strong>stes perío<strong>do</strong>s, foram analisadas as abordagens da Administração,<br />

segun<strong>do</strong> o seguinte esquema:<br />

a) Durante a 2ª Revolução Industrial, inicia-se, em torno <strong>de</strong> 1920, a<br />

Era da Gestão Empresarial, a qual se divi<strong>de</strong> em 4 perío<strong>do</strong>s diferentes:<br />

- Era da Produção em Massa (1920/49): ênfase na quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção e na padronização <strong>do</strong> processo (linha <strong>de</strong> montagem);<br />

13


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

14<br />

- Era da Eficiência (1950/69): ênfase no controle interno das operações<br />

(burocratização da <strong>gestão</strong>);<br />

- Era da Qualida<strong>de</strong> (1970/89): ênfase na satisfação <strong>do</strong> cliente;<br />

- Era da Competitivida<strong>de</strong> (a partir <strong>de</strong> 1990): ênfase na busca da<br />

excelência empresarial (eficiência + eficácia), aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os interesses<br />

<strong>de</strong> clientes, colabora<strong>do</strong>res, comunida<strong>de</strong> e acionistas.<br />

b) As duas primeiras Eras, Produção em Massa e Eficiência,<br />

correspon<strong>de</strong>m às abordagens tradicionais da Administração, da<br />

Escola Clássica à Teoria da Contingência.<br />

c) As duas últimas Eras (Qualida<strong>de</strong> e Competitivida<strong>de</strong>)<br />

correspon<strong>de</strong>m às Novas Abordagens da Administração, que são<br />

os seguintes:<br />

- Administração Japonesa<br />

- Administração Participativa<br />

- Administração Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

- Administração Holística<br />

- Corporação Virtual<br />

Cada uma <strong>de</strong>stas novas abordagens <strong>de</strong> Administração será analisada<br />

a partir <strong>do</strong>s seguintes aspectos:<br />

a) Origem e evolução histórica (exceto as duas últimas abordagens,<br />

ten<strong>do</strong> em vista que são abordagens futuristas da Administração)<br />

b) Filosofia central da abordagem.<br />

c) Principais práticas gerenciais: Processo <strong>de</strong>cisório; postura<br />

gerencial; estrutura organizacional; controles; sistemas <strong>de</strong> incentivos;<br />

técnicas e instrumentos gerenciais.<br />

d) Aspectos críticos na aplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.


2. Os novos Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Gestão.<br />

2.1. Administração Japonesa.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Certamente um <strong>do</strong>s países que mais tem suscita<strong>do</strong> curiosida<strong>de</strong> e<br />

provoca<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s sobre a sua situação nos últimos anos é o Japão. A força<br />

da sua economia, hoje a segunda <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>; a sua cultura milenar que convive<br />

ao la<strong>do</strong> da sofisticação tecnológica, esta em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>senvolvida<br />

pelo próprio esforço <strong>de</strong> pesquisa e inovação das empresas japonesas; e, também,<br />

o sucesso das indústrias japonesas, que se tornaram competitivas em<br />

vários setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong> nos segmentos <strong>de</strong> automóveis, produtos<br />

eletrônicos, material fotográfico, entre outros.<br />

No entanto, antes <strong>de</strong> estudar a administração japonesa, é importante<br />

compreen<strong>de</strong>r a base cultural milenar <strong>do</strong> povo japonês, que foi o principal<br />

fator que possibilitou o surgimento e sustentação das várias práticas<br />

da administração japonesa, bem como a evolução histórica e cultural que<br />

antece<strong>de</strong> a origem <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo. Ao longo <strong>de</strong>sta evolução, três valores principais<br />

foram se consolidan<strong>do</strong> na cultura japonesa.<br />

Assim, o conceito <strong>de</strong> “pátria” está liga<strong>do</strong> ao nacionalismo fervoroso<br />

<strong>do</strong> povo japonês: cada cidadão é parte <strong>de</strong> um povo, <strong>de</strong> uma nação. A<br />

sua vida só tem razão <strong>de</strong> ser quan<strong>do</strong> está liga<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>stinos da pátria. Exemplos<br />

<strong>de</strong>ste valor cultural são os guerreiros samurais, que <strong>de</strong>fendiam os senhores<br />

feudais (portanto, era a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> clã a que se pertencia); os<br />

“kamikazes”, jovens pilotos <strong>de</strong> aviões <strong>de</strong> combate, na II Guerra Mundial,<br />

cuja missão era atirar o avião contra o alvo inimigo.<br />

O conceito <strong>de</strong> “família” é <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong> primeiro valor: a pátria<br />

só será permanente através da família. O conceito é milenar e atravessa<br />

toda a história <strong>do</strong> povo japonês através <strong>do</strong>s “clãs”, que eram a base da pátria.<br />

Na família japonesa, cada pessoa tem um papel <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> e há expectativa,<br />

por parte <strong>de</strong> outros familiares e da própria socieda<strong>de</strong>, que cada<br />

um cumpra seu papel.<br />

O terceiro valor cultural - o trabalho - é aquele que liga os <strong>do</strong>is<br />

primeiros valores - pátria e família - dan<strong>do</strong> base ao mo<strong>de</strong>lo gerencial japonês.<br />

Se a família é que vai garantir a perenida<strong>de</strong> da pátria, o trabalho é o que<br />

sustentará economicamente a família. E na economia industrial, da qual o<br />

15


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Japão sempre foi um <strong>do</strong>s países mais <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da Era Meiji),<br />

o trabalho passou a ser exerci<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>minantemente nas empresas. Daí,<br />

trabalho e empresa passam a fazer parte <strong>do</strong> mesmo valor cultural. Ao ter<br />

sua economia <strong>de</strong>struída ao final da II Guerra Mundial, com gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong><br />

seu parque industrial em ruínas e a sua produção industrial reduzida a um<br />

sétimo <strong>do</strong> nível obti<strong>do</strong> em 1941, o país enfrentava o seu maior <strong>de</strong>safio:<br />

reconstruir a nação.<br />

Assim, a partir <strong>do</strong>s três valores culturais analisa<strong>do</strong>s - pátria, família<br />

e trabalho/empresa - o Japão passa a reconstruir a sua economia, centralizan<strong>do</strong><br />

tais esforços junto às empresas. Após sete anos <strong>de</strong> intervenção norte-americana,<br />

o Japão volta a conduzir o seu próprio <strong>de</strong>stino, com a assinatura<br />

<strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paz e o Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Segurança Mútua, ambos com os<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, em 1952.<br />

Como os produtos japoneses não tinham boa qualida<strong>de</strong>, os americanos<br />

<strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m trazer um especialista em estatística <strong>do</strong> <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong><br />

Recenseamento <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s - E.Edwards DEMING - até então um<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, pelos próprios americanos, no campo da <strong>gestão</strong> empresarial.<br />

A partir daquele momento, a <strong>gestão</strong> japonesa começava a dar seus primeiros<br />

passos - e a mudar a própria Teoria da Administração.<br />

O próprio DEMING (1990, p. 353) relata sua participação pessoal<br />

neste momento importante da história da <strong>gestão</strong> japonesa:<br />

16<br />

O mun<strong>do</strong> inteiro conhece muito bem o milagre <strong>do</strong> Japão e sabe que este<br />

milagre começou com um choque em 1950. Antes disso, a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s bens <strong>de</strong> consumo japoneses tinha granjea<strong>do</strong>, no mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, uma<br />

fama negativa, <strong>de</strong> produtos mal feitos e baratos. (...) Subitamente, a<br />

qualida<strong>de</strong> e a confiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos japoneses <strong>de</strong>ram um salto e,<br />

em 1954, tinham ganho merca<strong>do</strong>s no mun<strong>do</strong> inteiro. Tinha começa<strong>do</strong><br />

a nova era econômica. O que ocorrera?<br />

A resposta é que a direção convenceu-se <strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong> era<br />

vital para a exportação e que eles po<strong>de</strong>riam empreen<strong>de</strong>r a mudança. Apren<strong>de</strong>ram,<br />

em seguidas conferências, alguma coisa sobre suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

pela consecução <strong>de</strong>ste objetivo e que teriam que assumir a li<strong>de</strong>rança para<br />

este fim. A administração e os operários das fábricas somaram seus esforços<br />

para conseguir qualida<strong>de</strong> e criar empregos.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A partir <strong>de</strong> então, as empresas japonesas começam a praticar um<br />

conjunto <strong>de</strong> idéias inova<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> que passarão a revolucionar o mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> administrar uma empresa. As principais práticas são:<br />

a) Qualida<strong>de</strong> Total (Total Quality Control) sobre o processo <strong>de</strong> produção<br />

(ao invés <strong>de</strong> focar a qualida<strong>de</strong> no produto), visan<strong>do</strong> satisfazer<br />

a expectativa <strong>do</strong> cliente;<br />

b) Círculos <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> (CQC): grupos informais <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res<br />

que espontaneamente passam a buscar soluções criativas<br />

para os problemas da área ou da empresa;<br />

c) Méto<strong>do</strong> “Ringi” <strong>de</strong> Decisão: trata-se da <strong>de</strong>cisão consensual, obtida através<br />

<strong>do</strong> comprometimento individual com o resulta<strong>do</strong> ou meta<br />

<strong>de</strong>cidida pelo grupo.<br />

d) Just-in-Time: integração da empresa com seus fornece<strong>do</strong>res, permitin<strong>do</strong><br />

a eliminação <strong>de</strong> estoques com o suprimento atendi<strong>do</strong> no<br />

momento da utilização <strong>do</strong>s componentes na produção;<br />

e) Kanban: sistema <strong>de</strong> programação e controle <strong>de</strong> produção que visa<br />

“enxugar” ativida<strong>de</strong>s-meio que não agregam valor ao cliente (supervisão,<br />

controles administrativos e outros). A produção é autogerenciada<br />

através <strong>de</strong> cartões ou painéis, permitin<strong>do</strong> o enca<strong>de</strong>amento<br />

<strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> processo, “puxan<strong>do</strong>” a produção;<br />

f) Kaizen: filosofia da melhoria contínua, que objetiva sustentar e<br />

garantir a qualida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> pequenas melhorias no processo;<br />

g) Manufatura Flexível: sistema <strong>de</strong> produção que permite a fabricação<br />

simultânea <strong>de</strong> vários mo<strong>de</strong>los e especificações <strong>de</strong> produtos, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>mandas individualizadas <strong>do</strong>s nichos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>;<br />

h) Keiretsu: sistema empresarial caracteriza<strong>do</strong> pela atuação em re<strong>de</strong>s<br />

verticais e horizontais <strong>de</strong> parceria, integran<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os fornece<strong>do</strong>res<br />

da ca<strong>de</strong>ia produtiva através da subcontratação industrial;<br />

A partir <strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> práticas gerenciais, as empresas japonesas<br />

já <strong>de</strong>senvolviam características peculiares diferentes das empresas oci<strong>de</strong>ntais.<br />

17


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

OUCHI (1985, p. 59), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estudar durante vários anos as<br />

empresas japonesas e as empresas americanas, estabelece uma comparação<br />

entre os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> empresa e percebe que as características gerenciais são<br />

quase sempre oponentes. É claro, alerta o autor, que tais características são<br />

genéricas, não estan<strong>do</strong> necessariamente todas presentes simultaneamente<br />

na mesma empresa ou que todas as empresas se enquadram naquela tipologia,<br />

que está apresentada sinteticamente no Quadro 1.<br />

18<br />

Quadro 1 - CARACTERÍSTICAS GERENCIAIS DAS EMPRESAS<br />

JAPONESAS E AMERICANAS<br />

ORGANIZAÇÕES JAPONESAS ORGANIZAÇÕES AMERICANAS<br />

• Emprego vitalício • Emprego a curto prazo<br />

• Avaliação e promoção lentas • Avaliação e promoção rápidas<br />

• Trajetórias <strong>de</strong> carreira nãoespecializadas<br />

• Trajetórias <strong>de</strong> carreira especializadas<br />

• Mecanismos <strong>de</strong> controle implícitos • Mecanismos <strong>de</strong> controle explícitos<br />

• Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão coletiva • Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão individual<br />

• Responsabilida<strong>de</strong> coletiva • Responsabilida<strong>de</strong> individual<br />

• Interesse holístico • Interesse segmenta<strong>do</strong><br />

Fonte: OUCHI,1985, p. 59.<br />

Certamente outras características po<strong>de</strong>rão ser comparadas entre<br />

as empresas japonesas e americanas, além <strong>de</strong>stas analisadas por Ouchi. No<br />

entanto, estas já são suficientes para <strong>de</strong>monstrar as razões que levaram ao<br />

sucesso da empresa japonesa, sobretu<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s anos 70, e às crescentes<br />

dificulda<strong>de</strong>s da empresa americana para competir naquele mesmo perío<strong>do</strong>.<br />

Esta situação levou a empresa americana (e também as <strong>de</strong>mais<br />

empresas oci<strong>de</strong>ntais) a reagirem a partir <strong>do</strong> final da década <strong>de</strong> 70 e início da


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

década <strong>de</strong> 80: tal reação se manifestava pela busca <strong>de</strong> novos mecanismos <strong>de</strong><br />

<strong>gestão</strong>, constata<strong>do</strong> que aqueles até então pratica<strong>do</strong>s estavam exaurin<strong>do</strong> sua<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter aquelas empresas competitivas. Começam a emergir<br />

a <strong>gestão</strong> participativa e a <strong>gestão</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, que serão analisadas a<br />

seguir.<br />

2.2. Administração Participativa.<br />

Diferente da administração japonesa, a administração participativa<br />

não tem uma origem histórica <strong>de</strong>finida, seu arcabouço conceitual é disperso<br />

(no tempo e no espaço) e são raras as empresas que colocam em prática a<br />

filosofia participativa <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, daí a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e analisar<br />

tais práticas.<br />

Na realida<strong>de</strong>, ao se <strong>de</strong>nominar “administração participativa” uma<br />

das linhas <strong>de</strong> pensamento que constituem os novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, a<br />

intenção não era colocá-lo ao mesmo nível <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais. Na realida<strong>de</strong>, a participação<br />

é muito mais um estilo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> que um conjunto <strong>de</strong> práticas<br />

e mecanismos <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. Neste senti<strong>do</strong>, a sua análise se voltou mais para as<br />

formas como se operacionaliza o estilo participativo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. Segun<strong>do</strong><br />

MARANALDO (1989, p. 60), “Administração Participativa é o conjunto<br />

harmônico <strong>de</strong> sistemas, condições organizacionais e comportamentos<br />

gerenciais que provocam e incentivam a participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s no processo<br />

<strong>de</strong> administrar os três recursos gerenciais (Capital, Informação e Recursos<br />

Humanos), obten<strong>do</strong>, através <strong>de</strong>ssa participação, o total comprometimento<br />

com os resulta<strong>do</strong>s, medi<strong>do</strong>s como eficiência, eficácia e qualida<strong>de</strong>.”<br />

Seguin<strong>do</strong> este conceito, antes <strong>de</strong> implantar um processo<br />

participativo numa empresa, é necessário harmonizar três aspectos:<br />

a) seus sistemas (produção, comercialização, recursos humanos, administração<br />

e finanças, entre outros): se há conflitos <strong>de</strong> estilos diferentes<br />

<strong>de</strong> <strong>gestão</strong> entre estes sistemas, é difícil implantar a <strong>gestão</strong><br />

participativa numa empresa;<br />

b) condições organizacionais: é preciso flexibilizar a estrutura<br />

organizacional, com menor número <strong>de</strong> níveis hierárquicos e normas<br />

mais adaptáveis;<br />

19


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

20<br />

c) comportamentos gerenciais: certamente é o mais importante <strong>do</strong>s três,<br />

pois os gerentes serão os principais mobiliza<strong>do</strong>res das pessoas<br />

para o processo participativo.<br />

A segunda parte <strong>do</strong> conceito aborda outro aspecto importante:<br />

indica os <strong>do</strong>is pilares que sustentam a <strong>gestão</strong> participativa, ou seja, a “participação<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s” e o “comprometimento total com os resulta<strong>do</strong>s”. “Participação<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s” significa que, a princípio, nenhuma pessoa, em qualquer<br />

nível hierárquico, <strong>de</strong>ve ser excluída <strong>do</strong> processo participativo. No entanto,<br />

isto implica num gran<strong>de</strong> risco para a empresa; a <strong>gestão</strong> participativa po<strong>de</strong><br />

transformar a empresa numa “assembléia geral permanente”, ou seja, resvalar<br />

a participação para o “assembleismo” ou “<strong>de</strong>mocratismo”. Daí, a importância<br />

<strong>do</strong> segun<strong>do</strong> pilar que vai sustentar a <strong>gestão</strong> participativa, analisa<strong>do</strong> a<br />

seguir. “Comprometimento total com os resulta<strong>do</strong>s” garante que cada pessoa<br />

está consciente da sua responsabilida<strong>de</strong> individual com os resulta<strong>do</strong>s a<br />

serem persegui<strong>do</strong>s pela equipe ou pela empresa. Este comprometimento é<br />

uma das características mais importantes da administração participativa,<br />

pois disciplina a atuação individual <strong>de</strong> cada pessoa, evitan<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong> pen<strong>de</strong>r<br />

para o “assembleismo”.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, é imprescindível que a empresa, antes <strong>de</strong> implantar<br />

a <strong>gestão</strong> participativa, <strong>de</strong>fina claramente os objetivos ou resulta<strong>do</strong>s a<br />

serem alcança<strong>do</strong>s, entre os quais, melhoria da qualida<strong>de</strong>, maior produtivida<strong>de</strong>,<br />

melhoria <strong>do</strong> clima <strong>de</strong> trabalho, enriquecimento das funções e flexibilida<strong>de</strong><br />

na utilização <strong>de</strong> recursos.<br />

Os objetivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s para serem alcança<strong>do</strong>s, através da administração<br />

participativa, vão <strong>de</strong>finir o melhor formato organizacional para<br />

implantar o processo. Por exemplo, se o objetivo é melhorar a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s produtos e/ou serviços, a forma organizacional será Círculos <strong>de</strong> Controle<br />

<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> ou, mais mo<strong>de</strong>rnamente, Times <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> ou Grupos<br />

<strong>de</strong> Melhoria Contínua; se o objetivo é melhorar o clima <strong>de</strong> trabalho,<br />

certamente o melhor formato será <strong>de</strong> célula <strong>de</strong> produção ou grupo semiautônomo.<br />

Para implantar a <strong>gestão</strong> participativa, algumas condições <strong>de</strong>vem<br />

ser obe<strong>de</strong>cidas:<br />

a) Quanto ao uso <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r:<br />

- <strong>de</strong>ve-se ter consciência prévia <strong>de</strong> que haverá perda parcial <strong>do</strong>


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

po<strong>de</strong>r nos níveis superiores. Assim, os dirigentes <strong>de</strong>legam para<br />

os gerentes algumas ativida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>cisões que antes se concentravam<br />

neles; i<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s gerentes para a equipe, <strong>de</strong> forma que há uma<br />

diluição <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r na empresa, envolven<strong>do</strong> mais intensamente os<br />

colabora<strong>do</strong>res, o que viabiliza a redução <strong>de</strong> níveis hierárquicos e<br />

possibilita a maior horizontalização da empresa.<br />

- <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>legar efetivamente a autorida<strong>de</strong> à equipe para tomar <strong>de</strong>cisões:<br />

a responsabilida<strong>de</strong> formal permanece com quem <strong>de</strong>legou.<br />

- <strong>de</strong>ve-se negociar as <strong>de</strong>cisões a serem <strong>de</strong>legadas por área <strong>de</strong> competência,<br />

ou seja, a equipe ou as pessoas que receberam <strong>de</strong>legação<br />

<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem agir <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma área limitada <strong>de</strong> competência,<br />

para evitar “invasão” sobre outras áreas.<br />

- <strong>de</strong>ve haver uma predisposição para autonomizar gradualmente<br />

os grupos: <strong>gestão</strong> participativa não se implanta com a <strong>de</strong>legação<br />

imediata <strong>de</strong> 100% <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão: sempre é possível graduar. Por<br />

exemplo, se a <strong>de</strong>legação para a equipe é <strong>de</strong> gerenciamento <strong>do</strong>s<br />

recursos <strong>de</strong> treinamento, inicialmente <strong>de</strong>ve-se estabelecer um<br />

percentual <strong>do</strong>s recursos a serem gerencia<strong>do</strong>s; com a avaliação <strong>do</strong><br />

processo, caso os resulta<strong>do</strong>s sejam atingi<strong>do</strong>s, aquele percentual<br />

po<strong>de</strong>rá gradualmente ir aumentan<strong>do</strong>, até o limite máximo possível<br />

ou até o nível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> ao tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

b) antes <strong>de</strong> implantar a <strong>gestão</strong> participativa, os dirigentes, gerentes e<br />

colabora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem estar conscientes <strong>de</strong> que o processo é<br />

irreversível, ou seja, não tem retorno; caso contrário, po<strong>de</strong>rá provocar<br />

gran<strong>de</strong>s frustrações aos emprega<strong>do</strong>s, que <strong>de</strong>sacreditarão por<br />

muito tempo em qualquer esforço participativo.<br />

Uma vez implantada a <strong>gestão</strong> participativa, um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

que provavelmente a empresa conseguirá será a mudança na sua relação<br />

com os emprega<strong>do</strong>s: <strong>de</strong> uma relação empregatícia, passará a ser uma relação<br />

<strong>de</strong> parceria.<br />

2.3. Administração Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra.<br />

A competitivida<strong>de</strong> crescente das empresas japonesas, sobretu<strong>do</strong> a<br />

partir <strong>do</strong>s anos 70, obrigou as empresas americanas (e mais tar<strong>de</strong> as<br />

21


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

européias) a uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação. A princípio, as empresas americanas<br />

não acreditavam que o sucesso das empresas japonesas se manteria por muito<br />

tempo: viam ainda as empresas japonesas apenas como copia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> idéias<br />

e <strong>de</strong> tecnologias, que seriam, no máximo, aprimoradas. Esta miopia das<br />

empresas americanas custou-lhes caro, mas trouxe também lições.<br />

Assim, a partir <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s anos 80, as empresas americanas já<br />

haviam compreendi<strong>do</strong> que o que as empresas japonesas tinham realiza<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong> fato, era uma “revolução gerencial”. O livro <strong>de</strong> OUCHI (1985) aju<strong>do</strong>u a<br />

criar a nova visão <strong>de</strong> que as empresas americanas estavam fora da<br />

competitivida<strong>de</strong> (e não sobreviveriam) <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> administração<br />

tradicional. O esforço para mudar tal situação levou ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> “mo<strong>de</strong>lo” <strong>de</strong> administração empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, cujas origens e principais<br />

características são:<br />

22<br />

a) Unida<strong>de</strong>s In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Negócios: trata-se <strong>de</strong> transformar <strong>de</strong>partamentos<br />

e divisões em “pequenas empresas” internas à organização,<br />

com autonomia operacional e merca<strong>do</strong>lógica (a <strong>gestão</strong> financeira<br />

continua centralizada para otimizar os recursos das várias<br />

unida<strong>de</strong>s autonômas).<br />

b) Equipes Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras: grupo <strong>de</strong> pessoas, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por um gerente<br />

<strong>de</strong> estilo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r com o objetivo <strong>de</strong> buscar oportunida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>senvolver novos negócios para a empresa.<br />

c) “Intrapreneur”: segun<strong>do</strong> PINCHOT III (1989, p. 9), é o “sonha<strong>do</strong>r<br />

que faz”; é o funcionário que, a <strong>de</strong>speito da sua vinculação<br />

empregatícia, se comporta como se fosse um “empresário”, buscan<strong>do</strong><br />

inovação e resulta<strong>do</strong>s (visão <strong>do</strong> cliente).<br />

d) Alianças e parcerias: para atingir o nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, as empresas<br />

<strong>de</strong> estilo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> passam a compartilhar<br />

com outras empresas investimentos em lançamento <strong>de</strong> novos produtos<br />

e serviços; pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico; abertura<br />

<strong>de</strong> novos merca<strong>do</strong>s e formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s empresariais.<br />

e) Participação nos resulta<strong>do</strong>s (“gain sharing”): recompensa <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

ou das equipes em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s globais (da empresa)<br />

ou da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

f) Alternativas <strong>de</strong> carreira: estímulo à carreira empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, através<br />

<strong>de</strong> carreira em “Y” ou participação societária.<br />

O mo<strong>de</strong>lo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> não é o único a <strong>de</strong>senvolver<br />

instrumentos e práticas que estimulam a criativida<strong>de</strong> e a inovação na empresa;<br />

ao mesmo tempo, ele não exige exclusivida<strong>de</strong> quanto à abordagem<br />

ou estilo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. Dada a sua flexibilida<strong>de</strong>, facilmente se acopla ou<br />

complementa a outras novas abordagens da administração (mo<strong>de</strong>lo<br />

participativo ou holístico, por exemplo).<br />

No entanto, o mo<strong>de</strong>lo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r exige alguns cuida<strong>do</strong>s na<br />

sua implantação. Por exemplo, a experiência em algumas gran<strong>de</strong>s empresas<br />

americanas evi<strong>de</strong>nciou que a abordagem <strong>do</strong> “intrapreneur” (PINCHOT<br />

III, 1989), atuan<strong>do</strong> isoladamente, não é a mais a<strong>de</strong>quada; <strong>de</strong>ve-se incentivar<br />

a inovação, assim, através <strong>de</strong> equipes empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras. Para tanto, <strong>de</strong>senvolver<br />

li<strong>de</strong>ranças e implantar políticas transparentes <strong>de</strong> Recursos Humanos,<br />

visan<strong>do</strong> estimular a inovação e recompensá-la, são condições fundamentais<br />

para o êxito <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.<br />

De um outro la<strong>do</strong>, a empresa que <strong>de</strong>senvolve esforços na direção<br />

<strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r a conviver com pessoas empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras; estas<br />

procuram permanentemente sua auto-realização pessoal e profissional, o<br />

que nem sempre está liga<strong>do</strong> à motivação financeira, sen<strong>do</strong> pessoas que <strong>de</strong>senvolvem<br />

acentuadamente o espírito <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e senso se proprieda<strong>de</strong><br />

(no senti<strong>do</strong> da responsabilida<strong>de</strong> individual pelos resulta<strong>do</strong>s).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, as equipes e pessoas empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras <strong>de</strong>vem ser<br />

acomodadas em áreas ou unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio com um certo nível <strong>de</strong> autonomia<br />

funcional, sen<strong>do</strong> acompanhadas mais pelos resulta<strong>do</strong>s (eficácia) <strong>do</strong><br />

que pelo controle <strong>do</strong>s recursos utiliza<strong>do</strong>s (eficiência). Portanto, a prática <strong>do</strong><br />

“Empowerment” (energização <strong>de</strong> equipe) é fundamental para implementar<br />

este mo<strong>de</strong>lo, permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>legar para quem aten<strong>de</strong> o cliente, nos niveis<br />

operacionais, a autorida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>cisão em relação às <strong>de</strong>mandas <strong>do</strong> cliente.<br />

Assim, a empresa precisa apren<strong>de</strong>r a conviver com o risco das<br />

inovações: a cultura empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra exige tolerância a eventuais fracassos<br />

<strong>de</strong> novas idéias, pois, segun<strong>do</strong> uma pesquisa <strong>de</strong>senvolvida nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,<br />

citada por DEGEN (1989), apenas duas <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z idéias inova<strong>do</strong>ras<br />

implantadas são bem sucedidas. Em outras palavras, a empresa precisaria<br />

23


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

apren<strong>de</strong>r a lição durante oito vezes (fracasso) para colher os resulta<strong>do</strong>s positivos<br />

que compensam to<strong>do</strong>s os erros.<br />

Outro aspecto é <strong>de</strong> que o mo<strong>de</strong>lo empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r, seja através <strong>de</strong><br />

idéias pessoais (“intrapreneurs”) ou <strong>de</strong> equipes empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras, quebra a<br />

estrutura organizacional e “confun<strong>de</strong>” os conceitos <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>:<br />

é preciso <strong>de</strong>senvolver uma nova cultura organizacional que<br />

absorva estas novas práticas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. A in<strong>de</strong>pendência das equipes ou a<br />

ênfase sobre os resulta<strong>do</strong>s individuais po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>struir os valores<br />

organizacionais, se a empresa não estiver <strong>de</strong>vidamente preparada para implantar<br />

e conviver com este mo<strong>de</strong>lo.<br />

2.4. Administração Holística.<br />

Nas últimas décadas, (res)surgiu <strong>de</strong>ntro das ciências o chama<strong>do</strong><br />

“movimento holístico”. De origem grega, a palavra hólos = to<strong>do</strong>, vem<br />

crescentemente penetran<strong>do</strong> nas abordagens cada vez mas complexas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os ramos <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> humano. A questão parece ser facilmente<br />

explicável; as ciências, <strong>de</strong> forma geral, foram construídas com base em<br />

paradigmas mecanicistas, suporta<strong>do</strong>s numa visão cartesiana-newtoniana <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>: to<strong>do</strong>s os fenômenos eram possíveis <strong>de</strong> serem dividi<strong>do</strong>s em partes e<br />

cada uma <strong>de</strong>stas seria estudada profundamente, constituin<strong>do</strong> um ramo específico<br />

<strong>do</strong> saber humano; assim foi com a química e seus elementos individualiza<strong>do</strong>s;<br />

com a física e sua estrutura orientada para as partes <strong>do</strong> material;<br />

com a medicina, que “retalhou” o organismo humano, per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a visão <strong>do</strong><br />

sistema biológico que comanda a vida humana; e, na administração, o mesmo<br />

processo ocorreu, a partir da visão da “administração científica” <strong>de</strong><br />

Taylor e Fayol, reduzin<strong>do</strong> o trabalho humano ao nível da visão da tarefa.<br />

CAPRA (1989) tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s maiores influencia<strong>do</strong>res da visão<br />

holística: ele mostra as gran<strong>de</strong>s mutações pelas quais passa a socieda<strong>de</strong> - na<br />

tecnologia, na educação, na economia, na medicina, na psicologia, na ecologia,<br />

entre outras gran<strong>de</strong>s áreas - e a mudança <strong>de</strong> valores que afetam aspectos<br />

como a individuação, a criativida<strong>de</strong>, a flexibilida<strong>de</strong>, a informação, a autonomia,<br />

entre outros valores, cuja mudança afeta tanto organizações como<br />

as pessoas. O autor procura explicar como o paradigma cartesianonewtoniano<br />

afetou a prática econômica contemporânea: a fragmentação<br />

24


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

das especializações, a <strong>de</strong>svinculação <strong>do</strong>s valores superiores da humanida<strong>de</strong>,<br />

a abordagem competitiva na exploração da natureza, o esgotamento progressivo<br />

<strong>do</strong>s recursos naturais, o consenso <strong>de</strong> que a natureza existe para o<br />

homem, a visão <strong>do</strong> homem como um ente consumi<strong>do</strong>r, o que levou a um<br />

consumo materialista <strong>de</strong>senfrea<strong>do</strong>, a confusão entre riqueza material e felicida<strong>de</strong>,<br />

a tecnologia a serviço da <strong>de</strong>struição em massa e a venda <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong><br />

armamentos aos países <strong>do</strong> Terceiro Mun<strong>do</strong>, a divisão econômica norte-sul<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a exploração indiscriminada das socieda<strong>de</strong>s pela multinacionais,<br />

entre outras questões.<br />

A visão holística é uma das abordagens <strong>de</strong>stes novos paradigmas<br />

das ciências, inclusive da Administração. Há um movimento emergente <strong>de</strong><br />

pesquisa<strong>do</strong>res e autores que têm <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> uma “abordagem holística<br />

da administração” e já existem algumas experiências que procuram colocar<br />

em prática tal abordagem.<br />

guintes:<br />

As principais práticas da Administração Holística são as se-<br />

a) Quanto aos objetivos: integração <strong>do</strong>s objetivos organizacionais com<br />

os objetivos individuais <strong>de</strong> auto-realização pessoal e profissional.<br />

b) Quanto à estrutura: a organização passa a não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma estrutura<br />

formal, sen<strong>do</strong> baseada em diversas células autônomas <strong>de</strong><br />

produção (ou <strong>de</strong> serviços), resultan<strong>do</strong> numa estrutura policelular.<br />

c) Quanto ao comportamento individual e grupal: a equipe procura <strong>de</strong>senvolver<br />

a “visão <strong>do</strong> to<strong>do</strong>” <strong>do</strong> seu conjunto <strong>de</strong> processos e tarefas;<br />

assim, obtém-se o comprometimento individual (com a equipe<br />

e/ou organização) e a satisfação no trabalho (realização profissional).<br />

d) Rodízio <strong>de</strong> funções: (“job rotation”): não há especialistas e nem cargos<br />

formais; os funcionários passam a ser polivalentes ou<br />

multifuncionais.<br />

Quanto à aplicabilida<strong>de</strong> da Administração Holística, sem dúvida<br />

a principal dificulda<strong>de</strong> é <strong>de</strong> natureza cultura, pois a mudança<br />

comportamental é radical em relação a outras formas organizacionais mais<br />

tradicionais. O alto comprometimento individual com a equipe exige mu-<br />

25


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

dança <strong>de</strong> características pessoais, enquanto a multifuncionalida<strong>de</strong> exige o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas habilida<strong>de</strong>s técnicas e humanas (relacionamento<br />

e integração com a equipe).<br />

Por se tratar <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> vanguarda na administração, os<br />

cuida<strong>do</strong>s na a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> suas práticas e instrumentos gerenciais <strong>de</strong>verão ser<br />

muito mais rigorosos.<br />

2.5. Corporação Virtual<br />

A a<strong>do</strong>ção pelas organizações <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los gerenciais, bem<br />

como <strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> trabalho, está levan<strong>do</strong> a um mo<strong>de</strong>lo<br />

organizacional visto atualmente como a “empresa <strong>do</strong> futuro”. Tal visão é<br />

<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> três aspectos:<br />

26<br />

a) praticamente to<strong>do</strong>s os novos mo<strong>de</strong>los gerenciais são basea<strong>do</strong>s na<br />

filosofia <strong>de</strong> redução da estrutura formal das organizações, na busca<br />

<strong>de</strong> maior flexibilida<strong>de</strong>;<br />

b) as novas tecnologias <strong>de</strong> trabalho, sobretu<strong>do</strong> a informática, estão<br />

possibilitan<strong>do</strong> a automação <strong>de</strong> diversos processos administrativos,<br />

fabris, operacionais e comerciais, reduzin<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recursos físicos e tornan<strong>do</strong> os processos organizacionais cada<br />

vez mais intangíveis e viabilizan<strong>do</strong> o surgimento <strong>de</strong> “produtos<br />

virtuais” (por exemplo, o MP3, na área da música ou o “e-book”,<br />

na área editorial);<br />

c) aumento das relações <strong>de</strong> parceria, seja na busca <strong>de</strong> foco no negócio<br />

essencial da empresa (“core business”), seja pela evolução das<br />

operações <strong>de</strong> logística integrada, através <strong>de</strong> tecnologia da informação,<br />

forman<strong>do</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor (“networks”)<br />

d) Estas três características combinadas sugerem então o conceito<br />

emergente <strong>de</strong> “empresa ou corporação virtual”.<br />

Segun<strong>do</strong> DAVIDOW & MALLONE (1993, p. 4), “a corporação<br />

virtual começou com uma visão <strong>de</strong> futurólogos, chegou a possibilida<strong>de</strong> para<br />

os teóricos <strong>de</strong> administração e hoje tornou-se uma necessida<strong>de</strong> econômica


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

para os executivos das empresas... tu<strong>do</strong> em pouco mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. Este<br />

fato não só salienta a inevitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste novo mo<strong>de</strong>lo empresarial, mas<br />

também sugere o senso acelera<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo que irá caracterizá-lo.”<br />

Tratan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo emergente <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empresarial, as<br />

práticas e instrumentos aplica<strong>do</strong>s por uma corporação virtual ainda não<br />

estão consolida<strong>do</strong>s, pesar da rápida evolução propiciada pela tecnologia <strong>de</strong><br />

informação nos últimos anos. No entanto, já é possível <strong>de</strong>screver algumas<br />

das principais características que esta práticas estão assumin<strong>do</strong>, tanto a partir<br />

das poucas experiências já existentes, como da evolução prevista para<br />

tais organizações:<br />

a) capacida<strong>de</strong> para entregar, rápida e globalmente, uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos sob medida;<br />

b) serviços “incluí<strong>do</strong>s” nos produtos como valor agrega<strong>do</strong> ao cliente;<br />

c) envolvimento <strong>do</strong>s clientes e fornece<strong>do</strong>res no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong>s produtos (engenharia simultânea);<br />

d) bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s atualiza<strong>do</strong>s sobre os clientes, produtos, fornece<strong>do</strong>res,<br />

meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> projeto e produção, visan<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r o cliente<br />

em tempo real;<br />

e) sistemas <strong>de</strong> informações integradas à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> clientes e fornece<strong>do</strong>res,<br />

levan<strong>do</strong> as empresas a operarem em “networkings”;<br />

f) cargos <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong>s <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r: funções gerenciais e operacionais<br />

serão intercambiáveis;<br />

g) empresa em contínua transmutação, permitin<strong>do</strong> ambientes virtuais<br />

<strong>de</strong> trabalho (tele-trabalho);<br />

h) acumulação <strong>de</strong> práticas gerenciais <strong>de</strong>senvolvidas em outras abordagens<br />

inova<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, como fornecimento Just-in-Time, equipes<br />

<strong>de</strong> trabalho, fabricação flexível, simplificação organizacional,<br />

CAD, qualida<strong>de</strong> total, entre outros;<br />

i) acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cooperação possíveis com concorrentes, visan<strong>do</strong> compartilhar<br />

investimentos em tecnologia ou <strong>de</strong> custos operacionais<br />

(compras conjuntas, infra-estrutura <strong>de</strong> transporte, armazenagem<br />

e comunicação, entre outros).<br />

27


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Assim, não basta fazer investimentos em tecnologia da informação,<br />

integrar a empresa em re<strong>de</strong> com outras empresas, se os outros aspectos,<br />

<strong>de</strong> natureza comportamental, não forem atendi<strong>do</strong>s. A transição para o<br />

mo<strong>de</strong>lo virtual é um processo evolutivo, basea<strong>do</strong> na interface “pessoas x<br />

tecnologia”. A corporação virtual será a típica organização da Socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Conhecimento: portanto, a maioria das organizações não pratica ainda o<br />

mo<strong>de</strong>lo virtual <strong>de</strong> administração e sua aplicabilida<strong>de</strong> exigirá uma profunda<br />

mudança cultural das organizações, para viabilizar os relacionamentos <strong>de</strong><br />

parcerias.<br />

2.6. Características comuns <strong>do</strong>s Novos Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Gestão<br />

Os novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> administração têm algumas características<br />

comuns, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>is aspectos: uma forte orientação para o cliente e<br />

um estilo mais participativo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. Assim, as características e os instrumentos<br />

gerenciais <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por estes mo<strong>de</strong>los procuram, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>,<br />

substituir a visão da estrutura funcional, orientada para controles, para estrutura<br />

orientada para resulta<strong>do</strong>s; <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong> uma estrutura verticalizada<br />

para uma estrutura horizontalizada.<br />

Em termos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho organizacional, os mo<strong>de</strong>los estão evoluin<strong>do</strong><br />

em três estágios: num primeiro momento, a estrutura é hierarquizada<br />

no senti<strong>do</strong> vertical (mo<strong>de</strong>los tradicionais); num segun<strong>do</strong> momento, a estrutura<br />

continua hierarquizada, porém em menor número <strong>de</strong> níveis hierárquicos<br />

e passa a ter um <strong>de</strong>senho mais horizontaliza<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> estilos mais<br />

participativos e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> (Administração Japonesa,<br />

Participativa e Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra). Finalmente, percebe-se que as organizações<br />

caminham no futuro para serem parte <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pequenas organizações,<br />

interligadas por interesses comuns (Administração Holística e<br />

Corporação Virtual).<br />

Analisan<strong>do</strong> a evolução cronológica <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, observa-se<br />

que, nos extremos (entre os mo<strong>de</strong>los tradicionais e a corporação virtual),<br />

surgiram os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Administração Japonesa, Administração<br />

Participativa e Administração Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra, cujo principal papel parece<br />

ser <strong>de</strong> transição <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los tradicionais para a corporação virtual no futuro.<br />

Assim, as empresas que a<strong>do</strong>tam, por exemplo, práticas empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ras<br />

28


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, não estão utilizan<strong>do</strong> seus instrumentos como um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>finitivo<br />

e sim como ferramentas <strong>de</strong> transição na busca <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo que permita<br />

sua sobrevivência e competitivida<strong>de</strong>. Isto não significa que a corporação<br />

virtual será o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> administração: assim como os novos<br />

mo<strong>de</strong>los surgiram em função das mudanças ambientais, não é possível ainda<br />

vislumbrar o cenário futuro e sua implicações sobre os mo<strong>de</strong>los gerenciais<br />

“pós-virtuais”.<br />

Finalmente, um aspecto comum aos novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> é<br />

que cada um <strong>de</strong>les foi importante na introdução e disseminação <strong>de</strong> algumas<br />

práticas administrativas que, <strong>de</strong> alguma forma, já representavam esforços<br />

das empresas em gerenciar um recurso até então não reconheci<strong>do</strong> como um<br />

<strong>do</strong>s principais ativos: o <strong>conhecimento</strong> organizacional. Ao longo <strong>do</strong>s anos<br />

90, este conjunto <strong>de</strong> práticas veio a se consolidar como a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

3. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

O conceito <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento surgiu no início da década<br />

<strong>de</strong> 90 e, segun<strong>do</strong> SVEIBY (1998, p. 3), “a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento não é mais<br />

uma moda <strong>de</strong> eficiência operacional. Faz parte da estratégia empresarial.”<br />

3.1. Conceitos Básicos <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

Para compreen<strong>de</strong>r Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, <strong>de</strong>ve-se iniciar <strong>de</strong>screven<strong>do</strong><br />

os conceitos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>, informação, <strong>conhecimento</strong>, chegan<strong>do</strong> por<br />

fim, ao processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Da<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ter significa<strong>do</strong>s distintos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> contexto no qual<br />

a palavra é utilizada. Para uma organização, da<strong>do</strong> é o registro estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

transações. Genericamente, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como um “conjunto <strong>de</strong> fatos<br />

distintos e objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT & PRUSAK, 1998, p.<br />

2). É informação bruta, <strong>de</strong>scrição exata <strong>de</strong> algo ou <strong>de</strong> algum evento. Os da<strong>do</strong>s em<br />

si não são <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> relevância, propósito e significa<strong>do</strong>, mas são importantes<br />

porque são a matéria-prima essencial para a criação da informação.<br />

29


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Informação é uma mensagem com da<strong>do</strong>s que fazem diferença, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

ser audível ou visível, e on<strong>de</strong> existe um emitente e um receptor. É o<br />

insumo mais importante da produção humana. “São da<strong>do</strong>s interpreta<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> relevância e propósito” (DRUCKER, 1999, p.32). É um fluxo <strong>de</strong> mensagens,<br />

um produto capaz <strong>de</strong> gerar <strong>conhecimento</strong>. É um meio ou material necessário<br />

para extrair e construir o <strong>conhecimento</strong>. Afeta o <strong>conhecimento</strong> acrescentan<strong>do</strong>-lhe<br />

algo ou reestruturan<strong>do</strong>-o (MACHLUP, 1983).<br />

O <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>riva da informação assim como esta, <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />

O <strong>conhecimento</strong> não é puro nem simples, mas é uma mistura <strong>de</strong> elementos;<br />

é flui<strong>do</strong> e formalmente estrutura<strong>do</strong>; é intuitivo e, portanto, difícil<br />

<strong>de</strong> ser coloca<strong>do</strong> em palavras ou <strong>de</strong> ser plenamente entendi<strong>do</strong> em termos<br />

lógicos. Ele existe <strong>de</strong>ntro das pessoas e por isso é complexo e imprevisível.<br />

Segun<strong>do</strong> DAVENPORT e PRUSAK (1998, p. 6), “o <strong>conhecimento</strong> po<strong>de</strong><br />

ser compara<strong>do</strong> a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que<br />

interage com o meio ambiente”. Os valores e as crenças integram o <strong>conhecimento</strong><br />

pois <strong>de</strong>terminam, em gran<strong>de</strong> parte, o que o conhece<strong>do</strong>r vê, absorve<br />

e conclui a partir das suas observações. NONAKA e TAKEUSHI (1997,<br />

p. 63) observam que “o <strong>conhecimento</strong>, diferentemente da informação, refere-se<br />

a crenças e compromisso“.<br />

Estes autores classificaram o <strong>conhecimento</strong> humano em <strong>do</strong>is tipos:<br />

<strong>conhecimento</strong> tácito e <strong>conhecimento</strong> explícito.<br />

Conhecimento explícito é o que po<strong>de</strong> ser articula<strong>do</strong> na linguagem<br />

formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas,<br />

especificações, manuais etc., facilmente transmiti<strong>do</strong>, sistematiza<strong>do</strong> e<br />

comunica<strong>do</strong>. Ele po<strong>de</strong> ser transmiti<strong>do</strong> formal e facilmente entre os indivíduos.<br />

Esse foi o mo<strong>do</strong> <strong>do</strong>minante <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> na tradição filosófica<br />

oci<strong>de</strong>ntal.<br />

O <strong>conhecimento</strong> tácito é difícil <strong>de</strong> ser articula<strong>do</strong> na linguagem formal,<br />

é um tipo <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> mais importante. É o <strong>conhecimento</strong> pessoal<br />

incorpora<strong>do</strong> à experiência individual e envolve fatores intangíveis como, por<br />

exemplo, crenças pessoais, perspectivas, sistema <strong>de</strong> valor, insights, intuições,<br />

emoções, habilida<strong>de</strong>s É consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como uma fonte importante <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> entre as organizações. Só po<strong>de</strong> ser avalia<strong>do</strong> por meio da ação.<br />

30<br />

Os <strong>conhecimento</strong>s tácito e explícito são unida<strong>de</strong>s estruturais bá-


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

sicas que se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica<br />

da criação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> na organização <strong>de</strong> negócios.<br />

Segun<strong>do</strong> NONAKA & TAKEUCHI (1997, p. 79), para se tornar<br />

uma “empresa que gera <strong>conhecimento</strong>” (knowledge creating company) a organização<br />

<strong>de</strong>ve completar uma “espiral <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>”, espiral esta que vai <strong>de</strong><br />

tácito para tácito, <strong>de</strong> explícito a explícito, <strong>de</strong> tácito a explícito, e finalmente,<br />

<strong>de</strong> explícito a tácito. Logo, o <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>ve ser articula<strong>do</strong> e então<br />

internaliza<strong>do</strong> para tornar-se parte da base <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> cada pessoa.<br />

A espiral começa novamente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> completada, porém em patamares<br />

cada vez mais eleva<strong>do</strong>s, amplian<strong>do</strong> assim a aplicação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

em outras áreas da organização.<br />

Espiral <strong>do</strong> Conhecimento<br />

QUADRO 02 - Extraí<strong>do</strong> <strong>de</strong> NONAKA, I. & TAKEUCHI, H., (1997, p. 80)<br />

.<br />

31


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Socialização é o compartilhamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> tácito, por<br />

meio da observação, imitação ou prática (tácito para tácito). Articulação /<br />

externalização é a conversão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> tácito em explícito e sua<br />

comunicação ao grupo ( tácito para explícito). Combinação – padronização<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, é juntá-lo em um manual ou guia <strong>de</strong> trabalho e<br />

incorporá-lo a um produto (explícito para explícito) Internalização é quan<strong>do</strong><br />

novos <strong>conhecimento</strong>s explícitos são compartilha<strong>do</strong>s na organização e outras<br />

pessoas começam a internalizá-los e utilizam para aumentar, esten<strong>de</strong>r e<br />

reenquadrar seu próprio <strong>conhecimento</strong> tácito (explícito para tácito).<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento é portanto, o processo sistemático <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação, criação, renovação e aplicação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s que são<br />

estratégicos na vida <strong>de</strong> uma organização. É a administração <strong>do</strong>s ativos <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> das organizações. Permite à organização saber o que ela sabe.<br />

A <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> leva as organizações a mensurar com<br />

mais segurança a sua eficiência, tomar <strong>de</strong>cisões acertadas com relação a<br />

melhor estratégia a ser a<strong>do</strong>tada em relação aos seus clientes, concorrentes,<br />

canais <strong>de</strong> distribuição e ciclos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> produtos e serviços, saber i<strong>de</strong>ntificar<br />

as fontes <strong>de</strong> informações, saber administrar da<strong>do</strong>s e informações, saber<br />

gerenciar seus <strong>conhecimento</strong>s. Trata-se da prática <strong>de</strong> agregar valor à informação<br />

e <strong>de</strong> distribui-la.<br />

Há alguns <strong>de</strong>safios a vencer na Gestão <strong>do</strong> Conhecimento: influenciar<br />

o comportamento <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o maior <strong>de</strong>les; fazer<br />

com que as li<strong>de</strong>ranças da organização comprem a idéia ; e, por fim, <strong>de</strong>terminar<br />

como classificar o <strong>conhecimento</strong>.<br />

Para <strong>de</strong>senvolver os sistemas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> é necessário ter<br />

foco externo (benchmarking da concorrência), tecnologias facilita<strong>do</strong>ras<br />

(groupware), <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> performance (mensuração, recomendação, recompensas<br />

para equipes, obrigações contratuais) e <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> pessoas (equipes virtuais,<br />

comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, busca <strong>do</strong> perfil<br />

<strong>do</strong> dissemina<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>).<br />

Há quatro décadas atrás, DRUCKER (1999) já alertava para o<br />

fato <strong>de</strong> que o trabalho se tornava cada vez mais basea<strong>do</strong> no <strong>conhecimento</strong>.<br />

“Somente a organização po<strong>de</strong> oferecer a continuida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> que os trabalha<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> precisam para serem eficazes. Apenas a orga-<br />

32


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

nização po<strong>de</strong> transformar o <strong>conhecimento</strong> especializa<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> em <strong>de</strong>sempenho” ( p. 40). Apesar disso, avançou-se muito<br />

pouco sobre como se <strong>de</strong>veria gerenciar os knowledge workers.<br />

No Brasil, para se transformar as empresas em “empresas que<br />

apren<strong>de</strong>m” serão necessárias profundas revisões nos valores das li<strong>de</strong>ranças<br />

empresariais nacionais. Esse é o primeiro passo, e talvez o mais importante.<br />

Os knowledge workers , segun<strong>do</strong> TERRA (2000, p. 203), têm algumas<br />

questões e <strong>de</strong>safios a vencer:<br />

a) como mapear o <strong>conhecimento</strong> (competências individuais) existentes<br />

nas empresas?<br />

b) on<strong>de</strong> se encontram as expertises e habilida<strong>de</strong>s centrais da empresa<br />

relacionadas às core competences?<br />

c) como facilitar e estimular a explicitação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> tácito<br />

<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res?<br />

d) como atrair, selecionar e reter pessoas com as requeridas competências,<br />

habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s?<br />

e) como manter o equilíbrio entre o trabalho em equipe e o trabalho<br />

individual e entre o trabalho multidisciplinar e a requerida<br />

especialização individual?<br />

f) como utilizar os investimentos em informática e em tecnologia<br />

<strong>de</strong> comunicação para aumentar o <strong>conhecimento</strong> da empresa e<br />

não apenas acelerar o fluxo <strong>de</strong> informações?<br />

g) quais sistemas, políticas e processos <strong>de</strong>vem ser implementa<strong>do</strong>s<br />

para moldar comportamentos relaciona<strong>do</strong>s ao estímulo à<br />

criativida<strong>de</strong> e ao aprendiza<strong>do</strong>?<br />

h) como incentivar e premiar o knowledge sharing (compartilhamento<br />

<strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>) e <strong>de</strong>sencorajar o knowledge holding (que as pessoas<br />

guar<strong>de</strong>m o <strong>conhecimento</strong> para si próprias)?<br />

33


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

34<br />

i) como tornar a empresa aberta ao <strong>conhecimento</strong> externo? Como<br />

ampliar e capturar o fluxo <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, insights e idéias provenientes<br />

<strong>de</strong> clientes, parceiros, fornece<strong>do</strong>res e da comunida<strong>de</strong><br />

em geral?<br />

Além disso, um <strong>do</strong>s principais problemas na <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

é a tendência das pessoas <strong>de</strong> reter seus <strong>conhecimento</strong>s. Mesmo as<br />

que não o fazem intencionalmente po<strong>de</strong>m simplesmente não estar motivadas<br />

a mostrar o que sabem.<br />

Para que a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> produza efeitos práticos nas<br />

empresas, <strong>de</strong>ve estar plenamente ancorada pelas <strong>de</strong>cisões e compromissos<br />

da alta administração a respeito das iniciativas necessárias em termos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento estratégico e organizacional, investimento em infra-estrutura<br />

tecnológica e cultura organizacional, que celebre o trabalho em conjunto<br />

e o compartilhamento.<br />

A <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, ainda segun<strong>do</strong> TERRA (2000), tem<br />

um “caráter universal”, ou seja, aplica-se a empresas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os portes e<br />

nacionalida<strong>de</strong>s e a sua efetivida<strong>de</strong> requer a criação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los<br />

organizacionais (estruturas, processos, sistemas gerenciais), novas posições<br />

quanto ao papel da capacida<strong>de</strong> intelectual <strong>de</strong> cada funcionário e uma efetiva<br />

li<strong>de</strong>rança, disposta a enfrentar, ativamente, as barreiras existentes ao processo<br />

<strong>de</strong> transformação.<br />

3.2. O processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

A <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> é um processo corporativo, foca<strong>do</strong> na<br />

estratégia empresarial e que envolve a <strong>gestão</strong> das competências, a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

capital intelectual, a aprendizagem organizacional, a inteligência empresarial<br />

e a educação corporativa.<br />

3.2.1 Gestão das Competências.<br />

Competência engloba o <strong>conhecimento</strong> real, a habilida<strong>de</strong>, a expe-


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

riência, os julgamentos <strong>de</strong> valor e re<strong>de</strong>s sociais. É o elo entre <strong>conhecimento</strong><br />

e estratégia. Não po<strong>de</strong> ser copiada com exatidão, é transferida pela prática.<br />

Competência, ainda, é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar resulta<strong>do</strong>s observáveis,<br />

necessários ao alcance <strong>do</strong>s objetivos (<strong>de</strong> negócios e culturais) <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s no<br />

posicionamento estratégico da empresa e no propósito <strong>de</strong> manutenção e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia essencial. É um conceito pelo qual se<br />

<strong>de</strong>fine quais são as atitu<strong>de</strong>s, as habilida<strong>de</strong>s e os <strong>conhecimento</strong>s necessários<br />

para alcançar resulta<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s, o conjunto <strong>de</strong> qualificações que a<br />

pessoa tem para executar um trabalho com um nível superior <strong>de</strong> performance.<br />

Está associada às realizações das pessoas, àquilo que elas produzem<br />

e/ou entregam. Assim consi<strong>de</strong>rada, a competência não é um esta<strong>do</strong> ou<br />

um <strong>conhecimento</strong> que se tem e nem é resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> treinamento. Competência<br />

é, na verda<strong>de</strong>, colocar em prática o que se sabe em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

contexto. Há competência apenas quan<strong>do</strong> há competência em ação.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista empresarial, é a prática que interessa: é o <strong>conhecimento</strong><br />

aplica<strong>do</strong> que gera capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir resulta<strong>do</strong>s, ou seja,<br />

competência.<br />

A Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos está passan<strong>do</strong> por um amplo processo<br />

<strong>de</strong> transformação. Sistemas tradicionalmente utiliza<strong>do</strong>s como referencial<br />

- centra<strong>do</strong>s em cargos - vêm mostran<strong>do</strong> sua fragilida<strong>de</strong> em articular<br />

sistemicamente as várias ações da <strong>gestão</strong> da organização, e por conseguinte<br />

comprometem o re<strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong> seu valor. A abordagem <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong><br />

pessoas que tem no seu núcleo o conceito <strong>de</strong> competência, apresenta imensas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> articular as relações entre as diferentes ações <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong><br />

RH, como por exemplo, a conjugação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, <strong>de</strong>senvolvimento e<br />

potencial, aumentan<strong>do</strong> em conseqüência a sinergia <strong>do</strong> sistema.<br />

3.2.2 Gestão <strong>do</strong> Capital Intelectual.<br />

Capital Intelectual é a soma <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s em uma<br />

organização, o que lhe proporciona vantagens competitivas; é a capacida<strong>de</strong><br />

mental coletiva, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar continuamente e proporcionar valor<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> superior. Cria<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> intercâmbio entre:<br />

35


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

36<br />

a) capital humano - capacida<strong>de</strong> organizacional que uma empresa<br />

possui <strong>de</strong> suprir as exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Está nas habilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s funcionários, em seus <strong>conhecimento</strong>s tácitos e nos obti<strong>do</strong>s<br />

nas suas informações profissionais, na busca permanente <strong>de</strong> atualização<br />

<strong>de</strong> saber, nas informações alcançáveis, nas informações<br />

<strong>do</strong>cumentadas sobre clientes, concorrentes, parceiros e fornece<strong>do</strong>res.<br />

Essencialmente diz respeito às pessoas, seu intelecto, seus<br />

<strong>conhecimento</strong>s e experiências;<br />

b) capital estrutural - soma das patentes, processos, manuais, marcas,<br />

conceitos, sistemas administrativos, bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

disponibiliza<strong>do</strong>s, tecnologia, estruturas organizacionais;<br />

c) capital <strong>de</strong> clientes - é o valor <strong>do</strong>s relacionamentos <strong>de</strong> uma empresa<br />

com as pessoas com as quais faz negócios.<br />

Segun<strong>do</strong> publicação da SKANDIA INSURANCE (1998), envolve<br />

também:<br />

a) capital organizacional - competência sistematizada e em pacotes,<br />

além <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> alavancagem <strong>do</strong>s pontos fortes inova<strong>do</strong>res<br />

da empresa e <strong>do</strong> capital organizacional <strong>de</strong> criar valor;<br />

b) capital <strong>de</strong> inovação - força <strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> uma empresa, expressa<br />

como proprieda<strong>de</strong> intelectual, que é protegida por direitos<br />

comerciais, e outros ativos e valores intangíveis, como <strong>conhecimento</strong>s,<br />

receita e segre<strong>do</strong>s <strong>de</strong> negócios; e<br />

c) capital <strong>de</strong> processo - processos combina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> valor<br />

e <strong>de</strong> não-criação <strong>de</strong> valor.<br />

Segun<strong>do</strong> TAPSCOTT (2000, p. 37), o Capital Intelectual se encontra<br />

em três formas e em três lugares distintos:<br />

a) na forma <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>ntro da cabeça <strong>de</strong> cada pessoa.<br />

b) na forma <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> adicional que é gera<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> as pessoas<br />

se relacionam e compartilham o seu <strong>conhecimento</strong>.<br />

c) na forma <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> armazena<strong>do</strong> em livros, revistas, jornais,<br />

fotografias, <strong>de</strong>senhos, fitas, discos, CD, CD – Rom, Bases<br />

<strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s, etc.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Consi<strong>de</strong>ra ainda a introdução <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> capital digital – o<br />

capital intelectual digitaliza<strong>do</strong> – conseqüência <strong>do</strong> uso da Internet que permite<br />

que as pessoas se contatem, se relacionem e compartilhem seu <strong>conhecimento</strong><br />

(capital intelectual individual) in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da distância e<br />

armazenem e disponibilizem na Internet boa parte <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong><br />

que dispõem. Esses fatos fizeram com que o <strong>conhecimento</strong> que as pessoas<br />

produzem e a que têm acesso, uma vez digitaliza<strong>do</strong> e disponibiliza<strong>do</strong> na<br />

Internet, aumente exponencialmente, produza uma explosão <strong>de</strong> novas idéias,<br />

fundamentan<strong>do</strong> uma nova forma <strong>de</strong> gerar riqueza.<br />

Muitas organizações já estão utilizan<strong>do</strong> tecnologias facilita<strong>do</strong>ras<br />

para a aprendizagem coletiva e o compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, como<br />

por exemplo a Intranet, como suporte tecnológico a aprendizagem<br />

organizacional.<br />

3.2.3 Aprendizagem Organizacional<br />

O tema central da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento é aproveitar os recursos<br />

que já existem na organização para que as pessoas procurem, encontrem<br />

e empreguem as melhores práticas em vez <strong>de</strong> tentar criar algo que já<br />

havia si<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>. Cuida <strong>de</strong> agregar valor às informações, filtran<strong>do</strong>, resumin<strong>do</strong><br />

e sintetizan<strong>do</strong> as informações e, <strong>de</strong>ssa forma, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> um<br />

perfil <strong>de</strong> utilização pessoal que ajuda a chegar ao tipo <strong>de</strong> informação necessário<br />

para passar à ação.<br />

Através da aprendizagem contínua, a organização exercita a sua competência<br />

e inteligência coletiva para respon<strong>de</strong>r ao seu ambiente interno (objetivos,<br />

metas, resulta<strong>do</strong>s) e externo (estratégia). Nas “organizações que apren<strong>de</strong>m<br />

as pessoas expan<strong>de</strong>m continuamente sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar resulta<strong>do</strong>s que elas<br />

realmente <strong>de</strong>sejam, on<strong>de</strong> maneiras novas e expansivas <strong>de</strong> pensar são encorajadas,<br />

on<strong>de</strong> a aspiração coletiva é livre, e on<strong>de</strong> as pessoas estão constantemente<br />

apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a apren<strong>de</strong>r coletivamente” (SENGE, 1999, p. 21).<br />

A organização que apren<strong>de</strong> possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, continuamente,<br />

criar o futuro que realmente <strong>de</strong>seja. Para isto, reflete sobre o <strong>de</strong>sempenho<br />

atual e os fatores que o geram, pensa sobre os diversos futuros possíveis<br />

e qual entre eles é o <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, e planeja e implementa as ações para se mover<br />

da situação atual para a <strong>de</strong>sejada.<br />

37


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

De forma customizada e flexível, me<strong>de</strong> seus resulta<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong><br />

um conjunto consistente <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res e medi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> aprendizagem<br />

organizacional. A medida que se olham os fatores <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e se<br />

reflete sobre os seus resulta<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>-se notar os erros e acertos, e tomar<br />

<strong>de</strong>cisões mais acertadas, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> o processo mais transparente para os envolvi<strong>do</strong>s<br />

com as ações <strong>de</strong> aprendizagem da organização.<br />

Nestas organizações, as habilida<strong>de</strong>s mínimas serão substituídas<br />

por habilida<strong>de</strong>s pessoais e interpessoais. As “organizações que apren<strong>de</strong>m”<br />

ou “organizações baseadas no <strong>conhecimento</strong>” são mais flexíveis, adaptáveis<br />

e mais capazes <strong>de</strong> se reinventarem.<br />

A aprendizagem organizacional é portanto, o processo contínuo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e corrigir erros. Errar significa apren<strong>de</strong>r, envolven<strong>do</strong> a autocrítica,<br />

a avaliação <strong>de</strong> riscos, a tolerância ao fracasso e a correção <strong>de</strong> rumo, até<br />

alcançar os objetivos. É a capacida<strong>de</strong> das organizações em criar, adquirir e<br />

transferir <strong>conhecimento</strong>s e em modificar seus comportamentos para refletir<br />

estes novos <strong>conhecimento</strong>s e insights, conforme SENGE (1999). Isso<br />

implementa um mecanismo pelo qual os trabalha<strong>do</strong>res contribuem para o<br />

<strong>de</strong>sempenho da empresa por meio da aplicação <strong>do</strong>s seus <strong>conhecimento</strong>s e<br />

habilida<strong>de</strong>s em resolver problemas e <strong>de</strong> inovar constantemente. Cria-se a<br />

organização que apren<strong>de</strong> e que gera <strong>conhecimento</strong>.<br />

No entanto, nenhuma mudança organizacional significativa po<strong>de</strong><br />

ser realizada sem que se efetuem profundas mudanças nas formas <strong>de</strong> pensar<br />

e interagir das pessoas. A base <strong>de</strong> idéias que sustenta as “organizações que<br />

apren<strong>de</strong>m” estabelece o pensamento sistêmico, os mo<strong>de</strong>los mentais, o <strong>do</strong>mínio<br />

pessoal, a visão compartilhada, a aprendizagem em grupo e o diálogo<br />

como elementos inevitáveis <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento, cada um proporcionan<strong>do</strong><br />

uma dimensão vital na construção <strong>de</strong> organizações realmente capazes<br />

<strong>de</strong> “apren<strong>de</strong>r”, <strong>de</strong> ampliar continuamente sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<br />

suas mais altas aspirações.<br />

Pensamento sistêmico é o pensamento volta<strong>do</strong> para o to<strong>do</strong>, on<strong>de</strong><br />

nenhuma ação é empreendida sem se consi<strong>de</strong>rar seu impacto em outras<br />

áreas da organização e da socieda<strong>de</strong>. É o quadro <strong>de</strong> referência conceitual, o<br />

conjunto <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s e ferramentas <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para esclarecer os<br />

padrões como um to<strong>do</strong> e ajudar a ver como modificá-los efetivamente.<br />

38


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Domínio pessoal é a disciplina <strong>de</strong>, continuamente, esclarecer e<br />

aprofundar a visão pessoal, <strong>de</strong> concentrar as energias, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver paciência<br />

e <strong>de</strong> ver a realida<strong>de</strong> objetivamente. É a participação por escolha própria<br />

<strong>de</strong> compartilhamento livre <strong>de</strong> informações e <strong>conhecimento</strong>s, pedra <strong>de</strong><br />

toque essencial para a organização que apren<strong>de</strong> – seu alicerce espiritual.<br />

Mo<strong>de</strong>los mentais são pressupostos profundamente arraiga<strong>do</strong>s,<br />

generalizações ou mesmo imagens que influenciam nossa forma <strong>de</strong> ver o<br />

mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong> agir. São as imagens internas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong>m ser simples<br />

generalizações ou teorias complexas. São ativos, pois mo<strong>de</strong>lam o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

agir e influenciam o que se vê.<br />

Visão compartilhada (objetivo comum) é o interesse das pessoas em<br />

compartilhar <strong>conhecimento</strong>, envolvidas para um visão comum. Po<strong>de</strong> ser inspira<strong>do</strong><br />

por uma idéia, mas assim que ganha impulso, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser uma abstração,<br />

transforman<strong>do</strong>-se em algo concreto. É a resposta a pergunta: “O que queremos<br />

criar?” Proporciona o foco e a energia para o aprendiza<strong>do</strong>. Envolve as habilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir “imagens <strong>de</strong> futuro” compartilhadas que estimulem o compromisso<br />

genérico e o envolvimento em lugar da mera aceitação.<br />

Aprendizagem em grupo (ou em equipe) é o processo <strong>de</strong> alinhamento<br />

(grupo <strong>de</strong> pessoas atuan<strong>do</strong> como um to<strong>do</strong>) e <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um grupo criar os resulta<strong>do</strong>s que seus membros realmente<br />

<strong>de</strong>sejam. Começa pelo “diálogo”, capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s membros <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong><br />

la<strong>do</strong> as idéias preconcebidas e participarem <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro “pensar em<br />

conjunto”.<br />

Os principais resulta<strong>do</strong>s advin<strong>do</strong>s da a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> práticas voltadas<br />

para a aprendizagem organizacional são:<br />

a) um incremento da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planejamento operacional e estratégico;<br />

b) agilização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões;<br />

c) maior eficiência na previsão <strong>de</strong> mudanças e nas ações evitan<strong>do</strong>-se<br />

surpresas;<br />

d) encorajamento <strong>de</strong> inovações e incremento na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos;<br />

39


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

40<br />

e) eliminação da obtenção e processamento da mesma informação<br />

em duplicida<strong>de</strong>;<br />

f) incremento <strong>do</strong> compartilhamento da informação entre toda a<br />

organização;<br />

g) aprendiza<strong>do</strong> abrangen<strong>do</strong> toda a organização, inclusive a administração;<br />

e<br />

h) aumento da competitivida<strong>de</strong> e melhoria <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.<br />

Aprendizagem é, então, o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um processo que começa<br />

com a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s. Esses da<strong>do</strong>s são organiza<strong>do</strong>s e transforma<strong>do</strong>s em<br />

informação que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisada e contextualizada, se transforma em<br />

<strong>conhecimento</strong> – ou inteligência. Essa, por sua vez, quan<strong>do</strong> aplicada a processos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão gera vantagem competitiva para a organização.<br />

Assumiu-se conceituar inteligência como sabe<strong>do</strong>ria, segun<strong>do</strong> a<br />

hierarquia <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> – da<strong>do</strong>s, informação, <strong>conhecimento</strong> explícito,<br />

<strong>conhecimento</strong> tácito, sabe<strong>do</strong>ria – inteligência.<br />

Cumpre <strong>de</strong>stacar que o processo <strong>de</strong> aprendizagem organizacional<br />

não se restringe a um mero sistema <strong>de</strong> informações, ou um data warehouse,<br />

uma intranet, uma ativida<strong>de</strong> ou função, um serviço <strong>de</strong> informações, um<br />

merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesquisa para fins específicos ou uma ferramenta <strong>de</strong> análise,<br />

porém, segun<strong>do</strong> TYSON(1997), a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> uma ferramenta que viabilize,<br />

<strong>de</strong> forma sistematizada, a coleta, análise e disseminação (ou<br />

compartilhamento) <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> torna-se fundamental para que os<br />

usuários possam tomar ações a partir <strong>de</strong>le. Deve contemplar informações<br />

sobre funcionários, concorrentes, clientes, fornece<strong>do</strong>res, terceiros e alianças<br />

estratégicas e incluir eventos econômicos, regula<strong>do</strong>res e políticos que<br />

tenham impacto sobre os negócios da empresa.<br />

3.2.4 Inteligência Empresarial.<br />

Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir Inteligência Empresarial como sen<strong>do</strong> um processo<br />

analítico que transforma informações públicas (McGONAGLE e VELLA,<br />

1990, p. viii) <strong>de</strong>sagregadas em <strong>conhecimento</strong> estratégico relevante, acura<strong>do</strong> e


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

utilizável, sobre concorrentes, sua posição no merca<strong>do</strong>, performance, capacida<strong>de</strong>s<br />

e intenções (TYSON, 1990, p. III-11), ou ainda, como sugere TORRES<br />

(1997) cita<strong>do</strong> por CANONGIA (1998), para o qual a Inteligência Empresarial<br />

é um programa sistemático para coleta e análise <strong>de</strong> informações sobre as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concorrentes e tendências <strong>do</strong>s negócios a fim <strong>de</strong> alcançar os<br />

objetivos da organização, dito <strong>de</strong> outra forma, é uma coleção <strong>de</strong> peças <strong>de</strong><br />

informação que são filtradas, <strong>de</strong>stiladas e analisadas e que constituem o que os<br />

dirigentes realmente necessitam para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Convém neste<br />

momento salientar que para o termo discuti<strong>do</strong> no âmbito <strong>de</strong>ste trabalho,<br />

Inteligência Empresarial, existem outros correlatos, a saber: Inteligência Competitiva<br />

(Brasil); Technology Watch, Competitor Intelligence (Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s);<br />

Veille Technologique, Veille Informative, Veille Stratégique, Intelligence<br />

Economique, Intelligence Concurrencielle (França).<br />

As organizações mo<strong>de</strong>rnas são fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das informações<br />

que utilizam com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas ações estratégicas.<br />

Neste senti<strong>do</strong> po<strong>de</strong>mos dizer que a inteligência empresarial<br />

consiste na criação <strong>de</strong> meios para sistematização <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> coleta,<br />

tratamento e análise <strong>de</strong> informações sobre diferentes aspectos <strong>do</strong> ambiente<br />

externo das organizações tais como: concorrentes, tecnologia, futuros<br />

parceiros ou alia<strong>do</strong>s, fornece<strong>do</strong>res, clientes, órgãos normatiza<strong>do</strong>res, etc.,<br />

ten<strong>do</strong> como objetivo permitir que os toma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na empresa se<br />

antecipem às tendências <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> interesse e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da concorrência, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a <strong>de</strong>tectar e avaliar oportunida<strong>de</strong>s e ameaças<br />

bem como as ações <strong>de</strong>correntes consubstanciadas na estratégia empresarial<br />

anteriormente <strong>de</strong>finidas.<br />

Segun<strong>do</strong> SAPIRO (1993, p. 107 –109), são várias as finalida<strong>de</strong>s da<br />

aplicação prática <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> Inteligência Empresarial, <strong>de</strong>ntre as quais se<br />

<strong>de</strong>stacam, a sua importância na formulação estratégica para as organizações,<br />

e o seu aspecto contributivo ao processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

Em se tratan<strong>do</strong> da formulação estratégica, po<strong>de</strong>-se dizer que a<br />

qualida<strong>de</strong> e pertinência <strong>de</strong>sta é função direta das informações disponíveis,<br />

portanto a utilização <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> conceitos, ferramentas,<br />

meto<strong>do</strong>logias e práticas que permitam o estabelecimento <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong><br />

no seio da dinâmica econômica é fundamental para o <strong>de</strong>sempenho<br />

e a a<strong>de</strong>quada planificação das organizações, uma vez que o ambiente externo<br />

se mostra cada vez mais complexo, com interações <strong>de</strong> distintas nature-<br />

41


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

zas on<strong>de</strong> <strong>de</strong>staca-se o papel exerci<strong>do</strong> pela concorrência, pelos consumi<strong>do</strong>res<br />

além <strong>de</strong> outros fatores macroambientais como mudanças <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>mográfica, socioculturais, políticas, econômicas e tecnológicas. Este aspecto<br />

reflete especialmente a relação da empresa com seu entorno, com seu<br />

ambiente externo.<br />

No que se refere a condição <strong>de</strong> facilita<strong>do</strong>ra no processo <strong>de</strong> tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão empresarial, a Inteligência Empresarial volta-se internamente<br />

à organização, buscan<strong>do</strong> encontrar a melhor maneira <strong>de</strong> fazer com que o<br />

fluxo <strong>de</strong> informação seja o mais transparente, livre <strong>de</strong> interferências que<br />

possam redundar em <strong>de</strong>cisões equivocadas. De acor<strong>do</strong> com FULD (1985),<br />

cinco são os fatores que <strong>de</strong>terminam o sucesso <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> IE: <strong>de</strong>finição<br />

das necessida<strong>de</strong>s informacionais, motivação <strong>do</strong> pessoal, mo<strong>de</strong>lagem das<br />

informações, correto arquivamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e fácil acesso, pela existência<br />

<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> comunicação ativos e eficazes. Po<strong>de</strong>mos dizer que a estrutura<br />

<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> Inteligência Empresarial, favorecen<strong>do</strong> a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

estratégica nas organizações, é constituída por três categorias funcionais<br />

distintas, ou seja, (a) observa<strong>do</strong>res, (b) analistas e (c) <strong>de</strong>cisores<br />

(JAKOBIAK, 1991).<br />

O grupo <strong>de</strong> observa<strong>do</strong>res atua como uma antena, captan<strong>do</strong> “sinais”<br />

das mais diferentes fontes (formais ou informais, estruturadas ou não),<br />

aportan<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> informacional a ser analisa<strong>do</strong>.<br />

A equipe <strong>de</strong> analistas (experts) atua como um elemento<br />

<strong>de</strong>codifica<strong>do</strong>r, transforman<strong>do</strong> a informação em “inteligência”, ao levantar<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> introdução <strong>de</strong> inovações e percepção <strong>de</strong> tendências, ameaças<br />

ou oportunida<strong>de</strong>s. A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas equipes <strong>de</strong> analistas é gerar produtos<br />

<strong>de</strong> informação que permitam o posicionamento, a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

estratégica por parte <strong>do</strong>s <strong>de</strong>cisores frente as oportunida<strong>de</strong>s e ameaças vindas<br />

<strong>do</strong> ambiente externo à organização.<br />

Po<strong>de</strong>mos ainda mencionar o fato <strong>de</strong> que a IE está diretamente<br />

relacionada com a <strong>gestão</strong> da inovação nas organizações, segun<strong>do</strong> LAURI<br />

(1998), o merca<strong>do</strong> é a última e <strong>de</strong>cisiva instância da inovação, pois po<strong>de</strong><br />

aceitar e recusar o que lhe é ofereci<strong>do</strong>, assim como po<strong>de</strong> manifestar necessida<strong>de</strong>s<br />

não atendidas. Vale lembrar que esta manifestação é na maioria das<br />

vezes muito sutil, sen<strong>do</strong> perceptível somente aos «olhos e ouvi<strong>do</strong>s» sensíveis<br />

das meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> Inteligência Empresarial.<br />

42


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A informação, configura-se como um componente essencial a<br />

to<strong>do</strong>s os processos organizacionais. Ela <strong>de</strong>ve ser tanto quanto possível constante,<br />

atualizada, precisa, capaz <strong>de</strong> ser difundida e utilizada por aqueles que<br />

tomam <strong>de</strong>cisões na organização. A qualida<strong>de</strong> da informação influenciará a<br />

qualida<strong>de</strong> da ação que <strong>de</strong>la é fruto. Devi<strong>do</strong> a este fato é mister que se leve<br />

em conta as fontes, os meios com que foram coletadas e também a precisão<br />

da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> tais informações (LAURI,1998).<br />

Quan<strong>do</strong> são colocadas todas estas informações em um único sistema,<br />

responsável pelo seu metabolismo, as mesmas são transformadas em<br />

inteligência, <strong>de</strong>tectan<strong>do</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inovação, ameaças ou oportunida<strong>de</strong>s.<br />

Para seu êxito faz-se necessário que as organizações estruturem<br />

meto<strong>do</strong>logias eficazes <strong>de</strong> monitoramento ambiental, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a gerar produtos<br />

<strong>de</strong> informação que suportem os seus diferentes processos <strong>de</strong> negócio,<br />

sejam eles internos, ou volta<strong>do</strong>s ao ambiente externo. Esta vigilância<br />

ambiental <strong>de</strong>ve ser permanente e atenta ao extremo, sen<strong>do</strong> capaz <strong>de</strong> captar<br />

indícios que permitam à antecipação (atitu<strong>de</strong> pró-ativa) face às ameaças e<br />

oportunida<strong>de</strong>s que o ambiente oferece. É fundamental e vital que as empresas<br />

conheçam o ambiente no qual estão inseridas.<br />

3.2.5 Educação Corporativa.<br />

As organizações enfrentam dificulda<strong>de</strong>s na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua adaptação<br />

à nova realida<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>s<strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong> futuro, a permanência <strong>de</strong><br />

traços da cultura anterior, momentos <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s empresariais, a <strong>de</strong>scrença<br />

em uma visão compartilhada <strong>de</strong> futuro, a falta <strong>de</strong> capacitação para os<br />

novos papéis e a “falta <strong>de</strong> tempo” são alguns <strong>do</strong>s fenômenos que (às vezes<br />

sintomas, às vezes causas) fazem parte das dificulda<strong>de</strong>s percebidas.<br />

Esse novo contexto empresarial re<strong>de</strong>fine o perfil <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<br />

da era <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. Precisa-se <strong>de</strong> profissionais que aprendam <strong>de</strong> forma<br />

não convencional e que saibam trabalhar cooperativamente para gerar soluções<br />

inova<strong>do</strong>ras. É necessária uma nova abordagem na formação, agora<br />

necessariamente continuada, para que as pessoas permaneçam produtivas,<br />

em condições <strong>de</strong> acompanhar as mudanças e otimizan<strong>do</strong> seu tempo. Além<br />

disso, a tecnologia vem permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolver experiências para treinar<br />

mais pessoas com maior economia.<br />

43


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

As empresas começam a perceber a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferir o<br />

foco <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> treinamento e educação <strong>de</strong> eventos em sala <strong>de</strong> aula,<br />

cujo objetivo é <strong>de</strong>senvolver qualificações isoladas, para a criação <strong>de</strong> uma<br />

cultura <strong>de</strong> aprendizagem contínua, em que os emprega<strong>do</strong>s apren<strong>de</strong>m uns<br />

com os outros e compartilham inovações e melhores práticas visan<strong>do</strong> solucionar<br />

problemas organizacionais reais. O foco <strong>do</strong> treinamento vai além <strong>do</strong><br />

emprega<strong>do</strong> isoladamente para o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong><br />

da organização, crian<strong>do</strong> situações que permitam a discussão <strong>de</strong> problemas<br />

comuns e soluções por meio da aprendizagem coletiva.<br />

Os ambientes <strong>de</strong> aprendizagem passam a ser reestrutura<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

forma a tornarem-se proativos, centraliza<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s e estratégicos e<br />

o resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> é o “apren<strong>de</strong>r fazen<strong>do</strong>”, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e dar continuida<strong>de</strong> a esse processo na volta ao trabalho.<br />

Segun<strong>do</strong> MEISTER (1999, p. 23), uma mudança bastante significativa<br />

é que a responsabilida<strong>de</strong> pelo processo <strong>de</strong> aprendizagem sai <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> treinamento para chegar aos gerentes.<br />

A figura a seguir, adaptada <strong>de</strong> MEISTER, ilustra os principais<br />

componentes <strong>de</strong>ssa mudança no senti<strong>do</strong> da aprendizagem baseada no <strong>de</strong>sempenho.<br />

44<br />

Componentes <strong>de</strong> Mudanças da Organização baseada no <strong>de</strong>sempenho


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O mo<strong>de</strong>lo passa a ser basea<strong>do</strong> em competências, vinculan<strong>do</strong> a<br />

aprendizagem às necessida<strong>de</strong>s estratégicas da empresa. Desta forma, a aprendizagem<br />

<strong>de</strong>ve estar disponível sempre que solicitada, em qualquer hora ou<br />

local, <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>senvolver competências básicas <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> negócios, em<br />

um processo contínuo <strong>de</strong> aprendizagem on<strong>de</strong> se apren<strong>de</strong> agin<strong>do</strong> objetivan<strong>do</strong><br />

melhorar o <strong>de</strong>sempenho no trabalho e não só o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualificações.<br />

Outra forma <strong>de</strong> educação surgiu, aproveitan<strong>do</strong> as facilida<strong>de</strong>s proporcionadas<br />

pela melhoria crescente no serviço postal - os cursos por correspondência<br />

- surgin<strong>do</strong> aí a primeira prática <strong>de</strong> ensino à distância – EAD,<br />

que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como qualquer interação entre estudante e instrutor,<br />

on<strong>de</strong> os participantes são separa<strong>do</strong>s pela distância, pelo tempo, ou por ambos.<br />

A aprendizagem torna-se, além <strong>de</strong> continuada, flexível para po<strong>de</strong>r respon<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> momento.<br />

4. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong> SERPRO.<br />

Des<strong>de</strong> 1997, o SERPRO vem implementan<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, internamente mais conheci<strong>do</strong> por GCO e que<br />

<strong>de</strong>rivou <strong>do</strong> próprio Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão da Empresa. Assim, certamente a<br />

instituição po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma das precursoras no Brasil em a<strong>do</strong>tar<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Tal iniciativa partiu <strong>de</strong> uma visão<br />

estratégica <strong>de</strong> que o SERPRO <strong>de</strong>veria evoluir <strong>de</strong> uma “Ëmpresa focada<br />

na Informação” para uma “Empresa focada no Conhecimento”.<br />

Os capítulos seguintes resultam <strong>de</strong> um esforço para enten<strong>de</strong>r e<br />

esten<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> GCO <strong>do</strong> SERPRO. O capítulo II propõe estratégias<br />

<strong>de</strong> integração das práticas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong><br />

<strong>do</strong> SERPRO. O capítulo III procura fundamentar a hipótese <strong>de</strong> que a educação<br />

corporativa é necessária para a realização da estratégia empresarial <strong>do</strong><br />

SERPRO. O capítulo IV propõe diretrizes para a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> pessoas no<br />

SERPRO, norteadas pela <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. O capítulo V propõe<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração em soluções <strong>de</strong> tecnologia da informação com<br />

base no conceito <strong>de</strong> capital intelectual. O capítulo VI propõe um mo<strong>de</strong>lo,<br />

para o SERPRO, <strong>de</strong> compartilhamento das melhores práticas <strong>de</strong> relaciona-<br />

45


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mento com os clientes.O capítulo VII, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que é possível disseminar<br />

informações <strong>de</strong> maneira eficaz, propõe uma meto<strong>do</strong>logia para a<br />

implantação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva da informação no<br />

SERPRO.<br />

O capítulo VIII retoma a temática da importância da educação<br />

corporativa, só que no âmbito <strong>de</strong> outro órgão <strong>de</strong> governo: a Escola Superior<br />

<strong>de</strong> Administração Fazendária (ESAF). Este último capítulo discute, então,<br />

a educação corporativa como diferencial competitivo para a ESAF.<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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48


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO II<br />

ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO DAS PRÁTICAS DE GESTÃO DO<br />

CONHECIMENTO AO MODELO DE GESTÃO DO SERPRO<br />

1. Introdução.<br />

Cláudio Cyrne <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong><br />

Laurentina Terezinha <strong>de</strong> Jesus Silva<br />

Marcia <strong>de</strong> Sá De Luca<br />

Suzane G. <strong>de</strong> Faria<br />

Tiago Coelho<br />

Quan<strong>do</strong> o SERPRO <strong>de</strong>cidiu executar um Processo <strong>de</strong> Transformação,<br />

tinha a clara noção que precisava se adaptar e acompanhar todas<br />

as mudanças ocorridas no mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>. Embora tenha<br />

implementa<strong>do</strong> diversas medidas que visavam conduzi-lo à sua ambientação<br />

e a<strong>de</strong>quação a essa assusta<strong>do</strong>ra e estimulante realida<strong>de</strong>, ainda assim faltava<br />

algo que não havia si<strong>do</strong> contempla<strong>do</strong> no Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong>corrente <strong>do</strong><br />

Processo <strong>de</strong> Transformação: a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong>s saberes da organização, a <strong>gestão</strong><br />

da sua inteligência e <strong>do</strong> seu capital intelectual, <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, <strong>do</strong> seu<br />

capital intangível.<br />

A partir daí implantaram-se ações para conduzir a organização nesse<br />

senti<strong>do</strong>: foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> um processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Aprendizagem<br />

Organizacional, sob coor<strong>de</strong>nação da Unida<strong>de</strong> Corporativa, apoia<strong>do</strong> por<br />

um Comitê <strong>de</strong> Representantes das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão; foi estruturada uma<br />

política e foram i<strong>de</strong>ntificadas práticas necessárias para a implantação da Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Decorri<strong>do</strong>s quase 3 anos da implantação <strong>do</strong> Processo, cabia analisar<br />

se o que havia si<strong>do</strong> previsto estava coerente com o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão<br />

implanta<strong>do</strong> e mais, se as práticas contempladas na Política estavam <strong>de</strong>vida-<br />

49


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mente implantadas em toda a Empresa. Por último, um processo <strong>de</strong> mudança<br />

entre a situação <strong>de</strong>sejada e a situação encontrada se torna imprescindível<br />

para o sucesso <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o presente trabalho contempla referenciais teóricos<br />

sobre Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão, Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Gestão <strong>de</strong> Mudança,<br />

além <strong>de</strong> propor uma estratégia para Integração das Práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento; as lacunas existentes; os movimentos <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong><br />

administração coerentes com a organização, com os seus componentes estratégicos,<br />

seu ativo intangível e seus processos organizacionais.<br />

2. Conceitos: um referencial teórico.<br />

2.1. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>.<br />

Diante <strong>de</strong> um cenário complexo, em que as mudanças são constantes<br />

e evolutivas, torna-se crucial repensar as práticas e os processos; neste<br />

mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> mudanças aceleradas, as organizações e as pessoas vêm sen<strong>do</strong> afetadas<br />

<strong>de</strong> forma diferenciada, mas os efeitos gera<strong>do</strong>s pelo próprio sistema, são<br />

<strong>de</strong>sestrutura<strong>do</strong>res para to<strong>do</strong>s. Todas os mo<strong>de</strong>los orienta<strong>do</strong>res tornaram-se,<br />

então, obsoletos não permitin<strong>do</strong> sua sobrevivência.<br />

Oportuno se faz, então, repensar os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> e avaliar a<br />

sua aplicabilida<strong>de</strong> no contexto ambiental das organizações.<br />

De acor<strong>do</strong> com D’AJUZ 1 , para atuar pronta e assertivamente neste<br />

mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> transformações, cabe a questão: como saber se a <strong>gestão</strong> da empresa<br />

está no rumo certo em relação aos objetivos traça<strong>do</strong>s? A análise <strong>de</strong> três<br />

aspectos po<strong>de</strong> auxiliar nesta reflexão:<br />

50<br />

a) Estratégia Empresarial: é a explicitação <strong>do</strong> negócio, sua missão,<br />

visão <strong>de</strong> futuro e estratégias, por meio <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong> pensamento<br />

estratégico, <strong>do</strong> profun<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong> macroambiente e<br />

<strong>do</strong> negócio e <strong>do</strong> seu papel na comunida<strong>de</strong>.<br />

1 D’AJUZ, Maria Cristina Lima – Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão: Diferencial <strong>de</strong> Competitivida<strong>de</strong> ou uma Gran<strong>de</strong> Incógnita – URL:<br />

www.perspectivas.com.br/art71.HTM


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

b) Base <strong>de</strong> Sustentação: é o estabelecimento <strong>do</strong>s valores<br />

organizacionais ou cre<strong>do</strong>s, crenças, princípios, filosofia gerencial.<br />

É este elemento que influencia sobremaneira o comportamento<br />

organizacional.<br />

c) Processo <strong>de</strong> Gestão: é como gerenciar os recursos da organização<br />

para alcançar os objetivos; envolve planejamento, execução,<br />

controle e ações corretivas; direciona as pessoas e os<br />

recursos para agregar valor aos produtos e serviços e para obter<br />

resulta<strong>do</strong>s. Envolve a análise <strong>de</strong> alguns pontos importantes:<br />

interações externas (clientes, concorrência, acionistas, fornece<strong>do</strong>res,<br />

governos, comunida<strong>de</strong> e outras entida<strong>de</strong>s externas);<br />

interações internas (relação instituição – indivíduo); dinâmica<br />

organizacional (posturas e estilos <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>), re<strong>de</strong>senho <strong>do</strong>s<br />

processos vitais <strong>de</strong> trabalho, mecanismos <strong>de</strong> interação para<br />

maximização <strong>de</strong> sinergias e integração das áreas, constante a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senho estrutural; performance <strong>do</strong> negócio<br />

(monitoramento <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho empresarial e o compromisso<br />

com o resulta<strong>do</strong>); competências essenciais (foco no negócio,<br />

aproveitamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> das pessoas, exercício<br />

<strong>de</strong> competências duráveis e aprendiza<strong>do</strong> com ações empresariais<br />

e comunitárias); e informação (cuja <strong>gestão</strong> pressupõe o<br />

aprimoramento <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> suporte à <strong>de</strong>cisão<br />

e daqueles volta<strong>do</strong>s ao merca<strong>do</strong>, aos negócios e ao suporte<br />

operacional).<br />

Cabe ainda ressaltar que nenhuma empresa será lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

se tentar ser tu<strong>do</strong> para to<strong>do</strong>s. Em vez disso, a organização precisa<br />

estar alinhada às estratégias <strong>do</strong> negócio e encontrar o valor único que<br />

somente ela po<strong>de</strong> entregar (ou agregar) a um merca<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong>. Daí ser<br />

preciso consi<strong>de</strong>rar três conceitos essenciais para o alinhamento às estratégias<br />

<strong>de</strong> negócio:<br />

a) Proposição <strong>de</strong> Valor – é a promessa implícita que uma empresa<br />

faz aos clientes <strong>de</strong> entregar uma <strong>de</strong>terminada combinação <strong>de</strong> valores<br />

– preço, qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sempenho, seleção, conveniência e<br />

assim por diante;<br />

51


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

52<br />

b) Mo<strong>de</strong>lo operacional movi<strong>do</strong> a valor – é a combinação <strong>de</strong> processos<br />

operacionais, sistemas gerenciais, estrutura empresarial e cultura<br />

que dá a uma empresa a capacida<strong>de</strong> para cumprir sua proposição<br />

<strong>de</strong> valor;<br />

c) Disciplinas <strong>de</strong> Valor - refere-se às maneiras <strong>de</strong>sejáveis pelas quais<br />

as empresas po<strong>de</strong>m combinar mo<strong>de</strong>los operacionais e proposições<br />

<strong>de</strong> valor para serem as melhores em seus merca<strong>do</strong>s. Po<strong>de</strong>m<br />

ser i<strong>de</strong>ntificadas em função <strong>do</strong> valor que agrega ao cliente: excelência<br />

operacional (preço baixo e atendimento sem críticas); li<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong> produto (melhor produto) e intimida<strong>de</strong> com o cliente<br />

(focaliza aquilo que os clientes específicos <strong>de</strong>sejam;<br />

cultiva relacionamentos e se especializa em satisfazer necessida<strong>de</strong>s<br />

únicas).<br />

A seleção <strong>de</strong> uma disciplina <strong>de</strong> valor é um ato central, que dá<br />

forma a to<strong>do</strong>s os planos e <strong>de</strong>cisões subseqüentes que a empresa toma,<br />

colorin<strong>do</strong> toda a organização, das suas competências à sua cultura. A escolha<br />

<strong>de</strong> uma disciplina <strong>de</strong> valor <strong>de</strong>fine o que uma empresa faz e, portanto,<br />

o que ela é.<br />

2.2. Gestão <strong>de</strong> mudanças.<br />

Em 1789, Benjamim Franklin escreveu a um amigo: “ Mas neste<br />

mun<strong>do</strong> nada é certo, a não ser a morte e os impostos”. Ele se esqueceu <strong>de</strong><br />

mencionar uma terceira certeza: as mudanças. As mudanças têm si<strong>do</strong>, são e<br />

continuarão a ser uma constante <strong>de</strong> nossas vidas; aparecem não só como<br />

inevitável, mas necessárias à sobrevivência. Alcançam as instituições e as<br />

pessoas to<strong>do</strong>s os dias, <strong>de</strong> forma tão gradual e imperceptível, quanto global e<br />

estron<strong>do</strong>sa.<br />

As mudanças tornaram ainda mais aguça<strong>do</strong> o foco sobre clientes e<br />

funcionários. Com menor margem <strong>de</strong> erros e margens <strong>de</strong> lucro mais reduzidas,<br />

as empresas precisam colocar as pessoas certas em posições-chave para<br />

conseguir maior produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipes e cada vez um melhor atendimento<br />

às expectativas <strong>do</strong>s clientes.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

De acor<strong>do</strong> com HENN 2 , o processo <strong>de</strong> transformação é um<br />

conjunto <strong>de</strong> esforços estrutura<strong>do</strong>s, numa seqüência lógica, que objetiva levar<br />

uma organização <strong>de</strong> um estágio a outro <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> como po<strong>de</strong> evoluir em função <strong>de</strong> novas tecnologias ou<br />

<strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s; da criação <strong>de</strong> uma visão compartilhada com a<br />

tecnologia/<strong>conhecimento</strong>s implanta<strong>do</strong>s e a transformação realizada; <strong>do</strong> estabelecimento<br />

<strong>de</strong> estratégias para <strong>de</strong>finir como os objetivos <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s serão<br />

alcança<strong>do</strong>s; da elaboração <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s para realizar a reeducação das pessoas<br />

e lidar com as resistências naturais.<br />

Em um ambiente <strong>de</strong> mudanças contínuas é fundamental que as<br />

organizações <strong>de</strong>senvolvam competência para realizar processos <strong>de</strong> transformação.<br />

E, para realizar uma transformação <strong>de</strong> sucesso, é fundamental perceber<br />

e atuar na dinâmica organizacional – ciclo <strong>de</strong> reforço no qual mo<strong>de</strong>los<br />

mentais moldam estruturas, que <strong>de</strong>finem padrões <strong>de</strong> comportamento, que<br />

por sua vez <strong>de</strong>terminam os resulta<strong>do</strong>s que são obti<strong>do</strong>s reforçan<strong>do</strong> os mo<strong>de</strong>los<br />

mentais. Esta percepção fará que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r econômico,<br />

as organizações flexíveis e adaptáveis superem outras, mais rígidas e difíceis<br />

<strong>de</strong> mudar.<br />

Segun<strong>do</strong> MOTTA 3 , as organizações po<strong>de</strong>m implementar processos<br />

<strong>de</strong> transformação basea<strong>do</strong>s em táticas radicais ou incrementais. No radicalismo<br />

– ou reinvenção – parte-se da intenção estratégica, trabalhan<strong>do</strong>-se a<br />

reação adaptativa, o que significa ver a mudança como uma resposta planejada<br />

a problemas organizacionais, para se chegar a um aprendiza<strong>do</strong> contínuo.<br />

Já o incrementalismo busca a realização progressiva <strong>de</strong> pequenas<br />

modificações em partes da organização e em suas relações externas; nele, não<br />

se rompe bruscamente com as formas pelas quais a organização se adapta e<br />

transaciona com seu ambiente; vê-se a mudança como evolucionária e progressiva.<br />

A mudança é, em gran<strong>de</strong> parte, cumulativa; ela ocorre, mesmo nos<br />

momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s rupturas.<br />

2 HENN, H. F.. Peopleware – Como trabalhar o fator humano nas implementações <strong>de</strong> sistemas integra<strong>do</strong>s (ERP) – São Paulo: Gente, 1999.<br />

3 MOTTA, P. R. Transformação Organizacional: a teoria e a prática <strong>de</strong> inovar. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Qualitymark, 1997.<br />

53


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Processos <strong>de</strong> transformação, antes inerentes à área privada, atingem<br />

também a administração pública; neste segmento, as pressões comunitárias<br />

por mais e melhores serviços provocam revisões nas funções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

e questionam-se tanto as formas <strong>de</strong> ação quanto à legitimida<strong>de</strong> das instituições.<br />

A própria expressão reforma administrativa, cunhada no início <strong>do</strong> século<br />

XIX, trazia a nova racionalida<strong>de</strong> inspirada na indústria privada. Assim, na<br />

busca da qualida<strong>de</strong> e eficiência, as organizações públicas se assemelham às<br />

empresas privadas.<br />

54<br />

Mudanças dificilmente ocorrem se não houver alinhamento das


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

li<strong>de</strong>ranças; este alinhamento <strong>de</strong>corre da construção <strong>de</strong> uma visão compartilhada<br />

<strong>do</strong> futuro que a organização quer criar e uma honesta percepção compartilhada<br />

da situação atual. O quanto uma li<strong>de</strong>rança tira proveito <strong>do</strong>s benefícios<br />

totais que po<strong>de</strong>riam advir <strong>de</strong> uma mudança é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> por três<br />

variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: sua habilida<strong>de</strong> em elaborar méto<strong>do</strong>s eficientes para<br />

conseguir os objetivos e resolver os problemas; sua habilida<strong>de</strong> em i<strong>de</strong>ntificar<br />

e analisar os objetivos <strong>de</strong>ssa mudança e os problemas pertinentes que necessitam<br />

solução; e sua habilida<strong>de</strong> em ganhar a aceitação e o apoio, por parte das<br />

pessoas afetadas pela mudança e envolvidas nela, tanto para seus objetivos<br />

como para o méto<strong>do</strong> a ser emprega<strong>do</strong> em sua efetivação.<br />

O principal problema na instalação <strong>de</strong> qualquer mudança é o <strong>de</strong><br />

como minimizar a oposição <strong>do</strong>s interessa<strong>do</strong>s, qualquer que seja a forma que<br />

ela tome. Essas formas po<strong>de</strong>m variar amplamente, in<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> resistência ativa<br />

e total e passan<strong>do</strong> por formas mais passivas e sutis – inclusive a indiferença<br />

– até chegar à aceitação.<br />

3. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> SERPRO<br />

Se em um ambiente <strong>de</strong> mudanças contínuas torna-se imprescindível<br />

que as organizações estejam abertas para as transformações, também é<br />

verda<strong>de</strong> que elas <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver competências para tal, estruturan<strong>do</strong> seus<br />

esforços; buscan<strong>do</strong> alternativas <strong>de</strong> posicionamento frente ao merca<strong>do</strong>; crian<strong>do</strong><br />

uma visão compartilhada com a tecnologia e os <strong>conhecimento</strong>s mapea<strong>do</strong>s<br />

e implanta<strong>do</strong>s; estabelecen<strong>do</strong> estratégias para <strong>de</strong>finir como os objetivos <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s<br />

serão alcança<strong>do</strong>s; e elaboran<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s para realizar a reeducação das<br />

pessoas e lidar com as resistências naturais.<br />

Convicta <strong>de</strong> que este era o caminho correto e o <strong>de</strong>safio promissor<br />

para se consolidar como empresa lí<strong>de</strong>r na prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informações<br />

para o Governo Fe<strong>de</strong>ral, a empresa Serviço Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Processamento<br />

<strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s – SERPRO, criada em 1964, percebeu que <strong>de</strong>veria atuar prontamente<br />

em sua dinâmica organizacional, tornan<strong>do</strong>-se flexível e adaptável a um<br />

merca<strong>do</strong> cada vez mais exigente <strong>de</strong> soluções criativas, rápidas e seguras.<br />

Em 1995, apoia<strong>do</strong> por uma consultoria externa, o SERPRO iniciou<br />

o planejamento <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> transformação que levaria três anos e<br />

que reconduziria a empresa a um nível <strong>de</strong> excelência.<br />

55


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Tal processo <strong>de</strong>finiu as premissas para o mo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>;<br />

propiciou a formulação <strong>de</strong> uma visão geral, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>screveu a alta administração<br />

e as classes <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s; propôs os requisitos e a mo<strong>de</strong>lagem para a<br />

estruturação organizacional; e <strong>de</strong>talhou o mo<strong>de</strong>lo a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo SERPRO.<br />

3.1 - Premissas para o mo<strong>de</strong>lo conceitual.<br />

Como referência <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo Conceitual foi formula<strong>do</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> premissas para a construção <strong>de</strong> uma estrutura organizacional para o<br />

SERPRO basea<strong>do</strong> em: foco nos clientes e nos resulta<strong>do</strong>s com qualida<strong>de</strong>; organização<br />

em re<strong>de</strong>, baseada em processos; autonomia com responsabilida<strong>de</strong><br />

por resulta<strong>do</strong>s; alinhamento estratégico; quebra das barreiras entre áreas; ênfase<br />

no <strong>conhecimento</strong> e na inovação e nas pessoas.<br />

3.2. Estrutura Organizacional: dinâmica <strong>do</strong> relacionamento.<br />

Como Mo<strong>de</strong>lo Conceitual o SERPRO a<strong>do</strong>tou uma arquitetura<br />

organizacional composto pela Alta Administração (Conselho Diretor, Conselho<br />

Fiscal e Diretoria Colegiada); Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócio (responsáveis pela<br />

geração e comercialização <strong>do</strong>s produtos e serviços <strong>do</strong> SERPRO <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong><br />

escopo previsto na sua Missão e voltadas para a eficácia) e as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Infra-estrutura (que atuariam nas ativida<strong>de</strong>s comuns e teriam como objetivo<br />

a qualida<strong>de</strong> e a eficiência na operação <strong>do</strong>s processos).<br />

Para aglutinar os processos, previu-se uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Processos<br />

Corporativos, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoiar a ação da Diretoria nos assuntos<br />

comuns a toda organização (Processos Corporativos), concentran<strong>do</strong>-se no<br />

planejamento, no controle e nas avaliações corporativas.<br />

A dinâmica <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo prescrevia que as necessida<strong>de</strong>s oriundas <strong>do</strong>s<br />

clientes seriam recebidas e atendidas pelas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócio, que <strong>de</strong>mandariam<br />

serviços das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Infra-estrutura, correspon<strong>de</strong>ntes às ativida<strong>de</strong>s<br />

especializadas comuns a to<strong>do</strong>s os processos.<br />

A integração e articulação das ações na Empresa <strong>de</strong>veria ser<br />

complementada por meio <strong>de</strong> Grupos Organizacionais Inter-áreas (GI), não<br />

56


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

permanentes, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser constituí<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is formatos: GI diretivos (que<br />

tratariam <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> negócios ou infra-estrutura) e GI executivos (que tratariam<br />

<strong>de</strong> temas corporativos, e seriam forma<strong>do</strong>s por gestores das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Negócio e <strong>de</strong> Infra-estrutura).<br />

O funcionamento <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo se completaria com a realização <strong>de</strong><br />

fóruns específicos com clientes e com fornece<strong>do</strong>res.<br />

3. 3. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> SERPRO.<br />

A partir <strong>de</strong>stas premissas, o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO foi<br />

então concebi<strong>do</strong> com base em três princípios: garantir a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços<br />

presta<strong>do</strong>s aos seus clientes; obter o máximo <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> na utilização<br />

<strong>do</strong>s recursos e, finalmente, permitir que a Transformação Empresarial<br />

fosse um processo permanente na busca da excelência e não apenas um momento<br />

na vida da organização.<br />

Como referenciais para o Mo<strong>de</strong>lo foram utiliza<strong>do</strong>s os critérios <strong>de</strong><br />

excelência <strong>do</strong> Prêmio Nacional da Qualida<strong>de</strong> - PNQ e as diretrizes da norma<br />

internacional ISO - 9000. Como conceitos básicos, foram utiliza<strong>do</strong>s: processos;<br />

macroprocessos; PDCA; rotina e melhoria.<br />

Finalmente, vale <strong>de</strong>stacar que as atribuições previstas para as áreas<br />

seriam na verda<strong>de</strong> os processos, que seriam gerencia<strong>do</strong>s no tema gerência <strong>de</strong><br />

processos e que já estariam compatíveis com as orientações e políticas <strong>do</strong><br />

tema Sistema <strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>.<br />

4. Comentários sobre os principais aspectos da política SERPRO <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Concebi<strong>do</strong> e implanta<strong>do</strong> o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO, os Processos<br />

Corporativos iniciaram, em 1996, suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio à Direção<br />

nos assuntos comuns a toda a organização.<br />

O assunto Gestão <strong>do</strong> Conhecimento passou a ser trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma<br />

mais consistente a partir <strong>de</strong> 1997, quan<strong>do</strong> se criou um grupo estratégico<br />

57


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

interáreas para dar início aos estu<strong>do</strong>s. Buscan<strong>do</strong> um forte benchmarking com<br />

outras empresas e com presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços que lançavam as primeiras<br />

versões <strong>de</strong> softwares que davam suporte ao tema, e ten<strong>do</strong> em vista a precarieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> informações consistentes e <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> sucesso, o grupo <strong>de</strong>cidiu<br />

mesclar iniciativas já implantadas em duas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócio da Empresa.<br />

Foi apenas em 1999, com a criação <strong>do</strong> Processo Corporativo Conhecimento<br />

e Aprendizagem Organizacional, que o assunto passou a ser trata<strong>do</strong><br />

como tema empresarial <strong>de</strong> importância consi<strong>de</strong>rável.<br />

O gran<strong>de</strong> movimento no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> estruturação efetiva, completa<br />

e global <strong>do</strong> assunto ocorreu com a concepção <strong>do</strong> Processo e Política SERPRO<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional, já em sua<br />

segunda versão.<br />

Tal <strong>do</strong>cumento explicita que no “contexto <strong>de</strong> transformação empresarial,<br />

a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e da aprendizagem organizacional <strong>de</strong>staca<br />

atenção ‘‘às pessoas”, como responsáveis pela geração e evolução <strong>do</strong>s negócios,<br />

por intermédio da criação e aplicação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s e<br />

experiências, agregan<strong>do</strong> valor a produtos, serviços e ao relacionamento com<br />

os Clientes, bem como melhoran<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sempenho empresarial’’. 4<br />

A vinculação <strong>do</strong> Processo SERPRO <strong>de</strong> GCO com os Critérios <strong>de</strong><br />

Excelência da Fundação Prêmio Nacional da Qualida<strong>de</strong> - FPNQ se dá mais<br />

diretamente com os critérios 3 – Foco no Cliente (item 3.1 – Conhecimento<br />

Mútuo), 5 – Gestão <strong>de</strong> Pessoas e 6 – Gestão <strong>de</strong> Processos, embora se possa<br />

consi<strong>de</strong>rar sua i<strong>de</strong>ntificação com to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais critérios. 5<br />

4.1. Visão geral <strong>do</strong> processo SERPRO <strong>de</strong> GCO.<br />

4 SERPRO, Política GCO: Introdução.<br />

58<br />

4. 1. 1. Objetivo <strong>do</strong> Processo<br />

O objetivo <strong>do</strong> Processo SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e<br />

5 No intuito <strong>de</strong> buscar um mo<strong>de</strong>lo sistêmico <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, o SERPRO optou por a<strong>de</strong>rir suas práticas aos Critérios <strong>de</strong> Excelência emana<strong>do</strong>s da FPNQ. São<br />

os seguintes os critérios: Li<strong>de</strong>rança, Estratégias e Planos, Clientes e Socieda<strong>de</strong>, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resulta<strong>do</strong>s da<br />

Organização.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

da Aprendizagem Organizacional está expresso por meio <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong><br />

seus componentes, que explicitam os segmentos nos quais a Unida<strong>de</strong><br />

Corporativa <strong>de</strong>fine políticas, diretrizes e metas.<br />

Os titulares das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão são responsáveis pela execução<br />

das ações setoriais necessárias à implantação <strong>do</strong> processo e das práticas<br />

GCO em cada Unida<strong>de</strong>. O titular <strong>do</strong> Processo Corporativo Conhecimento e<br />

Aprendizagem Organizacional é responsável pela Coor<strong>de</strong>nação das ações<br />

corporativas necessárias à estruturação e aperfeiçoamento <strong>do</strong> processo e das<br />

práticas GCO.<br />

4. 1. 2. Componentes <strong>do</strong> Processo<br />

São componentes <strong>do</strong> processo GCO no SERPRO:<br />

a) a Gestão <strong>do</strong>s Conhecimentos Organizacionais, que tem por finalida<strong>de</strong><br />

estabelecer diretrizes, meto<strong>do</strong>logias e sistemáticas para<br />

a proteção <strong>do</strong> patrimônio <strong>conhecimento</strong> organizacional consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong><br />

as etapas <strong>de</strong> seu ciclo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> (criação, captação, registro,<br />

análise, distribuição, compartilhamento e reutilização);<br />

b) a Gestão <strong>de</strong> Competências, que visa estabelecer diretrizes para o<br />

mapeamento das competências institucionais e individuais e para<br />

o atendimento das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s técnicos, habilida<strong>de</strong>s<br />

e atitu<strong>de</strong>s, atuais e futuras, para obtenção <strong>de</strong> efetivida<strong>de</strong><br />

na execução <strong>do</strong>s processos organizacionais, na construção <strong>do</strong>s<br />

produtos, na prestação <strong>do</strong>s serviços e no relacionamento com os<br />

clientes;<br />

c) a Gestão <strong>de</strong> Talentos, que busca estabelecer diretrizes para a<br />

<strong>gestão</strong> da alocação <strong>de</strong> pessoas aos times, por intermédio da<br />

i<strong>de</strong>ntificação e <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s Perfis a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s às ativida<strong>de</strong>s a<br />

serem executadas e aos resulta<strong>do</strong>s a serem alcança<strong>do</strong>s, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>,<br />

ainda, <strong>gestão</strong> das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> substitutos<br />

e parceiros e proteção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional<br />

nos eventos <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> contratação<br />

<strong>de</strong> terceiros;<br />

59


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

60<br />

d) a Busca <strong>de</strong> Melhores Práticas, que visa incentivar a busca permanente<br />

interna e externa <strong>de</strong> melhores práticas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir<br />

a melhoria contínua <strong>do</strong>s processos com o máximo aproveitamento<br />

<strong>do</strong>s esforços já realiza<strong>do</strong>s;<br />

e) o Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas, que constitui um conjunto <strong>de</strong><br />

diretrizes e orientações para a estruturação e execução <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> educação, treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />

para as equipes <strong>do</strong> SERPRO, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ntificadas nos componentes Gestão <strong>de</strong> Competências e Gestão<br />

<strong>de</strong> Talentos;<br />

f) a Aprendizagem Organizacional, engloban<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s, diretrizes<br />

e orientações para a implementação no SERPRO <strong>do</strong> processo<br />

<strong>de</strong> aprendizagem organizacional, <strong>de</strong> forma que a Organização<br />

possa apren<strong>de</strong>r melhor e em menor espaço <strong>de</strong> tempo, obten<strong>do</strong> e<br />

manten<strong>do</strong> vantagem competitiva e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> aspectos relevantes<br />

como questionamento, experimentação, comunhão <strong>de</strong> propósitos,<br />

visão comum, combinação <strong>de</strong> diferentes pontos <strong>de</strong> vista<br />

para aumentar a compreensão da questão ou tema a ser trata<strong>do</strong>; e<br />

g) o Comitê Permanente <strong>de</strong> Representantes GCO que, a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>signação formal, constitui-se em uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, composta<br />

por Representantes <strong>do</strong>s Titulares <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s, para atuação<br />

junto à Unida<strong>de</strong> Corporativa, nas questões relativas ao Processo<br />

SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional.<br />

4.2. Políticas e estratégias SERPRO <strong>de</strong> GCO.<br />

No intuito <strong>de</strong> estabelecer os limites <strong>de</strong> atuação e <strong>de</strong>finir seu escopo,<br />

a Unida<strong>de</strong> Corporativa estruturou um conjunto <strong>de</strong> estratégias, engloban<strong>do</strong><br />

as seguintes principais políticas e diretrizes.<br />

a) políticas:<br />

- a prática e a avaliação da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e da aprendizagem<br />

organizacional, asseguran<strong>do</strong> o <strong>do</strong>mínio da tecnologia<br />

aplicada aos negócios;


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- o fomento da criação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> como vantagem competitiva;<br />

- a preservação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional e seu<br />

compartilhamento e reutilização;<br />

- o mapeamento e o <strong>de</strong>senvolvimento das competências<br />

institucionais necessárias ao <strong>do</strong>mínio da tecnologia aplicada aos<br />

negócios;<br />

- a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s perfis profissionais necessários às áreas <strong>de</strong> atuação<br />

<strong>do</strong> SERPRO e o direcionamento <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das competências individuais e coletivas, para a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>do</strong>s respectivos perfis;<br />

- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar a proprieda<strong>de</strong> intelectual <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

organizacional;<br />

- a promoção da aprendizagem organizacional;<br />

- a execução da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> Capital Intelectual e Humano e sua valorização;<br />

e<br />

- a manutenção da solução corporativa <strong>de</strong> tecnologia da informação,<br />

como suporte à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional.<br />

b) diretrizes:<br />

- assegurar a atualização <strong>do</strong> mapeamento das competências<br />

institucionais e o respectivo registro na Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos;<br />

- assegurar as competências individuais e coletivas necessárias à<br />

execução das ativida<strong>de</strong>s, ao <strong>do</strong>mínio das tecnologias aplicadas aos<br />

negócios e à realização da estratégia empresarial <strong>do</strong> SERPRO;<br />

- incentivar e reconhecer a participação <strong>de</strong> especialistas <strong>do</strong><br />

SERPRO como instrutores nos programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências;<br />

61


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

62<br />

- manter atualizada a Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos com o<br />

mapeamento das informações relativas aos produtos, serviços,<br />

processos e procedimentos da Empresa e das ativida<strong>de</strong>s executadas<br />

pelos emprega<strong>do</strong>s;<br />

- garantir para o SERPRO a cessão <strong>de</strong> direitos <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

organizacionais gera<strong>do</strong>s pelos seus emprega<strong>do</strong>s, no exercício<br />

<strong>de</strong> suas funções, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Política SERPRO <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong><br />

Intelectual;<br />

- garantir a manutenção <strong>do</strong> registro atualiza<strong>do</strong> das competências<br />

individuais <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SERPRO, na ferramenta<br />

corporativa <strong>de</strong>stinada a essa finalida<strong>de</strong>;<br />

- assegurar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s Perfis Profissionais necessários à<br />

execução das ativida<strong>de</strong>s e à realização da Estratégia Empresarial<br />

<strong>do</strong> SERPRO;<br />

- utilizar a sistemática <strong>de</strong> Ensino a Distância no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências;<br />

- assegurar a geração e atualização permanente da <strong>do</strong>cumentação<br />

<strong>do</strong>s sistemas construí<strong>do</strong>s ou produzi<strong>do</strong>s pelo SERPRO;<br />

- garantir a execução <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> GCO que intensifiquem o<br />

compartilhamento, reutilização e reconstrução <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s;<br />

- incentivar e reconhecer a geração <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s que promovam<br />

o aperfeiçoamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, processos, projetos, produtos,<br />

serviços e negócios;<br />

- assegurar a absorção máxima <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> no relacionamento<br />

com terceiros, quan<strong>do</strong> da efetivação <strong>de</strong> terceirizações;<br />

- utilizar o Processo <strong>de</strong> GCO como agente para criar ou aumentar,<br />

permanentemente, a percepção <strong>de</strong> valor, pelos Clientes e<br />

Socieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong>s produtos e serviços <strong>do</strong> SERPRO.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

4.3. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> das políticas e diretrizes SERPRO para GCO.<br />

Auditoria<br />

Políticas<br />

e Diretrizes<br />

Práticas GCO,<br />

Normas e Padrões<br />

Procedimentos Operacionais<br />

Conscientização Execução<br />

Apresentação <strong>do</strong>s Resulta<strong>do</strong>s<br />

• ESTRATÉGIA EMPRESARIAL<br />

• SEGURANÇA DO NEGÓCIO<br />

• PROTEÇÃO DO CONHECIMENTO<br />

ORGANIZACIONAL<br />

Descreve os objetivos gerenciais.<br />

Respon<strong>de</strong> às questões <strong>do</strong> tipo “o quê ?”<br />

Mais específico <strong>do</strong> que a Política.<br />

Respon<strong>de</strong> às questões <strong>do</strong> tipo “como ?”<br />

Monitoração<br />

operacional<br />

Apresenta passo-a-passo como<br />

realizar uma tarefa. Respon<strong>de</strong><br />

em <strong>de</strong>talhes às questões<br />

<strong>do</strong> tipo “como ?”<br />

4.4. Ambiente <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e aprendizagem <strong>do</strong> SERPRO<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento Organizacional <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os<br />

<strong>conhecimento</strong>s oriun<strong>do</strong>s: das experiências pessoais (indivíduos); das interações<br />

entre as pessoas e os times (emprega<strong>do</strong>s e equipes <strong>do</strong> SERPRO); das interações<br />

com Clientes - em especial e das interações com Parceiros e Fornece<strong>do</strong>res; e<br />

<strong>do</strong> uso das ferramentas <strong>de</strong> TI pelo corpo funcional e gerencial para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s na Organização.<br />

ESTRATÉGICO<br />

(UC)<br />

TÁTICO<br />

(UC e UGs)<br />

OPERACIONAL<br />

(UG)<br />

Controle <strong>do</strong> Desempenho Empresarial<br />

63


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A figura a seguir apresenta os ambientes por meio <strong>do</strong>s quais fluem<br />

os <strong>conhecimento</strong>s organizacionais e que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s para a execução<br />

<strong>do</strong> Processo e cumprimento das Políticas e Diretrizes GCO <strong>do</strong><br />

SERPRO.<br />

4.5. Práticas GCO instituídas no SERPRO.<br />

A seguir estão relacionadas as práticas GCO estruturadas, <strong>do</strong>cumentadas<br />

e instituídas no SERPRO, até o momento, pelas quais os Titulares<br />

das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão respon<strong>de</strong>m pelos resulta<strong>do</strong>s empresariais, no seu<br />

âmbito <strong>de</strong> atuação.<br />

64


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Práticas Meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> GCO Descrição e Indica<strong>do</strong>res<br />

SERPRO Ferramentas<br />

Mapeamento e<br />

Gestão <strong>de</strong><br />

Competências<br />

Mapeamento <strong>do</strong>s<br />

Conhecimentos<br />

Organizacionais<br />

Comunida<strong>de</strong><br />

SERPRO <strong>de</strong><br />

Conhecimentos<br />

Ativida<strong>de</strong> gerencial responsável<br />

pela i<strong>de</strong>ntificação das<br />

competências institucionais<br />

e o respectivo alinhamento<br />

das competências individuais<br />

das pessoas <strong>do</strong> SERPRO,<br />

por meio <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências.<br />

Representa a <strong>de</strong>scrição e o<br />

registro <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

sobre como são executa<strong>do</strong>s<br />

os processos, como são<br />

construí<strong>do</strong>s os produtos e<br />

como são presta<strong>do</strong>s os serviços<br />

<strong>de</strong> uma Organização<br />

e como se dá o relacionamento<br />

com seus Clientes.<br />

Inclui o registro das ativida<strong>de</strong>s<br />

operacionais.<br />

Representa a criação <strong>de</strong><br />

fóruns (presenciais e virtuais)<br />

nos quais os Emprega<strong>do</strong>s<br />

se reúnem para discutir<br />

e tornar homogêneos os<br />

<strong>conhecimento</strong>s sobre temas<br />

<strong>de</strong> interesse comum.<br />

Deve produzir como resulta<strong>do</strong>s<br />

oportunida<strong>de</strong>s para o<br />

compartilhamento <strong>de</strong> informações,<br />

idéias e experiências<br />

que contribuirão<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências e para o aperfeiçoamento<br />

<strong>de</strong> processos e<br />

ativida<strong>de</strong>s.<br />

- Sistema<br />

PERFIL.<br />

- Árvore SERPRO<br />

<strong>de</strong> Conhecimentos.<br />

Não se utiliza <strong>de</strong> uma<br />

estrutura formal, mas<br />

os <strong>conhecimento</strong>s<br />

compartilha<strong>do</strong>s nos<br />

referi<strong>do</strong>s eventos <strong>de</strong>vem<br />

ser registra<strong>do</strong>s,<br />

nas ferramentas para<br />

reunião virtual (fórum,<br />

chats, etc...) ou<br />

diretamente na Base<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos,<br />

ambos componentes<br />

<strong>do</strong> Portal<br />

Corporativo SER-<br />

PRO.<br />

- Árvore <strong>do</strong> Tema Empresarial<br />

estruturada e<br />

registrada.<br />

- Resulta<strong>do</strong> da avaliação<br />

trimestral apresenta<strong>do</strong>.<br />

- Currículo <strong>do</strong>s Emprega<strong>do</strong>s<br />

estrutura<strong>do</strong>s e<br />

registra<strong>do</strong>s.<br />

- Ramos <strong>de</strong> Conhecimentos<br />

e Assuntos vincula<strong>do</strong>s<br />

com as informações,<br />

idéias e experiências<br />

<strong>do</strong>cumentadas<br />

e registradas na Base<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos.<br />

- Resulta<strong>do</strong> da <strong>gestão</strong><br />

<strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>.<br />

- Comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conhecimento<br />

criadas<br />

por iniciativa da UG.<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s<br />

da UG participan<strong>do</strong><br />

em Comunida<strong>de</strong>s<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento.<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> idéias,<br />

geradas ou discutidas<br />

nas reuniões das Comunida<strong>de</strong>s,aproveitadas<br />

na UG.<br />

- Resulta<strong>do</strong>s, para os<br />

emprega<strong>do</strong>s, das reuniões<br />

das Comunida<strong>de</strong>s<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento.<br />

65


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

5. Avaliação da a<strong>de</strong>rência das práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento ao<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> SERPRO.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> avaliar a a<strong>de</strong>rência das práticas <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento ao Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO, <strong>de</strong>finiu-se a realização<br />

<strong>de</strong> um levantamento junto a todas as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão da Empresa,<br />

abordan<strong>do</strong> sua situação em relação a implantação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das práticas preconizadas na Política SERPRO <strong>de</strong> GCO até aquele<br />

momento. A consolidação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s não sofreu tratamento estatístico<br />

específico.<br />

5.1. Consi<strong>de</strong>ração sobre a situação das práticas.<br />

Ten<strong>do</strong> em vista que a maioria das práticas, por ocasião <strong>do</strong> presente<br />

levantamento (<strong>de</strong>zembro/2000), estavam em fase <strong>de</strong> implantação ou em fase<br />

inicial <strong>de</strong> análise, po<strong>de</strong>m-se consi<strong>de</strong>rar significativos os resulta<strong>do</strong>s, como<br />

indicativo <strong>de</strong> interesse e envolvimento das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão, <strong>de</strong>monstran-<br />

66<br />

Práticas Meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> GCO Descrição e Indica<strong>do</strong>res<br />

SERPRO Ferramentas<br />

Ensino a Distância<br />

Sistematização das<br />

Melhores Práticas<br />

Representa um instrumento<br />

para compartilhamento<br />

<strong>de</strong> informações, idéias e<br />

experiências, visan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências<br />

em áreas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

com necessida<strong>de</strong>s<br />

específicas i<strong>de</strong>ntificadas pelas<br />

Ugs, ou por meio das<br />

ações <strong>de</strong> Educação Corporativa.<br />

Representa a estruturação<br />

<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,<br />

seleção e transformação<br />

das melhores práticas<br />

setoriais em soluções<br />

corporativas.<br />

- Sistemática SER-<br />

PRO <strong>de</strong> EAD.<br />

- Ambiente <strong>de</strong> TI<br />

Corporativo para suporte<br />

à prática EAD.<br />

Utiliza como referencial<br />

o ciclo anual<br />

<strong>de</strong> avaliação empresarial,<br />

estrutura<strong>do</strong> pelo<br />

PSQ.<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos<br />

realiza<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong>-se<br />

da prática EAD.<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s<br />

que participaram<br />

<strong>de</strong> treinamentos via<br />

EAD.<br />

- Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

com a participação em<br />

treinamentos via EAD<br />

- visão emprega<strong>do</strong>.<br />

- Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhores<br />

práticas, setoriais,<br />

transformadas em<br />

soluções corporativas,<br />

implantadas na UG.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>do</strong> a conscientização sobre a importância da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento para<br />

o SERPRO.<br />

5.2. Avaliação da a<strong>de</strong>rência das práticas.<br />

Conforme concebi<strong>do</strong> em 1997 em seu Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão, o<br />

SERPRO implantou o Processo Corporativo Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da<br />

Aprendizagem após estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> grupos estratégicos, forte benchmarking com<br />

empresas e presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> serviços e com base em iniciativas <strong>de</strong> duas Unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Gestão, no ano <strong>de</strong> 1999, como apoio à Direção nos assuntos comuns à<br />

Organização.<br />

saber:<br />

O Processo veio aten<strong>de</strong>r as premissas relacionadas no Mo<strong>de</strong>lo, a<br />

a) ênfase no <strong>conhecimento</strong> e na inovação – através da Gestão <strong>do</strong>s<br />

Conhecimentos Organizacionais, que estabelece diretrizes,<br />

meto<strong>do</strong>logias e sistemáticas para a proteção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

organizacional e na Busca <strong>de</strong> Melhores Práticas como incentivo a<br />

busca permanente <strong>de</strong> melhores práticas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir a<br />

melhoria contínua <strong>do</strong>s processos;<br />

b) pessoas – através da Gestão <strong>de</strong> Talentos, estabelecen<strong>do</strong> diretrizes<br />

para a <strong>gestão</strong> da alocação <strong>de</strong> pessoas, por intermédio da i<strong>de</strong>ntificação<br />

e <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s perfis a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s às ativida<strong>de</strong>s e resulta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />

<strong>de</strong> Pessoas que visa estruturar e executar programas<br />

<strong>de</strong> educação, treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências;<br />

c) foco nos clientes e nos resulta<strong>do</strong>s com qualida<strong>de</strong> – através <strong>do</strong><br />

alinhamento com os critérios <strong>de</strong> Excelência da FPNQ, da Aprendizagem<br />

Organizacional <strong>de</strong> forma que a Empresa possa apren<strong>de</strong>r<br />

melhor e em menor espaço <strong>de</strong> tempo, obten<strong>do</strong> e manten<strong>do</strong> vantagem<br />

competitiva e da Gestão <strong>de</strong> Competências, através <strong>do</strong><br />

mapeamento das competências individuais e institucionais , para<br />

o atendimento das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s técnicos, habilida<strong>de</strong>s<br />

e atitu<strong>de</strong>s para a obtenção <strong>de</strong> efetivida<strong>de</strong> na execução<br />

<strong>do</strong>s processos organizacionais, na construção <strong>do</strong>s produtos, prestação<br />

<strong>do</strong>s serviços e relacionamento com os clientes;<br />

67


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

68<br />

d) quebra <strong>de</strong> barreiras entre áreas – através da <strong>de</strong>signação <strong>do</strong> Comitê<br />

Permanente <strong>de</strong> Representantes GCO, constituin<strong>do</strong> uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pessoas representan<strong>do</strong> os Titulares <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Gestoras, responsáveis<br />

pela avaliação, implantação e disseminação da Política<br />

<strong>de</strong> GCO e das práticas <strong>de</strong> compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

na organização.<br />

Toman<strong>do</strong> por base os componentes <strong>do</strong> Processo SERPRO <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento <strong>de</strong>scritos atrás, observa-se que as práticas <strong>do</strong>cumentadas<br />

e instituídas na Política estão a<strong>de</strong>rentes a:<br />

a) Gestão <strong>de</strong> Competências – a empresa pratica o Mapeamento e<br />

Gestão <strong>de</strong> Competências, buscan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar as competências<br />

institucionais e o respectivo alinhamento das competências individuais<br />

das pessoas, por meio <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> compartilhamento<br />

<strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências. Estavam<br />

implantan<strong>do</strong> o Sistema Perfil, ferramenta <strong>de</strong> apoio para<br />

estruturação da Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento e a Base<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento que propiciariá a <strong>de</strong>scrição e registro<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> sobre como são executa<strong>do</strong>s os processos,<br />

construí<strong>do</strong>s os produtos e como são presta<strong>do</strong>s os serviços da Organização<br />

e como se dá o relacionamento com os clientes, incluin<strong>do</strong><br />

o registro <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s operacionais, ou seja, o Mapeamento<br />

<strong>do</strong>s Conhecimentos Organizacionais e Gestão <strong>de</strong> Competências<br />

Individuais através <strong>do</strong> registro <strong>do</strong>s currículos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os emprega<strong>do</strong>s.<br />

b) Aprendizagem Organizacional – a prática <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong>s<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento existente, produz oportunida<strong>de</strong>s para<br />

o compartilhamento <strong>de</strong> informações, idéias e experiências que contribuirão<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências e para o aperfeiçoamento<br />

<strong>do</strong>s processos e ativida<strong>de</strong>s. Com a implantação da<br />

Sistemática das Melhores Práticas após o ciclo PSQ 2000, no 2º<br />

semestre <strong>de</strong>sse ano, será estrutura<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,<br />

seleção e transformação das melhores práticas setoriais em soluções<br />

corporativas para implantação na Empresa. A implantação<br />

<strong>do</strong> Portal Corporativo SERPRO em fevereiro <strong>de</strong> 2001, <strong>de</strong>u suporte<br />

<strong>de</strong> TI a essas e outras práticas, proporcionan<strong>do</strong> o mapeamento,<br />

disseminação e compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

c) Inteligência Empresarial – estão sen<strong>do</strong> avaliadas meto<strong>do</strong>logias e<br />

ferramentais para permitir a i<strong>de</strong>ntificação, tratamento e disseminação<br />

das informações estratégicas da empresa. A implantação<br />

da Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento, on<strong>de</strong> serão <strong>de</strong>scritos e<br />

registra<strong>do</strong>s os <strong>conhecimento</strong>s produzi<strong>do</strong>s no ambiente interno –<br />

memória organizacional – e no ambiente externo – <strong>conhecimento</strong><br />

sobre clientes, concorrentes e fornece<strong>do</strong>res – po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

uma iniciativa, ainda que não completa, <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> Inteligência<br />

Empresarial.<br />

d) Educação Corporativa – com a prática <strong>do</strong> Ensino à Distância -<br />

EAD, criou-se um instrumento para compartilhamento <strong>de</strong> informações,<br />

idéias e experiências, visan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências em áreas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> com necessida<strong>de</strong>s específicas<br />

i<strong>de</strong>ntificadas pelas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão, ou por meio <strong>de</strong><br />

ações <strong>de</strong> Educação Corporativa. Encontra-se em implantação o<br />

ambiente <strong>de</strong> TI Corporativo para suporte à prática <strong>de</strong> EAD, como<br />

componente <strong>do</strong> Portal Corporativo SERPRO.<br />

Para as práticas já <strong>de</strong>lineadas, foram estabeleci<strong>do</strong>s Indica<strong>do</strong>res,<br />

sen<strong>do</strong> que a medição experimental e avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cada<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gestão, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho para Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, esta em<br />

fase <strong>de</strong> implantação.<br />

Desta forma, encontra-se hoje no SERPRO um quadro on<strong>de</strong> algumas<br />

áreas <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> já são <strong>de</strong>vidamente tratadas e outras estarão em<br />

fase <strong>de</strong> construção, mostran<strong>do</strong> a<strong>de</strong>rência ao Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO,<br />

principalmente no que tange a preservação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as etapas <strong>de</strong> seu ciclo <strong>de</strong> Gestão – criação, captação, registro,<br />

análise, distribuição, compartilhamento e reutilização.<br />

Cabe ressaltar que não foram percebidas ações claras ou práticas<br />

relacionadas a Gestão <strong>do</strong> Capital Intelectual.<br />

6. Proposta para a estratégia <strong>de</strong> integração das práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> SERPRO.<br />

Em um ambiente altamente globaliza<strong>do</strong> como o atual, as constan-<br />

69


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

tes mudanças trazem necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> movimentos acelera<strong>do</strong>s <strong>de</strong> adaptação<br />

tanto nas organizações quanto nas pessoas.<br />

Para as organizações, as práticas e os mo<strong>de</strong>los que as orientavam<br />

até então tornam-se obsoletos com incrível rapi<strong>de</strong>z, não poupan<strong>do</strong> sequer as<br />

organizações públicas, que vêem seus clientes – os cidadãos – exigirem serviços<br />

cada vez mais ágeis e com qualida<strong>de</strong> crescente.<br />

Inseri<strong>do</strong> no contexto público, o SERPRO passa por este mesmo<br />

processo <strong>de</strong> transformação ocorri<strong>do</strong> em âmbito mundial. Assim, uma proposta<br />

a<strong>de</strong>quada para a estratégia <strong>de</strong> integração das práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

ao Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO implica a análise das forças<br />

que atuam sobre a organização.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> eras evolutivas, consi<strong>de</strong>ramos que o SERPRO<br />

se encontra em um momento <strong>de</strong> transição entre a Era da Qualida<strong>de</strong> – que<br />

evi<strong>de</strong>ncia a satisfação <strong>do</strong> cliente – e a Era da Competitivida<strong>de</strong> – com ênfase na<br />

busca da excelência empresarial, procuran<strong>do</strong> aten<strong>de</strong>r aos interesses das partes<br />

envolvidas. Já se fazem sentir as características tanto da Administração<br />

Participativa (como um conjunto <strong>de</strong> procedimentos que provocam a participação<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, obten<strong>do</strong> o comprometimento com os resulta<strong>do</strong>s) quanto da<br />

Administração Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra (na medida que <strong>de</strong>senvolve instrumentos e<br />

práticas que estimulam a criativida<strong>de</strong> e inovação, a partir <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes).<br />

Há um forte movimento na busca pela flexibilida<strong>de</strong> organizacional,<br />

no uso constante <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> parceria e no uso intensivo da tecnologia da<br />

informação, o que indica um início <strong>de</strong> transformação rumo à Corporação<br />

Virtual. O <strong>conhecimento</strong> já vem sen<strong>do</strong> encara<strong>do</strong> como recurso a ser busca<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, incentiva<strong>do</strong> e protegi<strong>do</strong>.<br />

Com relação a estratégia <strong>do</strong> negócio e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar seu<br />

valor único, o SERPRO <strong>de</strong>finiu sua proposição <strong>de</strong> valor (expressa em sua Visão,<br />

Missão e Premissas), estruturou a organização <strong>de</strong> forma a explicitar seu mo<strong>de</strong>lo<br />

operacional e tem trabalha<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> alinhar o mo<strong>de</strong>lo operacional à essa<br />

proposição <strong>de</strong> valor. Sua opção estratégica foi pela Intimida<strong>de</strong> com o cliente. Esta<br />

escolha vem fornecen<strong>do</strong> o foco para to<strong>do</strong>s os seus planos e <strong>de</strong>cisões.<br />

Seu Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão apresenta sinais evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> alinhamento<br />

em relação a:<br />

70


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

a) estratégia empresarial, que é <strong>de</strong>finida e clara, e expressa a motivação<br />

<strong>do</strong>s empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, o seu campo <strong>de</strong> atuação e sua contribuição<br />

social. Negócio, missão, visão <strong>de</strong> futuro e estratégias são<br />

compartilha<strong>do</strong>s entre to<strong>do</strong>s os interessa<strong>do</strong>s;<br />

b) base <strong>de</strong> sustentação, que apresenta um conjunto <strong>de</strong> valores que<br />

influenciam sobremaneira o comportamento organizacional, expressan<strong>do</strong><br />

o <strong>de</strong>sejo das partes interessadas e que norteiam a trajetória<br />

rumo ao futuro planeja<strong>do</strong>; e<br />

c) processo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, com o planejamento, execução, controle e<br />

ações corretivas sen<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma clara e direciona<strong>do</strong>ra<br />

das pessoas e <strong>do</strong>s recursos para agregar valor aos produtos e serviços<br />

e obter resulta<strong>do</strong>s. As interações externas consi<strong>de</strong>ram os atributos<br />

<strong>de</strong> satisfação das partes interessadas; as interações internas,<br />

ainda tímidas, procuram integrar as pessoas à organização, com<br />

o objetivo <strong>de</strong> aprendizagem permanente e crescimento pessoal e<br />

da organização; a dinâmica organizacional caminha, para que os<br />

emprega<strong>do</strong>s se sintam parte <strong>do</strong> to<strong>do</strong> empresarial; a relação instituição<br />

– indivíduo ainda é um gargalo <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo; performance <strong>do</strong><br />

negócio <strong>de</strong>nota um constante monitoramento <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

empresarial e o compromisso com o resulta<strong>do</strong>; as competências<br />

essenciais começam a ser encaradas como úteis ao aprendiza<strong>do</strong><br />

empresarial; e a informação vem se tornan<strong>do</strong> um forte fator competitivo.<br />

O SERPRO já <strong>de</strong>u os primeiros passos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> tratar o seu<br />

ativo mais importante, o <strong>conhecimento</strong>, ao criar um processo corporativo<br />

específico na Unida<strong>de</strong> Corporativa responsável pelo tema e ao <strong>de</strong>finir uma<br />

política que contempla o processo sistemático <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, criação, renovação<br />

e aplicação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s, inician<strong>do</strong> a caminhada que permite à<br />

organização saber o que ela sabe.<br />

Outros <strong>de</strong>safios já estão supera<strong>do</strong>s, como ter foco externo<br />

(benchmarking da concorrência), implantar tecnologias facilita<strong>do</strong>ras (Portal<br />

Corporativo e Sistema Perfil), realizar a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> performance (mensuração,<br />

recomendação e obrigações contratuais).<br />

Mas há ainda um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio a ser venci<strong>do</strong> para atingir a excelência<br />

em sua <strong>gestão</strong> e completar o salto qualitativo rumo à Era da<br />

71


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Competitivida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> Conhecimento - criar bases sólidas para a<br />

operacionalização imediata <strong>de</strong> duas das premissas <strong>de</strong>finidas no Mo<strong>de</strong>lo<br />

Conceitual para a construção <strong>de</strong> uma estrutura organizacional:<br />

72<br />

a) organização em re<strong>de</strong>, baseada em processos, o que vale dizer,<br />

formar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> processos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, com atuação integrada<br />

<strong>de</strong> times; e<br />

b) pessoas - otimizar sua <strong>gestão</strong>, influencian<strong>do</strong> o comportamento<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s e favorecen<strong>do</strong> o comprometimento das li<strong>de</strong>ranças.<br />

A partir da organização em re<strong>de</strong> e da efetiva <strong>gestão</strong> das pessoas<br />

espera-se alcançar também a esperada quebra das barreiras entre áreas, outra<br />

premissa fundamental.<br />

Deve ainda se mobilizar para criar condições para que o capital<br />

intelectual seja efetivamente cria<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> intercâmbio entre o capital<br />

humano, o capital estrutural, o capital <strong>de</strong> clientes, o capital organizacional, o<br />

capital <strong>de</strong> inovação e o capital <strong>de</strong> processo.<br />

Com relação ao capital digital – o capital intelectual digitaliza<strong>do</strong> –<br />

já há rápi<strong>do</strong>s movimentos no SERPRO no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> permitir que as pessoas<br />

se contatem, se relacionem, compartilhem seu <strong>conhecimento</strong> e armazenem e<br />

disponibilizem boa parte <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> que dispõem.<br />

O confronto entre as principais características <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>do</strong> SERPRO e da Política <strong>de</strong> GCO permite concluir que há um a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

alinhamento entre ambos, que certamente favorece alguns resulta<strong>do</strong>s, tais<br />

como:<br />

a) um incremento da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planejamento operacional e estratégico;<br />

b) a agilização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões;<br />

c) uma maior eficiência na previsão <strong>de</strong> mudanças e nas ações corretivas;<br />

d) encorajamento <strong>de</strong> inovações e incremento na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos;


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

e) a eliminação da obtenção e processamento da mesma informação<br />

em duplicida<strong>de</strong>;<br />

f) incremento <strong>do</strong> compartilhamento da informação entre toda a<br />

organização;<br />

g) aprendiza<strong>do</strong> abrangen<strong>do</strong> toda a organização, inclusive a <strong>gestão</strong>; e<br />

h) aumento da competitivida<strong>de</strong> e melhoria <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.<br />

Se aprendizagem é o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um processo que começa com a<br />

coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, passa pela sua organização - informação que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisada<br />

e contextualizada, se transforma em <strong>conhecimento</strong> – ou inteligência, o<br />

SERPRO vem se apresentan<strong>do</strong> como empresa que evi<strong>de</strong>ncia este caminho.<br />

Certamente quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, este movimento gerará<br />

uma vantagem competitiva expressiva para toda a organização.<br />

7. Conclusão.<br />

O trabalho aqui apresenta<strong>do</strong>, avaliou a a<strong>de</strong>rência das práticas <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento ao Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO e busca oferecer<br />

uma proposta para a estratégia <strong>de</strong> integração entre ambos.<br />

Uma das características mais relevantes nas organizações que sobrevivem<br />

neste cenário atual <strong>de</strong> incertezas (em todas as áreas), é sua competência<br />

em tratar este ativo <strong>de</strong> fundamental importância - o <strong>conhecimento</strong>, e o<br />

SERPRO, ao criar um Processo Organizacional responsável pelo tema e <strong>de</strong>finir<br />

uma política que contempla o processo sistemático <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,<br />

criação, renovação e aplicação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s, iniciou sua caminhada<br />

para tal.<br />

O levantamento realiza<strong>do</strong> junto às Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

SERPRO permitiu constatar que é alta a participação em relação a implantação<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento das práticas preconizadas na Política SERPRO <strong>de</strong><br />

GCO, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> a conscientização sobre a importância da Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento para o SERPRO.<br />

De maneira geral, hoje o SERPRO apresenta um quadro on<strong>de</strong> algu-<br />

73


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mas áreas <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> já são <strong>de</strong>vidamente tratadas e outras que estão em<br />

fase <strong>de</strong> construção, mostran<strong>do</strong> a<strong>de</strong>rência ao Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO,<br />

principalmente no que tange a preservação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional.<br />

Para completar o ciclo que permitirá sua caracterização como empresa<br />

da Era <strong>do</strong> Conhecimento, <strong>de</strong>ve operacionalizar ainda duas premissas,<br />

<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> competência para completar seu processo <strong>de</strong> transformação:<br />

organização em re<strong>de</strong>, baseada em processos; e pessoas.<br />

A organização em re<strong>de</strong>, baseada em processos, caracteriza-se por<br />

uma forte re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionamentos e objetivos comuns, que promove a racionalização<br />

e a<strong>de</strong>quação às tendências <strong>do</strong> negócio. As ativida<strong>de</strong>s são organizadas<br />

levan<strong>do</strong>-se em conta tanto os processos quanto as funções; a pressão <strong>do</strong>s<br />

superiores hierárquicos é substituída pela pressão <strong>do</strong>s pares na busca <strong>de</strong> objetivos<br />

comuns; a<strong>do</strong>ta-se o agrupamento mais vantajoso para o conjunto, diminuin<strong>do</strong><br />

as camadas organizacionais; as responsabilida<strong>de</strong>s são específicas basean<strong>do</strong>-se<br />

nos objetivos comuns, que são <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong>s com forte motivação,<br />

visan<strong>do</strong> o atingimento <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s globais, mais importantes que os setoriais,<br />

com o fortalecimento das ligações horizontais. O foco principal esta nos<br />

resulta<strong>do</strong>s, haven<strong>do</strong> menor preocupação com po<strong>de</strong>r e hierarquia.<br />

As pessoas constituem fonte <strong>de</strong> inventivida<strong>de</strong> e são as distribui<strong>do</strong>ras<br />

e avalia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> invenções e <strong>conhecimento</strong>s por toda a extensão da comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalho. Desta forma, segun<strong>do</strong> GEUS 6 , as empresas ricas em “cérebros”<br />

não po<strong>de</strong>m ser geridas no velho estilo orienta<strong>do</strong> para ativos. A priorida<strong>de</strong><br />

tem que ser modificada: otimizar a <strong>gestão</strong>, influencian<strong>do</strong> o comportamento<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s e favorecen<strong>do</strong> o comprometimento das li<strong>de</strong>ranças,<br />

com o intuito <strong>de</strong> focar e valorizar as pessoas, que são as porta<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

e, portanto, a fonte <strong>de</strong> vantagem competitiva e <strong>de</strong> sobrevivência<br />

<strong>do</strong> negócio.<br />

Deve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> igualmente que, as pessoas são o fator<br />

restritivo das mudanças e como tal, <strong>de</strong>vem ser o foco central e prioritário das<br />

ações. Mudanças geram resistências e estas <strong>de</strong>vem ser superadas minoran<strong>do</strong><br />

as incertezas sobre suas conseqüências.<br />

6 GEUS, Árie <strong>de</strong> - A empresa viva: Como as organizações po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r a prosperar e se perpetuar. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Campus, 1998.<br />

74


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A proposta <strong>de</strong> alinhamento viria da criação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is Grupos<br />

Interáreas e <strong>de</strong> algumas ações complementares visan<strong>do</strong> o fechamento <strong>do</strong> ciclo<br />

<strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão concebi<strong>do</strong>, alinhan<strong>do</strong>-o à Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento:<br />

a) um GI volta<strong>do</strong> para a Gestão <strong>do</strong>s Processos, que trabalhará no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> criar meto<strong>do</strong>logia única <strong>de</strong> mapeamento <strong>do</strong>s processos<br />

organizacionais, e propor ações para a integração das áreas<br />

afetadas por cada um <strong>de</strong>les; e<br />

b) um GI volta<strong>do</strong> para as Pessoas, com o objetivo <strong>de</strong> alinhar as políticas<br />

previstas nos mo<strong>de</strong>rnos conceitos <strong>de</strong> GCO às melhores<br />

práticas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> capital humano e criar condições para o<br />

exercício a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> da li<strong>de</strong>rança.<br />

Em função <strong>de</strong>ste conjunto <strong>de</strong> raciocínios, algumas ações complementares<br />

seriam oportunas:<br />

a) Criação e aplicação <strong>de</strong> práticas voltadas para a Gestão <strong>do</strong> Capital<br />

Intelectual, em especial <strong>do</strong> Capital Humano;<br />

b) criação e implantação <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias para a <strong>gestão</strong> da Inteligência<br />

Empresarial, visan<strong>do</strong> possibilitar a i<strong>de</strong>ntificação, monitoração,<br />

tratamento e disseminação das informações estratégicas;<br />

c) criação das <strong>de</strong>terminações resultantes <strong>do</strong> GI Atendimento, visan<strong>do</strong><br />

aten<strong>de</strong>r a promessa implícita <strong>de</strong> entregar uma <strong>de</strong>terminada<br />

combinação <strong>de</strong> valores – preço, qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sempenho, seleção,<br />

conveniência, fortalecen<strong>do</strong> a Intimida<strong>de</strong> com o cliente <strong>do</strong> SERPRO,<br />

cultivan<strong>do</strong> os relacionamentos – <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> Capital <strong>do</strong> Cliente;<br />

d) ações <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Prêmio SERPRO <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>: apresentação<br />

<strong>de</strong> melhores práticas e sua internalização como ações<br />

corporativas e sistematização <strong>do</strong> benchmarking interno;<br />

e) sensibilização sistemática, constante e efetiva <strong>de</strong> envolvimento<br />

das li<strong>de</strong>ranças com a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento através <strong>de</strong> “exemplos”<br />

top <strong>do</strong>wn e atuação <strong>do</strong> Comitê <strong>de</strong> Representantes GCO; e<br />

75


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

76<br />

f) sensibilização sistemática, constante e efetiva <strong>de</strong> envolvimento<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s com a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento por meio <strong>de</strong><br />

“exemplos” top <strong>do</strong>wn e atuação das li<strong>de</strong>ranças e <strong>do</strong> Comitê <strong>de</strong> Representantes<br />

GCO.<br />

Caminhan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma, o SERPRO estará respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> com<br />

movimentos ágeis e adaptativos às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> cada vez mais<br />

globaliza<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> em tratar o ativo <strong>conhecimento</strong> é a chave <strong>do</strong><br />

sucesso e sua vantagem competitiva.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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80


1. Introdução.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO III<br />

O SERPRO E A EDUCAÇÃO CORPORATIVA<br />

Eliana Duarte Leite<br />

Lilian Figueire<strong>do</strong> Holanda<br />

Lúcio Lage Gonçalves<br />

Rosana da Conceição Teixeira<br />

Viviane Santos Cohen<br />

Os fatores <strong>de</strong> produção, bem como sua evolução e <strong>gestão</strong>, são<br />

impacta<strong>do</strong>s pela capacida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> com as quais o <strong>conhecimento</strong> humano<br />

tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, utiliza<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong>. Este fenômeno se <strong>de</strong>u<br />

com o advento da Era <strong>do</strong> Conhecimento. Essa Era surgiu impulsionada por<br />

fenômenos que estão transforman<strong>do</strong> as relações econômicas, políticas e sociais<br />

da civilização humana, como a globalização, os merca<strong>do</strong>s regionais e os<br />

avanços tecnológicos, em especial a Tecnologia da Informação.<br />

Cesar SOUZA <strong>de</strong>staca que “outro fator que tem causa<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong><br />

nível <strong>de</strong> angústia nos empresários e executivos é o fato <strong>de</strong> vivermos em uma<br />

era que po<strong>de</strong>ria ser chamada <strong>de</strong> Economia Instantânea. Temos que <strong>de</strong>cidir cada<br />

vez mais on-line, sem tempo para cuida<strong>do</strong>sas análises nem para aqueles rituais<br />

<strong>de</strong> planejamento estratégico, pois quan<strong>do</strong> os planos ficam prontos as circunstâncias<br />

já mudaram.” 1<br />

No segmento governo esta consi<strong>de</strong>ração, <strong>do</strong> menciona<strong>do</strong> autor,<br />

po<strong>de</strong> ser observada em eventos <strong>de</strong> transformações no processo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

1 SOUZA, Talentos & Competitivida<strong>de</strong>, p.5.<br />

81


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Esta<strong>do</strong>, em especial nos momentos <strong>de</strong> ajustes <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los social e econômico.<br />

Nesse contexto, aplicam-se ferramentas <strong>de</strong> planejamento capazes <strong>de</strong> conviver<br />

com variações relevantes <strong>de</strong> cenário, tratan<strong>do</strong> contingências <strong>de</strong> certa<br />

forma previsíveis e, como conseqüência, crian<strong>do</strong> caminhos alternativos.<br />

Note-se que os meios <strong>de</strong> produção tradicionais - máquinas, rotinas,<br />

instalações - não representam mais o gran<strong>de</strong> diferencial competitivo das<br />

Organizações. De fato, a tecnologia <strong>de</strong>mocratizou o acesso a eles para além<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> das gran<strong>de</strong>s empresas. Po<strong>de</strong>-se então <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r da análise <strong>de</strong><br />

Cesar SOUZA que, somente o <strong>de</strong>senvolvimento contínuo <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

humano e <strong>de</strong> suas formas <strong>de</strong> aplicação permitirá o atendimento das necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ssa nova Era.<br />

Assim, o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio das Organizações <strong>do</strong> Século XXI será<br />

atrair e reter clientes, fornece<strong>do</strong>res e cria<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>. A estratégia<br />

empresarial necessitará estar fortemente apoiada em uma estratégia <strong>de</strong> educação<br />

continuada <strong>do</strong>s empresários, executivos e técnicos que compõem o capital<br />

humano das Organizações. Isto se fará por meio <strong>de</strong> programas estrutura<strong>do</strong>s<br />

sob medida para as necessida<strong>de</strong>s específicas <strong>do</strong> negócio e que valorizem o<br />

raciocínio criativo, a resolução <strong>de</strong> problemas, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças,<br />

o autogerenciamento da carreira, a efetivida<strong>de</strong> na comunicação e na colaboração,<br />

além <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico.<br />

Nesse contexto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s transformações, <strong>de</strong> economia<br />

globalizada, <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>s cada vez mais concorrentes entre si, o instrumento<br />

<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> das Organizações necessariamente <strong>de</strong>verá ser basea<strong>do</strong> em<br />

<strong>conhecimento</strong>. As abordagens <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res e especialistas em estratégia<br />

empresarial e educação <strong>de</strong> adultos, como Peter SENGE, Jeanne MEISTER,<br />

Michael PORTER, Cesar SOUZA, NONAKA e TAKEUCHI, <strong>de</strong>ntre outros,<br />

apontam a Educação Corporativa (EC) como um forte e representativo<br />

elemento da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento Organizacional, para criar e manter<br />

vantagens competitivas. Deve-se observar, em especial, o fato <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rarem<br />

como objetivo <strong>de</strong> qualquer programa <strong>de</strong> Educação Corporativa o aumento<br />

<strong>do</strong> Capital Intelectual.<br />

Desta forma, a Educação Corporativa representa um importante<br />

componente da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento (GC), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como uma ferramenta <strong>de</strong> suporte à GC no cumprimento <strong>de</strong> seu propósito <strong>de</strong><br />

socializar o <strong>conhecimento</strong>. Com a missão <strong>de</strong> propiciar o aprendiza<strong>do</strong> contí-<br />

82


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

nuo, a EC oferece soluções <strong>de</strong> aprendizagem e compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s,<br />

atuan<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que to<strong>do</strong>s tenham as qualificações necessárias<br />

para sustentar os objetivos empresariais.<br />

Assim, nenhuma estratégia empresarial será realizada sem que esteja<br />

fundamentada em um consistente programa <strong>de</strong> Educação Corporativa<br />

continuada. Este programa <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>senvolver os <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s<br />

e atitu<strong>de</strong>s requeri<strong>do</strong>s para se obter sucesso no menciona<strong>do</strong> cenário, on<strong>de</strong><br />

o pensar e a construção <strong>do</strong> futuro são tão relevantes, ou até mais, <strong>do</strong> que o fazer.<br />

Essa afirmação é reforçada pelo pensamento <strong>de</strong> Jeanne MEISTER,<br />

que <strong>de</strong>fine como meta para a Educação Corporativa, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “sustentar<br />

a vantagem competitiva, inspirada num aprendiza<strong>do</strong> permanente e<br />

um <strong>de</strong>sempenho excepcional”. A autora reforça ainda esta idéia, afirman<strong>do</strong><br />

que empresas visionárias nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s “estão transforman<strong>do</strong> suas salas<br />

<strong>de</strong> aula corporativas em infra-estrutura <strong>de</strong> aprendizagem corporativa, em<br />

que o objetivo é <strong>de</strong>senvolver meios <strong>de</strong> alavancar novas oportunida<strong>de</strong>s, entrar<br />

em novos merca<strong>do</strong>s globais, criar relacionamentos mais profun<strong>do</strong>s com os<br />

Clientes e impulsionar a organização para um novo futuro”. 2<br />

Oscar MOTOMURA também fortalece essa afirmativa quan<strong>do</strong>,<br />

no artigo “Comunida<strong>de</strong>s que pensam e vibram em harmonia”, lança o <strong>de</strong>safio para se<br />

obter respostas para questões como:<br />

“Quais são as competências básicas <strong>de</strong> sua organização? Que oportunida<strong>de</strong>s se<br />

po<strong>de</strong>m perceber, <strong>de</strong> imediato, a partir da compreensão mais profunda <strong>de</strong>ssas competências? Sua<br />

organização vem conscientemente investin<strong>do</strong>, com visão <strong>de</strong> futuro, para construir as competências<br />

básicas capazes <strong>de</strong> assegurar seu crescimento a longo prazo? “ 3<br />

MOTOMURA afirma também que, “quan<strong>do</strong> percebem a Organização<br />

como um to<strong>do</strong> integra<strong>do</strong>, os lí<strong>de</strong>res conseguem visualizar com mais<br />

clareza quais são as competências básicas organizacionais. A partir daí po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>dicar-se à tarefa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir uma arquitetura estratégica que leve à construção<br />

das competências básicas necessárias para criar o futuro”. 4<br />

2 MEISTER, Educação Corporativa, p.19.<br />

3 MOTOMURA, Comunida<strong>de</strong>s que pensam e vibram em harmonia, acesso em 03/10/2000<br />

4 MOTOMURA, op. cit. p.1.<br />

83


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

De acor<strong>do</strong> com pesquisas citadas por Cesar SOUZA 5 e Jeanne<br />

MEISTER 6 , a implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação corporativa, nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s e no Brasil, já é uma realida<strong>de</strong> e se encontra em franca evolução e<br />

expansão. Esses programas integram a estratégia empresarial <strong>do</strong>s mais varia<strong>do</strong>s<br />

setores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a indústria <strong>do</strong> entretenimento, como a Disney, passan<strong>do</strong><br />

por Bancos e outras Instituições Financeiras, como o BankBoston e o HSBC,<br />

até o segmento <strong>de</strong> seguros saú<strong>de</strong> como a AMIL. Empresas <strong>de</strong> alta tecnologia,<br />

caminham a passos largos nesse senti<strong>do</strong>. Todas utilizam o mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> que já<br />

está fican<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong> como Universida<strong>de</strong>s Virtuais, que <strong>de</strong>ntre outras alternativas,<br />

po<strong>de</strong>m tomar o formato <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s Corporativas.<br />

Em entrevista para o Jornal Valor OnLine <strong>de</strong> 26/07/2000, Jeanne<br />

MEISTER, consi<strong>de</strong>rada a maior autorida<strong>de</strong> em Educação Corporativa, <strong>de</strong>staca<br />

que o Brasil é o país mais avança<strong>do</strong> em iniciativas <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s<br />

Corporativas (UC) na América <strong>do</strong> Sul. São <strong>de</strong> fato significativos alguns números<br />

apresenta<strong>do</strong>s por MEISTER. A empresa <strong>de</strong> seguros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> AMIL<br />

iniciou seu programa <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong> Corporativa em 1989 e já formou 500<br />

executivos. O HSBC (banco sucessor <strong>do</strong> Bamerindus) <strong>de</strong>u início ao seu programa<br />

no princípio <strong>do</strong>s anos 90 e possui parcerias com várias Universida<strong>de</strong>s<br />

tradicionais brasileiras. O BankBoston <strong>do</strong> Brasil investiu R$ 3 milhões na<br />

construção e estruturação <strong>de</strong> sua UC.<br />

De acor<strong>do</strong> com Cesar SOUZA, “nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s o número <strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong>s Corporativas já atinge quase 2.000, mantidas por empresas<br />

como a GE, Motorola, Xerox, Disney, ATT, FEDEX, Southwestern Bell,<br />

<strong>de</strong>ntre outras”. 7<br />

Basea<strong>do</strong> no contexto apresenta<strong>do</strong>, o trabalho “O Serpro e<br />

a Educação Corporativa” preten<strong>de</strong> fundamentar a hipótese <strong>de</strong> que a “Educação<br />

Corporativa é necessária para a realização da estratégia empresarial <strong>do</strong><br />

SERPRO”.<br />

Primeiramente, oferece-se uma base conceitual sobre o tema Educação<br />

Corporativa, <strong>de</strong> forma a criar um contexto <strong>de</strong> estruturação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais<br />

capítulos. Apresenta-se, em seguida, uma proposta <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Educação<br />

Corporativa como suporte à realização da estratégia empresarial <strong>do</strong> Serpro.<br />

5 SOUZA, op. cit. p.17.<br />

6 MEISTER, entrevista acesso em 26/07//2000.<br />

7 SOUZA, op. cit. p.17.<br />

84


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Cabe ressaltar que este texto contém apenas os capítulos I e V <strong>de</strong><br />

uma monografia acadêmica. O texto matriz <strong>de</strong>sta síntese, inclui mais três<br />

segmentos: Uma análise da relação existente entre Estratégia Empresarial e<br />

Educação Corporativa e é apresentada a partir <strong>do</strong>s subsídios das Forças Competitivas<br />

<strong>de</strong> Michael PORTER, <strong>do</strong> relacionamento das estratégias com as<br />

Disciplinas <strong>de</strong> Peter SENGE, da estrutura <strong>do</strong> Balanced Scorecard e, finalmente,<br />

<strong>do</strong>s critérios <strong>de</strong> Excelência <strong>do</strong> PNQ – Prêmio Nacional da Qualida<strong>de</strong><br />

da FPNQ – Fundação para o Prêmio Nacional da Qualida<strong>de</strong>. Na seqüência,<br />

a relação da Educação Corporativa com a Estratégia Empresarial SERPRO<br />

confere a realida<strong>de</strong> necessária <strong>do</strong> ambiente corporativo que vivemos e aproxima<br />

o leitor da prática <strong>de</strong>sta estratégia educacional nas empresas da forma<br />

que é vista para o futuro da nossa Organização. Apresenta-se, então, a i<strong>de</strong>ntificação<br />

das competências institucionais necessárias à realização da Estratégia<br />

Empresarial <strong>do</strong> SERPRO visan<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrar alguns <strong>do</strong>s requisitos específicos<br />

da Organização foco.<br />

2. Bases conceituais.<br />

Ao que parece, os especialistas e autores <strong>de</strong>ste tema, bem como as<br />

Organizações que já implantaram seus programas <strong>de</strong> Educação Corporativa,<br />

afirmam que essa iniciativa <strong>de</strong>ve ser um processo inseri<strong>do</strong> no contexto da Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento. Esse processo <strong>de</strong>ve integrar as pessoas da Organização,<br />

seus clientes, parceiros, fornece<strong>do</strong>res e, até mesmo, a socieda<strong>de</strong>, forman<strong>do</strong><br />

uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, focada na estratégia empresarial. Essa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor<br />

permitirá a manutenção e o aumento permanente, <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Capital Intelectual<br />

das Organizações.<br />

Jeanne MEISTER 8 <strong>de</strong>staca o papel pró-ativo da EC no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> sistemas educacionais vincula<strong>do</strong>s às metas empresariais e seu amplo<br />

escopo <strong>de</strong> atuação. Sua proposta <strong>de</strong> alinhar to<strong>do</strong>s da Organização aos<br />

objetivos empresariais, oferecen<strong>do</strong> soluções <strong>de</strong> aprendizagem para cada família<br />

<strong>de</strong> cargos se contrapõe aos mo<strong>de</strong>los atuais das áreas <strong>de</strong> treinamento, cuja<br />

função básica é treinar pessoas no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s para o<br />

8 MEISTER, Revista Você S.A., N.26, p.89<br />

85


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

trabalho. As empresas, ao oferecerem aos emprega<strong>do</strong>s os melhores programas<br />

<strong>de</strong> capacitação e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação contínua <strong>de</strong> seus <strong>conhecimento</strong>s,<br />

aumentam suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reter talentos. Esta é a contrapartida.<br />

Neste mesmo contexto, Cesar SOUZA chega a afirmar que “chegamos<br />

ao fim da era <strong>do</strong> T&D” 9 e apresenta as razões para sua hipótese em um<br />

resumo ilustrativo reproduzi<strong>do</strong> a seguir:<br />

86<br />

Fonte: SOUZA, Talentos e Competitivida<strong>de</strong>, p.18.<br />

O que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta representação em primeiro lugar,<br />

é que a dimensão <strong>do</strong> novo contexto sinaliza<strong>do</strong> pela mudança <strong>de</strong> paradigma é<br />

extremamente ampla em relação ao que a prece<strong>de</strong>. A visão individualista,<br />

voltada para as habilida<strong>de</strong>s, portanto para o mecanismo, marca a chamada<br />

era <strong>do</strong> T&D.<br />

Em segun<strong>do</strong> lugar, a Educação Corporativa, por tratar a empresa<br />

como um to<strong>do</strong>, requer seu <strong>de</strong>senvolvimento em um plano estratégico, comprometi<strong>do</strong><br />

com o(s) negócio(s) da corporação e portanto, obrigatoriamente<br />

atrela<strong>do</strong> às estratégias organizacionais.<br />

9 SOUZA, op. cit. p.3.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Em terceiro lugar, por tratar o ambiente corporativo como um<br />

to<strong>do</strong>, o aprendiza<strong>do</strong> organizacional terá sempre um direcionamento para o<br />

resulta<strong>do</strong> global e não para a melhoria exclusivamente individual <strong>do</strong>s componentes<br />

das equipes, agregan<strong>do</strong> valor ao resulta<strong>do</strong> corporativo.<br />

2.1. Conceituação.<br />

Conforme argumentação <strong>do</strong>s autores pesquisa<strong>do</strong>s, a <strong>de</strong>finição a<br />

seguir parece estabelecer, <strong>de</strong> forma apropriada, a noção <strong>de</strong> E.C. A Educação<br />

Corporativa é um componente <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

Organizacional, fundamenta<strong>do</strong> na estratégia <strong>de</strong> negócios, com objetivo <strong>de</strong><br />

aumentar, permanentemente, o valor <strong>do</strong> Capital Intelectual da Organização.<br />

Por seu intermédio é integrada toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor: Alta Direção, Executivos<br />

e Técnicos da Organização, Clientes, Parceiros, Fornece<strong>do</strong>res e até mesmo<br />

a Socieda<strong>de</strong>. Essa integração conduz ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> educação continuada, como suporte à melhoria <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> negócio,<br />

ao aumento da competitivida<strong>de</strong> da Organização e das equipes, bem como a<br />

respectiva construção <strong>de</strong> futuro.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma proposta para implantação <strong>de</strong> um programa<br />

<strong>de</strong> Educação Corporativa, transcen<strong>de</strong> à <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> termo em si e à<br />

apresentação <strong>de</strong> uma base conceitual. Pressupõe uma prática sistemática, aplicada<br />

<strong>de</strong> maneira ininterrupta, <strong>de</strong> seu mo<strong>de</strong>lo conceitual, que se <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra em<br />

estratégias e ações empresariais, <strong>de</strong> forma a se obter os resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s.<br />

Conforme observa Marisa EBOLI, “a missão da UC consiste em<br />

formar e <strong>de</strong>senvolver os talentos humanos na <strong>gestão</strong> <strong>do</strong>s negócios, promoven<strong>do</strong><br />

a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional (geração, assimilação, difusão<br />

e aplicação), por meio <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> aprendizagem ativa e contínua.”<br />

10<br />

A partir <strong>de</strong>ssas consi<strong>de</strong>rações, apresentamos o mo<strong>de</strong>lo conceitual<br />

da Educação Corporativa.<br />

10 EBOLI, Educação para as Empresas <strong>do</strong> Século XXI., p.112.<br />

87


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

2.2. Mo<strong>de</strong>lo conceitual.<br />

Alguns elementos integram ou direcionam o processo <strong>de</strong> Educação<br />

Corporativa.<br />

Para facilitar a referência, seguem-se <strong>do</strong>is conceitos <strong>de</strong> competências,<br />

apresenta<strong>do</strong>s pela Professora da USP, Dra. Maria Tereza Leme FLEURY,<br />

no I Fórum Nacional <strong>de</strong> Dirigentes <strong>do</strong> SIPEC, realiza<strong>do</strong> na ESAF dias 21 a<br />

23/11/2000. Competências como “<strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s<br />

(CHA)” 11 ; e “um saber responsável e reconheci<strong>do</strong>, que implica em mobilizar,<br />

integrar, transferir <strong>conhecimento</strong>s, recursos, habilida<strong>de</strong>s que agreguem<br />

valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.” 12<br />

Nesse contexto, as Competências Institucionais referem-se ao conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s necessário ao funcionamento<br />

das Organizações. As Competências Individuais referem-se ao conjunto que<br />

cada pessoa possui.<br />

2.3. Estratégia empresarial.<br />

O processo <strong>de</strong> Educação Corporativa <strong>de</strong>ve ter seu direcionamento<br />

fundamenta<strong>do</strong> pela estratégia empresarial. A correta i<strong>de</strong>ntificação das competências<br />

necessárias aos negócios e à implantação <strong>do</strong>s respectivos programas<br />

<strong>de</strong> educação, certamente po<strong>de</strong>m fortalecer a <strong>de</strong>finição e a realização da estratégia<br />

empresarial.<br />

2.4. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> da organização.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> da Organização representa mais um <strong>do</strong>s elementos<br />

nortea<strong>do</strong>res da Educação Corporativa, na medida em que o<br />

mapeamento e <strong>gestão</strong> das competências institucionais e individuais <strong>de</strong>vem<br />

consi<strong>de</strong>rar as necessida<strong>de</strong>s e particularida<strong>de</strong>s das diversas unida<strong>de</strong>s e funções<br />

empresariais, <strong>de</strong>finidas no referi<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.<br />

11 FLEURY, Maria Tereza Leme. I Fórum Nacional <strong>de</strong> dirigentes <strong>do</strong> SIPEC, Nov./2000.<br />

12 FLEURY, op. cit.<br />

88


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A Educação Corporativa <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, tanto a estratégia empresarial,<br />

quanto o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> para sua realização. Desta<br />

forma a capacitação das pessoas da Organização po<strong>de</strong>rá ser direcionada,<br />

prioritariamente, para as atribuições específicas das unida<strong>de</strong>s que compõem<br />

o mo<strong>de</strong>lo, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar os <strong>conhecimento</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m geral e as<br />

habilida<strong>de</strong>s cognitivas necessárias a toda a Organização.<br />

2.5. Planejamento Estratégico.<br />

A EC <strong>de</strong>ve integrar o Planejamento Estratégico da Organização,<br />

por meio <strong>do</strong> estabelecimento <strong>de</strong> metas empresariais <strong>de</strong> educação continuada<br />

com programas volta<strong>do</strong>s para os objetivos <strong>do</strong> negócio.<br />

Além disto, a Educação Corporativa representa o direcionamento<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento das competências da Organização, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

construir o futuro a curto prazo <strong>de</strong> forma mais eficaz, uma vez que fornece<br />

condições para a formulação <strong>de</strong> cenários, projeta<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

adquiri<strong>do</strong>s por seus emprega<strong>do</strong>s na prática diária da própria EC.<br />

2.6. Análise das vantagens competitivas.<br />

O <strong>conhecimento</strong> valoriza<strong>do</strong> na nova economia é aquele que po<strong>de</strong><br />

ser aplica<strong>do</strong> para obter resulta<strong>do</strong>s e gerar riqueza. Mais especificamente, é<br />

aquele que po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> sistemática e objetivamente para <strong>de</strong>finir qual o<br />

novo <strong>conhecimento</strong> que levará a Organização ao encontro da inovação e da<br />

conseqüente diferenciação <strong>de</strong> seus produtos, bem como agregar valor aos<br />

indivíduos. Ao inovarem, as Organizações processam informações <strong>de</strong> fora<br />

para <strong>de</strong>ntro, com o intuito <strong>de</strong> resolver problemas existentes e adaptarem-se<br />

ao ambiente em transformação. Além disso, criam novos <strong>conhecimento</strong>s e<br />

informações, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora, a fim <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finir tanto os problemas quanto<br />

as soluções. Nesse processo, recriam, continuamente, o seu meio. Dessa<br />

forma, a análise das vantagens competitivas representa um importante<br />

orienta<strong>do</strong>r para a Educação Corporativa, que po<strong>de</strong> fortalecer o processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem organizacional. Deve-se consi<strong>de</strong>rar, inclusive, a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> errar e o <strong>de</strong>senvolvimento da inteligência corporativa. A EC <strong>de</strong>ve privilegiar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s que incen-<br />

89


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

tivem e até promovam a criativida<strong>de</strong> e a inovação. O objetivo final será a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos e serviços, a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> clientes e a penetração <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>.<br />

2.7. Competências institucionais.<br />

O correto mapeamento das competências institucionais agrega<br />

valor ao negócio e contribui para a criação <strong>do</strong> seu diferencial competitivo,<br />

caracterizan<strong>do</strong>-se como fundamental para a Educação Corporativa. Como<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar as áreas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> necessárias ao negócio e,<br />

portanto, direcionar a EC, alinhada ao planejamento estratégico da Organização.<br />

2.8. Competências individuais.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação das competências individuais representa o conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s que cada um <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

já <strong>de</strong>senvolveu e possui, ativida<strong>de</strong> esta facilitada pelo uso <strong>do</strong> Mapa <strong>de</strong> Conhecimentos<br />

da Organização, que serve <strong>de</strong> referencial para a construção <strong>do</strong>s currículos<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, que po<strong>de</strong>m ainda, colaborar para o enriquecimento<br />

e atualização <strong>do</strong> Mapa.<br />

A diferença entre as competências necessárias para cada uma das<br />

áreas <strong>de</strong> atuação da Organização i<strong>de</strong>ntificadas a partir <strong>do</strong> Mapa <strong>de</strong> Conhecimentos<br />

e, as competências individuais existentes nessas áreas, <strong>de</strong>fine o conjunto<br />

<strong>de</strong> competências a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> nas pessoas.<br />

Dessa forma, as competências individuais representam um importante<br />

componente da Educação Corporativa, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que, juntamente<br />

com as competências institucionais, irá constituir os programas <strong>de</strong><br />

educação, fundamenta<strong>do</strong>s na estratégia empresarial.<br />

90


2.9. As pessoas da organização.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

É fato que os méto<strong>do</strong>s tradicionais <strong>de</strong> treinamento e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas não têm consegui<strong>do</strong> acompanhar o ritmo das freqüentes<br />

mudanças que vêm ocorren<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong>. Conseqüentemente, as Empresas<br />

têm si<strong>do</strong> instadas a uma reflexão e à busca <strong>de</strong> novos caminhos, para manter<br />

seu corpo gerencial e funcional atualiza<strong>do</strong>s, quase em tempo real.<br />

Daniel H. KIM co-funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Center for Organizacional Learning<br />

<strong>do</strong> MIT, menciona em seu artigo publica<strong>do</strong> em 1993, intitula<strong>do</strong> ‘The Link<br />

Between Individual and Organizacional Learning’, “que o aprendiza<strong>do</strong> tem<br />

<strong>do</strong>is significa<strong>do</strong>s: adquirir <strong>conhecimento</strong> e adquirir habilida<strong>de</strong>. O <strong>conhecimento</strong><br />

é o porquê, a parte conceitual <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong>, saber por que alguma<br />

coisa funciona ou acontece. A habilida<strong>de</strong> é o como, a aplicação, ter capacida<strong>de</strong><br />

para fazer algo acontecer. No mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios, saber ‘porque’ e saber<br />

‘como’, são igualmente importantes”. 13<br />

Diante da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos padrões <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>, eficácia<br />

nos custos, qualida<strong>de</strong> e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformar as culturas empresarias<br />

com novos valores e estilos gerenciais, empresas com visão <strong>de</strong> futuro voltam–se<br />

cada vez mais para programas internos e personaliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> educação<br />

continuada <strong>de</strong> executivos, gerentes e especialistas, a fim <strong>de</strong> ajudá-los a<br />

alcançar seus objetivos estratégicos e agirem como catalisa<strong>do</strong>res da mudança<br />

organizacional.<br />

A Alta Direção tem papel fundamental na legitimação <strong>do</strong> processo<br />

e na <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos, caben<strong>do</strong> aos executivos fomentarem junto aos<br />

gerentes a a<strong>de</strong>são a esses programas, forman<strong>do</strong> uma corrente, on<strong>de</strong> especialistas<br />

são motiva<strong>do</strong>s a participar como agentes <strong>de</strong> disseminação e captura <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> sistêmico, estrutura<strong>do</strong> e permanente.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, todas as pessoas que compõem a Organização, se<br />

tornam atores da Educação Corporativa e <strong>de</strong>sempenham papéis varia<strong>do</strong>s,<br />

tanto como instrutores e fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, quanto como<br />

aprendizes.<br />

13 KIM, O Guia <strong>do</strong>s Gurus, p.96.<br />

91


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

2.10. Abrangência da Educação Corporativa.<br />

No ambiente empresarial a Educação Corporativa não tem suas<br />

fronteiras limitadas à estrutura organizacional e aos seus emprega<strong>do</strong>s. As<br />

relações da Organização com clientes, parceiros, fornece<strong>do</strong>res e até mesmo<br />

com a socieda<strong>de</strong>, influenciam seu processo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> e evolução. Todas estas<br />

relações formam uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor que impacta a realização das metas<br />

empresariais e a obtenção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> negócio. A <strong>gestão</strong> das Organizações,<br />

por mais auto-suficientes que sejam, sofre as influências <strong>de</strong>stes agentes<br />

intervenientes e afetam naturalmente sua evolução.<br />

A interpretação, no contexto <strong>de</strong> Educação Corporativa, <strong>de</strong> cada<br />

um <strong>do</strong>s componentes <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada da seguinte<br />

forma:<br />

No que tange aos Clientes, o <strong>conhecimento</strong> sobre suas áreas <strong>de</strong><br />

atuação, necessida<strong>de</strong>s, problemas e expectativas é fundamental para que a<br />

Organização possa oferecer produtos e serviços a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, atraentes e inova<strong>do</strong>res.<br />

Dessa forma, o Cliente integra a Educação Corporativa por meio<br />

<strong>do</strong> compartilhamento <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, informações e idéias que envolvem a relação<br />

comercial. Ele fornece os <strong>conhecimento</strong>s sobre o seu negócio e recebe os<br />

<strong>conhecimento</strong>s da Organização, que lhe sejam úteis para o bom andamento<br />

<strong>do</strong> relacionamento entre as partes. Nesse contexto cabe também ressaltar o<br />

papel <strong>do</strong> Marketing <strong>de</strong> Relacionamento, interagin<strong>do</strong> com a EC, a partir <strong>do</strong><br />

momento que esta, na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, <strong>de</strong>senvolve ações educacionais que se<br />

esten<strong>de</strong>m até o cliente.<br />

Os Parceiros, compartilham <strong>de</strong> interesses comuns por informações<br />

e <strong>conhecimento</strong>s, que os aproximam naturalmente, em função <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

conjunto <strong>de</strong> projetos, produtos e serviços. Essa atuação integrada,<br />

via <strong>de</strong> regra <strong>de</strong>manda capacitação e compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

entre as equipes parceiras. A EC po<strong>de</strong> ser o melhor caminho para o<br />

alcance <strong>de</strong>sse objetivo.<br />

Peculiar parceria, <strong>de</strong> caráter impulsiona<strong>do</strong>r, po<strong>de</strong> também ocorrer<br />

com instituições <strong>de</strong> ensino, tanto como forma <strong>de</strong> contar com um perfil <strong>de</strong><br />

educa<strong>do</strong>r com experiência acadêmica e científica, quanto para usufruir <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>ssas pessoas para <strong>de</strong>senvolver perfil semelhante, na Organização.<br />

92


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Na parceria, é fundamental o registro <strong>do</strong> processo e <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

<strong>conhecimento</strong> produzi<strong>do</strong>, como alternativa para gerar conteú<strong>do</strong>s que possam<br />

ser compartilha<strong>do</strong>s com outras equipes, <strong>de</strong> forma sistematizada. Essa<br />

sistematização po<strong>de</strong> contribuir para a Educação Corporativa, on<strong>de</strong> ambas as<br />

partes usufruem e propiciam crescimento profissional <strong>do</strong>s participantes e<br />

evolução das instituições.<br />

Os Fornece<strong>do</strong>res integram a Educação Corporativa principalmente<br />

por meio da transferência <strong>de</strong> tecnologia, ou seja, o repasse <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, informações,<br />

idéias e experiências, no formato <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s, relativos aos seus<br />

produtos e serviços. Assim, colaboram para a reconstrução <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

necessários à correta e eficaz aplicação da tecnologia em questão. Por<br />

outro la<strong>do</strong>, também necessitam conhecer os requisitos, expectativas e área <strong>de</strong><br />

atuação da Organização contratante, para que possam oferecer o conjunto <strong>de</strong><br />

produtos mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> às suas <strong>de</strong>mandas. A EC contribui, ainda, para a<br />

capacitação <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res como subsídio à obtenção <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s para os serviços e produtos forneci<strong>do</strong>s à Organização, <strong>de</strong> forma<br />

que ela possa cumprir sua missão com altos níveis <strong>de</strong> competência em<br />

toda a sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor.<br />

A Socieda<strong>de</strong> também po<strong>de</strong> participar da Educação Corporativa,<br />

mesmo que por influência circunstancial e relativa, na medida que sua atuação<br />

junto às Organizações varia conforme a intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu relacionamento<br />

com elas. Geralmente, sua participação se dá na forma <strong>de</strong> contribuição<br />

para o processo <strong>de</strong> melhoria contínua, a partir <strong>de</strong> sua avaliação como<br />

usuária (consumi<strong>do</strong>ra) <strong>do</strong>s produtos e serviços da Organização. Essa avaliação<br />

contribui para a i<strong>de</strong>ntificação das áreas indicadas para melhoria e,<br />

consequentemente, as competências institucionais que, eventualmente, necessitem<br />

ser <strong>de</strong>senvolvidas ou aperfeiçoadas.<br />

2.11. Produtos e serviços.<br />

Produtos e Serviços são provenientes <strong>do</strong> esforço integra<strong>do</strong> da ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> valor que envolve Clientes, Parceiros, Fornece<strong>do</strong>res, Socieda<strong>de</strong>, Alta<br />

Direção, Executivos, Gerentes, Especialistas e Técnicos. O <strong>do</strong>mínio das<br />

tecnologias aplicadas ao processo <strong>de</strong> construção, manutenção, comercialização<br />

e aperfeiçoamento <strong>do</strong>s produtos e serviços, torna-se fundamental para a Organização.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>senvolver, <strong>de</strong> forma permanente, as com-<br />

93


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

petências necessárias ao atingimento <strong>de</strong>sse propósito. Mais uma vez, a EC<br />

<strong>de</strong>ve representar a melhor alternativa para aten<strong>de</strong>r a to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s e<br />

<strong>de</strong>ve utilizar essas informações no contexto <strong>de</strong> seu planejamento e execução.<br />

2.12. Marketing <strong>de</strong> Relacionamento.<br />

“Marketing <strong>de</strong> Relacionamento significa criar, manter e acentuar<br />

sóli<strong>do</strong>s relacionamentos com os clientes e outros públicos.” 14<br />

A <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> relacionamento entre a Organização e seus Clientes<br />

<strong>de</strong>ve ocorrer <strong>de</strong> maneira interativa, propician<strong>do</strong> troca <strong>de</strong> benefícios e vantagens<br />

para ambas as partes, on<strong>de</strong> esta interação conduz a um processo<br />

ininterrupto <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>conhecimento</strong> mútuo e intensificação <strong>de</strong> relacionamentos.<br />

Neste contexto, o Marketing <strong>de</strong> Relacionamento apresenta-se<br />

como mais um instrumento da Educação Corporativa, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> sua proposta<br />

<strong>de</strong> integrar toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, incluin<strong>do</strong>-se aí os Clientes, Parceiros<br />

e Fornece<strong>do</strong>res, nos programas <strong>de</strong> educação continuada, conforme <strong>de</strong>finição<br />

conceitual <strong>de</strong> EC, proposta pelo grupo (vi<strong>de</strong> capítulo II da monografia). Desta<br />

forma, Educação Corporativa não se restringe à capacitação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> uma Organização; há um ciclo <strong>de</strong> trocas entre to<strong>do</strong>s os componentes<br />

da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, que po<strong>de</strong> ser fortaleci<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> marketing <strong>de</strong> relacionamento.<br />

Ratifica-se o papel da EC no processo <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> relacionamento,<br />

quan<strong>do</strong> promove o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências em toda a ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> valor, na busca da excelência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, a partir das estratégias<br />

organizacionais.<br />

3. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> educação corporativa – uma proposta para o Serpro.<br />

3.1. Objetivo.<br />

A partir <strong>do</strong>s trabalhos <strong>de</strong> pesquisa científica e <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong><br />

no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação em Gestão Estratégica <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e Inteligência Empresarial, tornou-se possível, para os autores <strong>do</strong> tra-<br />

14 KOTLER, PHILIP ARMSTRONG, Princípios <strong>de</strong> Marketing, Rio <strong>de</strong> Janeiro: LTC. p.397, apud BOGMANN, i.m. Marketing <strong>de</strong> Relacionamento. p.27.<br />

94


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

balho “O Serpro e a Educação Corporativa, a compreensão <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

conceitual <strong>de</strong> EC. A proposta tem a intenção <strong>de</strong> estruturar um mo<strong>de</strong>lo intensivo<br />

em participação e colaboração por parte das pessoas <strong>de</strong> todas as Unida<strong>de</strong>s<br />

Empresariais da Organização.<br />

O Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> EC formula<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve integrar o conjunto <strong>de</strong> práticas<br />

<strong>do</strong> Processo Serpro <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional. Nesse contexto, sua contribuição será valiosa para a criação<br />

e evolução <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> necessário ao funcionamento e à construção <strong>do</strong><br />

futuro da Empresa.<br />

3.2. Componentes estratégicos.<br />

De forma a facilitar a compreensão <strong>do</strong>s objetivos da Educação<br />

Corporativa para a Organização, bem como <strong>de</strong> integrá-la ao processo <strong>de</strong> formulação<br />

da estratégia da Empresa, apresentamos no capítulo V da monografia,<br />

proposta <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> componentes a ser utiliza<strong>do</strong> como direcionamento<br />

estratégico da EC <strong>do</strong> Serpro, contemplan<strong>do</strong> sua Missão, as Políticas e as<br />

Diretrizes a serem observadas.<br />

3.3. Funcionamento.<br />

A implantação <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo e a realização <strong>do</strong>s objetivos da Educação<br />

Corporativa <strong>de</strong>vem ser parte integrante <strong>do</strong> Planejamento Estratégico <strong>do</strong><br />

Serpro, como forte aliada para a obtenção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s empresariais positivos<br />

e crescentes. Dessa forma, esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ve ser estrutura<strong>do</strong> como um<br />

elemento fundamental à realização da estratégia empresarial da Organização<br />

e ter as etapas <strong>de</strong> seu fluxo <strong>de</strong> funcionamento e os respectivos atores claramente<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, visan<strong>do</strong> a obtenção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s, expressa<strong>do</strong>s<br />

por meio <strong>do</strong>s componentes estratégicos <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> EC.<br />

3.4. Principais etapas <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> EC proposto para o Serpro<br />

etapas:<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> EC proposto para o Serpro compõe-se das seguintes<br />

95


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

96<br />

3.4.1. Análise corporativa.<br />

Refere-se à formulação <strong>de</strong> um relatório <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> conjunto<br />

<strong>de</strong> informações estratégicas que propiciarão o diagnóstico das competências<br />

a serem <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>de</strong> forma a assegurar o cumprimento da Missão <strong>do</strong><br />

Serpro e, consequentemente, a realização <strong>de</strong> sua estratégia empresarial. O<br />

conjunto <strong>de</strong> informações estratégicas a ser avalia<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra:<br />

a) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias para realização<br />

da estratégia empresarial;<br />

b) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias para aten<strong>de</strong>r ao<br />

direcionamento estratégico <strong>do</strong> exercício;<br />

c) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias para a melhoria<br />

contínua <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s empresariais <strong>do</strong> Serpro;<br />

d) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias para a melhoria<br />

contínua <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s Clientes e <strong>do</strong>s Emprega<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Serpro;<br />

e) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias ao aperfeiçoamento<br />

<strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Educação Corporativa, i<strong>de</strong>ntificadas a partir <strong>do</strong><br />

monitoramento <strong>do</strong> campo estratégico e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, relativo a<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> EC;<br />

f) diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias ao atendimento<br />

das Políticas, Diretrizes e Metas Empresariais <strong>de</strong> GCO (Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional), em <strong>do</strong>is<br />

aspectos:<br />

- diagnóstico <strong>de</strong> competências institucionais necessárias ao alinhamento<br />

<strong>do</strong>s Perfis Profissionais <strong>do</strong> Serpro aos Cenários Profissionais, a partir <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> informações tais como: perfil profissional <strong>do</strong> Serpro, Projetos<br />

Corporativos, monitoramento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, etc.;<br />

- monitoramento <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> quanto às tendências <strong>de</strong> perfis profissionais<br />

necessários a empresas da área <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> Serpro.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

3.4.2. Plano <strong>de</strong> educação corporativa.<br />

A proposta <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> Educação Corporativa, contempla o conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>finições e orientações a serem observadas, bem como as metas a<br />

serem realizadas, no processo <strong>de</strong> implementação <strong>do</strong> plano.<br />

3.4.3. Avaliação, estratégia e priorida<strong>de</strong>s.<br />

Refere-se à avaliação da Proposta <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> EC, à <strong>de</strong>finição da<br />

estratégia <strong>de</strong> implementação e as priorida<strong>de</strong>s a serem atendidas, em função<br />

das seguintes variáveis, que po<strong>de</strong>m impactar no processo:<br />

• realida<strong>de</strong> orçamentária para o exercício;<br />

• priorida<strong>de</strong>s da Alta-Direção quanto aos <strong>de</strong>safios e metas empresariais<br />

estabelecidas pelo direcionamento estratégico para o exercício;<br />

• tecnologias e práticas GCO existentes no Serpro, <strong>de</strong>stinadas ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências.<br />

3.4.4. Implementação.<br />

Correspon<strong>de</strong> à <strong>gestão</strong> da implementação e <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Programas<br />

<strong>de</strong> Formação Técnica e Gerencial, <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> EC <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.<br />

3.4.5. MBS - Master Business Serpro.<br />

O MBS refere-se à implementação <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> educação<br />

pós-graduada, foca<strong>do</strong> nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios <strong>do</strong> Serpro, no contexto<br />

<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Educação Corporativa. Este é o objeto <strong>de</strong>sta etapa <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong><br />

funcionamento <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> EC <strong>do</strong> Serpro.<br />

3.4.6. Programas <strong>de</strong> formação.<br />

Representa a formulação <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> formação técnica e<br />

gerencial.<br />

97


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

98<br />

3.4.7. Execução.<br />

Efetiva realização <strong>do</strong>s cursos que compõem os programas <strong>de</strong> Formação<br />

e MBS.<br />

3.4.8. Avaliação.<br />

Definição <strong>de</strong> critérios para avaliação e certificação.<br />

3.4.9. Informações sobre a <strong>gestão</strong> e execução.<br />

Organização, registro e disseminação <strong>de</strong> informações relativas à<br />

execução <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências, bem como<br />

sua respectiva <strong>gestão</strong>. Inclui indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho setoriais e<br />

corporativos.<br />

3.4.10. Informações para o controle <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho corporativo.<br />

Organização, registro e disseminação <strong>de</strong> informações relativas ao<br />

controle <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho corporativo <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo e <strong>do</strong> Plano <strong>de</strong> EC.<br />

4. Conclusão.<br />

Experimentou-se ao longo <strong>de</strong>ste trabalho a hipótese <strong>de</strong> que a “Educação<br />

Corporativa é necessária para realização da estratégia empresarial <strong>do</strong><br />

Serpro”. Para <strong>de</strong>senvolvimento da argumentação e para que fosse possível<br />

transformá-la em uma prática corporativa aplicável ao ambiente Serpro, a<br />

Educação Corporativa foi contextualizada em relação às Organizações mo<strong>de</strong>rnas<br />

que a praticam, especialmente pelo estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> exemplos nacionais e<br />

internacionais <strong>de</strong> empresas que alcançaram resulta<strong>do</strong>s relevantes e <strong>de</strong> fundamentos<br />

teóricos - conceituais <strong>de</strong> especialistas na matéria.<br />

Definiu-se, então, uma base conceitual, formulada a partir <strong>do</strong> estu-


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong> autores especializa<strong>do</strong>s em estratégia empresarial e educação nas Organizações,<br />

que pesquisaram este tema e <strong>de</strong>screveram seus trabalhos abrangen<strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>los, competências, estratégia, planejamento, vantagens competitivas,<br />

emprega<strong>do</strong>s, clientes, parceiros, fornece<strong>do</strong>res, socieda<strong>de</strong>, produtos e serviços,<br />

constituin<strong>do</strong> um espectro bastante amplo.<br />

A partir <strong>de</strong>ste ponto, com o contexto e a base conceitual mapea<strong>do</strong>s,<br />

investiu-se na percepção da estreita relação entre estratégia empresarial e Educação<br />

Corporativa, basean<strong>do</strong>-se em mo<strong>de</strong>los comprova<strong>do</strong>s e retrata<strong>do</strong>s por<br />

meio <strong>de</strong> fatores como estratégia, aprendiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>conhecimento</strong>,<br />

visão e outros, integran<strong>do</strong>-os num único contexto sistêmico. Este<br />

embasamento proporcionou o <strong>de</strong>senho da relação, entre estratégia e Educação<br />

Corporativa, situan<strong>do</strong>-a no contexto Serpro, a partir da avaliação <strong>de</strong> elementos<br />

organizacionais como os Componentes Estratégicos, Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

Gestão, Gestão da Estratégia e Avaliação Corporativa segun<strong>do</strong> os Critérios<br />

<strong>de</strong> Excelência <strong>do</strong> PNQ.<br />

Basea<strong>do</strong> na crença que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Educação Corporativa para o<br />

Serpro <strong>de</strong>ve ser constituí<strong>do</strong> com a base nos elementos organizacionais ora<br />

menciona<strong>do</strong>s, com ênfase na sua estrutura sistêmica, dirigiu-se o foco para<br />

valorização <strong>do</strong> Capital Intelectual da Organização que enten<strong>de</strong>-se, impulsionará<br />

os processos que viabilizarão as estratégias empresariais.<br />

O mo<strong>de</strong>lo em questão, encontra garantias <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong> ao<br />

referenciar-se com experiências <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> bem sucedidas (cases <strong>de</strong> EC implanta<strong>do</strong>s)<br />

e que foram pesquisadas no <strong>de</strong>correr da construção <strong>de</strong>sta proposta,<br />

como por exemplo os casos <strong>do</strong> BankBoston, Datasul, VISA TRAINING<br />

e outras 15 .<br />

Além <strong>do</strong>s benefícios naturais da implantação da Educação<br />

Corporativa no Serpro, amplamente <strong>de</strong>scritos, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mencionar<br />

as perspectivas concretas que ela oferece em termos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

futuro para to<strong>do</strong>s aqueles que <strong>de</strong> alguma forma vierem a usufruir <strong>de</strong>ssa prática,<br />

crian<strong>do</strong> valor social aos indivíduos e constituin<strong>do</strong>-se também em elo <strong>de</strong><br />

integração da comunida<strong>de</strong> empresarial, que se materializará por meio <strong>do</strong><br />

compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s institucionais e acadêmicos.<br />

15 EBOLI, Educação para as empresas <strong>do</strong> século XXI , p.203-215.<br />

99


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A expansão <strong>do</strong>s relacionamentos, em especial com Clientes, Fornece<strong>do</strong>res<br />

e Parceiros, é também um subproduto inestimável para a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

valor que envolve os negócios da Organização, já que eles são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

no contexto da Educação Corporativa.<br />

Finalizan<strong>do</strong>, há que se <strong>de</strong>ixar registra<strong>do</strong> que a Educação<br />

Corporativa será um diferencial entre as empresas que prosperarão e aquelas<br />

que <strong>de</strong>sejarem vivenciar e praticar mo<strong>de</strong>los tradicionais que não levem em<br />

conta os aspectos aqui apresenta<strong>do</strong>s.<br />

100


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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102


1. Introdução.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO IV<br />

A GESTÃO DE PESSOAS ALINHADA À GESTÃO<br />

DO CONHECIMENTO<br />

Alcyr Moraes <strong>de</strong> Sousa<br />

Elisabeth Ribeiro Eloy<br />

Francisco Silvino <strong>de</strong> Jesus F. Matos<br />

Luiz Fernan<strong>do</strong> Sartori Furaste<br />

Maria José da Silva Filha<br />

O século passa<strong>do</strong> consagrou-se pelo <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico<br />

e parece ter indica<strong>do</strong> que o homem abriu uma via na qual não po<strong>de</strong> mais<br />

parar <strong>de</strong> perseguir avanços, com uma ousadia cada vez maior.<br />

No limiar <strong>de</strong>ste novo século, a par <strong>do</strong>s esforços por avanços<br />

tecnológicos, cresce o empenho na busca <strong>de</strong> valores, entre outros, justiça e<br />

solidarieda<strong>de</strong> na construção <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> organização.<br />

Nunca foi tão urgente e dramática a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>,<br />

<strong>de</strong> retomada <strong>de</strong> valores humanos, principalmente para aqueles que trabalham<br />

com tecnologia perecível como serviços ou produtos que envolvem<br />

informação.<br />

Nos últimos anos, muitos autores <strong>de</strong>dicaram-se ao aprofundamento<br />

das questões relacionadas com o <strong>conhecimento</strong>, nas empresas, e com a i<strong>de</strong>ntificação<br />

das características das organizações, cuja visão, missão, estratégia,<br />

cultura, estrutura organizacional, estilo gerencial, estratégia <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong><br />

Pessoas, normas, processos e práticas lhes garantem eficiência e eficácia. Destacam-se,<br />

entre eles, IKAUJIRO NONAKA, HIROTAKA TAKEUCHI,<br />

THOMAS STEWART, JOSÉ C. TERRA e IDALBERTO CHIAVENATO.<br />

103


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

São unânimes ao concluir que as empresas lí<strong>de</strong>res em seus ramos <strong>de</strong> negócio<br />

apresentam características comuns <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, <strong>de</strong> ambiente <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança, <strong>de</strong> postura e <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, relacionadas com o que se tem <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Este trabalho preten<strong>de</strong> propor diretrizes para a Gestão <strong>de</strong> Pessoas<br />

no SERPRO, norteadas pela Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

A motivação para tal objetivo está na crença <strong>de</strong> que a Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento se relaciona com a Gestão <strong>de</strong> Pessoas e que tal relação gera<br />

características específicas nesta última, sem as quais, as empresas não conseguem<br />

ambiente e condições propícias para o <strong>de</strong>senvolvimento continua<strong>do</strong>,<br />

para a criativida<strong>de</strong>, para a inovação e aprendiza<strong>do</strong> organizacional. Isso<br />

direciona os esforços a fim <strong>de</strong> serem alcança<strong>do</strong>s os objetivos estratégicos da<br />

organização.<br />

O texto <strong>de</strong>sta proposta estrutura-se em cinco partes. Primeiramente,<br />

analisa a evolução <strong>do</strong>s conceitos e práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />

para a Gestão <strong>de</strong> Pessoas e suas implicações na Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Em seguida, analisa as Políticas e Diretrizes Empresarias e a Política <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento <strong>do</strong> SERPRO e suas implicações na Gestão <strong>de</strong> Pessoas<br />

da empresa. Depois, avalia se os processos <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas <strong>do</strong><br />

SERPRO estão alinha<strong>do</strong>s à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Na seqüência, propõe<br />

as diretrizes <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas alinhadas à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

na Empresa e seus enuncia<strong>do</strong>s. Finalmente, propõe ações e diretrizes específicas<br />

com vistas a preparar o corpo gerencial e funcional para atuarem no<br />

novo mo<strong>de</strong>lo.<br />

2. Gestão <strong>de</strong> pessoas e <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

Esta abordagem procura estabelecer uma relação mais explícita entre<br />

os diversos níveis da prática gerencial relaciona<strong>do</strong>s à Gestão <strong>de</strong> Pessoas associada<br />

à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, o que envolve aprendiza<strong>do</strong>, criativida<strong>de</strong>,<br />

intuição e <strong>conhecimento</strong> tácito e explícito. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>stacam-se três<br />

características favoráveis ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> e<br />

da criativida<strong>de</strong> individual:<br />

104


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

a) São indissociáveis <strong>do</strong>s aspectos emotivos e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da motivação<br />

intrínseca, pois:<br />

- envolvem um indissociável processo mental e emocional;<br />

- resultam da resolução <strong>de</strong> tensões e liberação <strong>de</strong> angústias, principalmente<br />

quan<strong>do</strong> envolvem avanços importantes;<br />

- processam-se, em gran<strong>de</strong> medida, no subconsciente; disso advém<br />

a importância da intuição e <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> tácito.<br />

b) Depen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> contatos com outros e <strong>de</strong> experiências concretas,<br />

pois:<br />

- são processos ativos e laboriosos, que envolvem to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> corpo;<br />

- <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das experiências, tentativas, erros e contatos sociais<br />

<strong>de</strong> cada indivíduo;<br />

- estão associa<strong>do</strong>s a mudanças <strong>de</strong> comportamento e a um permanente<br />

processo <strong>de</strong> reformulação <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los mentais e mapas<br />

cognitivos.<br />

c) Beneficiam-se sobremaneira <strong>de</strong> diferentes inputs e perspectivas.<br />

- A principal vantagem competitiva das empresas baseia-se no capital<br />

humano, ou ainda, no <strong>conhecimento</strong> tácito que seus funcionários<br />

possuem. Esse é difícil <strong>de</strong> ser imita<strong>do</strong>, copia<strong>do</strong> e modifica<strong>do</strong>.<br />

É ao mesmo tempo individual e coletivo; leva tempo para<br />

ser construí<strong>do</strong> e, <strong>de</strong> certa maneira, é invisível, pois resi<strong>de</strong> na<br />

cabeça das pessoas. A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento está, <strong>de</strong>ssa forma,<br />

intrinsecamente ligada à capacida<strong>de</strong> das empresas <strong>de</strong> utilizarem<br />

e combinarem as várias fontes e tipos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

organizacional para <strong>de</strong>senvolverem competências específicas e<br />

capacida<strong>de</strong> inova<strong>do</strong>ra, que se traduzem permanentemente em<br />

novos produtos, processos, sistemas gerenciais e li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>. A velocida<strong>de</strong> das transformações e a complexida<strong>de</strong> crescente<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios não permitem mais concentrar esses esforços<br />

em alguns poucos indivíduos ou áreas das organizações.<br />

105


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Os trabalha<strong>do</strong>res, <strong>de</strong> outro la<strong>do</strong>, vêm aumentan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma consi<strong>de</strong>rável,<br />

seus níveis <strong>de</strong> educação e aspirações, ao mesmo tempo que o trabalho<br />

passa a ter um papel central em suas vidas. De fato, verifica-se que os<br />

indivíduos organizacionais se realizam sen<strong>do</strong> criativos e apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> constantemente.<br />

Essa coincidência aponta, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, para uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>:<br />

criar círculos virtuosos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s. Esses círculos<br />

ocorrem no momento em que as empresas, cientes da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

reinventarem, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver suas competências, <strong>de</strong> testar diferentes idéias,<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r com o ambiente e <strong>de</strong> estar sempre buscan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios,<br />

a<strong>do</strong>tam estilos, estruturas e processos gerenciais que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam processos<br />

semelhantes no nível individual e coletivo.<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento implica, portanto, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> práticas<br />

gerenciais compatíveis com as conclusões anteriores sobre os processos<br />

<strong>de</strong> criação e aprendiza<strong>do</strong> individual bem como a coor<strong>de</strong>nação sistêmica <strong>de</strong><br />

esforços em vários planos: organizacional e individual, estratégico e<br />

operacional, <strong>de</strong> normas formais e informais. Segun<strong>do</strong> essa abordagem, a<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento po<strong>de</strong> ser entendida a partir <strong>de</strong> sete dimensões da<br />

prática gerencial:<br />

106<br />

a) O papel indispensável da alta administração na <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s campos<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, no qual os funcionários da organização<br />

<strong>de</strong>vem focalizar seus esforços <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, além <strong>do</strong> seu papel<br />

indispensável na clarificação da estratégia empresarial e na <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> metas <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>ras e motivantes.<br />

b) O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma cultura organizacional voltada à inovação,<br />

experimentação, aprendiza<strong>do</strong> contínuo e comprometi<strong>do</strong><br />

com os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> longo prazo e com a otimização <strong>de</strong> todas as<br />

áreas da empresa <strong>de</strong>ve ser uma das preocupações fundamentais<br />

da alta administração. Nesse senti<strong>do</strong>, as escolhas <strong>de</strong> normas formais<br />

e informais a serem estimuladas e apoiadas adquirem um<br />

caráter altamente estratégico. A cultura organizacional se torna,<br />

a<strong>de</strong>mais, fundamental para o <strong>de</strong>senvolvimento estratégico à medida<br />

que o próprio conceito <strong>de</strong> estratégia per<strong>de</strong> o seu caráter tradicional,<br />

<strong>de</strong>terminista e <strong>de</strong> posicionamento e ganha um caráter<br />

tático <strong>de</strong> ação e tolerância ao erro <strong>de</strong> alavancagem baseada em<br />

habilida<strong>de</strong>s centrais e <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> alianças.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

c) As novas estruturas organizacionais e práticas <strong>de</strong> organização<br />

<strong>do</strong> trabalho, que diversas empresas, em diferentes setores e em<br />

diferentes países, estão a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> para superar os limites da inovação,<br />

<strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> e da geração <strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s,<br />

impostos pelas tradicionais estruturas hierárquico-burocráticas.<br />

Em gran<strong>de</strong> medida, essas novas estruturas estão baseadas no trabalho<br />

<strong>de</strong> equipes multidisciplinares com alto grau <strong>de</strong> autonomia.<br />

d) As práticas e políticas <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> recursos humanos associadas<br />

à aquisição <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s externos e internos à empresa,<br />

assim como à geração, difusão e armazenamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

na empresa. Destacam-se, em particular, as seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

- melhorar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as organizações atraírem e manterem<br />

pessoas com habilida<strong>de</strong>s, comportamentos e competências<br />

que elas mesmas adicionam aos seus estoques e fluxos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

(<strong>de</strong> valor); isso ocorre a partir <strong>do</strong> momento em que as<br />

empresas a<strong>do</strong>tam processos seletivos altamente rigorosos e buscam<br />

aumentar a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> backgrounds nas contratações;<br />

- estimular comportamentos alinha<strong>do</strong>s com os requisitos <strong>do</strong>s processos<br />

individual e coletivo <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, assim como aqueles<br />

comportamentos que resguar<strong>de</strong>m os interesses estratégicos e <strong>de</strong><br />

longo prazo da empresa referentes ao fortalecimento <strong>de</strong> suas competências;<br />

nesse senti<strong>do</strong>, são <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> carreira e treinamentos<br />

que ampliam as experiências, assim como contatos e<br />

interações com outras pessoas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e <strong>de</strong> fora da empresa;<br />

- a<strong>do</strong>tar esquemas <strong>de</strong> remuneração cada vez mais associa<strong>do</strong>s à<br />

aquisição <strong>de</strong> competências individuais, ao <strong>de</strong>sempenho da equipe<br />

e da empresa como um to<strong>do</strong>, em curto e em longo prazo.<br />

e) Os avanços na informática, nas tecnologias <strong>de</strong> comunicação e<br />

nos sistemas <strong>de</strong> informação estão afetan<strong>do</strong> os processos <strong>de</strong> geração,<br />

difusão e armazenamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> nas organizações.<br />

Reconhecem-se as novas possibilida<strong>de</strong>s propiciadas pelo<br />

avanço tecnológico, porém o papel <strong>do</strong> contato pessoal e <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

tácito para os processos <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong><br />

organizacional assim como a manutenção <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong><br />

elevada confiança, transparência e colaboração ainda são consi-<br />

107


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

108<br />

<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s essenciais. Os melhores sistemas <strong>de</strong> informação e ferramentas<br />

<strong>de</strong> comunicação ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m essencialmente <strong>do</strong>s inputs<br />

individuais.<br />

f) Esforços recentes <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s sob várias perspectivas<br />

em sua comunicação por toda a organização. Destacamse,<br />

em particular, esforços recentes <strong>de</strong> autores e empresas preocupadas<br />

em avaliar várias dimensões <strong>do</strong> capital intelectual.<br />

g) A crescente necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as empresas se engajarem em processos<br />

<strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> com o ambiente , em particular, por meio <strong>de</strong><br />

alianças com outras empresas e <strong>do</strong> estreitamento <strong>do</strong> relacionamento<br />

com clientes.<br />

3. I<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

A maioria <strong>do</strong>s autores que tratam das mo<strong>de</strong>rnas formas <strong>de</strong> Gestão<br />

reconhecem que as organizações que a<strong>do</strong>tam Gestão <strong>do</strong> Conhecimento em<br />

suas práticas administrativas apresentam características próprias e específicas,<br />

que tornam possível o surgimento <strong>de</strong> ambientes <strong>de</strong> trabalho e favorecem<br />

o auto<strong>de</strong>senvolvimento, a inovação, o aperfeiçoamento contínuo e a melhoria<br />

<strong>de</strong> serviços e produtos.<br />

Tais especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas ao longo <strong>de</strong>ste Capítulo serão consi<strong>de</strong>radas<br />

como indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

na empresa. Da mesma forma, os conceitos até aqui discuti<strong>do</strong>s servirão <strong>de</strong><br />

fundamento para as análises que serão apresentadas.<br />

Ao serem analisadas as Políticas e Diretrizes Empresariais e a Política<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento <strong>do</strong> SERPRO, serão i<strong>de</strong>ntificadas as presenças<br />

e ausências das especificida<strong>de</strong>s citadas, o que permitirá uma avaliação <strong>de</strong><br />

quão aqueles instrumentos estão, ou não, a<strong>de</strong>rentes às práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento.<br />

Enfim, o mo<strong>de</strong>lo referencial para este trabalho consi<strong>de</strong>ra que as<br />

empresas sofrem influências <strong>do</strong> seus meios externos e internos, das tecnologias<br />

das quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> seu negócio, <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong><br />

seus consumi<strong>do</strong>res e clientes, <strong>de</strong> seu corpo técnico e gerencial, assim como da


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

sua capacida<strong>de</strong> para criar ambiente favorável à consecução <strong>do</strong>s seus objetivos.<br />

Esquematicamente, po<strong>de</strong>-se representar da seguinte forma:<br />

A EMPRESA E AS INFLUÊNCIAS QUE ELA SOFRE<br />

109


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A forma <strong>de</strong> reagir às influências coloca as empresas nos diversos<br />

estágios <strong>do</strong> caminho para a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Para que haja a<strong>de</strong>rência<br />

das práticas ao que preconiza a Alta Direção da empresa, torna-se necessária<br />

a vigilância permanente <strong>do</strong>s ambientes externos, internos e das práticas<br />

gerenciais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a garantir que a empresa se transforme num verda<strong>de</strong>iro<br />

sistema. O mo<strong>de</strong>lo a seguir <strong>de</strong>monstra, <strong>de</strong> maneira esquemática, o que está<br />

envolvi<strong>do</strong> nesse processo:<br />

110<br />

O SISTEMA EMPRESA<br />

Para análise da empresa, prevalecerá o enfoque sistêmico, com vistas<br />

a avaliar se há correlação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência e seqüência entre cada uma das<br />

partes <strong>de</strong>scritas no mo<strong>de</strong>lo: da visão para a missão, <strong>de</strong>sta para a estratégia, a<br />

qual levará em conta a cultura existente. A monitoração <strong>do</strong>s ambientes exter-


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

nos e internos subsidiam e moldam as estratégias que refletem sobre a estrutura<br />

organizacional e dão forma ao estilo gerencial. De maneira<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>finidas estratégias <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas, cujas<br />

Normas <strong>de</strong>vem explicitar seus princípios, os quais permitirão a criação <strong>de</strong><br />

processos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s às estratégias. Por fim, as práticas <strong>de</strong>vem traduzir to<strong>do</strong><br />

o esforço da empresa na sua intenção <strong>de</strong> promover uma Gestão <strong>de</strong> Pessoas<br />

a<strong>de</strong>rente aos conceitos <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

O trabalho visa, portanto, a partir <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo conceitual apresenta<strong>do</strong>,<br />

i<strong>de</strong>ntificar normas e procedimentos que facilitam ou dificultam a passagem<br />

<strong>de</strong> uma <strong>gestão</strong> clássica <strong>de</strong> RH e <strong>de</strong> Pessoas à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

MODELO CONCEITUAL<br />

111


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

4. Análise da política Serpro <strong>de</strong> GCO ante a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> pessoas.<br />

Entre as estratégias para implementação e monitoramento <strong>do</strong> processo<br />

e da Política SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, <strong>de</strong>stacamos a que<br />

prevê a formulação e a aplicação <strong>de</strong> sistemática para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas<br />

<strong>de</strong> capacitação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s nas principais áreas <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong>s<br />

clientes e nos processos <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> interna da empresa. Ao <strong>de</strong>finir essa estratégia,<br />

a Política SERPRO <strong>de</strong> GCO preten<strong>de</strong> assegurar que os emprega<strong>do</strong>s sejam<br />

prepara<strong>do</strong>s e se mantenham atualiza<strong>do</strong>s diante <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s necessários<br />

à execução <strong>do</strong>s processos vitais da empresa. No entanto, não há,<br />

no SERPRO, um procedimento sistematiza<strong>do</strong> para diagnóstico <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e treinamento. Assim, iniciativas para ações <strong>de</strong>sse<br />

tipo advêm <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> projetos, <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s ou <strong>de</strong> indivíduos, para<br />

atendimento <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s julgadas relevantes.<br />

São relaciona<strong>do</strong>s, na Política SERPRO <strong>de</strong> GCO, segmentos sobre<br />

os quais a Unida<strong>de</strong> Corporativa <strong>do</strong> SERPRO <strong>de</strong>fine diretrizes, metas e<br />

orientações para que as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong>senvolvam ações necessárias<br />

ao alcance das metas empresariais. Entre esses segmentos, <strong>de</strong>stacamos três<br />

que têm seu foco nas pessoas: Gestão <strong>de</strong> Competências, Gestão <strong>de</strong> Talentos<br />

e Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas.<br />

No segmento Gestão <strong>de</strong> Competências, a Política <strong>de</strong>fine a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> estabelecer diretrizes para a administração <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> técnico,<br />

<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, atuais e futuras, por meio <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias e<br />

sistemáticas a fim <strong>de</strong> se fazer a i<strong>de</strong>ntificação e o tratamento das necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> pessoas. Esse componente visa garantir<br />

a efetivida<strong>de</strong> na execução <strong>do</strong>s processos organizacionais, na construção<br />

<strong>do</strong>s produtos, na prestação <strong>do</strong>s serviços e no relacionamento com os clientes.<br />

No segmento Gestão <strong>de</strong> Talentos, a Política propõe fazer com que<br />

a <strong>gestão</strong> da alocação das pessoas aos times seja a<strong>de</strong>quada às ativida<strong>de</strong>s a serem<br />

executadas e aos resulta<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem ser alcança<strong>do</strong>s. Consi<strong>de</strong>ra, também, a<br />

<strong>gestão</strong> da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> substitutos e a proteção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

organizacional nos eventos <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s e <strong>de</strong><br />

contratação <strong>de</strong> terceiros.<br />

O terceiro componente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>, Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas,<br />

tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir diretrizes e orientações para aplicação <strong>de</strong> pro-<br />

112


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

gramas <strong>de</strong> educação e treinamento para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> SERPRO. Esses programas <strong>de</strong>vem basear-se nas necessida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ntificadas<br />

nos componentes Gestão <strong>de</strong> Competências e Gestão <strong>de</strong> Talentos.<br />

A Política SERPRO <strong>de</strong> GCO aborda, com proprieda<strong>de</strong>, aspectos<br />

fundamentais para o <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma organização. Consi<strong>de</strong>ramos que os componentes propostos contemplam<br />

a<strong>de</strong>quadamente a preocupação com o estabelecimento <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias e sistemáticas<br />

que se referem à preparação das pessoas ao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gerir o<br />

<strong>conhecimento</strong> essencial aos processos vitais da empresa. Entretanto, julga-se<br />

necessária a inclusão <strong>de</strong> um componente que estabeleça diretrizes para <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia e sistemática a fim <strong>de</strong> estimular e reconhecer o<br />

compartilhamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> entre as pessoas. Os instrumentos <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>de</strong> Competência, <strong>de</strong> Talentos e <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas, <strong>de</strong>scritos<br />

acima, po<strong>de</strong>rão ser inócuos ou ter pouca efetivida<strong>de</strong> se as pessoas, que<br />

são repositório <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> da organização, não perceberem, nitidamente,<br />

para si e para a empresa, as vantagens da disseminação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

que possuem. Um processo <strong>de</strong> sensibilização, conforme prevê a Política<br />

SERPRO <strong>de</strong> GCO, é importante. Entretanto, por mais eficiente que<br />

seja, não é suficiente para atingir os resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s. Em geral, produzem<br />

resulta<strong>do</strong>s efêmeros e, assim, ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s à manutenção sustentada <strong>de</strong><br />

uma cultura <strong>de</strong> disseminação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

Ao término <strong>de</strong>sta análise, conclui-se que as Políticas e Diretrizes<br />

<strong>do</strong> SERPRO, assim como a Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, buscam,<br />

<strong>de</strong> forma incompleta, orientar as ações da empresa para a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> pessoas<br />

alinhada à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Entretanto, a falta <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong><br />

nas Diretrizes impossibilita a transformação da prática diária da empresa em<br />

mecanismos mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. Nos capítulos posteriores,<br />

serão analisa<strong>do</strong>s os processos <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> pessoas e seu alinhamento aos<br />

princípios da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

5. Cenário da socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e suas implicações na <strong>gestão</strong> <strong>de</strong><br />

pessoas.<br />

As Diretrizes propostas fundamentam-se no resulta<strong>do</strong> da análise<br />

efetuada nos capítulos anteriores e no cenário que <strong>de</strong>lineia para este milênio,<br />

113


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

que tem forte ênfase na valorização da competência baseada no <strong>conhecimento</strong>,<br />

ou seja, nas pessoas.<br />

Ao capital físico e financeiro <strong>de</strong>verá agregar-se o capital humano<br />

como o mais importante para a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa. Quanto às<br />

pessoas, a nova orientação indica os seguintes aspectos:<br />

114<br />

• Satisfação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s não apenas para consumo material. As<br />

pessoas estão buscan<strong>do</strong> mais o seu la<strong>do</strong> interior.<br />

• Busca <strong>de</strong> maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

• Aumento <strong>do</strong> interesse pelas artes, lazer, esportes, viagens culturais<br />

e eventos artísticos.<br />

• Pressão <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res pela redução da jornada <strong>de</strong> trabalho<br />

para dispor <strong>de</strong> mais tempo <strong>de</strong> lazer.<br />

• Passagem da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação massificada para a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

focada.<br />

A proposta <strong>de</strong> diretrizes que aqui se apresenta preten<strong>de</strong> subsidiar a<br />

organização em um processo que a leve a se integrar às tendências <strong>de</strong>correntes<br />

da globalização que se prenunciam nas empresas que passam por:<br />

a) mudança <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong>mográfico da população e mudança nas habilida<strong>de</strong>s<br />

técnicas das pessoas;<br />

b) mudança da postura <strong>do</strong>s funcionários perante os clientes externos<br />

e internos;<br />

c) mudança na relação empresa / emprega<strong>do</strong>s:<br />

- da relação empregatícia à relação <strong>de</strong> parceria;<br />

- da carreira vitalícia à empregabilida<strong>de</strong>;<br />

- <strong>do</strong> salário fixo à remuneração variável;<br />

- <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> a Talento Humano;


d) <strong>gestão</strong> das mudanças:<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- envolvimento e comprometimento das pessoas com resulta<strong>do</strong>s<br />

estratégicos e operacionais.<br />

e) <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> recursos humanos:<br />

- da postura administrativa e assistencialista à <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> equipes<br />

<strong>de</strong> pessoas (novo papel <strong>do</strong>s gerentes);<br />

- da mão-<strong>de</strong>-obra barata à Learning Organization;<br />

- <strong>do</strong> enfoque em recursos humanos ao enfoque em seres humanos.<br />

O cenário apresenta<strong>do</strong> <strong>de</strong>lineia um conjunto <strong>de</strong> orientações que<br />

nortearão a construção das diretrizes propostas para a organização, em especial<br />

para o processo <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas, fundamentada na valorização <strong>do</strong><br />

Capital Humano.<br />

5.1. Diretrizes.<br />

O processo <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> Políticas e Diretrizes que estimulem a<br />

ação da empresa para o alinhamento com a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento iniciase<br />

pelo enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma orientação, em nível estratégico e geral, que represente<br />

uma postura, um comportamento e um pensamento permanente da<br />

sua alta direção, <strong>do</strong> corpo gerencial e <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s.<br />

O mérito da organização advirá <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> clareza das suas diretrizes<br />

e das suas práticas que melhor retratem a orientação estratégica da organização.<br />

Como qualquer resulta<strong>do</strong> na empresa somente será obti<strong>do</strong> por meio<br />

das ações coor<strong>de</strong>nadas <strong>do</strong>s seus emprega<strong>do</strong>s, a eles <strong>de</strong>verá ficar clara a <strong>de</strong>terminação<br />

da Direção <strong>de</strong> levar às conseqüências justas e necessárias to<strong>do</strong><br />

comportamento, ação ou resulta<strong>do</strong> que tragam ou mostrem convergência<br />

com a orientação e contribuam para alcançar os objetivos da empresa e <strong>de</strong><br />

seus clientes.<br />

As Diretrizes se voltarão para o corpo gerencial e os emprega<strong>do</strong>s<br />

como um to<strong>do</strong>; darão ênfase a comportamentos, posturas, à busca da inovação,<br />

à iniciativa, à troca <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s, à percepção <strong>do</strong> ambiente externo<br />

115


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

e ao acompanhamento da evolução da tecnologia sensível aos negócios da<br />

empresa e <strong>de</strong> seus clientes.<br />

As diretrizes relacionadas a seguir visam aten<strong>de</strong>r às lacunas<br />

i<strong>de</strong>ntificadas na análise <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas <strong>do</strong> SERPRO e<br />

partem <strong>do</strong> princípio segun<strong>do</strong> o qual esses processos <strong>de</strong>verão ajustar-se para<br />

virem a contemplar práticas que garantam o seu cumprimento.<br />

Os segmentos trata<strong>do</strong>s referem-se aos principais processos <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>de</strong> Pessoas existentes no SERPRO, com a inclusão também daqueles nos<br />

quais se verificaram práticas incipientes ou ausência <strong>de</strong>las, como é o caso <strong>do</strong><br />

processo Re<strong>conhecimento</strong>.<br />

Entre as nove Políticas e as 19 Diretrizes, que compõem o <strong>do</strong>cumento<br />

<strong>de</strong> Política SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional, apenas uma Política e quatro Diretrizes têm uma<br />

vinculação direta com o objeto a que se propõe a Gestão <strong>de</strong> Pessoas <strong>do</strong><br />

SERPRO. Na relação <strong>de</strong> Políticas apresentadas, foi i<strong>de</strong>ntificada a <strong>de</strong> número<br />

8, que diz: Executar a Gestão <strong>do</strong> Capital Intelectual e Humano, e<br />

valorizá-lo.<br />

116<br />

Quanto às Diretrizes, i<strong>de</strong>ntificou-se:<br />

a) incentivar e reconhecer a participação <strong>de</strong> especialistas <strong>do</strong> SERPRO<br />

como instrutores nos programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências;<br />

b) Assegurar a i<strong>de</strong>ntificação, por área <strong>de</strong> atuação, <strong>do</strong>s perfis profissionais<br />

necessários à execução das ativida<strong>de</strong>s e à realização da<br />

estratégia empresarial <strong>do</strong> SERPRO;<br />

c) utilizar a sistemática e o ambiente SERPRO <strong>de</strong> Educação a Distância<br />

no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências;<br />

d) incentivar e reconhecer a geração <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s que promovam<br />

o aperfeiçoamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, processos, projetos, produtos,<br />

serviços e negócios.


5.1.1- Recrutamento e Seleção.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

As Diretrizes <strong>de</strong>finidas para este segmento têm, como premissa, a<br />

Gestão <strong>de</strong> Competência e visam conduzir os processos atuais centra<strong>do</strong>s na<br />

valorização da capacitação puramente técnica para a valorização <strong>de</strong> aspectos<br />

cognitivos.<br />

a) O processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> novos emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verá valorizar aspectos<br />

cognitivos, referentes às competências essenciais <strong>do</strong><br />

SERPRO, e às competências individuais: iniciativa, capacida<strong>de</strong><br />

criativa, trabalho em equipe, habilida<strong>de</strong> para tratar situações <strong>de</strong><br />

conflito.<br />

b) O processo <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar avaliação <strong>de</strong> consenso,<br />

no mínimo, <strong>de</strong> três visões gerenciais.<br />

5.1.2 -Desenvolvimento e aprendizagem organizacional.<br />

Neste segmento, as Diretrizes foram <strong>de</strong>finidas com base em duas<br />

premissas – Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas e Gestão <strong>de</strong> Competências – com o<br />

objetivo <strong>de</strong> transformar os processos atuais centra<strong>do</strong>s em uma excessiva valorização<br />

<strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s e técnicas em processos com ênfase maior na estratégia.<br />

Alguns indicativos importantes:<br />

a) garantir que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das pessoas esteja<br />

vincula<strong>do</strong> às competências básicas e essenciais da organização;<br />

b) <strong>de</strong>finir mecanismos que valorizem o auto-aprendiza<strong>do</strong> como um<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, certifican<strong>do</strong> as iniciativas que<br />

comprovadamente resultaram em aquisição <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, refletidas<br />

no <strong>de</strong>sempenho das ativida<strong>de</strong>s;<br />

c) criar estrutura <strong>de</strong> trabalho que propicie condições organizacionais<br />

e comportamentos gerenciais, que dimensionem o tempo <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong> forma a promover o auto-<strong>de</strong>senvolvimento e a disseminação<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>;<br />

117


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

118<br />

d) estimular as diversas áreas a promoverem sistematicamente oportunida<strong>de</strong>s<br />

para a troca <strong>de</strong> experiências, com interação entre as<br />

<strong>de</strong>mais equipes, e buscar equalização <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> todas<br />

as áreas da organização;<br />

e) <strong>de</strong>finir mecanismo <strong>de</strong> recompensa às iniciativas <strong>de</strong> auto-<strong>de</strong>senvolvimento<br />

e <strong>de</strong> compartilhamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>;<br />

f) <strong>de</strong>senvolver no corpo gerencial o papel <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r educa<strong>do</strong>r e agente<br />

promotor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e estímulo ao aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

sua equipe;<br />

g) <strong>de</strong>stinar, anualmente, 1% da receita da empresa para <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas;<br />

h) consolidar parcerias com Universida<strong>de</strong>s e Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Ensino<br />

que possam contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s;<br />

i) utilizar as potencialida<strong>de</strong>s da Educação a Distância para a disseminação<br />

<strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s a to<strong>do</strong>s os emprega<strong>do</strong>s da Empresa<br />

e manter uma relação com as intenções estratégicas da organização<br />

e a consolidação <strong>de</strong> um perfil profissional a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

5.1.3 - Re<strong>conhecimento</strong> e recompensa.<br />

Neste segmento, as Diretrizes foram <strong>de</strong>finidas com base numa premissa<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Talentos, com o objetivo <strong>de</strong> fazer com que o processo<br />

atual, dirigi<strong>do</strong> para uma política <strong>de</strong> cargos e salários, volte-se para uma<br />

política <strong>de</strong> remuneração e re<strong>conhecimento</strong> pautada em valor agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>:<br />

a) <strong>de</strong>finir política <strong>de</strong> remuneração e re<strong>conhecimento</strong> que valorize o<br />

<strong>conhecimento</strong> individual agrega<strong>do</strong> e atualiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as<br />

competências essenciais da Empresa;<br />

b) criar mecanismo para divulgação imediata <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s individuais<br />

e <strong>de</strong> equipes;


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

c) criar evento para divulgação <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exercício, com promoção<br />

nominal das equipes e emprega<strong>do</strong>s que alcançaram os<br />

melhores resulta<strong>do</strong>s e com premiação para tais iniciativas;<br />

d) criar mecanismo <strong>de</strong> avaliação que também valorize aspectos<br />

comportamentais, emocionais e habilida<strong>de</strong>s não puramente<br />

cognitivas;<br />

e) instituir programa <strong>de</strong> re<strong>conhecimento</strong> rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s acima<br />

<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> e <strong>de</strong> idéias inova<strong>do</strong>ras, com prêmios monetários<br />

ou <strong>de</strong> outra natureza; como exemplo, a liberação <strong>do</strong> trabalho por<br />

um ou mais dias, viagem a serviço para expor procedimentos que<br />

levaram aos bons resulta<strong>do</strong>s, combinada com tempo livre e outros;<br />

f) <strong>de</strong>finir critérios para pagamento <strong>de</strong> remuneração variável temporária<br />

por obtenção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s excepcionais;<br />

g) estabelecer critérios para programa <strong>de</strong> benefícios flexíveis aos emprega<strong>do</strong>s;<br />

como exemplo, <strong>de</strong>finir cesta <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s para livre<br />

escolha, com participação minoritária <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s nos<br />

custos <strong>do</strong> programa;<br />

h) premiar a participação <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s em apresentações <strong>do</strong>s serviços<br />

e soluções da empresa em simpósios e congressos.<br />

5.1.4 - Carreiras.<br />

Neste segmento, as Diretrizes foram <strong>de</strong>finidas com base numa premissa<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Competências e Desenvolvimento <strong>de</strong> Pessoas, com o<br />

objetivo <strong>de</strong> transformar o processo atual, volta<strong>do</strong> para um encarreiramento<br />

vertical, em processo <strong>de</strong> encarreiramento horizontal que valorize aspectos<br />

como: compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, foco na inovação e negócio e<br />

resulta<strong>do</strong>s positivos:<br />

a) criar mecanismos <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> talentos essenciais à Empresa;<br />

como su<strong>gestão</strong>, o processo <strong>de</strong>verá incluir a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> um comitê<br />

responsável pela seleção e atribuição <strong>de</strong> uma Gratificação<br />

Especial para esses talentos;<br />

119


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

120<br />

b) estabelecer procedimentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e formação <strong>de</strong> substitutos<br />

para posições importantes, técnicas e gerenciais, com cobertura<br />

<strong>de</strong> 85%;<br />

c) estabelecer critérios <strong>de</strong> aceleração <strong>de</strong> evolução funcional que permita<br />

até quadruplicar a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução em casos <strong>de</strong><br />

reconheci<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho acima <strong>do</strong> espera<strong>do</strong>;<br />

d) <strong>de</strong>finir critérios para mobilida<strong>de</strong> funcional com previsão <strong>de</strong> ocupação<br />

<strong>de</strong> cargos, pelo menos, por um ano, em diferentes áreas<br />

da empresa, com vistas à evolução <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alto potencial<br />

técnico e gerencial;<br />

e) instituir programa permanente <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> turnover da empresa,<br />

que <strong>de</strong>staque aceleração <strong>de</strong> evolução funcional, admissões,<br />

remanejamentos internos, <strong>de</strong>sligamentos incentiva<strong>do</strong>s e estímulo<br />

às licenças temporárias e outras formas.<br />

As propostas <strong>de</strong> diretrizes aqui apresentadas, uma vez<br />

implementadas, contribuirão para aumentar a ação cotidiana da empresa e a<br />

percepção <strong>de</strong> que ela atua como uma empresa mo<strong>de</strong>rna e por meio <strong>de</strong> práticas<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Enten<strong>de</strong>-se, entretanto, que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às dificulda<strong>de</strong>s<br />

inerentes ao SERPRO, por ser empresa pública, o esforço para<br />

implementar algumas diretrizes <strong>de</strong>mandará apoio <strong>de</strong>cisivo da alta direção e,<br />

em muitos casos, a concordância externa <strong>do</strong>s órgãos que controlam as empresas<br />

estatais.<br />

6. Aspectos fundamentais para a atuação da gerência no ambiente <strong>de</strong> <strong>gestão</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

Numa organização em que a Gestão <strong>de</strong> Pessoas está alinhada à<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, os gerentes <strong>de</strong>sempenham papel fundamental para<br />

manter o envolvimento das pessoas com essas características.<br />

Caberá ao corpo gerencial manter-se prepara<strong>do</strong> para enten<strong>de</strong>r as<br />

mudanças na maneira <strong>de</strong> trabalhar, <strong>de</strong> supervisionar pessoas e <strong>de</strong> incentiválas<br />

ao auto-<strong>de</strong>senvolvimento e, principalmente, caber-lhe-á ser o responsável<br />

pela manutenção <strong>de</strong> ambiente <strong>de</strong> trabalho favorável à criativida<strong>de</strong>, à


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

inovação, ao compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s e a trabalhos em equipe.<br />

A criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s diversas, mantidas por interesses comuns <strong>de</strong> seus<br />

participantes, <strong>de</strong>verá ser estimulada. Criar <strong>de</strong>safios, i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>svios, reconhecer<br />

os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelas pessoas, promover a recompensa e o<br />

re<strong>conhecimento</strong> público e imediato <strong>do</strong>s bons trabalhos farão parte <strong>do</strong><br />

cotidiano <strong>do</strong>s gerentes.<br />

Caberá à alta li<strong>de</strong>rança, em particular, e ao corpo gerencial, <strong>de</strong><br />

forma geral, fazer com que as visões <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s trilhem caminhos convergentes<br />

com a visão da organização.<br />

Caberá também ao corpo gerencial propiciar meios e condições <strong>de</strong><br />

trabalho que favoreçam a superação das limitações individuais <strong>de</strong> cada emprega<strong>do</strong><br />

e gerem sinergia <strong>do</strong>s grupos com vistas à busca <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s superiores<br />

àqueles espera<strong>do</strong>s.<br />

O gerente atuará como um maestro, crian<strong>do</strong> as condições para que<br />

cada um obtenha o melhor resulta<strong>do</strong>. Agirá <strong>de</strong> forma a manter o alinhamento<br />

<strong>do</strong>s grupos à visão organizacional.<br />

Para <strong>de</strong>sempenhar tais papéis, naturalmente, os gerentes precisarão<br />

estar prepara<strong>do</strong>s, não somente no <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> aspectos cognitivos técnicos<br />

inerentes à sua área <strong>de</strong> atuação mas também ter habilida<strong>de</strong>s, disposição<br />

e <strong>conhecimento</strong>s que o coloquem na posição <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r <strong>do</strong> seu grupo, em condições<br />

<strong>de</strong> agir no senti<strong>do</strong> convergente com a organização e seus objetivos<br />

estratégicos.<br />

O resulta<strong>do</strong> da atuação gerencial <strong>de</strong>verá ir ao encontro <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

das pessoas <strong>de</strong> que seu ambiente <strong>de</strong> trabalho seja agradável e lhes propicie<br />

crescimento profissional e pessoal. Há <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a combinação <strong>do</strong>s<br />

objetivos organizacionais com os objetivos <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s.<br />

Caberá também ao corpo gerencial a tarefa contínua <strong>de</strong> alinhar a<br />

visão da organização às ações <strong>do</strong> cotidiano, o que contribuirá para o emprega<strong>do</strong><br />

manter o sentimento <strong>de</strong> confiança na organização, ter orgulho <strong>de</strong><br />

nela trabalhar e, assim, construir seu futuro e realizar seus sonhos.<br />

Na organização, a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser objetivo permanente .<br />

Não há lugar para <strong>de</strong>sperdício, em senti<strong>do</strong> geral e, em particular, para o<br />

<strong>de</strong>sperdício causa<strong>do</strong> pelas práticas burocratizantes e <strong>de</strong>snecessárias.<br />

121


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O tempo <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à burocracia e às ativida<strong>de</strong>s artificialmente complicadas<br />

é tempo que po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à inovação, ao aprendiza<strong>do</strong>, à<br />

criativida<strong>de</strong>, enfim, ao aperfeiçoamento pessoal, organizacional e <strong>do</strong>s produtos<br />

e serviços.<br />

O auto-<strong>de</strong>senvolvimento será promovi<strong>do</strong> com ênfase. O <strong>de</strong>senvolvimento<br />

somente será obti<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> engajamento, interesse, emoção e<br />

persistência <strong>do</strong> próprio emprega<strong>do</strong>.<br />

O gerente atuará como elo <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s à Visão empresarial.<br />

Fomentará o alinhamento <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s e será mais um facilita<strong>do</strong>r,<br />

fomenta<strong>do</strong>r, cria<strong>do</strong>r <strong>de</strong> condições e persistente i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

para <strong>de</strong>senvolver pessoas e reconhecer seus méritos.<br />

6.1 - Diretrizes e ações.<br />

As Diretrizes e Ações, abaixo propostas, representam um conjunto<br />

mínimo <strong>de</strong> componentes que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s no processo <strong>de</strong> preparação<br />

das pessoas para atuarem em uma organização voltada para a Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que o engajamento comprometi<strong>do</strong> com qualquer processo<br />

encontra maior receptivida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> os agentes das mudanças <strong>de</strong>sejadas<br />

atuam como partícipes da transformação <strong>de</strong> uma idéia em realida<strong>de</strong>. A<br />

crença na idéia, por pressuposto, <strong>de</strong>ve embasar-se em uma relação <strong>de</strong> confiança<br />

entre lí<strong>de</strong>res e li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s.<br />

As Diretrizes são enunciadas com a letra D, seguidas <strong>de</strong> sua respectiva<br />

ação proposta, enunciada com a letra A.<br />

122<br />

D.1) Envolver os emprega<strong>do</strong>s nas <strong>de</strong>finições sobre formas <strong>de</strong><br />

integração <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res e li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ao processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

posturas a<strong>de</strong>quadas à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

A.1.1) Criar programa a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em cada área, com objetivo<br />

<strong>de</strong> discutir, <strong>de</strong>finir e implementar mecanismos <strong>de</strong><br />

internalização da GCO, que reflita as particularida<strong>de</strong>s da equipe<br />

e o perfil <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

D.2) Garantir a criação, a atualização e a permanência das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> como forma <strong>de</strong> constante a<strong>de</strong>rência das pessoas<br />

às práticas <strong>de</strong> disseminação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> da Organização<br />

SERPRO.<br />

A.2.1) Criar re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> para os ramos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

mais significativos <strong>de</strong> cada área, que estão estabeleci<strong>do</strong>s no Sistema<br />

Perfil.<br />

D.3) Garantir a disseminação <strong>do</strong>s conceitos das Políticas <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>de</strong> Pessoas, <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e também garantir a<br />

capacitação à função gerencial como uma das formas <strong>de</strong> preparar<br />

o corpo gerencial para atuar nesse novo ambiente<br />

organizacional.<br />

A.3.1) Criar programas <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> para a atuação gerencial em<br />

ambiente <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, com técnicas <strong>de</strong> atuação<br />

tipo Coaching, li<strong>de</strong>rança, catalisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> talentos, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria e re<strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s.<br />

A.3.2) Criar programa <strong>de</strong> aperfeiçoamento da atuação gerencial em<br />

ambiente <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento com a utilização <strong>de</strong><br />

casos práticos em empresas <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

D.4) Garantir que o <strong>conhecimento</strong> a ser manti<strong>do</strong> pela Empresa e<br />

dissemina<strong>do</strong> aos emprega<strong>do</strong>s reflita as expectativas pessoais e<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas habilida<strong>de</strong>s transferíveis.<br />

A.4.1) Desenvolver programa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e atualização <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

a serem preserva<strong>do</strong>s e dissemina<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma a<br />

manter sintonia com as necessida<strong>de</strong>s vitais <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

da Empresa e com as tendências <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

D.5) Garantir a manutenção <strong>de</strong> um ambiente em que as relações<br />

<strong>de</strong> trabalho se embasem na confiança, transparência,<br />

credibilida<strong>de</strong> e respeito mútuos.<br />

A.5.1) Elaborar e implantar plano <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> Pesquisas<br />

<strong>de</strong> Clima Organizacional.<br />

123


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

7. Conclusão.<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento está associada à evolução da teoria<br />

organizacional, e sua prática envolve análise <strong>de</strong> aspectos muito diversos<br />

entre si como: concepção sobre a natureza humana, ambiente econômico e<br />

social, tecnologias envolvidas, mo<strong>de</strong>los organizacionais e práticas gerenciais.<br />

Enten<strong>de</strong>-se, assim, que Gestão <strong>do</strong> Conhecimento não se restringe ao enuncia<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> políticas, diretrizes e à a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> práticas gerenciais. É mais <strong>do</strong> que<br />

isso, envolve compreensão, postura, entendimento <strong>do</strong>s processos humanos<br />

<strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> criação e aprendiza<strong>do</strong>s individual e coletivo.<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento é um processo contínuo e envolvente, que transcen<strong>de</strong><br />

a comportamentos individuais e objetiva a transformação da organização<br />

em um ambiente favorável às novas idéias, ao aprendiza<strong>do</strong> e à atualização<br />

vinculada aos objetivos estratégicos e sistêmicos da empresa.<br />

Como exposto, o arcabouço teórico já <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> sobre o assunto<br />

permite concluir quanto à complexida<strong>de</strong> envolvida na transformação das<br />

organizações clássicas em organizações que aprendam e a<strong>do</strong>tem práticas <strong>de</strong><br />

aprendiza<strong>do</strong> contínuo, que mantenham ambiente propício à criativida<strong>de</strong> e à<br />

contribuição espontânea, em síntese, que estejam alinhadas à Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento.<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> políticas, diretrizes e práticas <strong>de</strong>ve ter seu início no<br />

envolvimento da alta direção da organização e estar vinculada às estratégias<br />

organizacionais. A partir <strong>de</strong>sse estágio, po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s os processos<br />

que culminarão com a criação <strong>de</strong> ambiente favorável ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das práticas <strong>de</strong>sejadas.<br />

Apesar <strong>do</strong>s registros explicita<strong>do</strong>s nas políticas e nos instrumentos<br />

<strong>de</strong> direcionamento estratégico da empresa, ainda são encontradas lacunas em<br />

que <strong>de</strong>veria haver <strong>de</strong>terminações mais específicas que levassem a organização<br />

na direção da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Foram registra<strong>do</strong>s pontos particularmente representativos <strong>de</strong>ssa situação<br />

nos tópicos referentes à Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento que<br />

aborda os aspectos fundamentais para o <strong>de</strong>senvolvimento da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

na empresa. Entretanto, é sentida a falta <strong>de</strong> diretrizes objetivas<br />

que estimulem o re<strong>conhecimento</strong> aos emprega<strong>do</strong>s em razão <strong>de</strong> posturas positivas<br />

como inovação, compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, auto-aprendiza<strong>do</strong><br />

e habilida<strong>de</strong>s pessoais que facilitam o trabalho em equipe e a cooperação.<br />

124


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Como conseqüência das lacunas citadas, os processos e as práticas<br />

<strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas pa<strong>de</strong>cem <strong>do</strong> vigor necessário para caracterizar a Gestão<br />

<strong>de</strong> Pessoas na empresa como fortemente alinhada à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Em particular, constatou-se o distanciamento das práticas <strong>de</strong> re<strong>conhecimento</strong><br />

por resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, bem como <strong>de</strong> normas e critérios para evolução<br />

funcional que reflitam, <strong>de</strong> forma inequívoca e tempestiva, a agregação <strong>de</strong><br />

competências estratégicas para a empresa. Ao mesmo tempo, é nota<strong>do</strong> que,<br />

apesar <strong>do</strong> esforço em criar mecanismos informatiza<strong>do</strong>s para registro e recuperação<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> explícito da organização, não se encontram<br />

implementa<strong>do</strong>s mecanismos <strong>de</strong> registro, disseminação e estímulo <strong>de</strong><br />

compartilhamento <strong>de</strong> idéias, associa<strong>do</strong>s a recompensas para aqueles emprega<strong>do</strong>s<br />

que mais contribuam na direção das práticas <strong>de</strong>fendidas pela Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento.<br />

Em razão <strong>do</strong> exposto anteriormente, constatou-se que a empresa<br />

busca, <strong>de</strong> forma bem <strong>de</strong>finida, a<strong>do</strong>tar política, diretrizes e práticas <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento. Entretanto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à natureza diversificada <strong>de</strong> tais práticas<br />

e das dificulda<strong>de</strong>s para implementá-las, o SERPRO tem a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, com<br />

maior ou menor intensida<strong>de</strong>, as práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, nas<br />

sete dimensões, segun<strong>do</strong> TERRA (2000), em Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Conclui-se, também, que, das sete dimensões, a Gestão <strong>de</strong> Pessoas<br />

(Administração <strong>de</strong> Recursos Humanos) é a que se apresenta com práticas<br />

menos fortemente vinculadas à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Como contribuição <strong>de</strong>ste trabalho para aperfeiçoar as práticas <strong>de</strong><br />

Gestão <strong>de</strong> Pessoas, foram listadas diretrizes que, se implementadas, criarão<br />

na empresa ambiente e práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas norteadas pela Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento. Com vistas a repassar ao corpo gerencial e funcional da<br />

empresa as condições favoráveis que <strong>de</strong>vem estar presentes no seu dia-a-dia,<br />

foram relacionadas diretrizes e recomendadas ações que complementam a<br />

prática atual da empresa na direção conveniente <strong>de</strong> atuação nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

<strong>gestão</strong> da Era da Competitivida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

Finalmente, ressalta-se que a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, <strong>de</strong> alguma<br />

forma, sempre existiu e foi praticada nas empresas. O que é novo é o fato <strong>de</strong><br />

que cada vez mais as empresas lí<strong>de</strong>res no merca<strong>do</strong> estão explicitan<strong>do</strong> a Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento como objetivo estratégico e pon<strong>do</strong> em prática ações<br />

que mostram, <strong>de</strong> forma concreta, a valorização <strong>do</strong> Capital Intelectual,<br />

125


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mensuração <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, remuneração por competência, participação em<br />

resulta<strong>do</strong>s e remunerações variáveis em forma e amplitu<strong>de</strong> mais intensas.<br />

Conhece<strong>do</strong>res das eventuais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma empresa pública<br />

como o SERPRO a<strong>do</strong>tar algumas diretrizes e ações aqui recomendadas, acreditamos<br />

que as reflexões sobre os resulta<strong>do</strong>s e a implementação <strong>do</strong> possível<br />

contribuirão, no mínimo, para direcionar a empresa rumo ao sucesso<br />

empresarial, à harmonia funcional e gerencial e ao crescimento pessoal e<br />

profissional das pessoas que integram o SERPRO.<br />

126


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

CHIAVENATO, Idalberto,. Recursos Humanos. São Paulo : Atlas, 1998.<br />

DIRETRIZES para o Desenvolvimento <strong>do</strong>s Instrumentos <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> RH.<br />

Relatório da Consultoria MCG, 1997.<br />

MARINI, Caio. Política <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Pessoas. SERPRO, 1998.<br />

NISEMBAUM, Hugo. A Competência Essencial. Gente, 2000.<br />

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> na empresa:<br />

como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio <strong>de</strong> Janeiro : Campus,<br />

1997.<br />

PROPOSTA Perfis Profissionais. Relatório da Consultoria MCG, 1997.<br />

SERPRO. Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, 2000.<br />

_____. Regimento <strong>de</strong> Recursos Humanos. RARH, 1997.<br />

STEWART, Thomas A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro : Campus, 1998.<br />

TERRA, José C. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. São Paulo : Negócio, 2000.<br />

127


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

128


1. Introdução.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO V<br />

VALORAÇÃO DE SOLUÇÕES EM TECONLOGIA DA<br />

INFORMAÇÃO COM BASE NO CONECEITO DE<br />

CAPITAL INTELECTUAL.<br />

Ana Maria Mallman Costi<br />

Isamir Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carvalho<br />

José Alberto Carneiro da C. Cadais<br />

Luís Gonzaga da Silva Filho<br />

Themis <strong>de</strong> Assis Brasil<br />

Este trabalho é o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> cunho acadêmico,<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> durante a realização <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> pós-graduação em Gestão Estratégica<br />

<strong>do</strong> Conhecimento e Inteligência Empresarial, promovi<strong>do</strong> pela<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná (PUCPR) em convênio com a<br />

Empresa <strong>do</strong> Ministério da Fazenda (SERPRO), e teve como objetivo central<br />

a proposição <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração <strong>de</strong> soluções em Tecnologia da Informação<br />

com base no conceito <strong>de</strong> Capital Intelectual.<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento como um segmento <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s acadêmicos<br />

tem proporciona<strong>do</strong> às organizações uma nova visão <strong>do</strong>s seus recursos<br />

e alerta<strong>do</strong> para a questão da eficiência empresarial a partir <strong>de</strong> seus “ativos<br />

intangíveis” , <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e Capital Intelectual, como<br />

bens econômicos e importantes para o estabelecimento <strong>de</strong> estratégias competitivas.<br />

Em sintonia com esses pressupostos a equipe realizou o estu<strong>do</strong>,<br />

manten<strong>do</strong> uma relação com as ações e realizações <strong>do</strong> SERPRO, pertinentes à<br />

129


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. A escolha <strong>do</strong> tema “Valoração das soluções em<br />

Tecnologia da Informação com base no conceito <strong>de</strong> Capital Intelectual” foi<br />

motivada pela política corporativa <strong>de</strong> relacionamento com os clientes e comunicação<br />

externa. Essa política orienta para a criação da percepção <strong>do</strong> valor<br />

das soluções construídas pelo SERPRO, junto aos clientes, merca<strong>do</strong> e socieda<strong>de</strong>.<br />

A aproximação com o SERPRO transformou o estu<strong>do</strong> numa proposta<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para a empresa <strong>de</strong> soluções em tecnologia da informação,<br />

justificada pelo fato <strong>de</strong> toda a equipe integrar o quadro funcional. Os <strong>de</strong>bates,<br />

palestras, seminários e trabalhos em grupos, trataram <strong>de</strong> questões ligadas<br />

ao SERPRO, que é parte interessada na aplicação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> curso.<br />

A condição <strong>do</strong> SERPRO como patrocina<strong>do</strong>r <strong>do</strong> curso facilitou os<br />

estu<strong>do</strong>s e o acesso às informações, principalmente, àquelas <strong>de</strong> caráter estratégico,<br />

relativas ao contexto da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e conceitos inerentes<br />

ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções em Tecnologia da Informação<br />

<strong>do</strong> SERPRO, tal como, a experiência <strong>do</strong> caso SERPRO: entrega <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos<br />

legais pela Internet, que permitiu a mensuração <strong>do</strong>s benefícios<br />

auferi<strong>do</strong>s pelo cliente.<br />

Contrapon<strong>do</strong>-se às facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>correntes da programação e <strong>do</strong><br />

nível profissional <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente, o tema central é relativamente novo,<br />

pois os conceitos e pressupostos básicos ainda não se encontram consolida<strong>do</strong>s,<br />

em <strong>de</strong>corrência da quantida<strong>de</strong> restrita <strong>de</strong> publicações e pesquisas sobre<br />

tais questões.<br />

1. Composição e medidas <strong>do</strong> capital intelectual.<br />

O Capital Intelectual <strong>de</strong> uma organização é composto por variáveis<br />

pertinentes ao tipo <strong>de</strong> negócio e o respectivo setor da economia. A formulação<br />

<strong>de</strong> sua composição requer uma elaboração em etapas subsequentes.<br />

Na primeira etapa <strong>de</strong>ve-se i<strong>de</strong>ntificar as variáveis que caracterizam a organização<br />

e que contribuem para o cumprimento <strong>de</strong> suas metas e missão. Na<br />

segunda etapa, as variáveis <strong>de</strong>vem ser selecionadas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a se obter um<br />

conjunto finito e prioriza<strong>do</strong>. A terceira etapa é fundamental, pois exige uma<br />

130


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

análise crítica <strong>de</strong>sta seleção <strong>de</strong> variáveis quanto a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mensuração.<br />

Esta análise inclui a avaliação das fontes <strong>de</strong> informação. Na quarta e última<br />

etapa <strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r a medição das variáveis que compõem o Capital Intelectual<br />

. Esta mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual po<strong>de</strong> ser útil para a <strong>gestão</strong><br />

<strong>de</strong> uma organização que trata o <strong>conhecimento</strong> como principal recurso <strong>de</strong> seu<br />

negócio.<br />

A partir da análise conceitual sobre Capital Intelectual foram seleciona<strong>do</strong>s<br />

os conceitos <strong>de</strong> medição formula<strong>do</strong>s por STEWART (1998), SVEIBY<br />

(1997) e EDVINSSON & MALONE (1999). Estes autores apresentam conceitos<br />

práticos sobre Capital Intelectual e ativos intangíveis. STEWART<br />

aborda o gerenciamento <strong>de</strong> empresas a partir <strong>de</strong> sua experiência com empresas<br />

como a General Eletric, Hewlett - Packard e a Merck & Co. SVEIBY explica<br />

como utilizar e avaliar esses ativos com base em estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> empresas<br />

como a WM - Data, a Skandia AFS e a Celemi. Edvinsson & Malone <strong>de</strong>monstram<br />

uma lista <strong>de</strong> medição aperfeiçoada a partir da experiência da<br />

Skandia. Os autores oferecem mo<strong>de</strong>los que po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>do</strong>s por executivos<br />

e gerentes <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a melhorar o <strong>de</strong>sempenho, aumentar a lucrativida<strong>de</strong><br />

e o sucesso organizacional, no longo prazo.<br />

1.1. O valor monetário <strong>do</strong> intangível.<br />

O valor monetário <strong>do</strong>s ativos intangíveis po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>do</strong> à<br />

capacida<strong>de</strong> que uma empresa tem <strong>de</strong> superar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um concorrente<br />

médio que possui ativos tangíveis semelhantes. Este tipo <strong>de</strong> ativo não<br />

aparece no balanço, pois não se trata <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. O valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

é mais alto, pois reflete o quanto um compra<strong>do</strong>r teria que investir para<br />

criar os ativos. O valor monetário <strong>do</strong>s ativos intangíveis <strong>de</strong>ve interessar aos<br />

executivos e gerentes por ser uma medida que permite a comparação <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> outras empresas <strong>do</strong> setor, ou divisões, ou unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios<br />

da própria empresa.<br />

Um méto<strong>do</strong> para atribuir valor monetário a ativos intangíveis foi<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela NCI Research em Evanston, Illinois, afiliada da Kellogg School of<br />

Business na Northwestern University segun<strong>do</strong> relata STEWART (1998). A motivação<br />

para o méto<strong>do</strong> foi a necessida<strong>de</strong> em ajudar novas empresas que fazem<br />

uso intensivo <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, pois os investi<strong>do</strong>res hesitam em investir em<br />

empresas que possuem pouco ativo tangível como caução. Parkinson, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

131


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

projeto da NCI, e sua equipe, consi<strong>de</strong>raram que o valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma<br />

empresa reflete seus ativos físicos tangíveis mais um componente que po<strong>de</strong><br />

ser atribuí<strong>do</strong> aos ativos intangíveis . A equipe adaptou um méto<strong>do</strong> usa<strong>do</strong><br />

para avaliar o valor <strong>de</strong> marcas. Benefícios econômicos são promovi<strong>do</strong>s por<br />

marcas, tais como, po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> preço, alcance <strong>de</strong> distribuição, maior capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lançar novos produtos, que dão aos proprietários mais retorno sobre ativos<br />

<strong>do</strong> que os concorrentes que não são proprietários <strong>de</strong> marcas. O méto<strong>do</strong><br />

preconiza o cálculo <strong>de</strong> um valor prêmio que caracteriza o valor monetário<br />

<strong>do</strong>s ativos intangíveis.<br />

Apresenta-se a seguir o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela NCI utilizan<strong>do</strong><br />

o exemplo da Merck & Co, indústria farmacêutica que faz uso intensivo em<br />

<strong>conhecimento</strong>.<br />

132<br />

1. Calcule as receitas antes da tributação referentes a três anos. No<br />

caso da Merck: US$ 3.694 bilhões.<br />

2. Consulte o balanço patrimonial e obtenha a média <strong>de</strong> ativos tangíveis<br />

no final <strong>do</strong> ano referente a três anos: US$ 12,953 bilhões.<br />

3. Divida as receitas pelos ativos para obter o retorno sobre os ativos:<br />

29% (um bom negócio).<br />

4. Para o mesmo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> três anos, obtenha o retorno médio<br />

sobre os ativos <strong>do</strong> setor. A NCI usou valores <strong>do</strong> Annual Statement<br />

Studies da Robert Morris Associates para empresas com o mesmo<br />

código da Standart Industrial Classification. Para a indústria farmacêutica,<br />

esse índice é <strong>de</strong> 10%. Se o retorno sobre os ativos da empresa<br />

for inferior à media, pare: o méto<strong>do</strong> da NCI não funcionará.<br />

5. Calcule o “retorno em excesso”. Multiplique o retorno sobre o<br />

ativo (10%) pela média <strong>de</strong> ativos tangíveis da empresa (U$ 12.953<br />

bilhões). O resulta<strong>do</strong> mostra o ganho médio que uma empresa<br />

farmacêutica <strong>de</strong>veria ter com esse valor <strong>de</strong> ativos tangíveis. Agora<br />

subtraia esse valor das receitas antes da tributação <strong>de</strong>ssa empresa,<br />

que obtivemos na etapa 1 (U$ 3,694 bilhões). No caso da<br />

Merck, o excesso é <strong>de</strong> U$ 2,39 bilhões. Esse é o valor adicional das<br />

receitas da Merck provenientes <strong>de</strong> seus ativos em relação à média<br />

da indústria farmacêutica.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

6. Pague o imposto. Calcule o percentual médio <strong>de</strong> imposto <strong>de</strong> renda<br />

no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> três anos e multiplique esse valor pelo retorno<br />

em excesso. Subtraia o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> retorno em excesso para obter<br />

o valor após a tributação. Esse é o prêmio a ser atribuí<strong>do</strong> aos<br />

ativos intangíveis. No caso da Merck é US$ 1,65 bilhão<br />

(percentual médio <strong>de</strong> imposto <strong>de</strong> renda: 31%).<br />

7. Calcule o valor presente líqui<strong>do</strong> <strong>do</strong> prêmio. Para isso, divida o<br />

prêmio por um percentual apropria<strong>do</strong>, por exemplo, o custo <strong>de</strong><br />

capital da empresa. Utilizan<strong>do</strong> um índice percentual escolhi<strong>do</strong><br />

arbitrariamente <strong>de</strong> 15%, o resulta<strong>do</strong>, no caso da Merck é <strong>de</strong> US$<br />

11 bilhões.<br />

Como po<strong>de</strong>-se observar, o cálculo <strong>do</strong>s ativos intangíveis foi elabora<strong>do</strong><br />

com base em variáveis históricas, atuais e futuras consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os índices<br />

<strong>do</strong> setor farmacêutico.<br />

1.2. Medidas segun<strong>do</strong> a visão <strong>de</strong> Stewart.<br />

As medidas <strong>de</strong> Capital Intelectual , segun<strong>do</strong> STEWART (1998), se<br />

divi<strong>de</strong>m em medidas <strong>de</strong> capital humano, capital estrutural e capital <strong>de</strong> cliente.<br />

Incluem informações quantitativas e qualitativas e propõe a mensuração<br />

<strong>de</strong> quanto vale um cliente leal.<br />

Medidas <strong>de</strong> Capital Humano são medidas que se referem aos funcionários<br />

especializa<strong>do</strong>s ou às ativida<strong>de</strong>s que executam, e que agregam valor<br />

sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> cliente. A inovação, atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> funcionários, posição<br />

hierárquica na organização, rotativida<strong>de</strong> das pessoas, experiência profissional<br />

e aprendiza<strong>do</strong> individual e em equipes são resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> capital humano<br />

que po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s.<br />

Seguem medidas que permitem avaliar expertise, ou seja, o nível <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> das pessoas <strong>de</strong> uma organização:<br />

a) O número médio <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> experiência <strong>do</strong>s funcionários em<br />

suas profissões;<br />

133


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

134<br />

b) A rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> especialistas (<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o autor se refere a<br />

funcionários que trabalham diretamente com os clientes em projetos,<br />

e somente os gerentes que trabalham diretamente clientes);<br />

c) Seniorida<strong>de</strong> entre os especialistas (número médio <strong>de</strong> anos na empresa);<br />

d) Valor agrega<strong>do</strong> por especialista e por funcionário;<br />

e) Percentual <strong>de</strong> clientes que “aumentam a competência” (grifos originais).<br />

Estes clientes <strong>de</strong>vem ser entendi<strong>do</strong>s como aqueles que<br />

propõem projetos que <strong>de</strong>safiam a competência <strong>do</strong>s funcionários<br />

da empresa e que são valiosos porque os funcionários apren<strong>de</strong>m<br />

com eles;<br />

f) Percentual <strong>de</strong> novatos (o percentual <strong>de</strong> funcionários com menos<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong> experiência).<br />

As questões que se seguem propõem respostas qualitativas, entretanto,<br />

po<strong>de</strong>m ser categorizadas e mensuradas:<br />

a) Quais são as habilida<strong>de</strong>s que os clientes mais valorizam <strong>de</strong>ntre as<br />

diversas habilida<strong>de</strong>s que os funcionários possuem? Por quê?<br />

b) Que habilida<strong>de</strong>s e talentos são mais admira<strong>do</strong>s pelos funcionários<br />

da empresa? Quais contribuem para possíveis diferenças entre<br />

o que os clientes valorizam e o que os funcionários valorizam?<br />

c) Que tecnologias ou habilida<strong>de</strong>s emergentes po<strong>de</strong>riam minar o<br />

valor <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> proprietário da empresa?<br />

d) A que área da organização os gerentes <strong>de</strong> maior potencial preferem<br />

ser <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s? On<strong>de</strong> eles menos gostam <strong>de</strong> trabalhar? Como<br />

explicam sua preferência?<br />

e) Que percentual <strong>de</strong> gerentes concluiu planos para treinamento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus sucessores?<br />

f) Que percentual <strong>do</strong> tempo total <strong>do</strong>s funcionários é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor reduzi<strong>do</strong> para os clientes? Que percentual <strong>do</strong><br />

tempo <strong>do</strong>s funcionários especialistas é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

valor reduzi<strong>do</strong> para os clientes?


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

g) Os concorrentes contratam os funcionários da empresa?<br />

h) Por que os funcionários <strong>de</strong>ixam a empresa e aceitam cargos em<br />

outras organizações?<br />

i) Entre os especialistas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho da empresa - inclusive<br />

headhunters - qual é a reputação da empresa vis-à-vis seus concorrentes?<br />

Medidas <strong>de</strong> Capital Estrutural são medidas que visam retratar ativos<br />

intelectuais estruturais classifica<strong>do</strong>s em medidas <strong>do</strong> valor acumula<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

estoques <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> da empresa, e medidas <strong>de</strong> eficiência organizacional,<br />

ou seja, até que ponto os sistemas da empresa ampliam e aprimoram o trabalho<br />

<strong>do</strong> pessoal.<br />

Os ativos intangíveis po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s em três grupos segun<strong>do</strong><br />

ANSON, apud STEWART (1997):<br />

1. Conjunto técnico: segre<strong>do</strong>s comerciais, fórmulas, resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

testes proprietários, etc;<br />

2. Conjunto <strong>de</strong> marketing: direitos autorais, nome e logotipo da<br />

empresa, garantias, propaganda, <strong>de</strong>sign e direitos autorais <strong>de</strong><br />

embalagens, registro <strong>de</strong> marcas registrada e etc;<br />

3. Conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>conhecimento</strong>: banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, manuais<br />

padrões <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, processo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong><br />

ativos, sistemas <strong>de</strong> segurança, licenças, cláusulas <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong>,<br />

sistemas <strong>de</strong> informações gerenciais proprietárias e etc.<br />

Para verificar se um ativo possui valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve-se realizar<br />

o teste básico com perguntas sobre se o ativo diferencia seu produto ou serviço<br />

<strong>de</strong> outro; tem valor para outras empresas; e se alguém pagaria por ele.<br />

Para respon<strong>de</strong>r essas perguntas <strong>de</strong>ve ser analisada a singularida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada ativo intangível, amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso, margem <strong>de</strong> lucros incrementais,<br />

status legal, expectativa <strong>de</strong> vida e etc.<br />

A etapa seguinte é avaliar os pontos fortes relativos <strong>de</strong> cada ativo<br />

versus outros ativos comparáveis. Para cada fator <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve ser atribuída<br />

uma pontuação <strong>de</strong> 0 a 5 - auxiliada por valores relativos à participação<br />

135


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

no merca<strong>do</strong>, fluxo <strong>de</strong> caixa atribuível etc., in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> on<strong>de</strong> conseguir<br />

obter esses valores - <strong>do</strong> valor relativo compara<strong>do</strong> aos cinco melhores<br />

ativos comparáveis.<br />

Através das Medidas <strong>de</strong> Capital <strong>do</strong> Cliente a organização avalia a<br />

satisfação <strong>do</strong> cliente corretamente na medida em que é possível <strong>de</strong>monstrar a<br />

ligação entre o aumento da satisfação <strong>do</strong> cliente e melhores resulta<strong>do</strong>s financeiros.<br />

Clientes satisfeitos exibem pelo menos uma <strong>de</strong> três características<br />

mensuráveis: lealda<strong>de</strong> (índices <strong>de</strong> retenção), maior volume <strong>de</strong> negócios (fatia<br />

<strong>de</strong> carteira) e insuscetibilida<strong>de</strong> ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> persuasão <strong>de</strong> seus rivais (tolerância<br />

<strong>de</strong> preço).<br />

Da<strong>do</strong>s sobre qualida<strong>de</strong>, informações sobre poupanças (para<br />

ambas as partes) <strong>de</strong> processos compartilha<strong>do</strong>s como inspeção ou intercâmbio<br />

eletrônico <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, valores sobre estoques (mais uma vez, tanto<br />

para o compra<strong>do</strong>r quanto para o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r) e disponibilida<strong>de</strong> ajudam a<br />

<strong>de</strong>finir o valor <strong>de</strong> relacionamentos íntimos entre a empresa e seus clientes<br />

ou seus fornece<strong>do</strong>res.<br />

Quanto vale um cliente leal? A lealda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um cliente po<strong>de</strong> ser<br />

medida a partir da avaliação <strong>do</strong> relacionamento estabeleci<strong>do</strong> entre a organização<br />

e o cliente, pois um cliente leal po<strong>de</strong> recompensar o esforço em manter<br />

a sua satisfação. Fre<strong>de</strong>rick Reichheld, autorida<strong>de</strong> da Bain&Co, e Claes Fornell,<br />

economista da Escola <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Michigan, <strong>de</strong>senvolveram um méto<strong>do</strong><br />

para calcular o valor <strong>de</strong> um cliente, segun<strong>do</strong> REICHELD, apud<br />

STEWART (1997). O méto<strong>do</strong> se baseia na idéia <strong>de</strong> que “um aumento <strong>do</strong><br />

índice e retenção <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong> cinco pontos percentuais aumenta o valor<br />

médio <strong>de</strong> um cliente <strong>de</strong> 25% a 100%”. Eis como o cálculo é sugeri<strong>do</strong>:<br />

136<br />

1 - Determine um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo significativo como base <strong>do</strong>s<br />

cálculos. Esse perío<strong>do</strong> variará <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ciclos <strong>de</strong> planejamento<br />

e negócio;<br />

2 - Calcule o lucro por cliente – é o lucro que seus clientes geram<br />

normalmente a cada ano que sua empresa consegue mantê-los.<br />

Controle várias amostras – alguns novos clientes, alguns com<br />

histórico prolonga<strong>do</strong> – a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o volume <strong>de</strong> negócios<br />

que proporcionam à empresa anualmente e o custo <strong>de</strong> servi-los.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Certifique-se <strong>de</strong> analisar toda a gama <strong>de</strong> custos e benefícios para<br />

os seus clientes.<br />

Do la<strong>do</strong> <strong>do</strong> custo: no primeiro ano, subtraia o custo <strong>de</strong> aquisição<br />

<strong>de</strong> novos clientes, como exemplo, custos administrativos da criação<br />

da unida<strong>de</strong>, e nos anos subsequentes, calcule os custos <strong>de</strong><br />

manutenção <strong>do</strong> cliente, como exemplo, serviço ao cliente. Estes<br />

custos serão inferiores ao custo inicial <strong>de</strong> aquisição <strong>do</strong> cliente. Se<br />

<strong>de</strong>scobrir que não têm gastos com a retenção <strong>de</strong> clientes, essa já é<br />

uma informação significativa.<br />

Do la<strong>do</strong> da receita obtenha números específicos que revelem o<br />

comportamento <strong>de</strong> compra <strong>do</strong>s clientes <strong>de</strong> longo prazo – lucro<br />

por cliente no primeiro ano, no segun<strong>do</strong> ano, etc, e não a média<br />

para to<strong>do</strong>s os clientes em to<strong>do</strong>s os anos.<br />

3 – Trace um gráfico da “expectativa <strong>de</strong> vida” usan<strong>do</strong> valores específicos<br />

para <strong>de</strong>scobrir a base <strong>de</strong> clientes a cada ano e o índice <strong>de</strong><br />

retenção <strong>de</strong> clientes;<br />

4 – Calcule o valor presente líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong> um cliente. Escolha uma taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto – se <strong>de</strong>sejar um retorno anual sobre os ativos <strong>de</strong><br />

15%, use esse percentual, pois o capital <strong>do</strong> cliente é um ativo.<br />

Aplique a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto ao lucro anual, ajusta<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com a probabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cliente aban<strong>do</strong>nar sua empresa. No primeiro<br />

ano, o VPL (Valor Presente líqui<strong>do</strong>) será o lucro/1,15. No<br />

ano seguinte, VPl (Valor Presente Investi<strong>do</strong>) será o lucro <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />

ano x índice <strong>de</strong> retenção/1,152. No ano n, o último ano<br />

<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seleciona<strong>do</strong>, o VPL será o lucro <strong>do</strong> enésimo ano/<br />

1,15n. A soma <strong>do</strong>s anos 1 a n equivale ao valor <strong>de</strong> seu cliente – o<br />

valor presente líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os lucros que sua empresa po<strong>de</strong><br />

esperar <strong>do</strong> cliente nesse perío<strong>do</strong>. É o que outra empresa pagaria<br />

para ter o seu cliente.<br />

Essas informações po<strong>de</strong>m gerar benefícios, como por exemplo, <strong>de</strong>scobrir<br />

quanto gastar para atrair clientes, analisar os clientes por segmento e<br />

i<strong>de</strong>ntificar quais clientes a empresa <strong>de</strong>ve almejar e quais os clientes <strong>de</strong>ve dispensar,<br />

explorar a alavancagem econômica que a satisfação <strong>do</strong> cliente pro-<br />

137


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

porciona. Negócios repeti<strong>do</strong>s merecem investimentos. Para uma análise sobre<br />

essa proposta <strong>de</strong>ve-se voltar aos valores e calcular o quanto o valor <strong>do</strong>s<br />

clientes aumentaria se a taxa <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> clientes aumentasse 5%.<br />

1. 3. Medidas segun<strong>do</strong> a visão <strong>de</strong> SVEIBY<br />

As medidas <strong>de</strong> Capital Intelectual , segun<strong>do</strong> SVEIBY (1998), são<br />

apresentadas na forma <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s ativos intangíveis <strong>de</strong> uma organização.<br />

Descreve medidas <strong>de</strong> avaliação da competência das pessoas, estrutura<br />

interna e estrutura externa. Classifica os ativos intangíveis em três categorias:<br />

indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> crescimento/renovação, indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> eficácia e indica<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>.<br />

Alguns tópicos são importantes para proce<strong>de</strong>r à avaliação <strong>do</strong>s ativos<br />

intangíveis <strong>de</strong> uma organização. É necessário se estabelecer quem está<br />

interessa<strong>do</strong> nos resulta<strong>do</strong>s e se classificar os diversos grupos <strong>de</strong> funcionários<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma das três categorias <strong>de</strong> ativos intangíveis. É fundamental que as<br />

avaliações contemplem comparações, por exemplo, ao ano anterior, ou a<br />

orçamento, com outra empresa. Deve ser da<strong>do</strong> prosseguimento às avaliações<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a cobrir pelo menos, três ciclos <strong>de</strong> avaliação antes <strong>de</strong> tentar avaliar<br />

os resulta<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> as avaliações repetidas anualmente. Os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem<br />

ser ajusta<strong>do</strong>s para se a<strong>de</strong>quarem a empresa, e a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes indica<strong>do</strong>res<br />

é relativa ao contexto empresarial.<br />

Essas medidas são acompanhadas por meio <strong>de</strong> um monitor <strong>de</strong> ativos<br />

intangíveis. Não exce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a uma página, o monitor po<strong>de</strong> ser integra<strong>do</strong><br />

ao sistema <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> informações acompanha<strong>do</strong> por comentários.<br />

O objetivo <strong>do</strong> monitor é selecionar alguns indica<strong>do</strong>res para cada ativo<br />

intangível com foco no crescimento e renovação, eficiência e estabilida<strong>de</strong>.<br />

138


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Quadro 1: Tabela <strong>do</strong> monitor <strong>de</strong> ativos intangíveis<br />

MONITOR DE ATIVOS INTANGÍVEIS<br />

Estrutura Estrutura Competência<br />

Externa Interna das Pessoas<br />

Crescimento/<br />

Renovação<br />

Crescimento orgânico <strong>do</strong><br />

volume <strong>de</strong> vendas Aumento<br />

da participação <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong> Índice <strong>de</strong> clientes<br />

satisfeitos ou índice da<br />

qualida<strong>de</strong><br />

Eficiência<br />

Lucro por cliente<br />

Vendas por profissional<br />

Estabilida<strong>de</strong><br />

Frequência da repetição<br />

<strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s<br />

Estrutura etária<br />

Crescimento/<br />

Renovação<br />

Investimento em<br />

tecnologia da informação<br />

Parcela <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>dica<strong>do</strong><br />

às ativida<strong>de</strong>s internas<br />

<strong>de</strong> P&D Índice da atitu<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> pessoal em relação<br />

aos gerentes, à cultura e<br />

aos clientes<br />

Eficiência<br />

Proporção <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong><br />

suporte<br />

Vendas por funcionários<br />

<strong>de</strong> suporte<br />

Estabilida<strong>de</strong><br />

Ida<strong>de</strong> da organização<br />

Taxa <strong>de</strong> novatos<br />

Fonte: SVEIBY, A nova riqueza das organizações, 1998.<br />

1. 4. Medidas segun<strong>do</strong> a visão <strong>de</strong> Edvinsson & Malone.<br />

Crescimento/<br />

Renovação<br />

Parcela <strong>de</strong> vendas geradas<br />

por clientes que aumentam<br />

a competência. Aumento<br />

da experiência média<br />

profissional (número<br />

<strong>de</strong> anos) Rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

competência<br />

Eficiência<br />

Mudança no valor agrega<strong>do</strong><br />

por profissional<br />

Mudança na proporção<br />

<strong>de</strong> profissionais<br />

Estabilida<strong>de</strong><br />

Taxa <strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

profissionais<br />

A partir da experiência da Skandia, tratada por SVEIBY (1998),<br />

EDVINSSON & MALONE (1999) percebem o Capital Intelectual como<br />

sen<strong>do</strong> a composição <strong>do</strong> capital humano, capital estrutural e capital <strong>de</strong> clientes.<br />

O capital humano inclui medidas que se referem ao <strong>conhecimento</strong>, capacida<strong>de</strong>,<br />

criativida<strong>de</strong>, inovação, habilida<strong>de</strong> e experiência individuais <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

e gerentes, <strong>de</strong>ntre outras. O capital estrutural é a infra-estrutura<br />

que apóia o capital humano, sen<strong>do</strong> composto por três tipos: organizacional,<br />

<strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong> processos. O capital <strong>de</strong> clientes se refere a medidas sobre o<br />

relacionamento <strong>de</strong> uma empresa com seus clientes que geram valor para a<br />

139


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

empresa. A estrutura <strong>de</strong> um relatório <strong>de</strong> Capital Intelectual , proposta por<br />

EDVINSSON & MALONE (1999) é composta por medidas sob o foco financeiro,<br />

foco no cliente, foco no processo, foco <strong>de</strong> renovação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e foco humano. A seguir estão relaciona<strong>do</strong>s 111 índices <strong>do</strong> contexto<br />

da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa mo<strong>de</strong>rna com sistema <strong>de</strong> informações<br />

computa<strong>do</strong>riza<strong>do</strong>.<br />

Foco Financeiro<br />

1. Ativo total($)<br />

2. Ativo total/emprega<strong>do</strong>($)<br />

3. Receita/ativo total(%)<br />

4. Lucro/ativo total($)<br />

5. Receitas resultantes <strong>de</strong> novos negócios($)<br />

6. Lucros resultantes <strong>de</strong> novos negócios($)<br />

7. Receita/emprega<strong>do</strong>($)<br />

8.Tempo <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> aos clientes/número<br />

<strong>de</strong> horas trabalhadas(%)<br />

9. Lucro/emprega<strong>do</strong>($)<br />

10. Receitas <strong>de</strong> negócios perdi<strong>do</strong>s em<br />

comparação à media <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>(%)<br />

11. Receitas <strong>de</strong> novos clientes/receitas totais(%)<br />

12. Valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>($)<br />

13. Retorno sobre o ativo líqui<strong>do</strong>(%)<br />

14. Retorno sobre o ativo líqui<strong>do</strong> resultante<br />

da atuação em novos negócios($)<br />

15. Valor agrega<strong>do</strong>/emprega<strong>do</strong>($)<br />

16. Valor agrega<strong>do</strong>/emprega<strong>do</strong>s em TI($)<br />

17. Investimentos em TI($)<br />

18. Valor agrega<strong>do</strong>/cliente($)<br />

140<br />

Foco no Cliente<br />

1. Participação no merca<strong>do</strong>(%)<br />

2. Número <strong>de</strong> clientes<br />

3. Vendas anuais/cliente (R$)<br />

4. Número <strong>de</strong> clientes perdi<strong>do</strong>s<br />

5. Duração média <strong>do</strong> relacionamento<br />

com o cliente<br />

6. Tamanho médio <strong>do</strong>s clientes($)<br />

7.Classificação <strong>do</strong>s clientes(%)<br />

8. Número <strong>de</strong> visitas <strong>do</strong>s clientes à empresa<br />

9. Número <strong>de</strong> dias emprega<strong>do</strong>s em visitas<br />

a clientes<br />

10. Número <strong>de</strong> clientes/número <strong>de</strong><br />

emprega<strong>do</strong>s(R$)<br />

11. Número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s que geram<br />

receita<br />

12. Tempo médio entre o contato <strong>do</strong> cliente<br />

e o fechamento da venda<br />

13. Contatos <strong>de</strong> vendas/vendas fechadas(%)<br />

14. Índice <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> clientes(%)<br />

15. Investimentos em TI/ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r(R$)<br />

16. Invest. em TI/emprega<strong>do</strong> <strong>do</strong> serviço<br />

e suporte(R$)<br />

17. Conhecimento <strong>de</strong> TI por parte <strong>do</strong>s<br />

clientes(%)<br />

18. Despesas <strong>de</strong> suporte/cliente (R$)<br />

19. Despesas <strong>de</strong> serviço/cliente/ano(R$)<br />

20. Despesas <strong>de</strong> serviço/cliente/<br />

contato(R$)


Foco <strong>do</strong> Processo<br />

1. Despesas administrativas/receitas totais<br />

2. Custos <strong>do</strong>s erros administrativos/receitas<br />

gerenciais(%)<br />

3. Tempo <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> pagamento<br />

a terceiros<br />

4. Contratos redigi<strong>do</strong>s sem erro<br />

5. Pontos funcionais/emprega<strong>do</strong>-mês<br />

6. PCs e lap- tops/emprega<strong>do</strong><br />

7. Capacida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong>/emprega<strong>do</strong><br />

8. Despesas administrativas/emprega<strong>do</strong><br />

(R$)<br />

9. Despesas com TI /emprega<strong>do</strong> (R$)<br />

10. Despesas com TI/<strong>de</strong>spesas administrativas<br />

(%)<br />

11. Despesas administrativas / prêmio bruto<br />

(%)<br />

12. Capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong><br />

informática<br />

13. Equipamentos <strong>de</strong> informática adquiri<strong>do</strong>s<br />

(R$)<br />

14. Desempenho corporativo em termos <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> (por exemplo ISO 9000)<br />

15. Desempenho corporativo/meta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

(%)<br />

16. Equipamentos <strong>de</strong> TI <strong>de</strong>scontinua<strong>do</strong>s/<br />

equipamentos <strong>de</strong> TI (%)<br />

17. Equipamentos <strong>de</strong> TI órfãos / equipamentos<br />

total <strong>de</strong> TI (%)<br />

18. Capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s equipamentos <strong>de</strong> TI/<br />

emprega<strong>do</strong><br />

19. Desempenho <strong>do</strong>s equipamentos <strong>de</strong> TI/<br />

emprega<strong>do</strong>.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Foco Humano<br />

1. Índice <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança (%)<br />

2. Índice <strong>de</strong> motivação (%)<br />

3. Índice <strong>de</strong> empowerment (por 1000)<br />

4. Número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s<br />

5. Rotativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s (%)<br />

6. Tempo médio <strong>de</strong> casa<br />

7. Número <strong>de</strong> gerentes<br />

8. Número <strong>de</strong> gerentes <strong>do</strong> sexo feminino<br />

9. Ida<strong>de</strong> média <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

10. Tempo <strong>de</strong> treinamento (dias/ano)<br />

11. Conhecimento <strong>de</strong> TI <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

12. Número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s permanentes<br />

em perío<strong>do</strong> integral<br />

13. Ida<strong>de</strong> média <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s permanentes<br />

em perío<strong>do</strong> integral<br />

14. Tempo médio <strong>de</strong> casa <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

permanentes em perío<strong>do</strong> integral<br />

15. Rotativida<strong>de</strong> anual <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

permanentes em perío<strong>do</strong> integral<br />

16. Custo anual per capita <strong>do</strong>s programas<br />

<strong>de</strong> treinamento, comunicação e suporte<br />

para emprega<strong>do</strong>s permanentes em perío<strong>do</strong><br />

integral ($)<br />

17. Emprega<strong>do</strong>s permanentes em perío<strong>do</strong><br />

integral que gastam menos <strong>de</strong> 50% das<br />

horas <strong>de</strong> trabalho em instalações da<br />

empresa; porcentagem <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s<br />

permanentes em tempo integral; custo<br />

anual per capita <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento,<br />

comunicação e suporte.<br />

18. Número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s temporários<br />

em perío<strong>do</strong> integral; média <strong>de</strong> tempo<br />

<strong>de</strong> casa <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s temporários em<br />

perío<strong>do</strong> integral<br />

19. Custo anual per capita <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

treinamento e suporte para emprega<strong>do</strong>s<br />

temporários em perío<strong>do</strong> integral ($)<br />

20. Número <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s em tempo parcial/emprega<strong>do</strong>s<br />

contrata<strong>do</strong>s em tempo<br />

parcial<br />

21. Duração média <strong>do</strong>s contratos Porcentagem<br />

<strong>do</strong>s gerentes da empresa com especialização<br />

em: <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> negócios (%);<br />

disciplinas científicas e engenharia (%)<br />

e humanida<strong>de</strong>s (%)<br />

141


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Foco <strong>de</strong> Renovação e Desenvolvimento<br />

1. Despesas com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências/emprega<strong>do</strong> (R$)<br />

2. Índice <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

3. Investimento em relacionamento/cliente (R$)<br />

4. Porcentagem <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> treinamento (%)<br />

5. Porcentagem <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento (%)<br />

6. Porcentagem <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s (%)<br />

7. Despesas <strong>de</strong> R&D/<strong>de</strong>spesas administrativas (%)<br />

8. Despesas <strong>de</strong> treinamento/emprega<strong>do</strong><br />

9. Despesas <strong>de</strong> treinamento/<strong>de</strong>spesas administrativas (%)<br />

10. Despesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos negócios/<strong>de</strong>spesas administrativas (%)<br />

11. Porcentagem <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s com menos <strong>de</strong> 40 anos (%)<br />

12. Despesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> TI/ <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> TI (%)<br />

13. Despesas da área <strong>de</strong> treinamento em TI/<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> TI (%)<br />

14. Recursos investi<strong>do</strong>s em R&D/ investimento total (%)<br />

15. Número <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios captadas junto à base <strong>de</strong> clientes<br />

16. Ida<strong>de</strong> média <strong>do</strong>s clientes, nível educacional, rendimentos<br />

17. Duração média <strong>do</strong>s clientes em meses<br />

18. Investimento em treinamento/cliente (R$)<br />

19. Comunicações diretas com os clientes/ano<br />

20. Despesas não relacionadas ao produto/cliente/ano (R$)<br />

21. Investimentos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos merca<strong>do</strong>s (R$)<br />

22. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capital estrutural (R$)<br />

23. Valor total <strong>do</strong> sistema EDI (R$)<br />

24. Upgra<strong>de</strong>s <strong>do</strong> sistema EDI (R$)<br />

25. Capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema EDI (R$)<br />

26. Proporção <strong>de</strong> novos produtos (menos <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos) em relação à linha <strong>de</strong> produtos<br />

da empresa (%)<br />

27. Investimento em R&D em pesquisa básica (%)<br />

28. Investimento <strong>de</strong> R&D em projeto <strong>do</strong> produto (%)<br />

29. Investimentos <strong>de</strong> R&D em aplicações (%)<br />

30. Investimento em suporte e treinamento relativos a novos produtos (R$)<br />

31. Ida<strong>de</strong> média das patentes da empresa<br />

32. Patentes em fase <strong>de</strong> registro<br />

142


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Outros índices são indica<strong>do</strong>s pelos autores em seus estu<strong>do</strong>s, porém<br />

para uso refina<strong>do</strong> no futuro. A idéia continua a mesma: selecionar medidas<br />

<strong>de</strong> mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual <strong>de</strong> uma organização.<br />

Os índices apresenta<strong>do</strong>s indicam os níveis atuais <strong>do</strong> gerenciamento<br />

empresarial <strong>de</strong> ativos tangíveis e intangíveis que se baseiam em mo<strong>de</strong>los<br />

contábeis tradicionais em evolução. Uma recente evolução é a mudança <strong>de</strong><br />

norma contábil que fortifica os lucros. Trata-se das novas regras <strong>de</strong> amortização<br />

<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comércio que po<strong>de</strong>rão estimular fusões e valorizar as ações.<br />

Significa uma importante alteração da legislação contábil <strong>do</strong>s últimos anos,<br />

<strong>do</strong> Financial Accounting Standards Board (FASB), a vigorar a partir <strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> julho<br />

<strong>de</strong> 2001. Estabelece que as empresas americanas não serão mais obrigadas a<br />

amortizar os fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comércio. Acabarão as <strong>de</strong>duções anuais <strong>do</strong>s lucros<br />

que <strong>de</strong>veriam refletir os prêmios pagos pela empresa por ativos que ultrapassavam<br />

o valor justo. Os resulta<strong>do</strong>s líqui<strong>do</strong>s das empresas ganharão melhor<br />

aparência, sem mudanças em vendas, fluxo <strong>de</strong> caixa ou gerenciamento.<br />

Atualmente, as empresas hesitam em fechar negócios que envolvam<br />

pesa<strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comércio porque isso tem efeito negativo sobre seus<br />

lucros. O impacto <strong>de</strong>ssa mudança <strong>de</strong> legislação será varia<strong>do</strong>. Empresas com<br />

fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comércio e vazias <strong>de</strong> lucros, talvez tenham lucros por ação dispara<strong>do</strong>s,<br />

como é caso <strong>do</strong>s lucros da Coca-cola Enterprises, a engarrafa<strong>do</strong>ra, que <strong>de</strong>vem<br />

ficar 122% maiores em 2000. A nova regra exigirá que as empresas incluam<br />

os fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comércio em seus balanços. Isso ajudará os investi<strong>do</strong>res a<br />

responsabilizar os executivos pelas quantias pagas nos negócios <strong>de</strong> compra e<br />

venda <strong>de</strong> empresas que acertam. O FASB irá divulgar diretrizes sobre quan<strong>do</strong><br />

o fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> comércio <strong>de</strong>ve ser reavalia<strong>do</strong>.<br />

Ainda segun<strong>do</strong> EDVINSSON & MALONE (1998), a mensuração<br />

<strong>do</strong> Capital Intelectual po<strong>de</strong> ser obtida e resultar num valor realista e comparável.<br />

Os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem ser seleciona<strong>do</strong>s e representativos <strong>de</strong> cada um<br />

<strong>do</strong>s cinco focos menciona<strong>do</strong>s, combinan<strong>do</strong> cada foco com as avaliações monetárias,<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser trata<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a eliminar <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>res e repetições.<br />

Devem-se agregar os indica<strong>do</strong>res resultan<strong>do</strong> em um conjunto <strong>de</strong> 20<br />

variáveis, que po<strong>de</strong>m ser alteradas, incluídas ou excluídas, caso seja importante<br />

para a empresa. A lista abaixo apresenta variáveis que po<strong>de</strong>m compor<br />

uma estrutura que permite a mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual <strong>de</strong> uma organização.<br />

143


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

144<br />

Quadro 2: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> Capital Intelectual<br />

1. Receitas resultantes da atuação em novos negócios (novos programas/serviços);<br />

2. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos merca<strong>do</strong>s;<br />

3. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> setor industrial;<br />

4. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos canais;<br />

5. Investimento em TI aplicada a vendas, serviço e suporte;<br />

6. Investimento em TI aplicada à administração;<br />

7. Novos equipamentos <strong>de</strong> TI;<br />

8. Investimento no suporte aos clientes;<br />

9. Investimento no serviço aos clientes;<br />

10. Investimento no treinamento <strong>de</strong> clientes;<br />

11. Despesas com clientes não relacionadas aos produtos;<br />

12. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento da competência <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s;<br />

13. Investimento em suporte e treinamento relativo a novos produtos para os emprega<strong>do</strong>s;<br />

14. Treinamento especialmente direciona<strong>do</strong> aos emprega<strong>do</strong>s que não trabalham nas<br />

instalações da empresa;<br />

15. Investimento em treinamento, comunicação e suportes direciona<strong>do</strong>s aos emprega<strong>do</strong>s<br />

permanentes em perío<strong>do</strong> integral;<br />

16. Programas <strong>de</strong> treinamento e suporte especialmente direciona<strong>do</strong>s aos emprega<strong>do</strong>s<br />

temporários <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> integral;<br />

17. Programas <strong>de</strong> treinamento e suporte especialmente direciona<strong>do</strong>s aos emprega<strong>do</strong>s<br />

temporários <strong>de</strong> tempo parcial;<br />

18. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> parcerias/joint-ventures;<br />

19. Upgra<strong>de</strong>s ao EDI ou à re<strong>de</strong> eletrônica <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s;<br />

20. Investimento na i<strong>de</strong>ntificação da marca (logotipo/nome).<br />

Fonte : EDVINSSON & MALONE, Capital Intelectual 1998.p.173.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Esta é uma lista dinâmica consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o propósito <strong>de</strong> <strong>de</strong>bater o<br />

que realmente constitui o valor monetário <strong>do</strong> Capital Intelectual . Este conjunto<br />

<strong>de</strong> variáveis, quan<strong>do</strong> somadas, permite a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> valor monetário<br />

que compõe o valor <strong>de</strong> Capital Intelectual <strong>de</strong> uma organização. A este<br />

valor monetário se <strong>de</strong>nomina “C”. É um valor que representa o investimento<br />

na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos futuros. Reflete o que os investi<strong>do</strong>res precisam saber<br />

a respeito <strong>do</strong> valor futuro <strong>de</strong> uma empresa.<br />

A medição <strong>de</strong> valor atual é difícil e propenso a avaliações erradas.<br />

Por isso, a avaliação <strong>do</strong> Capital Intelectual se direciona para o investimento<br />

no futuro. Entretanto, torna-se necessário criar um valor compensatório que<br />

teste os investimentos em relação à produtivida<strong>de</strong>, criação <strong>de</strong> valor e avaliação<br />

<strong>do</strong> usuário conforme ocorre na realida<strong>de</strong>.<br />

O valor compensatório compõe o que se <strong>de</strong>nomina coeficiente <strong>de</strong><br />

eficiência “i“ <strong>do</strong> Capital Intelectual . Do mesmo mo<strong>do</strong> que a variável “C”,<br />

este coeficiente é obti<strong>do</strong> a partir da agregação <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res seleciona<strong>do</strong>s e<br />

representativos <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s cinco focos, mas com resulta<strong>do</strong>s em porcentagem.<br />

O coeficiente “i” focaliza o <strong>de</strong>sempenho atual quanto às medidas <strong>do</strong><br />

sucesso ou fracasso. A lista a seguir apresenta índices que compõem o coeficiente<br />

<strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual .<br />

Quadro 3: Coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>de</strong> Capital Intelectual<br />

1. Participação <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (%)<br />

2. Índice <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s clientes (%)<br />

3. Índice <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>rança (%)<br />

4. Índice <strong>de</strong> Motivação (%)<br />

5. Índice <strong>de</strong> investimento em Pesquisa & Desenvolvimento/investimento total (%)<br />

6. Índice <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> treinamento (%)<br />

7. Desempenho/meta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (%)<br />

8. Retenção <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s (%)<br />

9. Eficiência administrativa/receitas (o inverso <strong>de</strong> erros administrativos/receita) (%)<br />

Fonte : Edvinsson & Malone, Capital Intelectual . 1998.p.177.<br />

145


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Este conjunto <strong>de</strong> nove índices <strong>de</strong>ve ser combina<strong>do</strong> em uma única<br />

porcentagem que indique a eficácia com que a organização utiliza seu Capital<br />

Intelectual . Cada índice aumenta <strong>de</strong> valor a medida que a empresa melhora<br />

seu <strong>de</strong>sempenho. Por exemplo, os índices <strong>de</strong> rotativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>vem ser reverti<strong>do</strong>s para retenção <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s e, custo <strong>do</strong>s erros administrativos/receita<br />

<strong>de</strong>ve transformar-se em eficiência administrativa/receitas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, os índices <strong>de</strong> investimento em Pesquisa & Desenvolvimento<br />

e horas <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong>vem ser compara<strong>do</strong>s à média <strong>do</strong> setor. A equação<br />

sugerida para mensurar é i = (n/x), em que n é igual à soma <strong>do</strong>s valores<br />

<strong>de</strong>cimais <strong>do</strong>s nove índices <strong>de</strong> eficiência, e x o número <strong>de</strong>stes índices, ou seja,<br />

se obtém a média aritmética.<br />

A avaliação global <strong>do</strong> Capital Intelectual é resultante da multiplicação<br />

<strong>do</strong> índice “i” pela variável “C”, conforme segue:<br />

146<br />

Avaliação <strong>do</strong> Capital Intelectual = iC<br />

Como exemplo, consi<strong>de</strong>re uma empresa fictícia com um coeficiente<br />

<strong>de</strong> eficiência i = 0,85 obti<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s seguintes índices:<br />

1. Participação <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (%) = 0,46<br />

2. Índice <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s clientes(%) = 0,78<br />

3. Índice <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>rança (%) = 0,45<br />

4. Índice <strong>de</strong> Motivação (%) = 0,53<br />

5. Índice <strong>de</strong> investimento em Pesquisa&Desenvolvimento/investimento total<br />

(%) = 0,93<br />

6. Índice <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> treinamento (%) = 0,95<br />

7. Desempenho/meta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (%) = 0,91<br />

8. Retenção <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s (%) = 0,87<br />

9. Eficiência administrativa/receitas (%) = 0,91


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> ainda, que esta empresa fictícia tem a medida absoluta<br />

<strong>de</strong> Capital Intelectual igual a US$ 200 milhões, uma avaliação <strong>do</strong> Capital<br />

Intelectual resultaria em US$ 170 milhões, conforme <strong>de</strong>monstração a<br />

seguir.<br />

CI = i C = > CI = 0,85 x US$ 200 milhões ó CI = US$ 170 milhões<br />

Uma análise crítica <strong>de</strong>ste resulta<strong>do</strong> possibilita observar tendências.<br />

Um índice <strong>de</strong> eficiência indican<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho insatisfatório <strong>de</strong>sta empresa<br />

fictícia teria um efeito negativo na valoração <strong>do</strong> Capital Intelectual . Um<br />

índice <strong>de</strong> eficiência igual a 1 <strong>de</strong>monstraria competitivida<strong>de</strong> no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

atuação. Por outro la<strong>do</strong>, um coeficiente maior que 1 aumentaria o valor absoluto<br />

<strong>do</strong> Capital Intelectual , amplian<strong>do</strong> o seu valor monetário, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong><br />

superação própria.<br />

1. 5. Navega<strong>do</strong>r e avaliação <strong>de</strong> capital intelectual.<br />

Um navega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Capital Intelectual po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> como<br />

um quadro geral <strong>de</strong> informações que uma empresa utiliza para monitorar<br />

suas estratégias sobre ativos intangíveis, conforme preconiza STEWART<br />

(1998). É uma ferramenta que mostra on<strong>de</strong> a empresa está, e indica uma direção.<br />

Po<strong>de</strong> propiciar comparações com empresas concorrentes e <strong>de</strong>monstrações<br />

<strong>de</strong> anos anteriores para avaliar a evolução em relação às metas.<br />

As medidas <strong>de</strong> Capital Intelectual são <strong>de</strong>finidas para mensurar os<br />

estoques e fluxos <strong>de</strong> Capital Intelectual <strong>de</strong> uma empresa, conforme afirma<br />

EDVINSSON & MALONE (1998). Do mesmo mo<strong>do</strong> como a contabilida<strong>de</strong><br />

financeira analisa vários índices, tais como, o fluxo <strong>de</strong> caixa, retorno sobre<br />

vendas, ativos e participação acionária, a contabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Capital Intelectual<br />

<strong>de</strong>ve analisar o <strong>de</strong>sempenho da empresa sob os pontos <strong>de</strong> vista da eficiência<br />

<strong>do</strong> Capital Intelectual .<br />

A seleção da medida <strong>de</strong> um navega<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Capital Intelectual está<br />

relacionada ao setor da economia e da escolha <strong>de</strong> estratégias pela empresa. É<br />

necessário que a empresa selecione medidas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com suas estratégias e<br />

metas. Uma medida que po<strong>de</strong> ser importante para uma empresa, talvez seja<br />

<strong>de</strong>snecessária para outra. Também é importante avaliar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medidas.<br />

Um conjunto numeroso <strong>de</strong> medidas não-financeiras po<strong>de</strong> superlotar <strong>de</strong><br />

indica<strong>do</strong>res o painel das empresas e não oferecer informações importantes.<br />

147


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A avaliação <strong>do</strong> Capital Intelectual po<strong>de</strong> ser entendida como uma<br />

equação em função das variáveis C e i. As medidas transformadas em variáveis<br />

geram o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Capital Intelectual apontan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sempenho da<br />

organização. Um <strong>de</strong>sempenho insatisfatório em uma das operações <strong>de</strong> uma<br />

empresa teria um efeito negativo na valoração <strong>de</strong> seu Capital Intelectual em<br />

<strong>de</strong>corrência da diminuição <strong>do</strong> coeficiente i. Inversamente, seria difícil uma<br />

empresa alcançar um coeficiente i maior que 1, pois isso faria com que aumentasse<br />

o seu valor absoluto.<br />

O navega<strong>do</strong>r e a avaliação <strong>do</strong> Capital Intelectual são medidas que<br />

<strong>de</strong>vem ser tratadas em conjunto, pois análises isoladas po<strong>de</strong>m distorcer os<br />

resulta<strong>do</strong>s. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> Capital Intelectual requer combinações a<strong>de</strong>quadas<br />

<strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a captar a velocida<strong>de</strong>, a posição e a direção da<br />

organização e orientar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

2. Conceitos inerentes ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções em<br />

tecnologia da informação.<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções tecnológicas agrega os<br />

princípios da Tecnologia da Informação em <strong>de</strong>corrência da <strong>gestão</strong> sistematizada<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e da capacida<strong>de</strong> intelectual <strong>do</strong>s técnicos. Para ROBREDO(1998),<br />

a capacitação intelectual das organizações é o maior patrimônio e <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong><br />

como um <strong>do</strong>s fatores <strong>de</strong> produção sujeitos a reinvestimentos, <strong>de</strong>preciação<br />

e obsolescência. O autor apresenta a pirâmi<strong>de</strong> <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor à informação,<br />

que contempla <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o da<strong>do</strong> até a inteligência.<br />

148<br />

Figura 1 – Pirâmi<strong>de</strong> da agregação <strong>do</strong> valor à informação<br />

Figura 1– Representação <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor, que leva <strong>do</strong> da<strong>do</strong> bruto até a<br />

informação e <strong>de</strong>sta até o <strong>conhecimento</strong> e a inteligência.<br />

Fonte : ROBREDO, Jaime. Working Knowledge. 1998


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O que a pirâmi<strong>de</strong> intitula <strong>de</strong> inteligência, po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> como<br />

sabe<strong>do</strong>ria ou a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber administrar os <strong>conhecimento</strong>s adquiri<strong>do</strong>s,<br />

para gerar as soluções necessárias. A pirâmi<strong>de</strong> po<strong>de</strong> representar a capacida<strong>de</strong><br />

intelectual relacionada a área específica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong> cada<br />

cliente. Essa capacida<strong>de</strong> necessita ser <strong>de</strong>senvolvida e gerar mecanismos e instrumentos<br />

<strong>de</strong> sistematização <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor para chegar<br />

às soluções <strong>de</strong> maneira eficiente e valorar seus custos, preços e ganhos em<br />

função da capacitação intelectual.<br />

Entretanto, para que seja entendida a dinâmica <strong>de</strong>sse processo torna-se<br />

necessário reunir <strong>de</strong>finições e conceitos <strong>do</strong>s principais elementos fundamentais.<br />

A seguir estão relacionadas <strong>de</strong>finições e conceitos relativos ao<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções tecnológicas.<br />

Conhecimento, segun<strong>do</strong> DRUCKER (1998) é a informação eficaz<br />

em ação, focalizada em resulta<strong>do</strong>s. Segun<strong>do</strong> ROBREDO (1998) po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong><br />

como o resulta<strong>do</strong> da agregação <strong>de</strong> valor à informação. Segun<strong>do</strong><br />

NONAKA, po<strong>de</strong> ser compreendi<strong>do</strong> como tácito, quan<strong>do</strong> inerente às pessoas<br />

que compõem as organizações, e explícito, quan<strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> ou liga<strong>do</strong> aos<br />

produtos e serviços da organização.<br />

Desenvolvimento po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> como crescimento, progresso,<br />

evolução ou elaboração. É o processo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>de</strong> trabalho pelo qual<br />

elaboram-se e integram-se os componentes <strong>do</strong> projeto da obra (produto, processo,<br />

sistema, serviço) que se preten<strong>de</strong> construir, conforme <strong>de</strong>fine o GI Desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> SERPRO.<br />

Informação, segun<strong>do</strong> DRUCKER, é conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s que agrupa<strong>do</strong>s<br />

em função <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada lógica, estabelecem o senti<strong>do</strong> ou uma<br />

ação. Segun<strong>do</strong> ROBREDO, é um conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um valor.<br />

Também po<strong>de</strong> ser compreendida como o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

que proporciona a inferência <strong>de</strong> valor para a geração <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

sistematiza<strong>do</strong> com vistas à formação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> inteligência.<br />

Sistema enten<strong>de</strong>-se como um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, ações ou funções,<br />

que interagem com objetivo específico <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> um conjunto maior,<br />

compreendi<strong>do</strong> como organismo. Também po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> como a disposição<br />

das partes ou <strong>do</strong>s elementos <strong>de</strong> um to<strong>do</strong>, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s entre si, e que<br />

funcionam como estrutura organizada ou conjunto <strong>de</strong> procedimentos e <strong>de</strong><br />

recursos <strong>de</strong> informação articula<strong>do</strong>s com uma <strong>de</strong>terminada finalida<strong>de</strong>.<br />

149


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Solução é a forma <strong>de</strong> resolver ou superar questões ou dificulda<strong>de</strong>s;<br />

aquilo que dá por encerra<strong>do</strong> um assunto; conclusão, <strong>de</strong>sfecho, termo. Compreen<strong>de</strong><br />

todas as ações, serviços e produtos coloca<strong>do</strong>s à disposição <strong>do</strong>s Clientes<br />

e usuários para apoiá-los a operar seus processos, alcançar seus objetivos e<br />

cumprir sua missão institucional, conforme <strong>de</strong>fine o GI Desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> SERPRO.<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistema é especificar, construir, testar e implantar<br />

sistema com objetivos claramente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, conforme <strong>de</strong>fine o GI<br />

Desenvolvimento <strong>do</strong> SERPRO.<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Solução é o processo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> opções<br />

para solucionar problemas ou resolver questões, fornecen<strong>do</strong> alternativas <strong>de</strong><br />

escolha correlacionadas às questões <strong>de</strong> prazos, preços, recursos disponíveis,<br />

tendências tecnológicas, etc.<br />

Tecnologia da Informação é a geração <strong>de</strong> informações úteis e oportunas<br />

através <strong>de</strong> recursos computacionais.<br />

3. Valoração das soluções em tecnologia da informação com base no conceito<br />

<strong>de</strong> capital intelectual.<br />

3.1. Informação e <strong>conhecimento</strong> como bem econômico.<br />

Os aspectos econômicos da informação, a partir <strong>de</strong> 1960, foram<br />

trata<strong>do</strong>s sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Economia da Informação, evoluin<strong>do</strong> para a<br />

Economia <strong>do</strong> Conhecimento a partir <strong>de</strong> 1990. Essa evolução constituiu-se na<br />

revolução da informação que abrangeu, principalmente, a questão da transformação<br />

da informação como bem econômico.<br />

A ênfase dada ao <strong>conhecimento</strong> como recurso econômico é trata<strong>do</strong><br />

por TOFFLER, que afirma que “<strong>conhecimento</strong> passou <strong>de</strong> auxiliar <strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong>r monetário e da força física à sua própria essência e é por isso que a<br />

batalha pelo controle <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e pelo meios <strong>de</strong> comunicação está se<br />

acirran<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> inteiro. (...) o <strong>conhecimento</strong> é o substituto <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong><br />

outros recursos”.<br />

150<br />

Com relação às mudanças que o <strong>conhecimento</strong> está impon<strong>do</strong> às


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

organizações, James Brian Quinn comenta que, com raras exceções, o po<strong>de</strong>r<br />

econômico e produtivo <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rna corporação está mais na capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> serviços intelectuais <strong>do</strong> que nos ativos tangíveis – terra, planta , equipamentos.<br />

Está no valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> basea<strong>do</strong> nos<br />

intangíveis, como know-how <strong>de</strong> tecnologia, <strong>de</strong>senhos <strong>de</strong> produtos, marketing,<br />

compreensão das necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s clientes, criativida<strong>de</strong> pessoal e inovação.<br />

Provavelmente três quartos <strong>do</strong> valor agrega<strong>do</strong> a um produto <strong>de</strong>rivam <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> previamente embuti<strong>do</strong> nele.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adquirir e <strong>de</strong>senvolver o recurso <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

é inerente ao ser humano, e o diferencia <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais recursos econômicos,<br />

em alguns aspectos importantes, tais como:<br />

a) é um recurso ilimita<strong>do</strong>, pois a pessoa aprimora seus <strong>conhecimento</strong>s<br />

à medida que os <strong>de</strong>senvolve, diferentemente <strong>de</strong> alguns recursos<br />

naturais que se esgotam com o tempo, os quais eram básicos<br />

na socieda<strong>de</strong> industrial;<br />

b) está contribuin<strong>do</strong> para minimizar o consumo <strong>do</strong>s outros recursos,<br />

à medida que é emprega<strong>do</strong> para aperfeiçoar técnicas já existentes<br />

e está associa<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias;<br />

c) é propagável e utiliza<strong>do</strong> para gerar progresso, quan<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong><br />

em seu senti<strong>do</strong> estrito e materializa<strong>do</strong> sob a forma <strong>de</strong> produto,<br />

serviço ou tecnologia;<br />

d) está distribuí<strong>do</strong> pelo mun<strong>do</strong>, <strong>de</strong>scentralizan<strong>do</strong> a riqueza, pois<br />

estará em mãos daqueles que souberem como criar, mobilizar e<br />

organizar o <strong>conhecimento</strong>, diferentemente da época industrial,<br />

quan<strong>do</strong> a riqueza pertencia a quem a <strong>de</strong>tivesse, os recursos naturais<br />

e o capital.<br />

Estes aspectos conduzem a outro <strong>de</strong> suma importância. Trata-se<br />

<strong>do</strong> valor <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. À terra, ao capital e ao trabalho po<strong>de</strong>-se atribuir<br />

um valor financeiro e econômico, com grau, no mínimo, razoável <strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong>.<br />

Com relação ao <strong>conhecimento</strong>, <strong>de</strong>vidamente já classifica<strong>do</strong> como recurso<br />

econômico, a atribuição <strong>de</strong> um valor monetário é um <strong>de</strong>safio técnico e<br />

científico, dadas as suas características subjetivas. Está se assumin<strong>do</strong> que o<br />

<strong>conhecimento</strong> agrega valor; assim a gran<strong>de</strong> questão que se vislumbra é <strong>de</strong><br />

como mensurar este valor.<br />

151


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Deste mo<strong>do</strong>, o <strong>conhecimento</strong> vem aliar-se aos recursos básicos, até<br />

então indispensáveis para o contínuo <strong>de</strong>senvolvimento da economia. Não<br />

como o substituto <strong>de</strong>finitivo, mas como um requisito básico e, também, indispensável.<br />

A situação econômica está em processo <strong>de</strong> mudança e mudanças<br />

geram necessida<strong>de</strong>s. O <strong>conhecimento</strong> é o novo recurso necessário. ROGERS<br />

afirma que <strong>conhecimento</strong> está balançan<strong>do</strong> as estruturas na forma como uma<br />

organização é criada e <strong>de</strong>senvolvida; como ela morre ou é reformulada. Existem<br />

mudanças fundamentais no meio empresarial, em como as economias se<br />

<strong>de</strong>senvolvem e em como as socieda<strong>de</strong>s prosperam.<br />

A utilida<strong>de</strong> da avaliação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> tem se apresenta<strong>do</strong> em<br />

consenso para os pesquisa<strong>do</strong>res que avaliam que as variáveis po<strong>de</strong>m ser medidas<br />

em termos monetários. Essa avaliação é indicada para <strong>de</strong>cisões em empresas<br />

que fazem uso intensivo <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, como exemplo: consultorias,<br />

indústria farmacêutica que geram benefícios diretos, tangíveis e intangíveis,<br />

como valor para usuários, tempo e energia economiza<strong>do</strong>s. Deste mo<strong>do</strong>, a<br />

informação e o <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>vem ser trata<strong>do</strong>s como bens econômicos,<br />

ten<strong>do</strong> que se avaliar as medidas e também os benefícios <strong>de</strong> sua obtenção.<br />

Assim como a informação, as <strong>de</strong>cisões sobre <strong>conhecimento</strong> também <strong>de</strong>vem<br />

ser consi<strong>de</strong>radas como <strong>de</strong>cisões empresariais, ou seja, como uma escolha <strong>de</strong><br />

investimentos empresariais.<br />

A aplicação <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> Capital Intelectual é<br />

incipiente no Brasil. Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s ainda são preliminares para se<br />

realizar análises abrangentes, e os impactos das análises ainda estão sen<strong>do</strong><br />

dimensiona<strong>do</strong>s. Entretanto, a importância <strong>de</strong>ssa mensuração pelos pesquisa<strong>do</strong>res<br />

tem si<strong>do</strong> constatada no tratamento da informação e <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

como bens intangíveis inseri<strong>do</strong>s no ambiente econômico das organizações.<br />

3.2 Por que o cliente-esta<strong>do</strong> precisa perceber o valor das soluções em<br />

tecnologia da informação.<br />

A socieda<strong>de</strong> atual requer respostas satisfatórias às suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e expectativas. Para tanto, as organizações estão ten<strong>do</strong> que realizar um processo<br />

<strong>de</strong> reorientação e reestruturação, pois os mo<strong>de</strong>los organizacionais existentes<br />

há mais <strong>de</strong> 100 anos se exauriram. Essa nova organização <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r<br />

às necessida<strong>de</strong>s e expectativas <strong>do</strong>s clientes com qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>,<br />

utilizan<strong>do</strong> uma estrutura leve, baseada em equipes <strong>de</strong> trabalho e processos <strong>de</strong><br />

152


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

trabalhos horizontais, com o mínimo <strong>de</strong> estrutura hierárquica. O insumo<br />

básico para esta mudança tem si<strong>do</strong> o uso intensivo <strong>do</strong> recurso informação e<br />

das tecnologias associadas à sua captação, armazenamento, tratamento e disseminação,<br />

chamadas <strong>de</strong> tecnologia da informação, conforme <strong>de</strong>fine<br />

FRESNEDA (1998).<br />

Esse processo <strong>de</strong> reorientação <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los organizacionais tem<br />

si<strong>do</strong> percebi<strong>do</strong> como necessário para as organizações privadas e públicas. O<br />

setor público não está impassível a essas mudanças, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a socieda<strong>de</strong>,<br />

ou melhor, o contribuinte, está cada vez menos interessa<strong>do</strong> em arcar<br />

com os custos <strong>de</strong> estruturas ineficientes que produzem produtos e serviços<br />

insatisfatórios em diversos segmentos. Outro fator que se soma é a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> equilibrar o orçamento público, o que requer o repensar <strong>do</strong> papel <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> e a transformação das organizações públicas.<br />

No caso <strong>do</strong> Brasil, o mais recente programa <strong>de</strong> reforma <strong>do</strong> aparelho<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> se iniciou em 1995. Na época, para reinventar o setor público<br />

foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> que era preciso propor novos fins, formas <strong>de</strong><br />

organização, estruturação e operação das instituições públicas com vistas ao<br />

atendimento das necessida<strong>de</strong>s e expectativas da socieda<strong>de</strong>, cujos clientes são<br />

os cidadãos <strong>do</strong> país, contribuintes ou não. Assim, uma das alternativas para a<br />

reinvenção da instituição pública foi viabilizada pela utilização intensiva <strong>do</strong><br />

recurso informação. A Tecnologia da Informação (TI) tem si<strong>do</strong> o suporte<br />

para o uso efetivo e eficiente <strong>do</strong> recurso informação, sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como<br />

um fator <strong>de</strong>cisivo no processo e transformação da instituição pública.<br />

É importante classificar os clientes <strong>de</strong> uma organização pública.<br />

Existe um tipo <strong>de</strong> cliente que tem <strong>do</strong>is papéis: primeiro, ele é receptor <strong>do</strong>s<br />

produtos e serviços gera<strong>do</strong>s, tal como o cliente <strong>de</strong> uma organização privada;<br />

segun<strong>do</strong>, ele é um cidadão, preocupa<strong>do</strong> com a performance geral da organização,<br />

com o intuito <strong>de</strong> ter certeza <strong>de</strong> que o imposto pago está sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong><br />

apropriadamente. Uma discussão interessante sobre o papel e a relação<br />

entre Clientes - Cidadãos e as organizações públicas é apresentada por<br />

Mintzberg. Outro tipo <strong>de</strong> cliente <strong>de</strong> uma organização pública é o Cliente –<br />

Esta<strong>do</strong> que tem o papel <strong>de</strong> tratar e prestar contas ao cliente - cidadão pelo uso<br />

<strong>do</strong>s recursos públicos para a socieda<strong>de</strong>.<br />

Uma espécie <strong>de</strong> medida <strong>de</strong> performance da organização pública, na<br />

perspectiva da socieda<strong>de</strong>, é o Institutional Accountability. Este termo foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

por FRESNEDA (1998) como premissa básica <strong>do</strong> arcabouço meto<strong>do</strong>lógico<br />

153


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

na utilização da TI como agente ativo no processo <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> uma<br />

organização pública. Accountability é um termo entendi<strong>do</strong> como “responsabilida<strong>de</strong>s<br />

institucionais com transparência” em que os executivos públicos e suas<br />

organizações públicas respon<strong>de</strong>m pelo bom uso <strong>do</strong>s recursos públicos, produzin<strong>do</strong><br />

resulta<strong>do</strong>s em nível <strong>de</strong> eficiência e efetivida<strong>de</strong> compatíveis com as<br />

expectativas <strong>de</strong> seus Cidadãos – Clientes.<br />

Ao se tratar da performance da organização pública quanto às “responsabilida<strong>de</strong>s<br />

institucionais com transparência” surgem os conceitos <strong>de</strong> eficiência<br />

e efetivida<strong>de</strong>. A eficiência está relacionada ao uso ótimo <strong>de</strong> recursos<br />

na geração <strong>de</strong> seus produtos e serviços. Já efetivida<strong>de</strong> está relacionada com o<br />

nível <strong>de</strong> aceitação e satisfação <strong>do</strong>s produtos e serviços pelos clientes da organização<br />

pública.<br />

É neste contexto que se i<strong>de</strong>ntifica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Cliente – Esta<strong>do</strong>,<br />

o executivo público, perceber o valor das soluções em tecnologia da informação.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o Esta<strong>do</strong> necessita ser eficiente e efetivo no<br />

cumprimento <strong>de</strong> suas funções sociais e econômicas, a percepção <strong>do</strong> valor das<br />

soluções em Tecnologia da Informação é importante para que seja possível<br />

oferecer mais qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, em forma <strong>de</strong> benefícios mensuráveis, para os<br />

Clientes – Cidadãos que pagam impostos. Os benefícios recebi<strong>do</strong>s pelo cidadão<br />

e o valor das soluções tecnológicas <strong>de</strong>vem ser mensura<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> em vista<br />

a escassez <strong>de</strong> recursos e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equilíbrio <strong>do</strong> orçamento das organizações<br />

públicas.<br />

Em contraponto, o fracasso das reformas administrativas no Brasil<br />

está conduzin<strong>do</strong> a questão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ao fim <strong>de</strong> sua atuação e supremacia<br />

sobre o merca<strong>do</strong>, ou seja, é crescente o envolvimento <strong>de</strong> organizações privadas,<br />

conforme afirma CASTOR (2000). Des<strong>de</strong> a época <strong>de</strong> Getúlio Vargas se<br />

tenta tratar a burocracia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, resultan<strong>do</strong> muitas vezes em movimentos<br />

chama<strong>do</strong>s perversos.<br />

Os serviços públicos estão sen<strong>do</strong> privatiza<strong>do</strong>s e as organizações<br />

privadas estão conquistan<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, como é o caso das empresas <strong>de</strong> telecomunicações<br />

e empresas <strong>de</strong> entregas concorren<strong>do</strong> com os correios.<br />

As organizações públicas po<strong>de</strong>rão sobreviver se conseguirem agregar<br />

valor aos serviços ofereci<strong>do</strong>s aos cidadãos da Economia <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

No passa<strong>do</strong>, as relações econômicas estavam subordinadas a fatores políticos<br />

e militares existin<strong>do</strong> ênfase no controle das fronteiras, metais preciosos,<br />

154


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

tecnologias e produtos, <strong>de</strong>ntre outros, ou seja, ativos tangíveis. Atualmente,<br />

os fatores estratégicos liga<strong>do</strong>s a relações econômicas são a garantia <strong>de</strong> livre –<br />

comércio, fluxo <strong>de</strong> recursos, e respeito às obrigações contratuais, como exemplo<br />

<strong>de</strong> ativos intangíveis.<br />

A evolução tecnológica está promoven<strong>do</strong> a revolução da<br />

disponibilização <strong>de</strong> produtos e serviços por meio da internet. O e-business está se<br />

<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> nos hemisférios norte e sul, a partir <strong>de</strong> uma combinação real<br />

e virtual <strong>de</strong> venda centralizada e entrega <strong>de</strong>scentralizada. A principal característica<br />

é a eliminação <strong>de</strong> intermediários e presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços. Os negócios<br />

que estão em plena revolução envolvem as agências <strong>de</strong> turismo, bancos e<br />

representantes comerciais, como exemplos.<br />

A revolução <strong>do</strong>s produtos e serviços é abrangente e atinge os serviços<br />

públicos. Denominada <strong>de</strong> revolução <strong>do</strong> e-goverment, se refere aos produtos<br />

e serviços, a partir da utilização da tecnologia da informação, oferecida à<br />

socieda<strong>de</strong> com o objetivo <strong>de</strong> facilitar da vida <strong>do</strong> cidadão, otimizan<strong>do</strong> a prestação<br />

<strong>de</strong> serviços, incluin<strong>do</strong> os processos burocráticos referentes a compras e<br />

licitações, e redução <strong>de</strong> custos administrativos. Deste mo<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>mocracia<br />

está sen<strong>do</strong> exercida <strong>de</strong> forma direta e interativa por meio <strong>de</strong> plebiscitos, consultas<br />

populares e ombudsmen eletrônico.<br />

A Economia <strong>do</strong> Conhecimento associada a essa evolução da<br />

Tecnologia da Informação abrange os conceitos <strong>de</strong> Capital Intelectual e sua<br />

medição trata<strong>do</strong>s anteriormente neste capítulo. O que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r é<br />

que a <strong>gestão</strong> empresarial a partir <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> passa a ser uma prática <strong>de</strong><br />

empresas que querem sobreviver no merca<strong>do</strong> atual, inclusive no setor público.<br />

A British Petroleum, entre outras empresas <strong>do</strong> setor petrolífero e <strong>de</strong><br />

gás, é uma das mais avançadas na prática da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento no<br />

mun<strong>do</strong>. A filosofia está baseada na idéia que toda iniciativa <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento <strong>de</strong>ve ser dirigida para uma necessida<strong>de</strong> empresarial real a fim<br />

<strong>de</strong> melhorar o <strong>de</strong>sempenho empresarial. A prática é dirigida aos gerentes <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> que buscam e codificam as lições aprendidas em suas unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócios. Uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong>stila essas lições na intranet da<br />

empresa. Os benefícios são traduzi<strong>do</strong>s numa economia significativa <strong>de</strong> custos<br />

na abertura <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vendas e mais eficiência na perfuração <strong>de</strong> poços<br />

<strong>de</strong> petróleo e outros empreendimentos.<br />

A Ernest & Young é uma companhia lí<strong>de</strong>r na área <strong>de</strong> consultoria que<br />

155


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

alavanca <strong>conhecimento</strong>s próprios nesse campo para auxiliar seus clientes na<br />

implantação <strong>de</strong> práticas. A filosofia está baseada no <strong>conhecimento</strong> especializa<strong>do</strong><br />

existente que <strong>de</strong>ve ser capta<strong>do</strong> e dissemina<strong>do</strong> através da organização<br />

em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, para evitar a reinvenção da roda. A prática é dirigida as<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse que publicam o <strong>conhecimento</strong> das melhores práticas<br />

em forma <strong>de</strong> knowledge containers, para serem aprendidas e aplicadas pelos<br />

outros. Os benefícios são percebi<strong>do</strong>s pelos consultores que po<strong>de</strong>m acelerar a<br />

solução <strong>de</strong> problemas e levar os resulta<strong>do</strong>s aos clientes mais rapidamente.<br />

O Banco Mundial é uma organização sem fins lucrativos que visa o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento auto-sustentável. A filosofia resi<strong>de</strong> no compartilhamento<br />

da especialização em <strong>de</strong>senvolvimento ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> planeta. O intuito é atingir<br />

a missão <strong>de</strong> aliviar a pobreza mais rapidamente nos países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

A prática é a<strong>do</strong>tada pelos especialistas e gerentes <strong>de</strong> tarefa em to<strong>do</strong> o<br />

mun<strong>do</strong> por meio da internet para compartilhar <strong>conhecimento</strong>s e experiências<br />

na solução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O principal benefício é a solução<br />

acelerada <strong>de</strong> problemas que ajudam países em <strong>de</strong>senvolvimento a superar<br />

as crises muito mais rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong> que no passa<strong>do</strong>.<br />

Neste contexto <strong>de</strong> Economia <strong>do</strong> Conhecimento, o Cliente – Esta<strong>do</strong><br />

precisa perceber e consi<strong>de</strong>rar o valor das soluções em Tecnologia da Informação,<br />

com base no conceito <strong>de</strong> Capital Intelectual. Significa a percepção<br />

<strong>do</strong>s benefícios a partir da economia gerada pelas soluções em TI, bem como,<br />

a percepção <strong>do</strong> Capital Intelectual envolvi<strong>do</strong> nos produtos e serviços. Deste<br />

mo<strong>do</strong>, o Cliente – Esta<strong>do</strong> terá condições <strong>de</strong> verificar que o <strong>conhecimento</strong><br />

produz benefícios para a socieda<strong>de</strong>.<br />

4. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração das soluções em tecnologia da informação com<br />

base no conceito <strong>de</strong> capital intelectual.<br />

A meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração das soluções em Tecnologia<br />

da Informação com base no conceito <strong>de</strong> Capital Intelectual foi elaborada a<br />

partir <strong>do</strong> “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mensuração e coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> capital”, preconiza<strong>do</strong><br />

por EDVINSSON & MALONE, e <strong>do</strong> “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> benefícios”,<br />

elabora<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> uma solução tecnológica <strong>do</strong> SERPRO.<br />

156<br />

A disponibilida<strong>de</strong> e a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações foram os principais


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

critérios utiliza<strong>do</strong>s para a constituição <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los. Uma análise <strong>de</strong>talhada<br />

permitiu a i<strong>de</strong>ntificação das características e constituição <strong>de</strong> premissas que<br />

resultou em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração das soluções em Tecnologia da Informação<br />

- TI que po<strong>de</strong>rá ser aperfeiçoa<strong>do</strong>. A seguir é apresenta<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

valoração, bem como suas premissas e características.<br />

Figura 2: Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração <strong>de</strong> solução em TI<br />

com base no conceito <strong>de</strong> CI<br />

As premissas <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração <strong>de</strong> soluções em TI com base<br />

no conceito <strong>de</strong> CI são :<br />

a) o valor <strong>do</strong> Capital Intelectual é composto por valores <strong>do</strong> Capital<br />

Humano, <strong>do</strong> Capital Estrutural e <strong>do</strong> Capital <strong>do</strong>s Clientes;<br />

b) o preço da solução é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela tabela comercial que se<br />

refere a composição <strong>de</strong> insumos, e equivale ao Capital Estrutural;<br />

c) o Capital Intelectual gera benefícios mensuráveis para o cliente.<br />

d) menor que o valor da solução, na maioria das vezes;<br />

e) a tabela comercial e o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s benefícios são<br />

parâmetros <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> solução em TI.<br />

As características <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração <strong>de</strong> soluções em TI com<br />

base no conceito <strong>de</strong> CI são:<br />

a) é um instrumento útil para justificar o preço das soluções em TI<br />

157


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

158<br />

b) Sua a<strong>do</strong>ção não acarreta custos adicionais<br />

c) É aplicável pelas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócios no relacionamento com<br />

o Cliente, especialmente, nos processos <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> contratos<br />

d) Serve como subsídio para o estabelecimento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> negócios<br />

da empresa<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração <strong>de</strong> uma solução em TI, com base no conceito<br />

<strong>de</strong> CI, é aplica<strong>do</strong> em quatro etapas:<br />

1. Mensuração <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s benefícios auferi<strong>do</strong>s pelo cliente;<br />

2. Mensuração <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Capital Intelectual;<br />

3. Determinação <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual;<br />

4. Cálculo <strong>do</strong> valor da solução em TI com base no conceito <strong>de</strong> CI.<br />

As etapas serão <strong>de</strong>talhadas, com valores numéricos proporcionais<br />

a um caso SERPRO, <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>monstrar o mo<strong>de</strong>lo proposto.<br />

Inicialmente <strong>de</strong>ve ser feita a mensuração <strong>do</strong>s benefícios auferi<strong>do</strong>s<br />

pelo cliente, e avaliada se a condição básica <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo é atendida a partir da<br />

relação :<br />

valor monetário <strong>do</strong>s benefícios da solução em TI > 1<br />

preço da solução em TI<br />

Nessa relação o preço da solução em TI é aquele estabeleci<strong>do</strong> em<br />

contrato <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> cliente e a tabela <strong>de</strong> preços, (por<br />

exemplo R$ 3 milhões). O valor monetário <strong>de</strong>sses benefícios é obti<strong>do</strong> mediante<br />

a aplicação <strong>do</strong> “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> benefícios” resumi<strong>do</strong> a seguir:


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

BENEFÍCIOS AUFERIDOS PELO CLIENTE<br />

Histórico <strong>do</strong> contexto; Finalida<strong>de</strong> da implementação; Público alvo;<br />

Abrangência; Setores da economia que serão impacta<strong>do</strong>s; Indica<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho; Ambiente tecnológico; Oportunida<strong>de</strong>s e impactos<br />

positivos; Cômputo das economias geradas pela solução: Economia<br />

direta gerada para o Cliente – Esta<strong>do</strong> e Economia Direta gerada para o<br />

Cliente- Cidadão.<br />

Valor <strong>do</strong>s benefícios auferi<strong>do</strong>s pelo cliente: R$ 300 milhões<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o valor monetário <strong>do</strong>s benefícios e o preço da solução<br />

em TI, verifica-se que a relação é maior <strong>do</strong> que 1. Logo, é atendida a<br />

condição básica <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, conforme <strong>de</strong>monstração:<br />

valor monetário <strong>do</strong>s benefícios da solução em TI > 1<br />

preço da solução em TI<br />

300,00 > 1<br />

3,00<br />

Em seguida <strong>de</strong>ve ser feita a mensuração <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> Capital Intelectual<br />

emprega<strong>do</strong> pela solução em TI. Esta mensuração é feita a partir <strong>de</strong><br />

variáveis selecionadas e características <strong>do</strong> contexto <strong>de</strong> uma empresa que gera<br />

produtos e serviços em Tecnologia da Informação, e representativas <strong>do</strong> foco<br />

financeiro, foco no cliente, foco no processo, foco <strong>de</strong> renovação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e foco humano.<br />

Deve ser elaborada lista <strong>de</strong> variáveis que compõem uma estrutura<br />

que permita a mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual e represente o investimento<br />

na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos futuros, resumi<strong>do</strong>s, a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e exemplifica<strong>do</strong> a<br />

seguir:<br />

159


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

160<br />

MENSURAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL<br />

1. Receitas resultantes da atuação da unida<strong>de</strong> em novos negócios (novos<br />

produtos e serviços);<br />

2. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos merca<strong>do</strong>s;<br />

3. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> infra-estrutura;<br />

4. Investimento em TI aplicada a vendas, serviços e suporte;<br />

5. Investimento em TI aplicada à administração;<br />

6. Novos equipamentos <strong>de</strong> TI;<br />

7. Investimento no suporte aos clientes por meio da Central <strong>de</strong> Atendimento;<br />

8. Investimento no serviço <strong>de</strong> atendimento aos clientes;<br />

9. Investimento no treinamento <strong>de</strong> clientes;<br />

10. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento da competência <strong>de</strong> emprega<strong>do</strong>s;<br />

11. Investimento em suporte e treinamento relativo a novos produtos<br />

para os emprega<strong>do</strong>s;<br />

12. Treinamento especialmente direciona<strong>do</strong> aos emprega<strong>do</strong>s que não<br />

trabalham nas instalações da empresa;<br />

13. Investimento em treinamento, comunicação e suportes direciona<strong>do</strong>s<br />

aos emprega<strong>do</strong>s permanentes em perío<strong>do</strong> integral;<br />

14. Programas <strong>de</strong> treinamento e suporte especialmente direciona<strong>do</strong>s<br />

aos emprega<strong>do</strong>s temporários <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> integral;<br />

15. Programas <strong>de</strong> treinamento e suporte especialmente direciona<strong>do</strong>s<br />

aos emprega<strong>do</strong>s temporários <strong>de</strong> tempo parcial;<br />

16. Investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> parcerias/joint-ventures;<br />

17. Investimento na i<strong>de</strong>ntificação da marca (logotipo/nome);<br />

18. Investimento o registro da marca (logotipo/nome).<br />

Capital Intelectual (C) = R$ 5 milhões


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Deste mo<strong>do</strong>, o Capital Intelectual a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> é <strong>de</strong> R$ 5 milhões.<br />

No passo seguinte <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> o coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong><br />

Capital Intelectual <strong>de</strong>ssa empresa. De mesmo mo<strong>do</strong>, são selecionadas variáveis<br />

representativas <strong>do</strong>s cinco focos menciona<strong>do</strong>s, mas com resulta<strong>do</strong>s em<br />

porcentagem. Assim, é obti<strong>do</strong> um coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual<br />

que indica o <strong>de</strong>sempenho atual da empresa.<br />

COEFICIENTE DE EFICIÊNCIA DO CAPITAL INTELECTUAL<br />

1. Participação <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (%) 2. (significa a receita da solução em<br />

TI em relação a receita total da unida<strong>de</strong>)<br />

3. Índice <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s clientes da solução em TI (%)<br />

4. Índice <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> gerencial (%)<br />

5. Índice <strong>de</strong> clima organizacional (%)<br />

6. Índice <strong>de</strong> investimento em Pesquisa&Desenvolvimento/investimento<br />

(%)<br />

7. Índice <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> treinamento (%)<br />

8. Desempenho/meta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (%)<br />

9. Retenção <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s (%)<br />

Coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual (i) = 0,90<br />

O coeficiente <strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

é <strong>de</strong> 0,90. Logo, a avaliação <strong>do</strong> Capital Intelectual ajustada com o coeficiente<br />

<strong>de</strong> eficiência, resultante da multiplicação <strong>de</strong> “i” pelo valor monetário <strong>de</strong> “C”,<br />

é igual a R$ 4,5 milhões, conforme <strong>de</strong>monstração:<br />

Mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual = C x i<br />

= R$ 5 milhões x 0,90<br />

= R$ 4,5 milhões.<br />

161


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Finalmente, é obti<strong>do</strong> o valor da solução em TI com base no conceito<br />

<strong>de</strong> CI , conforme o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração, <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> a seguir:<br />

162<br />

Valor da solução = Valor <strong>do</strong> Capital + Valor <strong>do</strong>s<br />

Intelectual Benefícios<br />

R$ 4,5 milhões + R$ 300. milhões<br />

= Valor da solução = R$ 304,5 milhões<br />

As principais conclusões se referem à análise crítica <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s na aplicação da proposta <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração das soluções em<br />

TI, com base em CI. Essa análise permitiu a constatação <strong>de</strong> que com o coeficiente<br />

<strong>de</strong> eficiência <strong>do</strong> Capital Intelectual em 90% a empresa gera:<br />

a) O valor em benefícios ao cliente é100 vezes maior que o preço<br />

da solução em TI , conforme:<br />

valor monetário <strong>do</strong>s benefícios da solução em TI<br />

preço da solução em TI<br />

300,00 milhões = 100<br />

3,00 milhões<br />

b) O valor em Capital Intelectual da empresa 1,5 vezes maior que<br />

o preço da solução em TI, conforme:<br />

valor monetário <strong>do</strong> Capital Intelectual<br />

preço da solução em TI<br />

4,50 = 1,5<br />

3,00


5. Conclusão.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

c) Cada unida<strong>de</strong> monetária <strong>de</strong> Capital Intelectual gera 66,7 unida<strong>de</strong>s<br />

monetárias em benefícios aos clientes, conforme:<br />

valor <strong>de</strong> benefícios<br />

valor <strong>de</strong> Capital Intelectual<br />

300,00 = 66,67<br />

4,50<br />

d) Cada unida<strong>de</strong> monetária <strong>do</strong> preço da solução em TI, pago pelo<br />

cliente, vale 101,5 vezes mais, conforme:<br />

valor da solução em TI com base no conceito <strong>de</strong> CI<br />

preço da solução em TI<br />

304,50 = 101,5<br />

3,00<br />

O SERPRO notoriamente se mantém como um <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong><br />

excelência no merca<strong>do</strong>, pioneiro na área <strong>de</strong> informática pública brasileira,<br />

que aten<strong>de</strong> com priorida<strong>de</strong> o Ministério da Fazenda. Têm realiza<strong>do</strong> com<br />

êxito sua passagem <strong>de</strong> uma organização fabril para uma organização <strong>de</strong> prestação<br />

<strong>de</strong> serviços. É uma empresa ativa no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> soluções baseadas em<br />

Tecnologia da Informação (TI) que tem a informática como ferramenta, e a<br />

solução tecnológica como produto final para seus clientes.<br />

Ao assimilar o conceito <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, o SERPRO<br />

instituiu formalmente sua Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Aprendizagem<br />

Organizacional (GCO), a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-a como uma <strong>de</strong> suas principais estratégias<br />

para continuar atuan<strong>do</strong> competitivamente no merca<strong>do</strong>.<br />

A questão principal está em romper o velho paradigma da valoração<br />

163


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

apenas financeira ou meramente escritural <strong>do</strong>s produtos e serviços, baseada<br />

no cálculo <strong>do</strong>s custos <strong>do</strong>s insumos aplica<strong>do</strong>s e as margens <strong>de</strong> investimento e<br />

rentabilida<strong>de</strong>. Autores como Stewart, Sveiby, Edvinsson & Malone têm<br />

incursiona<strong>do</strong> nessa reflexão com a formulação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los que criam uma<br />

forma <strong>de</strong> valorar as organizações com base no seu Capital Intelectual. Esses<br />

autores, no entanto, realizaram suas formulações sempre para a valoração<br />

das organizações como um to<strong>do</strong>. O ineditismo <strong>de</strong>ste trabalho é, portanto, a<br />

apresentação <strong>do</strong> “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração” para soluções em TI, ou produtos e<br />

serviços, numa <strong>de</strong>composição em escala menor <strong>do</strong> que aquela. O mo<strong>de</strong>lo<br />

proposto po<strong>de</strong> ser visto como uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar melhor o valor<br />

monetário, <strong>de</strong> “tangibilizar” o intangível, <strong>de</strong> valorar uma “parte” da organização.<br />

A motivação para a construção <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo partiu <strong>do</strong> entendimento<br />

que o governo <strong>de</strong>ve perceber o valor <strong>do</strong>s produtos e serviços que a empresa<br />

lhe fornece, apesar <strong>de</strong> parecer um atributo apenas <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> priva<strong>do</strong>.<br />

Essa constatação resulta <strong>do</strong> óbvio: o governo precisa justificar clara e convictamente<br />

seus dispêndios perante a socieda<strong>de</strong>. Assim, cada vez mais, o governo<br />

como Cliente-Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>seja fazer negócios com empresas presta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong><br />

serviços que ofereçam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos e serviços<br />

com valores agrega<strong>do</strong>s antes, durante e após a venda.<br />

Assim, o “novo” valor da solução proposto pelo “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

valoração” passa a ser uma informação <strong>de</strong> fundamental importância para a<br />

prática <strong>do</strong> Marketing <strong>de</strong> Relacionamento entre o SERPRO e o Cliente-Esta<strong>do</strong>.<br />

O mo<strong>de</strong>lo é constituí<strong>do</strong> pelas variáveis “Valor monetário <strong>do</strong>s benefícios da<br />

solução em TI”, “Preço da solução em TI” e “Valor monetário <strong>do</strong> Capital<br />

Intelectual”. Utilizan<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s numéricos proporcionais a uma solução em<br />

TI <strong>do</strong> SERPRO, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>monstrou que com o coeficiente <strong>de</strong> eficiência<br />

<strong>do</strong> Capital Intelectual em 90%, a empresa gera para o cliente um valor em<br />

benefícios equivalente a 100 vezes maior que o preço cobra<strong>do</strong> pela solução<br />

que ela construiu e implementou para ele. Embora se saiba que essa escala<br />

não se repita em todas as situações - variam conforme o caso - sua aplicação<br />

po<strong>de</strong> apresentar resulta<strong>do</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes. A principal limitação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

se refere as variáveis “valor monetário <strong>do</strong>s benefícios” e “preço da solução”<br />

que <strong>de</strong>vem apresentar uma relação maior que 1.<br />

As informações geradas pelo “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração” são importantes.<br />

Elas po<strong>de</strong>m compor o Relatório <strong>de</strong> Capital Intelectual. As medidas apresentadas<br />

no relatório po<strong>de</strong>m apoiar a empresa no que diz respeito ao aprimo-<br />

164


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

ramento <strong>do</strong> relacionamento com os clientes. Também po<strong>de</strong> apoiar a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quanto a investimentos, e propiciar uma visão das condições atuais<br />

e futuras da empresa. No que se refere a responsabilida<strong>de</strong> social, este mo<strong>de</strong>lo<br />

favorece a elaboração <strong>do</strong> Balanço Social da empresa. As medidas <strong>de</strong> capital<br />

humano utilizadas apresentam indicativos da situação da empresa. As informações<br />

sobre essas medidas po<strong>de</strong>m apontar as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentos<br />

no Capital Intelectual da empresa.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, é recomendável a sensibilização, junto ao corpo<br />

gerencial e funcional, <strong>de</strong> forma prática e objetiva, para a importância da<br />

mensuração <strong>do</strong> Capital Intelectual. A explicitação <strong>do</strong>s benefícios gera<strong>do</strong>s pela<br />

solução tecnológica, po<strong>de</strong> dar suporte às negociações <strong>de</strong> contratos junto aos<br />

clientes. Em todas as negociações realizadas pelas áreas <strong>de</strong> negócios da empresa<br />

po<strong>de</strong> ser apresentada uma proposta comercial acompanhada <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentação<br />

que <strong>de</strong>monstre ao cliente os benefícios gera<strong>do</strong>s pela solução a ser contratada,<br />

ressaltan<strong>do</strong> as economias advindas da mesma, as receitas <strong>de</strong>correntes<br />

da sua utilização, os ganhos para os processos e órgãos <strong>do</strong>s clientes, assim<br />

como os benefícios e vantagens que serão incorpora<strong>do</strong>s.<br />

Finalmente, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> valoração gera subsídios para estratégias<br />

<strong>de</strong> negócios por parte da alta direção da empresa, aperfeiçoan<strong>do</strong> os esforços<br />

na busca <strong>de</strong> melhores soluções tecnológicas com valor agrega<strong>do</strong> para a socieda<strong>de</strong><br />

e o cidadão.<br />

165


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

166<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

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SVEIBY, Larl Erick: A nova riqueza das organizações. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Campus,<br />

1998.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO VI<br />

O MODELO, PARA O SERPRO, DE COMPARTILHAMENTO<br />

DAS MELHORES PRÁTICAS DE RELACIONAMENTO<br />

COM OS CLIENTES<br />

1. Introdução<br />

Euni<strong>de</strong>s Maria Leite Chaves<br />

Maurício Ricar<strong>do</strong> da Silva<br />

Sandra Regina Silva <strong>de</strong> Lira<br />

Vânia Elizabeth Coêlho Gavião<br />

A equipe, autora <strong>de</strong>ste trabalho, procura ultrapassar as fronteiras<br />

<strong>de</strong> um trabalho acadêmico, objetivan<strong>do</strong> oferecer aos interessa<strong>do</strong>s no tema da<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Inteligência Empresarial um alicerce para aprimorar<br />

o gerenciamento das organizações como um to<strong>do</strong>, e especificamente<br />

como contribuição a melhoria contínua, buscan<strong>do</strong> o aperfeiçoamento da<br />

Empresa SERPRO.<br />

O trabalho reúne os principais pontos da teoria da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e se propõe a <strong>de</strong>senvolver uma análise <strong>de</strong> maneira global <strong>do</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> relacionamento entre os atores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> empresarial. Explora<br />

as mais relevantes técnicas <strong>de</strong> estratégias meto<strong>do</strong>lógicas, que vem sen<strong>do</strong> utilizada<br />

nos estu<strong>do</strong>s das bases conceituais da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, além <strong>de</strong><br />

sugerir um novo mo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong> relacionamento entre o SERPRO e<br />

seus clientes.<br />

Neste trabalho, são avaliadas as principais Teorias <strong>de</strong> Marketing <strong>de</strong><br />

Relacionamento mais a<strong>de</strong>quadas a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong> SERPRO. A a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>ssas<br />

teorias ao caso em estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar o cliente como<br />

<strong>de</strong>tentor <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s técnicos e <strong>de</strong> alto grau <strong>de</strong> exigência.<br />

Finalmente propõe-se, efetivamente, um Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Relacionamento<br />

entre o SERPRO e Clientes. Consi<strong>de</strong>rou-se que um mo<strong>de</strong>lo,<br />

167


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

que trata <strong>de</strong> conduta, filosofia institucional, para que seja viável, aplicável,<br />

<strong>de</strong>ve apresentar-se <strong>de</strong> forma concisa e objetiva. Deve levar em consi<strong>de</strong>ração o<br />

relacionamento <strong>de</strong>ntro da instituição, com os funcionários, com os clientes e<br />

fornece<strong>do</strong>res, sem distinção entre eles. Esse mo<strong>de</strong>lo baseou-se no mix das<br />

teorias <strong>de</strong> CRM (Customer Relationship Management) e <strong>do</strong>s Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Relacionamentos<br />

para Satisfação <strong>do</strong>s Clientes.<br />

2. Gestão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e relacionamento com o cliente.<br />

O <strong>conhecimento</strong> das pessoas, numa economia intensiva em <strong>conhecimento</strong>,<br />

adquire características <strong>de</strong> um bem valioso, às vezes escasso, mas que<br />

i<strong>de</strong>almente <strong>de</strong>ve ser compartilha<strong>do</strong>. São muitos os sinais <strong>de</strong> que o <strong>conhecimento</strong><br />

se tornou o recurso econômico mais importante para a competitivida<strong>de</strong><br />

das empresas e <strong>do</strong>s países. Daí conquistar o cliente para compartilhar <strong>conhecimento</strong><br />

é o objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>scorre sobre o <strong>conhecimento</strong> propriamente<br />

dito, sobre capital intelectual, sobre capital <strong>do</strong> cliente e finalmente<br />

sobre Marketing <strong>de</strong> Relacionamento, contrapon<strong>do</strong> <strong>de</strong>ste os conceitos <strong>de</strong> En<strong>do</strong>marketing<br />

e Pós-Marketing, bem como as principais ferramentas <strong>de</strong> marketing utiliza<strong>do</strong>s<br />

para o compartilhamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> com o cliente.<br />

2.1 Capital <strong>do</strong> cliente.<br />

168<br />

2.1.1 O que é capital <strong>do</strong> cliente.<br />

O capital <strong>do</strong> cliente é toda estrutura externa <strong>de</strong> relacionamento<br />

com os clientes e fornece<strong>do</strong>res disponibiliza<strong>do</strong>s pela empresa. Os componentes<br />

<strong>do</strong> capital <strong>do</strong> cliente - estratégia competitiva, preço, marca, embalagem,<br />

distribuição, serviços, assistência técnica, comunicação – estão interrelaciona<strong>do</strong>s<br />

para compartilhar <strong>conhecimento</strong> com o cliente.<br />

Uma vez que o <strong>conhecimento</strong> é o componente mais importante<br />

<strong>do</strong> valor das transações econômicas – ou seja, o <strong>conhecimento</strong> sen<strong>do</strong> o que<br />

compramos e o que ven<strong>de</strong>mos – ele é o principal ingrediente <strong>do</strong> capital <strong>do</strong><br />

cliente.<br />

Na economia <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, a informação é mais valiosa <strong>do</strong>


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

que nunca e, no cômputo geral, os clientes tem mais informação <strong>do</strong> que<br />

tinham. O intercâmbio eletrônico <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, as parcerias fornece<strong>do</strong>r-compra<strong>do</strong>r<br />

e outras técnicas <strong>de</strong> gerência <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> suprimento permitem que os<br />

clientes conheçam bem as empresas das quais compram.<br />

Informações compartilhadas são valiosas. Os parceiros po<strong>de</strong>m eliminar<br />

as funções <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> informações duplicadas, como controle<br />

<strong>de</strong> estoque, inspeção, cobrança e compra, colocan<strong>do</strong>-as <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> ou <strong>de</strong><br />

outro da parceria, 30 a 40% da economia gerada pelas alianças entre cliente e<br />

fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong>rivam-se <strong>do</strong> aperfeiçoamento <strong>de</strong>sses processos conjuntos. Mas<br />

esse número dá uma idéia <strong>do</strong> dinheiro disponível para as empresas que para,<br />

<strong>de</strong> lutar com seus clientes e começam a construir capital junto com eles.<br />

Para enten<strong>de</strong>r o capital <strong>do</strong> cliente e as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acúmulo<br />

<strong>de</strong> riqueza que este cria tanto para o compra<strong>do</strong>r como para o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r, <strong>de</strong>vese<br />

observar a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor intangível. Uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, mostra como<br />

um produto ou serviço é passa<strong>do</strong> <strong>do</strong> primeiro ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r ao usuário final. O<br />

valor é agrega<strong>do</strong> em cada etapa. A idéia é agregar o máximo <strong>de</strong> valor possível<br />

pelos menor custo possível, e incorporar esse valor a sua margem <strong>de</strong> lucros.<br />

Os gerentes <strong>de</strong>vem investir em seus clientes, da mesma forma que<br />

investem em pessoal e em estruturas. O capital <strong>do</strong> cliente é muito semelhante<br />

ao capital humano: não po<strong>de</strong> possuir os clientes. A empresa e seus clientes<br />

po<strong>de</strong>m aumentar o capital intelectual que é sua proprieda<strong>de</strong> em conjunto e<br />

em particular, são investimentos verda<strong>de</strong>iros feitos na expectativa <strong>de</strong> um retorno.<br />

2.1.2 Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos com os clientes.<br />

As empresas po<strong>de</strong>m formar vários tipos <strong>de</strong> relações com os clientes:<br />

investimento <strong>de</strong> capital, projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento conjunto, troca <strong>de</strong><br />

capital intelectual, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e contratos com fornece<strong>do</strong>res,<br />

e acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> marketing e distribuição. A credibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma empresa<br />

com seus clientes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das relações efetivadas entre eles. O investimento<br />

nessa relação gera uma conquista <strong>de</strong> confiança capaz <strong>de</strong> enfrentar os<br />

me<strong>do</strong>s, incertezas e dúvidas <strong>do</strong> cliente estimulan<strong>do</strong> uma sintonia e cumplicida<strong>de</strong><br />

entre empresa e cliente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compartilhar interesses e responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

169


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Neste contexto há um mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentos<br />

com o cliente: - inove com os clientes;<br />

170<br />

- invista Empowerment – buscan<strong>do</strong> economias <strong>de</strong> custo e intimida<strong>de</strong><br />

ao mesmo tempo, fornece<strong>do</strong>res e clientes navegam nos computa<strong>do</strong>res<br />

uns <strong>do</strong>s outros, fazen<strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>s diretamente, verifican<strong>do</strong><br />

os níveis <strong>de</strong> estoque e o andamento das expedições. Como exemplo<br />

po<strong>de</strong> ser cita<strong>do</strong> o que a Lotus, como empresa da área <strong>de</strong><br />

Informática, faz: criou uma linha <strong>de</strong> chat <strong>de</strong> clientes. Centenas <strong>de</strong><br />

empresas po<strong>de</strong>m entrar diretamente no banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> apoio<br />

técnico <strong>do</strong> Lotus Notes. Resulta<strong>do</strong>s: serviços melhores, uma riqueza<br />

<strong>de</strong> novas idéias e informações para ela – e uma poupança<br />

substancial, porque meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> suporte técnico da Lotus é feito<br />

on-line e os clientes freqüentemente ajudam uns aos outros, sem<br />

custo algum;<br />

- concentre-se nos clientes como indivíduos – Para construir o capital<br />

<strong>do</strong> cliente, a participação <strong>do</strong> cliente é uma estratégia melhor <strong>do</strong><br />

que a participação no merca<strong>do</strong>: é mais vantajoso persuadir seus<br />

melhores clientes a lhe darem mais <strong>de</strong> seus negócios. Acor<strong>do</strong>s um<br />

a um com os clientes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> capital humano e estrutural<br />

para <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> customização em massa;<br />

- divida os ganhos com os clientes;<br />

- aprenda o negócio <strong>do</strong> cliente e lhe ensine o seu – Quanto mais<br />

souber sobre o negócio <strong>do</strong> cliente melhor po<strong>de</strong>rá servi-lo. O inverso<br />

também é verda<strong>de</strong>iro e também mais importante na economia<br />

da informação: aju<strong>de</strong> o cliente a conhecer seu negócio. Não<br />

se po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r sem o cliente (ou construir o capital <strong>do</strong> cliente),<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-se o relacionamento inteiramente nas mãos <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />

ou <strong>de</strong> um compra<strong>do</strong>r. Em vez disso, pense <strong>de</strong> forma integrada<br />

com o cliente. Especialmente com os principais clientes,<br />

reuna uma equipe que inclua especialistas em logísticas, marketing,<br />

contabilida<strong>de</strong>, engenharia e outros. Sua expertise po<strong>de</strong> ajudá-lo a<br />

enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que seu cliente precisa, como ele ganha dinheiro e<br />

que extras você po<strong>de</strong> oferecer;<br />

- torne-se indispensável – Quan<strong>do</strong> os clientes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s fatores<br />

intangíveis <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r – serviços, tecnologia, etc. – o<br />

po<strong>de</strong>r volta ao equilíbrio.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

2.1.3 Clientes como fonte <strong>de</strong> competência.<br />

Para trabalhar com qualida<strong>de</strong> é necessário observar a visão e a percepção<br />

<strong>do</strong> Cliente em relação ao produto ou serviço que está sen<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong>.<br />

Várias pesquisas foram efetuadas e indicativos mostram que enquanto<br />

empresas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu ambiente interno acreditam que seus produtos melhoram,<br />

muitas vezes percebe-se que, para o cliente é ao contrário. Daí a<br />

importância <strong>de</strong> ser trabalha<strong>do</strong> o CRM (Customer Relationship Management) pois, é<br />

através <strong>de</strong>ssa ferramenta que os clientes mostram para as empresas o caminho<br />

que os levam aos resulta<strong>do</strong>s mais efetivos e que atendam ambas partes.<br />

Esta ferramenta <strong>de</strong>tém os controles e se propõe a trabalhar com os clientes<br />

num ambiente <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> compartilhamento e colaboração.<br />

Para que não ocorra <strong>de</strong>sgastes, faz-se necessário trabalhar o<br />

Marketing <strong>de</strong> Permissão, estabelecen<strong>do</strong> privacida<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> GODIN (1999),<br />

não se compra autorização, o que <strong>de</strong>ve ocorrer é um relacionamento mais<br />

íntimo, tornan<strong>do</strong>-o permissível essa aproximação, mas para que isso ocorra,<br />

o segre<strong>do</strong> está na transformação <strong>de</strong>ssa conquista, em fazer com que esses<br />

clientes tornem-se fiéis. Para isso, os clientes autorizam que sejam invadi<strong>do</strong>s<br />

suas privacida<strong>de</strong>s, em troca, os mesmos permitem, espontaneamente, que as<br />

empresas avancem nas relações <strong>de</strong> troca.<br />

A base <strong>do</strong> Marketing <strong>de</strong> Permissão ou Marketing <strong>de</strong> Autorização estimula<br />

os consumi<strong>do</strong>res a aumentar a permissão <strong>de</strong> forma gradual concedidas às<br />

empresas, o objetivo primordial é transformar <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s em amigos,<br />

amigos em clientes e clientes em clientes fiéis. Analisan<strong>do</strong> os mecanismos <strong>de</strong><br />

permissão, observa-se que a cada fase que os clientes sobem na escala <strong>de</strong> permissão,<br />

aumenta a confiança, a responsabilida<strong>de</strong> e os lucros da empresa.<br />

Por meio <strong>do</strong> Marketing <strong>de</strong> Permissão, Alguns setores já estão bem adianta<strong>do</strong>s<br />

no uso das competências <strong>do</strong>s clientes. A industria <strong>de</strong> software, pôr<br />

exemplo, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> testar seus produtos em laboratório para usar ambientes<br />

<strong>de</strong> usuários.<br />

Não é fácil aproveitar as competências <strong>do</strong> cliente. De início, para<br />

captar tais competências a empresa terá <strong>de</strong> <strong>do</strong>minar quatro realida<strong>de</strong>s fundamentais:<br />

engajar seus clientes em um diálogo ativo, claro e constante; terá <strong>de</strong><br />

mobilizar grupos <strong>de</strong> clientes, administrar as diferenças entre eles e, pôr fim,<br />

criar experiências personalizadas junto com os clientes.<br />

171


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

172<br />

- incentivo ao diálogo ativo : as empresas terão <strong>de</strong> reconhecer que<br />

nesse novo merca<strong>do</strong> o diálogo com os clientes é uma ativida<strong>de</strong><br />

entre iguais. As empresas já não tem o monopólio <strong>do</strong> acesso às<br />

informações nem mesmo uma vantagem nisso.<br />

- quan<strong>do</strong> o cliente sabe o que quer, o diálogo tem <strong>de</strong> ser mais rico<br />

em informações e mais sutil – e poucas empresas se mostram à<br />

altura disso. É fundamental, portanto, que as empresas entendam<br />

muito bem a finalida<strong>de</strong>, o significa<strong>do</strong> e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> diálogo<br />

com o cliente. E esse diálogo tem <strong>de</strong> evoluir sempre para não<br />

morrer. Caberá às empresas encontrar novas formas <strong>de</strong> processar<br />

o que apren<strong>de</strong>ram com os clientes para po<strong>de</strong>r levar o diálogo<br />

adiante e manter o interesse <strong>do</strong> cliente.<br />

- mobilização <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> clientes: a segunda realida<strong>de</strong> que terá<br />

<strong>de</strong> ser enfrentada pelas empresas é a das comunida<strong>de</strong>s virtuais.<br />

Graças à Internet, é fácil para os clientes da nova economia formar,<br />

pôr iniciativa próprias, comunida<strong>de</strong>s virtuais que se auto<br />

administram. Essas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clientes on-line costumam<br />

ser bastante coesas.<br />

- as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> clientes on-line po<strong>de</strong>m exercer consi<strong>de</strong>rável<br />

influência sobre o merca<strong>do</strong>. A força <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s vem em<br />

gran<strong>de</strong> parte da velocida<strong>de</strong> com que po<strong>de</strong>m ser mobilizadas. A<br />

notícia se espalha tão rapidamente pela Internet que as pessoas<br />

chamam a comunicação boca a boca <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> vírus. Esse<br />

fenômeno já está transforman<strong>do</strong> a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> marcas. No passa<strong>do</strong>,<br />

as empresas forjaram um conceito da imagem pela propaganda,<br />

embalagem e outros <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>sse tipo. No novo merca<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>,<br />

o posicionamento evolui a partir da experiência personalizada<br />

e coletiva <strong>do</strong>s clientes.<br />

- empresas inteligentes estão encontran<strong>do</strong> formas <strong>de</strong> mobilizar comunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> clientes.<br />

- a experiência <strong>do</strong> cliente com produtos ou serviços <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong><br />

ponta e sua opinião sobre eles varia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a habilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

usuário. A sofisticação <strong>do</strong> usuário também <strong>de</strong>termina sua tolerância<br />

a problemas. Um técnico po<strong>de</strong> gostar <strong>de</strong> trabalhar com uma<br />

versão beta <strong>de</strong> um software e ter prazer em encontrar bugs. Outras<br />

pessoas, porém, vêem o software como um mal necessário. A última<br />

coisa que querem é <strong>de</strong>parar com a mensagem erro <strong>de</strong> sistema.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- as preocupações com a privacida<strong>de</strong> e a segurança também po<strong>de</strong>m<br />

acentuar a diversida<strong>de</strong> entre usuários. Acontece que muitos clientes<br />

preferem pagar uma taxa ou não usar e-mail a ter <strong>de</strong> fornecer<br />

da<strong>do</strong>s pessoais. Se algumas pessoas comprariam um carro pela<br />

Internet, sem pestanejar, outras relutam em fornecer o número<br />

<strong>do</strong> seu cartão <strong>de</strong> crédito pôr e-mail. As empresas que ignoram esse<br />

tipo <strong>de</strong> diferença entre os clientes correm um risco sério.<br />

- uma diferença importante precisa ser estabelecida entre<br />

personalização e customização. A customização pressupõe um produto<br />

projeta<strong>do</strong> para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> cliente. Amplamente<br />

usada na Web, a customização envolve a escolha, pelo cliente, <strong>de</strong><br />

produtos e serviços varia<strong>do</strong>s. Já a personalização implica ter o cliente<br />

um parceiro na criação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> da experiência.<br />

A mudança da dinâmica <strong>do</strong>s negócios vem sen<strong>do</strong> amplamente <strong>de</strong>batida<br />

nos últimos anos. Profissionais e estudiosos dizem que as empresas<br />

concorrem em família. Falam <strong>de</strong> alianças, re<strong>de</strong>s, colaboração. Mas o cliente,<br />

o principal agente da mudança <strong>do</strong> sistema industrial tradicional, vinha sen<strong>do</strong><br />

solenemente ignora<strong>do</strong> pôr executivos e pesquisa<strong>do</strong>res.<br />

Depois da Internet, os clientes passaram a dialogar – ativa e explicitamente<br />

com fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> bens e serviços. E importante: esse diálogo já<br />

não é controla<strong>do</strong> pelas gran<strong>de</strong>s empresas. Qualquer um po<strong>de</strong> buscar informações<br />

e saber sozinho sobre diferentes negócios. Qualquer um po<strong>de</strong> aproveitar<br />

o <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> outros clientes. E, em muitos casos, essa iniciativa<br />

<strong>de</strong> diálogo parte <strong>do</strong> cliente.<br />

O movimento <strong>de</strong> transformação <strong>do</strong>s clientes vem provocan<strong>do</strong> mudanças<br />

fundamentais na dinâmica <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. A característica que diferencia o<br />

novo merca<strong>do</strong> é ter nos clientes mais uma fonte <strong>de</strong> competência para a empresa.<br />

O conceito <strong>de</strong> competência como fonte <strong>de</strong> vantagem competitiva<br />

teve origem em estu<strong>do</strong>s sobre diversificação que começaram a conceber as<br />

organizações como uma serie <strong>de</strong> competências e não mais como uma carteira<br />

<strong>de</strong> diferentes negócios. Isso levou à i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

negócio e a formas inova<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> utilizar estrategicamente os ativos intelectuais<br />

da empresa. Em uma segunda etapa, as empresas perceberam que po<strong>de</strong>riam<br />

aproveitar também as competências <strong>de</strong> seus parceiros da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento.<br />

A busca <strong>de</strong> competências ampliou-se ainda mais na última década,<br />

173


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

incluin<strong>do</strong> uma ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornece<strong>do</strong>res e distribui<strong>do</strong>res. Assim, a unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> análise estratégica passou da empresa para a família <strong>de</strong> negócios e, finalmente,<br />

para a empresa ampliada- uma organização central apoiada pôr uma<br />

profusão <strong>de</strong> satélites. Depois <strong>do</strong> re<strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong>s clientes como fontes <strong>de</strong><br />

competência, essa re<strong>de</strong> terá <strong>de</strong> ser ampliada ainda mais.<br />

174<br />

A) Marketing one to one – CRM (Customer Relationship Management)<br />

CRM é o gerenciamento da relação com o cliente, ou seja, é tratar o<br />

cliente diferente <strong>de</strong> forma diferente. Nada mais é que a união <strong>do</strong> marketing<br />

com a tecnologia digital, aproximan<strong>do</strong> e focan<strong>do</strong> a empresa para o cliente.<br />

Hoje se necessita <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> processos e envolvimento <strong>de</strong> todas as áreas das<br />

empresas com o foco no cliente. Surgiram as primeiras aplicações para os<br />

sistemas <strong>de</strong> automação <strong>de</strong> vendas. Em seguida, a explanação das call centers<br />

surgiram sistemas <strong>de</strong> automação para gerenciá-lo. Porém, o gran<strong>de</strong> boom <strong>do</strong><br />

CRM como conceito empresarial começou a ganhar forma após a expansão<br />

<strong>do</strong> e-commerce. Isso tu<strong>do</strong>, porque as empresas da Internet aplicaram ferramentas<br />

e conceitos <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong> clientes que passaram a gerar vantagens<br />

competitivas sobre as empresas tradicionais (re<strong>conhecimento</strong>, personalização<br />

<strong>do</strong>s sites e das experiências <strong>de</strong> compra, comunicação dirigida e personalizada,<br />

inteligência na análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, etc.). O conceito CRM envolve um profun<strong>do</strong><br />

processo <strong>de</strong> mudança cultural, que <strong>de</strong>ve mobilizar a empresa como um<br />

to<strong>do</strong>, partin<strong>do</strong> da alta direção. Em última instância, são pessoas que interagem<br />

e estabelecem relações com os clientes, e somente uma cultura corporativa<br />

sólida gera comprometimento <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res.<br />

A conceituação <strong>do</strong> Marketing One to One implica nas seguintes transformações<br />

<strong>do</strong> enfoque:<br />

DE PARA<br />

VENDER PARA MERCADO VENDER PARA CLIENTES<br />

PARTICIPAÇÃO NO MERCADO PARTICIPAÇÃO NO CLIENTE<br />

( Market Share) (Share off Wallet)<br />

DESCONTOS COMO FIDELIZAÇÃO E<br />

ESTÍMULO DE VENDA MAIOR LUCRATIVIDADE<br />

SEGMENTAÇÃO DO SEGMENTAÇÃO DOS<br />

MERCADO CLIENTES (Por Valor e Necessida<strong>de</strong>s)<br />

CONQUISTAR CLIENTES DISCRIMINAR CLIENTES


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Não po<strong>de</strong>mos esquecer que o CRM, nada mais é que reproduzir<br />

em larga escala o <strong>conhecimento</strong> e personalização ofereci<strong>do</strong>s pelos varejistas<br />

<strong>de</strong> antigamente. O que muda é a infra-estrutura e tecnologia.<br />

O CRM está em fase inicial, existem enormes oportunida<strong>de</strong>s e a<br />

diferença será feita, no final das contas, pelas pessoas. Mas, não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r<br />

tempo, pois a nova economia impõem <strong>de</strong>safios crescentes para empresas<br />

em termos <strong>de</strong> concorrências e relacionamento com clientes.<br />

B) Marketing <strong>de</strong> serviço.<br />

Para que seja vendi<strong>do</strong> um serviço <strong>de</strong>ve ser trabalha<strong>do</strong> a percepção<br />

das pessoas, levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração o que representa na vida <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

As empresas <strong>de</strong>vem estabelecer estratégias <strong>de</strong> como os produtos,<br />

os serviços são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> solução para os clientes.<br />

Hoje é percebi<strong>do</strong> que a engenharia é capaz <strong>de</strong> resolver to<strong>do</strong>s os<br />

problemas <strong>de</strong> core Product (o produto em si). Com isso, torna-se o produto<br />

muito pareci<strong>do</strong>. Basean<strong>do</strong>-se neste aspecto o marketing assume um papel importante,<br />

pois passa a diferencias marcas. O Marketing <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong>ve representar<br />

união das estratégias <strong>de</strong> marketing, operações empresariais e relacionamentos<br />

humanos.<br />

As empresas precisam voltar seus focos para os clientes atuais e<br />

parar <strong>de</strong> investir a maior parte da verba <strong>de</strong> marketing na conquista <strong>de</strong> novos<br />

clientes. É preciso oferecer algum diferencial para seu cliente manter-se motiva<strong>do</strong>.<br />

Uma das alternativas é investir no relacionamento contínuo, crian<strong>do</strong><br />

assim um vínculo com esse público. É necessário que as empresas brasileiras<br />

construam as próprias estratégias <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> maneira criativa, sem copiar<br />

mo<strong>de</strong>los existentes no exterior.<br />

C) Marketing Business to Business<br />

A importância <strong>de</strong> um ser humano no processo <strong>de</strong> vendas é<br />

essencial, principalmente quan<strong>do</strong> trata-se <strong>de</strong> produto técnico, que <strong>de</strong>ve<br />

ser discuti<strong>do</strong> com o cliente ou dissemina<strong>do</strong> apropriadamente para utilização<br />

específica.<br />

175


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Mesmo com processos mo<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> venda, até mesmo a indireta, é<br />

percebi<strong>do</strong> hoje que o cliente em alguns casos prefere conversar com o ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r,<br />

para tirar dúvidas e ter a quem recorrer em caso <strong>de</strong> necessitar <strong>de</strong> um<br />

maior número <strong>de</strong> informações. O cliente precisa <strong>de</strong> uma relação que gere<br />

confiança. Daí a importância da presença <strong>de</strong> uma pessoa que lhe oriente. O<br />

ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r o cliente, principalmente porque não há quem compre<br />

produtos. O que se compra são benefícios que os mesmos oferecem, e<br />

estes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da percepção <strong>de</strong> cada indivíduo.<br />

Para ser um bom ven<strong>de</strong><strong>do</strong>r é preciso estabelecer (rappor) ou seja<br />

entrar em sintonia com seus semelhantes. Essa capacida<strong>de</strong> inerente ao ser<br />

humano é fruto <strong>de</strong> compreensão <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> da outra pessoa.<br />

176<br />

D) En<strong>do</strong>marketing.<br />

As organizações já percebem que é o público interno que tem a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r e fi<strong>de</strong>lizar seus clientes. Daí a importância <strong>do</strong> investimento<br />

em En<strong>do</strong>marketing na empresa, pois emprega<strong>do</strong>s motiva<strong>do</strong>s beneficiam<br />

as instituições, projetan<strong>do</strong>-as externamente.<br />

En<strong>do</strong>marketing compreen<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> marketing para o público interno,<br />

ou seja, funcionários das empresas. O foco é sintonizar e sincronizar, a fim <strong>de</strong><br />

implementar e operacionalizar a estrutura <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> uma empresa.<br />

Seu objetivo principal é facilitar e realizar trocas, construin<strong>do</strong> relacionamentos<br />

com o público interno e externo compartilhan<strong>do</strong> os objetivos<br />

da empresa, harmonizan<strong>do</strong> e fortalecen<strong>do</strong> estas relações.<br />

Toda empresa <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada um organismo <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a criar<br />

e aten<strong>de</strong>r clientes. A administração não <strong>de</strong>ve julgar que sua tarefa é fabricar<br />

produtos, mas sim, proporcionar satisfações que conquistem os clientes.<br />

Esta nova realida<strong>de</strong> aparece marcada pôr um merca<strong>do</strong> orienta<strong>do</strong><br />

para o cliente e para o valor <strong>do</strong> serviço volta<strong>do</strong> ao cliente, quer <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

direto, como na área <strong>de</strong> serviço, quer como serviço que está agrega<strong>do</strong> ao<br />

produto. O recurso essencial para criação <strong>de</strong> riquezas é a informação, o <strong>conhecimento</strong>.<br />

Assim, neste cenário atual <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> total e <strong>de</strong> competição<br />

sofisticada, a chave para eficiência está na valorização das pessoas, no po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>, na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão rápida. Numa organização <strong>de</strong> trabalho<br />

que privilegie a coesão interna e a circulação <strong>de</strong> informações.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Há necessida<strong>de</strong> da empresa transformar seus emprega<strong>do</strong>s em alia<strong>do</strong>s<br />

na luta para agradar, manter e atrair clientes.<br />

A imagem <strong>de</strong> uma empresa é o rosto <strong>do</strong>s seus emprega<strong>do</strong>s.<br />

As ações <strong>de</strong> En<strong>do</strong>marketing proliferam no país à medida que a concorrência<br />

se torna mais ferrenha, uma vez que, fica cada dia mais difícil fazer<br />

produtos totalmente diferentes, já que qualquer inovação é seguida pôr outras<br />

empresas. Dessa forma, os emprega<strong>do</strong>s tornam-se os maiores alia<strong>do</strong>s, ou<br />

seja, não são transforma<strong>do</strong>s em algo que eles não são, mas sim, tirar <strong>de</strong>les o<br />

melhor que possuem.<br />

Resumin<strong>do</strong> o objetivo <strong>de</strong> En<strong>do</strong>marketing, consiste em atrair e reter o<br />

cliente interno, os emprega<strong>do</strong>s, com a função <strong>de</strong> obter resulta<strong>do</strong>s eficientes<br />

para a empresa que quer atrair e reter seus clientes externos.<br />

Assim, os emprega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem comprar a empresa a fim <strong>de</strong> servir o<br />

cliente da melhor forma possível. A relação da empresa com o merca<strong>do</strong> passa<br />

a ser um serviço feito pôr clientes internos para clientes externos.<br />

As empresas investem hoje na criação <strong>de</strong> um ambiente on<strong>de</strong> o<br />

emprega<strong>do</strong> é trata<strong>do</strong> como cliente preferencial, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a estimular um<br />

sentimento <strong>de</strong> cumplicida<strong>de</strong> – o vestir a camisa. Neste senti<strong>do</strong> algumas práticas<br />

são i<strong>de</strong>ntificadas, modifican<strong>do</strong> posturas gerenciais e objetivos empresariais:<br />

- alta direção voltada para trabalho orienta<strong>do</strong>, ao cliente e valorização<br />

<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s;<br />

- gerência comprometida com esta visão e com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança,<br />

transmitin<strong>do</strong> responsabilida<strong>de</strong>, vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação e<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa;<br />

- <strong>conhecimento</strong> dissemina<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s os setores da empresa a<br />

fim <strong>de</strong> integrá-los e estimular o potencial <strong>do</strong> indivíduo;<br />

- emprega<strong>do</strong>s conhecem suas tarefas, sentem-se motiva<strong>do</strong>s e envolvi<strong>do</strong>s<br />

em um trabalho <strong>de</strong> equipe que dá margem à iniciativa pessoal;<br />

- treinamentos realiza<strong>do</strong>s constantemente, tanto em relação a aspectos<br />

teóricos quanto ao reforço <strong>do</strong>s valores e atitu<strong>de</strong>s;<br />

177


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

178<br />

- emprega<strong>do</strong>s conhecem os objetivos da empresa e conhecem suas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta linha <strong>de</strong> atuação;<br />

- processos <strong>de</strong> avaliação transparentemente;<br />

- permanente processo <strong>de</strong> informação e comunicação;<br />

- processo <strong>de</strong> comunicação em mo<strong>de</strong>lo mão dupla emprega<strong>do</strong>s passam<br />

a revelar necessida<strong>de</strong>s e expectativas;<br />

- atendimento à estas necessida<strong>de</strong>s e expectativas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s objetivos<br />

claros da empresa, gera confiança mútua e eficiência.<br />

Assim, o En<strong>do</strong>marketing tem importância vital para o sucesso <strong>do</strong><br />

Marketing <strong>de</strong> Relacionamento, uma vez que, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem estar conscientiza<strong>do</strong>s<br />

para o atendimento <strong>do</strong> cliente como priorida<strong>de</strong> para conquista <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>,<br />

pôr tanto, to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ter uma mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da empresa, on<strong>de</strong> o<br />

marketing <strong>de</strong>ve estar presente em to<strong>do</strong>s os setores. O tempo mostrará que<br />

investir na qualida<strong>de</strong> da empresa das pessoas que a formam é fundamental<br />

para conquista <strong>do</strong>s clientes.<br />

E) Pós-marketing.<br />

Para MCKENNA (1992), a organização é obrigada a conhecer<br />

melhor seu cliente, antecipan<strong>do</strong> sua expectativa e superan<strong>do</strong>-a com o objetivo<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lizar o cliente e criar um relacionamento dura<strong>do</strong>uro nos negócios.<br />

Uma estratégia fundamental é trazer o cliente para <strong>de</strong>ntro da empresa<br />

e como participante alvo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bens e serviços, é<br />

também uma estratégia a longo prazo.<br />

O Pós-Marketing é o processo que proporciona satisfação contínua<br />

e reforça aos indivíduos ou empresas que são clientes atuais ou que já foram.<br />

Para retenção <strong>de</strong> cliente, o Pós-marketing torna-se crítico, pois através<br />

<strong>de</strong>ssa ativida<strong>de</strong> é possível fazer com que os clientes percebam qualida<strong>de</strong><br />

no produto ou serviço compra<strong>do</strong>. O Pós-marketing é foca<strong>do</strong> em clientes atuais,<br />

nos seguintes aspectos:- na i<strong>de</strong>ntificação da base <strong>de</strong> clientes;<br />

- no re<strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong>s clientes como indivíduos;<br />

- no <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> suas necessida<strong>de</strong>s e expectativas;


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- na mensuração da satisfação proporcionada a eles;<br />

- no fornecimento <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> comunicação amplos;<br />

- na <strong>de</strong>monstração ativa <strong>de</strong> sentimento <strong>de</strong> re<strong>conhecimento</strong> a eles.<br />

O objetivo imediato não é proporcionar nova compra, mas sim,<br />

assegurar-se que o cliente adquiriu o produto certo, o seu esforço principal é<br />

a retenção <strong>do</strong> cliente; é construir relacionamentos dura<strong>do</strong>uros com to<strong>do</strong>s os<br />

clientes; é criar condições para que o cliente i<strong>de</strong>ntifique no uso <strong>do</strong> produto e/<br />

ou serviço, o valor e os benefícios proporciona<strong>do</strong>s a eles.<br />

2.1.4 Gestão da experiência personalizada.<br />

Para po<strong>de</strong>r oferecer experiências personalizadas, as empresas tem<br />

<strong>de</strong> criar oportunida<strong>de</strong>s para que os clientes possam experimentar e <strong>de</strong>cidir o<br />

nível <strong>de</strong> envolvimento que <strong>de</strong>sejam na criação <strong>de</strong> certa experiência com a<br />

empresa. Como o nível <strong>de</strong> envolvimento <strong>do</strong> cliente não po<strong>de</strong> ser previsto, as<br />

empresas terão <strong>de</strong> permitir a maior flexibilida<strong>de</strong> possível em canais <strong>de</strong> distribuição,<br />

em comunicação e em <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> produtos. Outra forma <strong>de</strong> direcionar<br />

as experiências <strong>do</strong>s clientes é com <strong>de</strong>bates públicos sobre o futuro da tecnologia<br />

e da economia.<br />

Ao que parece, a maior parte das empresas terá <strong>de</strong> administrar – e<br />

interligar vários canais <strong>de</strong> distribuição diferentes. O <strong>de</strong>safio será garantir que<br />

a natureza e a qualida<strong>de</strong> da realização, a experiência personalizada <strong>do</strong> indivíduo,<br />

sejam iguais em to<strong>do</strong>s os canais. As empresas terão <strong>de</strong> vencer algumas<br />

resistências <strong>de</strong> seus parceiros antigos.<br />

Mas o maior <strong>de</strong>safio para as empresas será o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

infra-estruturas capazes <strong>de</strong> sustentar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> vários canais.<br />

Para alguns negócios, principalmente aqueles em setores tradicionais, as<br />

questões mais urgentes são relativas à tecnologia da informação que precisa<br />

evoluir para aten<strong>de</strong>r aos novos canais <strong>de</strong> comunicação e à logística.<br />

Um <strong>do</strong>s elementos mais críticos da infra-estrutura <strong>de</strong> uma empresa<br />

é o sistema <strong>de</strong> cobrança, que abriga um cadastro valorosíssimo <strong>de</strong> informações<br />

sobre os clientes.<br />

Qualquer que seja a solução, o importante é ter em mente que administrar<br />

as experiências <strong>do</strong> cliente não é administrar diferentes produtos. É ad-<br />

179


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

ministrar a interface entre a empresa e seus clientes. As experiências transcen<strong>de</strong>m<br />

os produtos ofereci<strong>do</strong>s. As empresas precisam criar produtos que se adaptem<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> cliente e não esperar que o cliente se adapte àquilo que<br />

ela oferece. E como os clientes evoluem e se sofisticam, os produtos também<br />

têm <strong>de</strong> evoluir para permitir modificações e acessórios que atendam às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s clientes e às mudanças na capacitação da empresa.<br />

3. Proposição <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong> relacionamento entre o SERPRO e<br />

clientes.<br />

Ao se propor um Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Relacionamento, <strong>de</strong>ve-se<br />

ter em mente que esse mo<strong>de</strong>lo é uma referência a ser seguida, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja<br />

constantemente revista e atualizada quan<strong>do</strong> necessário, pois quan<strong>do</strong> se trata<br />

<strong>de</strong> relacionamento, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar que um complexo número <strong>de</strong><br />

requisitos estão envolvi<strong>do</strong>s, e que na sua maioria, são esses, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

caraterísticas dinâmicas.<br />

As empresas estão em um merca<strong>do</strong> cada vez mais competitivo e<br />

exigente, e quem não se adaptar competentemente está fada<strong>do</strong> ao fracasso.<br />

Não basta mais possuir um produto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, tem que se ter também<br />

preço competitivo, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento, confiabilida<strong>de</strong> no produto e<br />

na <strong>gestão</strong> negocial da empresa. Em suma, o diferencial entre as organizações<br />

está centra<strong>do</strong> no capital intelectual, já que as ferramentas existentes viabilizam<br />

a confecção <strong>de</strong> produtos com qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma quase equânime.<br />

A nova economia exige, para que as empresas tenham chances <strong>de</strong><br />

sucesso, uma gran<strong>de</strong> integração com o merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma a não só atendê-lo<br />

como antecipar suas <strong>de</strong>mandas, e até mesmo incitá-las.<br />

Para que se atinja um grau <strong>de</strong> excelência no merca<strong>do</strong> e nessa posição<br />

possa se manter, faz-se necessário traçar uma linha <strong>de</strong> conduta, uma tática<br />

a ser seguida, evi<strong>de</strong>ntemente não <strong>de</strong> maneira rígida, e sim flexível o suficiente<br />

para se adaptar as mudanças <strong>de</strong> paradigmas. Muitos são os indícios que<br />

<strong>de</strong>monstram que o <strong>conhecimento</strong> se tornou um recurso econômico extremamente<br />

importante, <strong>de</strong> forma que surgiu o conceito <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e <strong>do</strong> Capital Intelectual, como um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão administrativa<br />

180<br />

<strong>de</strong> maior importância na atualida<strong>de</strong>.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Na busca por um Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Relacionamento, há que<br />

se <strong>de</strong>stacar que:<br />

- informações compartilhadas são valiosas, pois reduzem custos,<br />

economizam etapas e aperfeiçoam processos;<br />

- a participação direta <strong>do</strong>s clientes é mais vantajosa para to<strong>do</strong>s<br />

(melhoria Paretiana);<br />

- O En<strong>do</strong>marketing é tão importante quanto o Marketing Externo, já<br />

que emprega<strong>do</strong>s satisfeitos projetam suas empresas externamente,<br />

<strong>de</strong> maneira mais verda<strong>de</strong>ira e confiável.<br />

Em suma a estruturação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo têm como base três pilares: no<br />

compartilhamento <strong>de</strong> informações; na participação direta <strong>do</strong>s clientes em<br />

todas as etapas <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo; e no investimento em Marketing <strong>de</strong> Relacionamento,<br />

prioritariamente, no En<strong>do</strong>marketing.<br />

Um projeto <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, em<br />

qualquer área, precisa consi<strong>de</strong>rar alguns aspectos cruciais, tais como:<br />

- concisão e objetivida<strong>de</strong>, evitan<strong>do</strong> possibilitar interpretações dúbias;<br />

- viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação no ambiente proposto;<br />

- <strong>conhecimento</strong> e compreensão pelos usuários <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo proposto;<br />

- praticida<strong>de</strong> e coerência das regras estabelecidas;<br />

- a participação <strong>do</strong> cliente em to<strong>do</strong> o processo negocial, observan<strong>do</strong><br />

sua visão e percepção em relação aos produtos e serviços.<br />

Para estruturação <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Relacionamento os clientes foram<br />

segmenta<strong>do</strong>s em duas categorias. O externo, chama<strong>do</strong> apenas <strong>de</strong> Cliente e o<br />

interno, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> por Público Interno.<br />

3.1 Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relacionamento entre o SERPRO e clientes.<br />

O cenário empresarial contemporâneo impõe transformações nos<br />

mo<strong>de</strong>los tradicionais <strong>de</strong> relacionamento com os clientes, visan<strong>do</strong> assegurar<br />

vantagem competitiva.<br />

181


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Propor, implantar e sustentar um Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Relacionamento<br />

Compartilha<strong>do</strong> entre o SERPRO e seus clientes, é um <strong>de</strong>safio que<br />

exige perseverança e muito envolvimento <strong>de</strong> ambas as partes, pois reflete<br />

uma mudança cultural.<br />

182<br />

3.1.1 Objetivos<br />

O Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Relacionamento <strong>do</strong> SERPRO com seus clientes objetiva<br />

ser a referência máxima <strong>de</strong> orientação ao corpo funcional <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a:<br />

- fazer com que os clientes percebam o valor <strong>do</strong>s produtos e serviços<br />

<strong>do</strong> SERPRO, diretamente conecta<strong>do</strong>s e aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, antes <strong>de</strong><br />

tu<strong>do</strong>, os valores <strong>do</strong>s clientes;<br />

- tornar a empresa mais competitiva por meio <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da percepção <strong>de</strong> valor pelo cliente em relação aos nossos produtos<br />

e serviços;<br />

- criar e a<strong>do</strong>tar mecanismos e práticas orientadas a obtenção da<br />

valorização <strong>do</strong> SERPRO pelo cliente, objetivan<strong>do</strong> garantir a estabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejada;<br />

- proporcionar ao corpo funcional e gerencial o níti<strong>do</strong> entendimento<br />

<strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s serviços produzi<strong>do</strong>s e que estes sejam perceptíveis<br />

permanentemente, pelo cliente.<br />

3.1.2 Justificativas.<br />

Em face <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> privatização das Empresa Estatais, das mudanças<br />

<strong>do</strong> foco governamental <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> investimentos em tecnologia,<br />

as empresas públicas, nos últimos anos, vem sofren<strong>do</strong> uma série <strong>de</strong> impactos,<br />

tais como:<br />

- perda <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>;<br />

- falta <strong>de</strong> Marketing Externo e En<strong>do</strong>marketing;<br />

- percepção <strong>de</strong> preços altos pelo cliente;<br />

- empresa ainda com resquícios da cultura fabril;


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- emprega<strong>do</strong>s não suficientemente capacita<strong>do</strong>s para a prestação <strong>de</strong><br />

serviços;<br />

- necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorar positivamente a imagem da empresa;<br />

- supressão <strong>de</strong> serviços por <strong>de</strong>cisão política;<br />

- evasão <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> para a concorrência;<br />

- perda <strong>de</strong> posição no ranking das empresas <strong>do</strong> ramo;<br />

- lentidão da empresa frente a velocida<strong>de</strong> das mudanças <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>;<br />

- baixo investimento em mecanismos volta<strong>do</strong>s à segurança <strong>do</strong>s negócios<br />

(além <strong>do</strong> acesso físico a da<strong>do</strong>s e informações <strong>do</strong> sistema).<br />

3.1.3 Fundamentação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.<br />

O mo<strong>de</strong>lo proposto está calca<strong>do</strong> na mesclagem <strong>de</strong> duas teorias <strong>de</strong><br />

marketing:<br />

- CRM (Customer Relationship Management;<br />

- Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Relacionamentos para Satisfação <strong>do</strong>s Clientes.<br />

3.1.4 Premissas <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo.<br />

Para tornar viável e factível a proposição <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong><br />

Relacionamento <strong>do</strong> SERPRO com seus clientes <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas as<br />

seguintes premissas:<br />

- <strong>de</strong>ve-se reverter as tendências negativas no âmbito interno e<br />

externo;<br />

- <strong>de</strong>ve haver um espírito comum em torno da preocupação <strong>de</strong> prestar<br />

serviços <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>, em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s e para to<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>ntro e fora da empresa;<br />

- a qualida<strong>de</strong> tem que ser percebida e avaliada pelos clientes;<br />

- a percepção <strong>de</strong> valor tem que começar pela força <strong>de</strong> trabalho da<br />

empresa (percepção interna primeiro);<br />

183


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

184<br />

- tem que haver reposicionamento lógico <strong>de</strong> toda a empresa, quanto<br />

à missão, cultura, <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e atitu<strong>de</strong>s em relação<br />

ao cliente;<br />

- a mudança cultural é essencial à percepção <strong>de</strong> valor porque esta<br />

requer nova forma <strong>de</strong> pensar e novas atitu<strong>de</strong>s em to<strong>do</strong>s os níveis<br />

da empresa (quebra <strong>de</strong> paradigmas);<br />

- a percepção <strong>de</strong> valor requer aumento nos esforços <strong>de</strong> foco no<br />

cliente <strong>de</strong>dican<strong>do</strong>-se à <strong>gestão</strong> interna tão somente, os ajustes e<br />

aperfeiçoamentos <strong>de</strong>correntes;<br />

- <strong>de</strong>ve ser criada uma linguagem única para toda a empresa;<br />

- a empresa <strong>de</strong>ve entregar serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que agreguem valor<br />

a socieda<strong>de</strong>;<br />

- a qualida<strong>de</strong> tem que ser monitorada através <strong>de</strong> toda a organização<br />

e pela organização;<br />

- o Marketing Externo <strong>de</strong>ve ser integra<strong>do</strong> a <strong>gestão</strong> da qualida<strong>de</strong>;<br />

- aquilo que é bom para os clientes, a longo prazo também é bom<br />

para a empresa.<br />

3.1.5 Limitações.<br />

De mo<strong>do</strong> geral, uma das principais críticas aos projetos <strong>de</strong> CRM é<br />

que, em razão da gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração com outros pacotes, e <strong>do</strong><br />

alto valor <strong>do</strong>s projetos, eles vêm sen<strong>do</strong> conduzi<strong>do</strong>s como projetos <strong>de</strong> software,<br />

e não como projetos corporativos para melhorar o relacionamento com os<br />

clientes, o que é bastante diferente.<br />

No caso <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, o uso <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> CRM ainda é<br />

incipiente. Existe a figura diferenciada <strong>do</strong>s clientes – pessoas <strong>do</strong>s órgãos centrais<br />

<strong>do</strong>s Ministérios que efetivamente <strong>de</strong>finem, homologam e remuneram<br />

pelos serviços – e <strong>do</strong>s usuários – as centenas ou milhares <strong>de</strong> pessoas que os<br />

usam <strong>de</strong> forma compulsória.<br />

Esta visão diferenciada dificulta muito a implementação <strong>do</strong>s quatro<br />

passos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s – i<strong>de</strong>ntificar, diferenciar, interagir e personalizar. Há


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

muitas ações concretas para a implantação <strong>de</strong> call center, que embora representem<br />

uma evolução sobre o que existia anteriormente, ainda trazem muito as<br />

características operacionais, e não <strong>de</strong> foco nos clientes.<br />

Ações governamentais, como separar os orçamentos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />

TI por cada órgão, e ampliar a oferta <strong>de</strong> seus serviços na Web, se efetivamente<br />

implementadas, po<strong>de</strong>m aumentar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> real <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

relacionamento com os clientes.<br />

3.2 Mo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong> relacionamento SERPRO-clientes.<br />

Em um merca<strong>do</strong> on<strong>de</strong> o cliente tem tantas opções, mesmo em segmentos<br />

limita<strong>do</strong>s, uma relação pessoal é a única forma <strong>de</strong> manter a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> cliente.<br />

É com este propósito que o Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Relacionamento<br />

SERPRO x Clientes foi concebi<strong>do</strong>, estan<strong>do</strong> fundamenta<strong>do</strong> por três<br />

referenciais. O Teórico, composto por <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s cientificamente comprova<strong>do</strong>s<br />

no merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong> relacionamento com o cliente; o Filosófico, que<br />

<strong>de</strong>fine a base filosófica <strong>de</strong> atuação <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo, refletin<strong>do</strong> no capital estrutural<br />

<strong>do</strong> SERPRO; e finalmente, o referencial Operacional, que contempla o capi-<br />

185


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

tal <strong>do</strong> cliente e o capital intelectual da organização, focan<strong>do</strong> a satisfação das<br />

partes interessadas.<br />

186<br />

3.2.1 O referencial teórico.<br />

O CRM é uma meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Relacionamento com o<br />

Cliente e como tal optou-se pela técnica <strong>do</strong> IDIP, técnica esta <strong>de</strong>senvolvida<br />

<strong>de</strong>ntro da meto<strong>do</strong>logia CRM. Na IDIP as etapas são constituídas <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação,<br />

que é conhecer o merca<strong>do</strong> a que o cliente pertence, classificá-lo e<br />

reconhecê-lo; <strong>de</strong> Diferenciação, nesta etapa o importante é segmentar os clientes<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compará-los, distingui-los e tratá-los <strong>de</strong> forma diferenciada;<br />

<strong>de</strong> Interação, on<strong>de</strong> se estabelece uma comunicação estratégica com o cliente,<br />

aqui se pratica o feedback (falar e ouvir) numa relação <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informações<br />

e <strong>conhecimento</strong>; e a última etapa é a <strong>de</strong> Personalização, on<strong>de</strong> adaptar o produto<br />

ao cliente é o objetivo para que seja gerada uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> entre os<br />

clientes, produtos e serviços.<br />

Ao mesmo tempo que se utiliza o CRM, os Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Relacionamento<br />

para Satisfação <strong>do</strong>s Clientes reforçam o referencial teórico<br />

implementa<strong>do</strong>. Dentro <strong>do</strong>s Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Relacionamento <strong>de</strong>ve-se exercitar<br />

inicialmente o Mo<strong>de</strong>lo das Expectativas, que procura ir além da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s produtos, serviços e atendimento, neste mo<strong>de</strong>lo se vivência o momento<br />

da verda<strong>de</strong> que são frações <strong>de</strong> segun<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>vem ser bem exploradas positivamente,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a envolver padrões internos <strong>de</strong> valores <strong>do</strong> cliente<br />

objetivan<strong>do</strong> o encantamento. Concomitantemente, o Mo<strong>de</strong>lo das Necessida<strong>de</strong>s<br />

que i<strong>de</strong>ntifica as necessida<strong>de</strong>s centran<strong>do</strong> esforços nas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> segurança,<br />

<strong>de</strong> tratamento justo e principalmente na <strong>de</strong> auto-estima, procuran<strong>do</strong><br />

atendê-las. O Mo<strong>de</strong>lo da Permissão, também conheci<strong>do</strong> como Marketing <strong>de</strong><br />

Permissão, busca conseguir autorização e a permissão <strong>do</strong> cliente para estabelecimento<br />

<strong>de</strong> troca <strong>de</strong> informações e <strong>conhecimento</strong>. É a liberação autorizada<br />

da privacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cliente. Finalmente, com o Mo<strong>de</strong>lo da Experiência, que<br />

também é conheci<strong>do</strong> como Marketing <strong>de</strong> Experiência, consiste em conhecer os<br />

pontos fortes e fracos, não só <strong>do</strong>s clientes mas principalmente <strong>do</strong>s concorrentes,<br />

conhecer as opiniões e atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s clientes e as tendências políticas e<br />

sociais <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que os <strong>do</strong>is méto<strong>do</strong>s aqui <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s, e suas respectivas<br />

etapas, estão intrinsecamente relaciona<strong>do</strong>s, um não se sobrepon<strong>do</strong> ao<br />

outro, mas se complementan<strong>do</strong>.


3.2.2 O referencial filosófico.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

É a essência <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo Conceitual, influencian<strong>do</strong> em todas os aspectos<br />

organizacionais externos e internos tais como: Imagem da empresa,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e produção <strong>de</strong> produtos e serviços, <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

relações institucionais e na saú<strong>de</strong> financeira.<br />

É neste referencial que <strong>de</strong>ve fundamentar-se to<strong>do</strong> o Planejamento<br />

Estratégico, conceben<strong>do</strong> o Capital Estrutural <strong>do</strong> SERPRO. É aqui que <strong>de</strong>ve<br />

ser percebida as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o corpo gerencial.<br />

Os aspectos organizacionais sob a ótica <strong>do</strong> SERPRO são :<br />

a) Imagem da Empresa: o posicionamento <strong>do</strong> SERPRO na mídia<br />

po<strong>de</strong> influenciar as atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s. As pessoas gostam<br />

<strong>de</strong> trabalhar para uma empresa com a qual possam se i<strong>de</strong>ntificar,<br />

principalmente quan<strong>do</strong> é reconhecida pelo merca<strong>do</strong>, como lí<strong>de</strong>r.<br />

O posicionamento po<strong>de</strong> influenciar também as relações da empresa<br />

com a comunida<strong>de</strong> financeira, especificamente com o Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral por meio <strong>de</strong> uma maior liberação orçamentária<br />

por ser uma empresa rentável.<br />

b) Desenvolvimento e Produção <strong>do</strong>s Produtos e Serviços: Os responsáveis<br />

pelo <strong>de</strong>senvolvimento e produção <strong>do</strong>s produtos e serviços<br />

<strong>de</strong>vem estar prepara<strong>do</strong>s a a<strong>de</strong>quarem-se às mudanças. A<br />

análise regular <strong>do</strong> posicionamento po<strong>de</strong> oferecer orientação a<br />

superar as fraquezas ou criar barreiras aos concorrentes. O planejamento<br />

é melhor realiza<strong>do</strong> em diálogo permanente com os<br />

clientes e com uma compreensão total <strong>do</strong> ambiente competitivo.<br />

c) Desenvolvimento das Relações Institucionais: É através das relações<br />

que a empresa orienta seu futuro. O corpo gerencial tem que<br />

ser integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> posicionamento da empresa. Têm que projetar a<br />

posição para o merca<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> treinamento e <strong>do</strong> estabelecimento<br />

<strong>de</strong> relações com os membros da infra-estrutura. O<br />

posicionamento forte permite que o SERPRO estabeleça relações<br />

com parceiros fortes. Essas relações, por sua vez, fortalecem ainda<br />

mais o posicionamento da empresa quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> exercício <strong>do</strong><br />

En<strong>do</strong>marketing, na participação direta <strong>do</strong>s clientes em todas os momentos<br />

e no compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s e experiências.<br />

187


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

188<br />

d) Saú<strong>de</strong> Financeira: O posicionamento e a situação financeira baseiam-se<br />

uma na outra. O SERPRO bem posiciona<strong>do</strong> po<strong>de</strong> levantar<br />

novos recursos com maior facilida<strong>de</strong>, e estan<strong>do</strong> a situação<br />

financeira fortalecida, leva-se a uma melhoria no posicionamento<br />

da empresa, elevan<strong>do</strong>-se, assim, o grau <strong>de</strong> efetivida<strong>de</strong> na alocação<br />

<strong>de</strong> seus produtos e serviços.<br />

3.2.3 O referencial operacional.<br />

É neste referencial que cabe <strong>de</strong>senvolver e manter relações com a<br />

infra-estrutura – o Capital Estrutural <strong>do</strong> SERPRO, e com os clientes externos<br />

(Capital <strong>do</strong> Cliente) e com o Público Interno (Capital Intelectual), que<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> igualitário <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> trabalho, on<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os emprega<strong>do</strong>s<br />

precisam, a seu mo<strong>do</strong> e com suas bagagens <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e contribuições,<br />

participar <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> relações com os clientes externos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

que atenda as expectativas e obtenha o nível <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong>sejada <strong>do</strong>s clientes<br />

externos e Público Interno. Aqui se consegue integrar, os clientes externos<br />

e público interno, no exercício <strong>de</strong> parceria, na concepção <strong>do</strong> projeto, no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, produção e processo <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong> SERPRO, numa<br />

visão muito mais ampla <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor a socieda<strong>de</strong>.<br />

4. Conclusão e recomendações.<br />

Este trabalho iniciou-se apontan<strong>do</strong> as bases conceituais da Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, focalizan<strong>do</strong> especificamente o relacionamento<br />

com o cliente. Destacou-se a importância <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> como<br />

recurso econômico das organizações, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> enfaticamente três ativos<br />

intelectuais - capital humano, estrutural e <strong>do</strong> cliente.<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento busca a<strong>de</strong>quar, aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>de</strong> um ambiente competitivo, sejam individuais ou coletivas, utilizan<strong>do</strong> o<br />

<strong>conhecimento</strong> (que é a informação que muda algo ou alguém, e que se encontra<br />

embuti<strong>do</strong> nas coisas e incorpora<strong>do</strong>s nas pessoas), como ferramenta nas<br />

estratégias gerenciais das empresas.<br />

É notoriamente sabi<strong>do</strong> que com o mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>, o merca<strong>do</strong><br />

se mostra cada vez mais turbulento, exigente e com uma concorrência cada<br />

vez mais acirrada, on<strong>de</strong> vantagens competitivas precisam ser permanente-


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mente reinventadas, para que as instituições possam agregar ou pelo menos<br />

manter sua participação no merca<strong>do</strong>.<br />

Na chamada nova economia, <strong>conhecimento</strong> é o bem mais precioso<br />

e saber como aproveitá-lo, difundi-lo, combiná-lo e lucrar com ele é o maior<br />

<strong>de</strong>safio das empresas. Dessa forma surge uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar<br />

círculos virtuosos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, a partir da crescente necessida<strong>de</strong><br />

das empresas se reinventarem, aprimorarem sua competência, testarem<br />

diferentes idéias, apren<strong>de</strong>r com o ambiente, estruturarem-se <strong>de</strong> maneira a<br />

estimular o <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem individual, em suma, mudanças<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los mentais <strong>de</strong> comportamentos.<br />

Constata-se, atualmente, na <strong>de</strong>nominada socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>,<br />

que a criação, a distribuição e a manipulação da informação constituem a<br />

principal fonte <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riquezas. Sen<strong>do</strong> assim, a adversida<strong>de</strong> entre capital<br />

e trabalho, retratada na teoria Marxista, foi enfraquecida, ten<strong>do</strong> em vista<br />

não serem esses, mais tão diametralmente oposto como antes. Uma vez que<br />

o capital organizacional é crescentemente constituí<strong>do</strong> pelo capital intelectual,<br />

capital <strong>de</strong> relacionamento, capital <strong>de</strong> marca e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. E por seu turno,<br />

o trabalho está sen<strong>do</strong> mais encara<strong>do</strong> como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar idéias, <strong>de</strong><br />

comunicar-se, <strong>de</strong> relacionar-se com pessoas, pois a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida influencia<br />

diretamente a produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho.<br />

Uma técnica extremamente importante, para o sucesso da GCO é<br />

o Customer Relationship Management - CRM (Gestão <strong>do</strong> Relacionamento com o Cliente),<br />

que é uma ferramenta que auxilia as organizações a <strong>de</strong>tectarem o quê os clientes<br />

acham <strong>de</strong> seus produtos e o quê eles efetivamente <strong>de</strong>sejam. O resulta<strong>do</strong><br />

alcança<strong>do</strong> ten<strong>de</strong> a ser mais efetivo, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s. Dentro <strong>do</strong> CRM <strong>de</strong>staca-se<br />

a técnica <strong>do</strong> IDIP, que procura adaptar o produto e serviço ao cliente e<br />

não o inverso.<br />

A interação com o cliente é fundamental, e para se alcançar essa<br />

interação, sem <strong>de</strong>sgastar a relação, o marketing <strong>de</strong> permissão mostra-se bastante<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. O Marketing <strong>de</strong> forma global serve para mensurar as <strong>de</strong>mandas<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e os meios <strong>de</strong> atendê-lo, com máxima satisfação e<br />

competitivida<strong>de</strong>. Inserida na teoria <strong>de</strong> Marketing, encontramos diversas abordagens<br />

conceituais, em que <strong>de</strong>stacamos algumas como Marketing <strong>de</strong> Relacionamento,<br />

En<strong>do</strong>marketing, Pós-Marketing e Gestão da Experiência Personalizada<br />

O Marketing <strong>de</strong> Relacionamento busca <strong>de</strong>senvolver na empresa relações<br />

<strong>de</strong> longo prazo com seus clientes, orientadas para a efetivação em termos <strong>de</strong><br />

189


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

custos e <strong>de</strong> benefícios mútuos. Como principais ferramentas <strong>de</strong>stacamos o<br />

Benchmarking, o Marketing One to One, Marketing <strong>de</strong> Serviço, e o Marketing Business to<br />

Business.<br />

Pela importância <strong>do</strong> público interno e <strong>de</strong> sua influência no relacionamento<br />

com os clientes, a técnica <strong>do</strong> En<strong>do</strong>marketing apresenta-se como imprescindível,<br />

pois refere-se ao mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> estimular, motivar os emprega<strong>do</strong>s,<br />

além <strong>de</strong> informá-los <strong>do</strong>s objetivos da empresa, tornan<strong>do</strong>-os verda<strong>de</strong>iramente<br />

alia<strong>do</strong>s, para que assim possam contribuir para o sucesso da organização.<br />

A tática <strong>do</strong> Pós-Marketing consiste em ações orientadas para estabelecer<br />

relacionamentos dura<strong>do</strong>uros com os clientes, e para isso, <strong>de</strong>ve-se buscar<br />

continuamente a satisfação <strong>do</strong>s mesmos. Observa-se aqui, os clientes atuais e<br />

os que já foram, focalizan<strong>do</strong> não numa nova compra, mas sim, que o cliente<br />

tenha adquiri<strong>do</strong> o produto certo.<br />

Este trabalho baseou-se na proposição <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo conceitual <strong>de</strong><br />

relacionamento entre o SERPRO e clientes. O mo<strong>de</strong>lo proposto visa preconizar<br />

condutas a serem a<strong>do</strong>tadas pela empresa com o fito <strong>de</strong> melhorar o relacionamento<br />

interno e externo, porém <strong>de</strong> forma objetiva e que não possibilite<br />

interpretação dúbia. Ao se estabelecer esse mo<strong>de</strong>lo vislumbrou-se sempre a<br />

real possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua implementação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as condições existentes,<br />

observan<strong>do</strong>-se contu<strong>do</strong>, a flexibilida<strong>de</strong> necessária para se adaptar aos novos<br />

ambientes que por ventura se constituirão.<br />

Procurou-se nessa conclusão ir além <strong>de</strong> um resumo das <strong>de</strong>duções<br />

observadas em cada capítulo, o grupo intenciona, aqui, evi<strong>de</strong>nciar e refletir<br />

sobre as proposições conceituais abordadas ao longo <strong>do</strong> trabalho.<br />

Alguns aspectos relevantes <strong>de</strong>vem ser ressalta<strong>do</strong>s, servin<strong>do</strong> <strong>de</strong> recomendações<br />

para a implementação <strong>de</strong>ste trabalho:<br />

190<br />

a) Este é um Mo<strong>de</strong>lo Conceitual nortea<strong>do</strong>r <strong>de</strong> um futuro Mo<strong>de</strong>lo<br />

Operacional;<br />

b) Para elaboração <strong>de</strong> um Mo<strong>de</strong>lo Operacional <strong>de</strong>ve-se avaliar apropriação<br />

ou não <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste Mo<strong>de</strong>lo Conceitual à realida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> SERPRO;<br />

c) Que sejam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os temas <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por outros grupos<br />

<strong>de</strong>ste curso <strong>de</strong> pós-graduação, especificamente, os temas:


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- Valoração <strong>de</strong> Soluções em Tecnologia da Informação com base<br />

no conceito <strong>de</strong> Capital Intelectual, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca a importância<br />

da mensuração <strong>do</strong> capital intelectual, como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aferição<br />

<strong>do</strong>s benefícios gera<strong>do</strong>s pelas soluções que a empresa <strong>de</strong>senvolve<br />

e consequentemente no processo <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> contratos<br />

e estabelecimento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> negócios da empresa<br />

SERPRO.<br />

- O SERPRO e a Educação Corporativa, que reforçará a importância<br />

da estratégia empresarial <strong>do</strong> SERPRO em alavancar novas<br />

oportunida<strong>de</strong>s, entrar em novos merca<strong>do</strong>s globais, e criar relacionamentos<br />

mais profun<strong>do</strong>s com os seus clientes, sustentan<strong>do</strong> a<br />

vantagem competitiva, inspirada num aprendiza<strong>do</strong> permanente.<br />

- Incorporação <strong>do</strong> capital <strong>do</strong> cliente à Política <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Conhecimento<br />

<strong>do</strong> SERPRO;<br />

d) que o Mo<strong>de</strong>lo Operacional <strong>do</strong> SERPRO <strong>de</strong> Relacionamento com<br />

o cliente possibilite a valoração por parte <strong>do</strong> cliente <strong>do</strong>s serviços<br />

e produtos <strong>do</strong> SERPRO;<br />

e) que seja aplicada uma pesquisa junto aos clientes para medir o<br />

real interesse <strong>de</strong> compartilhamento <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>;<br />

f) O Mo<strong>de</strong>lo Operacional <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir qual tipo <strong>de</strong> relação estratégica<br />

irá manter com os clientes: - se <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> capital; -<br />

se <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos e serviços conjuntos; - se <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> marketing e distribuição;<br />

g) Que o Mo<strong>de</strong>lo Operacional consi<strong>de</strong>re toda a infra-estrutura que<br />

possa influenciar a opinião <strong>do</strong>s clientes sobre os produtos e serviços,<br />

quais sejam: concorrentes, fornece<strong>do</strong>res, analistas consultores<br />

em TI, fabricantes <strong>de</strong> periféricos, distribui<strong>do</strong>res, e outros.<br />

191


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

192<br />

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193


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

194


1. Introdução<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO VII<br />

A DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO DE MANEIRA<br />

SELETIVA E EFICAZ NO SERPRO<br />

Maísa Pieroni <strong>de</strong> Lima<br />

Maria Carmen Romcy <strong>de</strong> Carvalho<br />

Maria das Graças C. <strong>de</strong> Oliveira<br />

Virginia Gouvêa <strong>de</strong> Castro<br />

A a<strong>do</strong>ção da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional no SERPRO tem como objetivo registrar e intensificar o<br />

compartilhamento <strong>de</strong> idéias, informações e experiências. Atualmente, com o<br />

advento da Internet e outras facilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da informática, a<br />

informação disponível aumentou exponencialmente. As unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

informação, com suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coleta, organização, disponibilização e<br />

acesso a informações em bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s internos e externos, possuem<br />

condições <strong>de</strong> promover a disseminação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s necessários a<br />

aprendizagem organizacional e ao sucesso da empresa.<br />

Diante <strong>de</strong>ste contexto, o presente trabalho tem por objetivo, propor<br />

uma meto<strong>do</strong>logia para a implantação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva<br />

da informação no SERPRO, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a hipótese <strong>de</strong> que é possível<br />

disseminar informação <strong>de</strong> maneira seletiva e eficaz, minimizan<strong>do</strong> os esforços<br />

<strong>de</strong> busca e recuperação das informações.<br />

Primeiro será <strong>de</strong>senvolvida uma base conceitual sobre a<br />

disseminação seletiva da informação-DSI, no contexto da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

195


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>conhecimento</strong>. Como um serviço surgi<strong>do</strong> na década <strong>de</strong> 60, com o objetivo <strong>de</strong><br />

minimizar esforços <strong>do</strong>s cientistas na busca <strong>de</strong> informações relevantes para o<br />

trabalho <strong>de</strong> pesquisa, o DSI é hoje um importante instrumento para o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> nas organizações. A prática da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>, requer que a organização crie mecanismos eficazes que<br />

proporcionem tanto a produção dinâmica e contínua <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, como<br />

o seu registro e o compartilhamento. Dessa forma, a proposta <strong>de</strong> implantação<br />

<strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> DSI, como um mecanismo <strong>de</strong> compartilhamento <strong>de</strong><br />

informações redireciona o foco da oferta para o foco da <strong>de</strong>manda <strong>do</strong>s usuários,<br />

em função <strong>do</strong>s objetivos da organização.<br />

Descreve-se, em seguida, o Processo Corporativo da Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional <strong>do</strong> SERPRO, partin<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo conceitual e da estrutura organizacional da Empresa. A<br />

estruturação <strong>de</strong>ste processo serviu <strong>de</strong> base para a proposição da meto<strong>do</strong>logia<br />

<strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> DSI. Das práticas corporativas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>, i<strong>de</strong>ntificadas nesta análise, <strong>de</strong>stacou-se aquelas que estão<br />

diretamente relacionadas com o serviço <strong>de</strong> DSI, tais como: mapeamento e<br />

<strong>gestão</strong> <strong>de</strong> competências e mapeamento <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s organizacionais.<br />

Esta análise proporciona uma visão objetiva <strong>de</strong> on<strong>de</strong> estão <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

<strong>conhecimento</strong>s, quais pessoas os <strong>de</strong>tém e as competências necessárias à<br />

qualida<strong>de</strong> e à segurança <strong>do</strong>s serviços ofereci<strong>do</strong>s aos clientes e à socieda<strong>de</strong>.<br />

Finalmente, propõe-se uma meto<strong>do</strong>logia para implantação <strong>de</strong> um<br />

serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva da informação no contexto da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> no SERPRO, contemplan<strong>do</strong> todas as etapas <strong>de</strong> planejamento;<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e implantação; controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e avaliação. A<br />

meto<strong>do</strong>logia tem por premissa ‘‘a informação certa, na hora certa, para a pessoa certa”.<br />

Utiliza como experiência piloto, o Processo Corporativo Segurança <strong>do</strong> Negócio,<br />

por se tratar <strong>de</strong> um processo crítico para a credibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços<br />

presta<strong>do</strong>s pela Empresa.<br />

2. A disseminação seletiva da informação no contexto da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

2.1. Consi<strong>de</strong>rações iniciais<br />

Os serviços <strong>de</strong> disseminação seletiva da informação (DSI) surgiram<br />

na década <strong>de</strong> 60 com o objetivo <strong>de</strong> minimizar os esforços <strong>do</strong>s cientistas na<br />

196


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

busca e recuperação <strong>de</strong> informações relevantes, para o trabalho <strong>de</strong> pesquisa e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Presta<strong>do</strong>s principalmente por bibliotecas especializadas,<br />

os serviços <strong>de</strong> DSI eram elabora<strong>do</strong>s manualmente com base no acervo local<br />

<strong>de</strong> periódicos, para a produção <strong>de</strong> listas selecionadas <strong>de</strong> títulos e artigos e a<br />

distribuição <strong>de</strong> resumos a poucos usuários. Com o surgimento <strong>do</strong>s sistemas<br />

informatiza<strong>do</strong>s e das bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s especializadas, as bibliotecas<br />

<strong>de</strong>senvolveram serviços automatiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> informações. Daí<br />

por diante, as informações passaram a ser distribuídas a um número maior <strong>de</strong><br />

usuários, que tinham seus interesses e necessida<strong>de</strong>s previamente cadastradas.<br />

Vive-se um momento em que todas as organizações precisam “saber<br />

o que sabem” e usar efetivamente esse <strong>conhecimento</strong> para se tornarem<br />

competitivas. Se por um la<strong>do</strong>, o baixo custo <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res e re<strong>de</strong>s criam<br />

uma infra-estrutura potencial para a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> organizacional,<br />

por outro, o advento da Internet e outras facilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da informática,<br />

aumentou exponencialmente a informação disponível e o seu valor como<br />

insumo <strong>de</strong> produção. As organizações passaram a requerer informações para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas operações e estratégias e a informação passou a ter<br />

valor <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria.<br />

Já no Século XVIII, a edição <strong>de</strong> L’Encyclopédie” revelou a aproximação<br />

entre as idéias <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e merca<strong>do</strong>ria. Nos últimos 50 anos, o<br />

<strong>conhecimento</strong> se transformou no principal fator <strong>de</strong> produção e sua dimensão<br />

como “merca<strong>do</strong>ria” tem si<strong>do</strong> exacerbada (MACHADO, 2000). O tratamento<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> como merca<strong>do</strong>ria, no senti<strong>do</strong> industrial tem conduzi<strong>do</strong><br />

a situações <strong>de</strong> difícil compreensão. O binômio “valor <strong>de</strong> uso/valor <strong>de</strong> troca”<br />

não se aplica a um bem não tangível, o qual se ven<strong>de</strong>, se empresta, sem que se<br />

precise <strong>de</strong>le abrir mão.<br />

Segun<strong>do</strong> ROCHA (2000, p.17), “o <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um<br />

bem puramente cultural e passou a ser o principal insumo para o sucesso econômico”,<br />

sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o principal ativo da empresa, na busca pela produtivida<strong>de</strong> e<br />

inovação. Neste contexto, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação e seus serviços, <strong>de</strong>ntre eles o<br />

DSI, são importantes mecanismos <strong>de</strong> coleta, organização e distribuição <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

necessário ao sucesso <strong>do</strong> negócio <strong>de</strong> qualquer organização.<br />

2.2 A disseminação seletiva da informação<br />

O crescimento da informação produzida e recebida por uma empresa<br />

é <strong>de</strong> natureza exponencial. A cada dia, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> livros, relatórios,<br />

197


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

projetos, artigos técnicos, entre outros <strong>do</strong>cumentos, são trata<strong>do</strong>s e incorpora<strong>do</strong>s<br />

às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação, para atendimento às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> informação<br />

e <strong>conhecimento</strong> das diferentes unida<strong>de</strong>s gerenciais e <strong>de</strong> produção.<br />

Se por um la<strong>do</strong>, os gerentes e técnicos precisam conhecer e aplicar<br />

novos <strong>conhecimento</strong>s e informações para tornar competitivo o negócio da<br />

empresa, por outro la<strong>do</strong>, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação para participar efetivamente<br />

<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento empresarial, <strong>de</strong>vem promover<br />

o compartilhamento e o uso <strong>de</strong>ssas informações, por meio <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />

alerta estrutura<strong>do</strong>s e confiáveis. Este é o ambiente para a implantação <strong>de</strong> um<br />

serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva da informação (DSI).<br />

I<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> por HANS PETER LUHN, da IBM em 1961, DSI foi<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como “aquele serviço <strong>de</strong>ntro da organização que se refere à canalização<br />

<strong>de</strong> novos itens <strong>de</strong> informação, vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> quaisquer fontes, para aqueles<br />

pontos <strong>de</strong>ntro da organização on<strong>de</strong> a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> em conexão<br />

com interesses ou trabalhos carentes, é gran<strong>de</strong>.” (LUHN,1961,p.131)<br />

Outras <strong>de</strong>finições estão hoje disponíveis na literatura. No Brasil, a<br />

Revista <strong>de</strong> Biblioteconomia <strong>de</strong> Brasília, <strong>de</strong>dicou um fascículo inteiro ao tema<br />

em 1978, on<strong>de</strong> autores como LONGO, BARREIRO, FREUND e TOMITA,<br />

FERRAZ e FIGUEIREDO ANDRADE e outros apresentaram <strong>de</strong>finições e<br />

<strong>de</strong>screveram os objetivos e o funcionamento <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> DSI em bibliotecas<br />

especializadas e universitárias.<br />

NASTRI (1981) ao analisar algumas <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>finições, i<strong>de</strong>ntificou<br />

os três macro processos para a implantação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> DSI: a seleção,<br />

análise e in<strong>de</strong>xação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos; o levantamento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse <strong>do</strong>s<br />

usuários; e a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> algum critério que, periodicamente, distribua as informações<br />

relevantes aos usuários.<br />

A seleção, análise e in<strong>de</strong>xação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos são sub-processos<br />

necessários a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos, que serão divulga<strong>do</strong>s pelo serviço.<br />

O levantamento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse irá proporcionar o mapeamento das<br />

necessida<strong>de</strong>s informacionais <strong>do</strong> usuário e possibilitar a seleção daquelas que<br />

preenchem os requisitos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s. Por fim, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> critérios que façam<br />

convergir as referências aos requisitos <strong>do</strong>s usuários.<br />

são:<br />

198<br />

As etapas <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> operacionalização <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> DSI


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

a) levantamento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse <strong>do</strong>s usuários – <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada<br />

da qualificação, especialida<strong>de</strong>, necessida<strong>de</strong>s e interesses <strong>do</strong>s<br />

usuários;<br />

b) análise e tradução <strong>do</strong>s perfis – atribuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>scritores, palavras-chave<br />

e códigos legíveis pelo sistema, que representem os<br />

temas a serem recupera<strong>do</strong>s;<br />

c) arquivamento <strong>do</strong>s perfis – armazenamento no sistema <strong>do</strong>s perfis<br />

<strong>do</strong>s usuários, para processamento automatiza<strong>do</strong>;<br />

d) recuperação da informação – realizada por computa<strong>do</strong>r, pelo<br />

confronto <strong>do</strong>s perfis <strong>do</strong>s usuários com a base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s;<br />

e) controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> – verificação realizada para teste <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s,<br />

a fim <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar possíveis erros <strong>de</strong> estratégia e <strong>de</strong> linguagem;<br />

f) expedição aos usuários – envio das listagens e ficha <strong>de</strong> avaliação,<br />

após os controles <strong>de</strong> expedição (NOCETTI, 1980, p.15).<br />

A elaboração <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse <strong>do</strong> usuário requer o planejamento<br />

e a execução <strong>de</strong> ações que garantam um nível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> recuperação.<br />

Primeiramente <strong>de</strong>ve-se dar a conhecer ao usuário sobre o potencial <strong>do</strong> sistema,<br />

seus objetivos e vantagens, como funciona, qual a cobertura <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

disponíveis (temática, temporal, geográfica) e esclarecimentos gerais sobre<br />

questões <strong>de</strong> exaustivida<strong>de</strong> e relevância, on<strong>de</strong> quanto maior a exaustivida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

perfil, menor será a relevância da recuperação e vice –versa.<br />

O próximo passo é o levantamento, realiza<strong>do</strong> pelo preenchimento<br />

<strong>de</strong> formulário pelo próprio usuário, on<strong>de</strong> são registra<strong>do</strong>s seus da<strong>do</strong>s cadastrais<br />

(nome, unida<strong>de</strong>, telefone, e-mail, etc) e da<strong>do</strong>s temáticos (indica<strong>do</strong>res para<br />

facilitar a estratégia <strong>de</strong> busca e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> vocabulário, como uma<br />

síntese <strong>de</strong>scritiva sobre a pesquisa, produto, serviço, processo, área <strong>de</strong> negócio,<br />

que possibilite a <strong>de</strong>limitação <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> interesse; <strong>de</strong>scritores; referências<br />

bibliográficas relevantes; etc).<br />

Por último, <strong>de</strong>ve-se prever ações para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> erros,<br />

ocasiona<strong>do</strong>s por perfis mal elabora<strong>do</strong>s. É comum, os usuários por<br />

199


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>de</strong>s<strong>conhecimento</strong> das bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, formularem perfis que resultam em (a)<br />

uma solicitação maior que a necessida<strong>de</strong> real; (b) uma solicitação menor que<br />

a necessida<strong>de</strong> real; (c) uma solicitação <strong>de</strong>fasada da necessida<strong>de</strong> real; (d) uma<br />

solicitação não coinci<strong>de</strong>nte com a necessida<strong>de</strong> real.<br />

Uma vez elabora<strong>do</strong>s, os perfis <strong>de</strong> interesse passam por um<br />

processamento técnico, que os transformam nas linguagens utilizadas pelo<br />

sistema. As operações são (a) análise <strong>do</strong>s perfis; (b) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />

vocabulário; (c) codificação; (d) digitação e arquivo.<br />

A análise <strong>do</strong>s perfis consiste na separação <strong>do</strong>s grupos lógicos,<br />

conecta<strong>do</strong>s por opera<strong>do</strong>res booleanos (E, OU, NÃO) e no estabelecimento<br />

da estratégia <strong>de</strong> busca. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> vocabulário consiste em ajustar<br />

a terminologia <strong>do</strong> usuário à terminologia <strong>do</strong> sistema, que po<strong>de</strong> ser livre ou<br />

controlada por uma lista <strong>de</strong> termos, tesauro, etc. A codificação representa o<br />

registro <strong>do</strong>s perfis já analisa<strong>do</strong>s. A digitação e o arquivamento <strong>do</strong>s perfis<br />

consiste na inserção <strong>do</strong>s perfis no sistema.<br />

Além <strong>do</strong>s aspectos técnicos <strong>de</strong>scritos acima, a implantação <strong>de</strong> um<br />

serviço <strong>de</strong> DSI requer, também, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> operações gerenciais,<br />

como a implantação <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> fluxo contínuo <strong>de</strong> diagnóstico,<br />

planejamento, operacionalização e avaliação; a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> controles<br />

administrativos relaciona<strong>do</strong>s ao registro <strong>do</strong> usuário, arquivo <strong>de</strong> perfis, da<strong>do</strong>s<br />

estatísticos <strong>de</strong> atendimento, relatórios, manual <strong>de</strong> procedimentos, avaliação<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das disseminações realizadas, entre outros. Estes aspectos não<br />

serão aqui <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s por não ser este o objetivo da monografia, no entanto<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scritos quan<strong>do</strong> da elaboração <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> um<br />

serviço <strong>de</strong> DSI, para qualquer tipo <strong>de</strong> organização.<br />

A prática da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento requer que a organização<br />

crie mecanismos eficazes que proporcionem tanto a produção dinâmica e<br />

contínua <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, como a oferta <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s já existentes<br />

na empresa ou que possam ser busca<strong>do</strong>s no ambiente externo. Quanto maior<br />

for o acesso e a utilização ao <strong>conhecimento</strong> existente, maior será a produção<br />

<strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s, que se transformam em novos produtos e serviços,<br />

crian<strong>do</strong> uma vantagem competitiva para o negócio da empresa.<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> uma empresa contribui <strong>de</strong> várias<br />

maneiras para a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, seja pela busca e organização <strong>de</strong><br />

200


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

da<strong>do</strong>s e informações registradas, seja pela disseminação <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<br />

armazena<strong>do</strong>s. Implantar um serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva da informação<br />

é uma das formas <strong>de</strong> gerenciar o <strong>conhecimento</strong> empresarial, uma vez que<br />

provoca a organização e o uso intensivo da informação e <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

relevantes <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, sem <strong>de</strong>sperdícios <strong>de</strong> tempo e esforço por parte<br />

<strong>do</strong>s usuários. Um serviço <strong>de</strong> DSI planeja<strong>do</strong> e funcionan<strong>do</strong> em conformida<strong>de</strong><br />

com a estratégia e objetivos corporativos estimula a criativida<strong>de</strong> e a inovação,<br />

contribuin<strong>do</strong> com para o êxito <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> aprendizagem organizacional.<br />

3. O Mo<strong>de</strong>lo Corporativo da “Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

organizacional” <strong>do</strong> SERPRO<br />

3.1. A Empresa<br />

O SERPRO é uma empresa pública vinculada ao Ministério da<br />

Fazenda, criada e regida pelas Leis 4.516/1964 e 5.615/1970, e com receitas<br />

provenientes <strong>de</strong> contratos e transferências <strong>do</strong> Orçamento Geral da União-<br />

OGU. Conforme Estatuto, Decreto 1451/1995, a Empresa tem por objetivo<br />

a comercialização e prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informática. Com atuação por<br />

prazo in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o território nacional, O SERPRO está instala<strong>do</strong><br />

nas <strong>de</strong>z Regiões Fiscais on<strong>de</strong> o Ministério da Fazenda mantém suas representações.<br />

O SERPRO, pela natureza <strong>de</strong> seus negócios, é uma empresa que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fundamentalmente <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, em especial, <strong>de</strong> <strong>do</strong>is seguimentos:<br />

a) Finanças Públicas e Sistemas Estrutura<strong>do</strong>res; e<br />

b) Operação <strong>de</strong> Ambientes <strong>de</strong> TI (Tecnologia da Informação) complexos.<br />

A conjugação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s relativos às principais áreas <strong>de</strong><br />

atuação <strong>do</strong>s Clientes <strong>do</strong> SERPRO, com os <strong>conhecimento</strong>s técnicos <strong>de</strong><br />

tecnologia da informação, nos permite oferecer soluções a<strong>de</strong>quadas e úteis<br />

para suporte à Gestão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e representa o diferencial competitivo da<br />

Empresa.<br />

201


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

3.2 . Mo<strong>de</strong>lo conceitual e estrutura organizacional <strong>do</strong> SERPRO<br />

O Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Organização e Gestão <strong>do</strong> SERPRO foi<br />

instituí<strong>do</strong> mediante Decisão <strong>de</strong> Diretoria n.º 01/97 <strong>de</strong> 30/06/1997, com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurar o foco no cliente, a qualida<strong>de</strong> nos serviços, a satisfação e<br />

motivação <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, o equilíbrio econômico e a <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

O Mo<strong>de</strong>lo tem como referencial um conjunto <strong>de</strong> premissas para a<br />

construção <strong>de</strong> uma estrutura organizacional. Essas premissas estão relacionadas<br />

com os seguintes aspectos: Foco nos Clientes e nos resulta<strong>do</strong>s com qualida<strong>de</strong>;<br />

Organização em re<strong>de</strong>, baseada em processos; Autonomia com responsabilida<strong>de</strong><br />

por resulta<strong>do</strong>s; Alinhamento estratégico; Quebra das barreiras entre áreas;<br />

Ênfase no <strong>conhecimento</strong>, na inovação e pessoas.<br />

O foco na satisfação <strong>do</strong>s clientes exige que a abordagem <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo<br />

seja feita a partir <strong>do</strong>s processos com origem e <strong>de</strong>stino final nos clientes<br />

da Empresa. Algumas das etapas comuns a vários processos e que constituem<br />

ativida<strong>de</strong>s especializadas configuram os processos <strong>de</strong> infra-estrutura. Além<br />

disso, a execução <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> negócios segue linhas estratégicas <strong>de</strong>finidas<br />

e únicas, o que pressupõe a formulação <strong>de</strong> orientações gerais, cuja disseminação<br />

envolve to<strong>do</strong>s estes processos e suas ativida<strong>de</strong>s especializadas. Assim,<br />

os processos corporativos garantem que a Empresa mova-se em um único<br />

senti<strong>do</strong>.<br />

Na prática, o SERPRO realiza seus processos por uma atuação em<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação das suas Unida<strong>de</strong>s Organizacionais (Negócios e Infraestrutura),<br />

com autonomia suficiente para representar uma segmentação por<br />

cliente e por especialização. A Unida<strong>de</strong> Corporativa, vinculada à direção da<br />

empresa, orienta e monitora, no nível estratégico, as Unida<strong>de</strong>s<br />

Organizacionais, totalizan<strong>do</strong> três classes <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s: Negócio, Infra-estrutura<br />

e Corporativa. Esta estrutura em re<strong>de</strong> facilita a implantação <strong>do</strong> serviço<br />

<strong>de</strong> DSI, porque possibilita o mapeamento das competências e <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s, produtos e serviços,<br />

com enfoque mais corporativo <strong>do</strong> que nos interesses individuais.<br />

A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Processo Corporativo-UC foi criada através da Decisão<br />

<strong>de</strong> Diretoria n.02 <strong>de</strong> 30/06/97, como órgão responsável pela formulação e controle<br />

<strong>do</strong> cumprimento <strong>de</strong> políticas e pela manutenção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> empresarial. Cabelhe<br />

também, a responsabilida<strong>de</strong> pela formulação <strong>do</strong>s procedimentos necessários à<br />

implementação <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo Conceitual <strong>de</strong> Organização e Gestão <strong>do</strong> SERPRO.<br />

202


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A estrutura da UC e seu funcionamento foram <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s através<br />

da Decisão Setorial-DIRET n.º10 <strong>de</strong> 30/06/1997, sen<strong>do</strong> composta,<br />

inicialmente, por 13 processos corporativos, com ativida<strong>de</strong>s especializadas e<br />

da mesma natureza, e que perpassavam verticalmente toda a Empresa, tais<br />

como: Normas e Padrões; Organização e Estrutura, Relacionamento com<br />

Fornece<strong>do</strong>res; Logística, Comunicação; Gestão <strong>de</strong> Pessoas, Inovação e<br />

Melhoria Contínua; Segurança <strong>do</strong> Negócio; Sistemas <strong>de</strong> Informação; Gestão<br />

<strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem; Relacionamento com o Merca<strong>do</strong>;<br />

Tecnologia; Gestão e Resulta<strong>do</strong>s, 01 Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Estratégico e 03 Projetos.<br />

3.3 A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional <strong>do</strong><br />

SERPRO<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem, é entendida no<br />

SERPRO como um processo corporativo <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional (GCO). Tem como<br />

objetivo estabelecer o direcionamento estratégico para a administração <strong>do</strong>s<br />

<strong>conhecimento</strong>s essenciais ao funcionamento da Empresa e à <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

relacionamento com os Clientes, bem como para a inclusão <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong><br />

nas ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>do</strong>s profissionais da Organização, visan<strong>do</strong> à continuida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s negócios <strong>do</strong> SERPRO e <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s ao Esta<strong>do</strong> e à Socieda<strong>de</strong>.<br />

A Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional<br />

no SERPRO consi<strong>de</strong>ra algumas necessida<strong>de</strong>s fundamentais:<br />

a) i<strong>de</strong>ntifica o que o SERPRO sabe e o que precisa saber;<br />

b) i<strong>de</strong>ntifica on<strong>de</strong> estão esses <strong>conhecimento</strong>s;<br />

c) torna disponíveis esses <strong>conhecimento</strong>s a quem, na Organização,<br />

necessite utilizá-los;<br />

d) compartilha e reutiliza os <strong>conhecimento</strong>s existentes na Organização,<br />

aqueles oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> relacionamento como os clientes,<br />

parceiros e fornece<strong>do</strong>res e aqueles oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> monitoramento<br />

<strong>do</strong> campo estratégico e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>;<br />

203


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

204<br />

e) aplica os <strong>conhecimento</strong>s <strong>de</strong> forma a propiciar a evolução profissional<br />

das pessoas e da qualida<strong>de</strong> e utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos e serviços<br />

da Empresa;<br />

f) facilita a percepção <strong>de</strong> valor <strong>do</strong>s produtos e serviços <strong>do</strong> SERPRO;<br />

g) implementa meto<strong>do</strong>logias, ferramentas e processos que facilitem<br />

a aprendizagem organizacional, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as variáveis inovação<br />

e criativida<strong>de</strong>;<br />

h) protege o <strong>conhecimento</strong>, no âmbito da Empresa, como sen<strong>do</strong> o<br />

núcleo patrimonial da prestação <strong>de</strong> serviços e <strong>do</strong> atendimento<br />

satisfatório aos clientes, em consonância com a Política SERPRO<br />

<strong>de</strong> Segurança <strong>do</strong> Negócio e com a Política SERPRO <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong><br />

Intelectual.<br />

A Política e as Práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e<br />

Aprendizagem Organizacional <strong>do</strong> SERPRO (GCO) foram aprovadas através<br />

da Resolução n. 10 <strong>de</strong> 01/08/2000 e estão disponíveis, na íntegra, para to<strong>do</strong>s<br />

os emprega<strong>do</strong>s, no Sistema <strong>de</strong> Informações Normativas e Organizacionais -<br />

SINOR e também na INTRANET no site GCO, administra<strong>do</strong> pela<br />

coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> processo.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> pelo cumprimento da Política SERPRO <strong>de</strong><br />

GCO e da organização das informações inerentes ao processo para subsidiar<br />

as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> Diretoria é da Coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Processo <strong>de</strong> GCO. To<strong>do</strong>s os<br />

titulares das Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO são responsáveis pela divulgação,<br />

cumprimento da Política SERPRO <strong>de</strong> GCO, formalização das normas e<br />

procedimentos em sua Unida<strong>de</strong>, indican<strong>do</strong> representantes no Comitê<br />

Permanente <strong>de</strong> Representantes GCO.<br />

O Comitê Permanente <strong>de</strong> Representantes GCO foi instituí<strong>do</strong> e<br />

seus membros <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s através da Decisão Setorial-DIRET n.º 74 <strong>de</strong> 22/<br />

09/2000, ten<strong>do</strong> uma coor<strong>de</strong>nação (titular <strong>do</strong> processo GCO na UC) e 26<br />

representantes, to<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SERPRO.<br />

A implementação da Política e <strong>do</strong> Processo SERPRO <strong>de</strong> GCO<br />

prevê a <strong>de</strong>finição e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma solução <strong>de</strong> TI aplicada à GCO<br />

que contemple, pelo menos, os seguintes itens:


a) portal Corporativo SERPRO;<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

b) base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos (incluin<strong>do</strong> CRM e GED);<br />

c) ambiente <strong>de</strong> colaboração (CHAT, FÓRUNS, Workflow, EAD, etc);<br />

d) integração <strong>do</strong>s sistemas internos (corporativos e setoriais);<br />

e) integração das aplicações <strong>de</strong> escritórios (ex.: Office);<br />

f) sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acesso;<br />

g) ferramenta <strong>de</strong> pesquisa;<br />

h) solução como foco auto-sustentável<br />

3.3.1 Gestores e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

A figura, a seguir, apresenta uma visão geral <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s para implementação e monitoramento da Política e <strong>do</strong> Processo<br />

SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional.<br />

Fonte: Política e Processo SERPRO <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e da Aprendizagem Organizacional – MAR/2000<br />

205


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

206<br />

3.3.2 Estrutura estratégica da GCO no SERPRO<br />

A Estrutura Estratégica da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

Organizacional no SERPRO consi<strong>de</strong>ra os elementos que compõem seu<br />

escopo <strong>de</strong> execução, isto é Árvore <strong>de</strong> Conhecimentos <strong>do</strong> SERPRO,<br />

Gestores, Representantes <strong>de</strong> GCO, Ambiente Pessoas, <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />

Figura 2: Estrutura Estratégica da GCO no SERPRO<br />

O conceito <strong>de</strong> árvore <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> baseia-se nos conceitos <strong>de</strong><br />

LÉVY (1995, p. 175; 176; 184; 187) para o qual, “as árvores <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

tornam visíveis, para to<strong>do</strong>s, uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> competências, seus valores,<br />

suas posições respectivas e os meios <strong>de</strong> adquiri-las (formações, trocas livres <strong>de</strong><br />

saber, etc) . Por colocar em relação a oferta e a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> competência e <strong>de</strong><br />

formação, é um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>senclausuramento e <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

atores a quem o saber concerne. O i<strong>de</strong>al das árvores <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> nada<br />

mais é que estabelecer a <strong>de</strong>mocracia no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> re<strong>conhecimento</strong>, da<br />

avaliação e da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong>s saberes.”<br />

A Árvore <strong>de</strong> Conhecimentos <strong>do</strong> SERPRO é a estrutura por meio<br />

da qual são registra<strong>do</strong>s Temas Empresariais; Ramos <strong>de</strong> Conhecimentos e


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Assuntos a estes relaciona<strong>do</strong>s, necessários à execução <strong>do</strong>s processos<br />

organizacionais, à construção <strong>do</strong>s produtos e à prestação <strong>do</strong>s serviços <strong>do</strong><br />

SERPRO. Foi <strong>de</strong>senvolvida com base na concepção <strong>do</strong> software Gingo, da<br />

empresa francesa Socièté Trivium, representada no Brasil pela DDIC, que a<br />

partir <strong>de</strong> uma estrutura em árvore permite a representação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

setoriais e da empresa como um to<strong>do</strong>.<br />

A estruturação da Árvore <strong>de</strong> Conhecimentos <strong>do</strong> SERPRO é utilizada<br />

para registro e administração das informações e está organizada em quatro<br />

níveis: Macro- Processo, Tema Empresarial, Ramo <strong>de</strong> Conhecimento e<br />

Assunto.<br />

Figura 3: Hierarquia para a Arvore <strong>de</strong> Conhecimentos <strong>do</strong> SERPRO<br />

Macro Processo – é o maior nível <strong>de</strong> processo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma organização.<br />

No SERPRO correspon<strong>de</strong> aos processos <strong>de</strong> Direção, Negócio e <strong>de</strong><br />

Infra-estrutura.<br />

Tema Empresarial – é a unida<strong>de</strong> para classificação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

utiliza<strong>do</strong>s pelo SERPRO, com vistas ao melhor aproveitamento e a<br />

recuperação das informações, <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> saber gera<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s pela<br />

Empresa. Inclui processos organizacionais, produtos e serviços.<br />

207


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Ramo <strong>de</strong> Conhecimento – representa os níveis <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<br />

a partir <strong>de</strong> cada Tema Empresarial, estrutura<strong>do</strong>s em consonância com<br />

os processos, produtos e serviços da Empresa.<br />

Assunto – representa os níveis <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong><br />

cada Ramo <strong>de</strong> Conhecimento, estrutura<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> cada área <strong>de</strong> atuação e ramo associa<strong>do</strong>. É o elemento básico, em<br />

to<strong>do</strong>s os temas, <strong>de</strong> qualquer nível <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, passível <strong>de</strong> aprendizagem.<br />

O Quadro abaixo apresenta os Macro-Processos e seus respectivos<br />

Temas Empresariais :<br />

O Processo <strong>de</strong> GCO é um <strong>do</strong>s processos vincula<strong>do</strong>s ao Tema<br />

Empresarial Orientação e Controle Empresarial, composto <strong>do</strong>s seguintes<br />

ramos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>: Conhecimento e Aprendizagem Organizacional; Desempenho<br />

Corporativo; Gestão <strong>de</strong> Pessoas; Logística, Organização e Estrutura;<br />

Qualida<strong>de</strong> Empresarial; Relacionamento com os Clientes; Relacionamento<br />

com os Fornece<strong>do</strong>res; Segurança <strong>do</strong> Negócio e Tecnologia da Informação.<br />

208


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Os Produtos e Serviços se vinculam aos processos organizacionais<br />

e se apresentam como Assuntos na estrutura da Árvore. Os <strong>conhecimento</strong>s<br />

sobre os produtos e serviços mapea<strong>do</strong>s são armazena<strong>do</strong>s na Base SERPRO<br />

<strong>de</strong> Conhecimento.<br />

Os Talentos associa<strong>do</strong>s à Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos<br />

representam as competências das pessoas da Empresa vinculadas aos ramos e<br />

assuntos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o nível <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> individual (Conhece, Aplica,<br />

Domina).<br />

O Conhecimento Sistematiza<strong>do</strong> são os conteú<strong>do</strong>s mapea<strong>do</strong>s e<br />

organiza<strong>do</strong>s hierarquicamente, possibilitan<strong>do</strong> a pesquisa e a recuperação <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> forma ágil e eficaz.<br />

Outro elemento da Estrutura Estratégica da GCO são os Gestores,<br />

titulares <strong>do</strong>s órgãos responsáveis pela efetivida<strong>de</strong> da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

organizacional <strong>do</strong> SERPRO. Esta <strong>gestão</strong> contempla: a Gestão da Política<br />

SERPRO <strong>de</strong> GCO, a Gestão <strong>de</strong> Conteú<strong>do</strong>, a Gestão <strong>de</strong> Talentos, a Gestão<br />

da Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos, a Gestão <strong>do</strong> Ferramental <strong>de</strong> TI<br />

aplica<strong>do</strong> à GCO e a Gestão <strong>do</strong>s Resulta<strong>do</strong>s.<br />

Os Representantes GCO constituem-se no terceiro elemento da<br />

Estrutura Estratégica <strong>do</strong> GCO. São responsáveis pelo processo <strong>de</strong> implantação<br />

da Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento <strong>do</strong> SERPRO e apresentam-se como<br />

agente motiva<strong>do</strong>r e integra<strong>do</strong>r <strong>de</strong> esforços junto à li<strong>de</strong>ranças e ao corpo<br />

funcional, representan<strong>do</strong> o titular da sua UG.<br />

O Ambiente <strong>de</strong> Pessoas é o contexto on<strong>de</strong> ocorrem as experiências<br />

pessoais (indivíduos); as interações entre as pessoas e os times (emprega<strong>do</strong>s e<br />

equipes <strong>do</strong> SERPRO); as interações com clientes – em especial e das interações<br />

com parceiros e fornece<strong>do</strong>res; e o uso das ferramentas <strong>de</strong> TI pelo corpo<br />

funcional e gerencial para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s na Empresa.<br />

3.3.3 Práticas <strong>de</strong> GCO no SERPRO<br />

Das práticas corporativas <strong>de</strong> GCO em implantação no SERPRO,<br />

algumas estão diretamente relacionadas com a Disseminação Seletiva <strong>de</strong> Informações,<br />

especialmente Mapeamento e Gestão <strong>de</strong> Competências,<br />

209


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Mapeamento <strong>do</strong>s Conhecimentos Organizacionais, Comunida<strong>de</strong>s SERPRO<br />

<strong>de</strong> Conhecimento e Suporte da Tecnologia da Informação.<br />

Mapeamento e <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> competências é a <strong>de</strong>finição das áreas <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> e das habilida<strong>de</strong>s necessárias à execução <strong>de</strong> processos, construção<br />

<strong>de</strong> produtos, prestação <strong>de</strong> serviços e relacionamento com os clientes, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a estratégia empresarial; <strong>de</strong>finição e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> perfis<br />

profissionais; construção e <strong>gestão</strong> da Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos.<br />

Essa prática facilita a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> talentos, a administração das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

capacitação <strong>de</strong> pessoas e o mapeamento <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s organizacionais.<br />

Está apoiada no Sistema Perfil, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo SERPRO.<br />

Mapeamento <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s organizacionais é a sistemática<br />

para a captura, análise, <strong>de</strong>scrição, armazenamento e disseminação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

inerentes à execução <strong>de</strong> processos, construção <strong>de</strong> produtos, prestação<br />

<strong>de</strong> serviços e relacionamento com os clientes, além da <strong>gestão</strong> <strong>de</strong>sses<br />

conteú<strong>do</strong>s. Essa prática está diretamente relacionada com a preservação <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> estratégico aos negócios da empresa e será viabilizada através<br />

da Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos no Portal Corporativo SERPRO.<br />

Comunida<strong>de</strong>s SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento é a prática <strong>de</strong>dicada à<br />

reunião, freqüente sem estrutura formal, <strong>de</strong> pessoas que tem interesses comuns,<br />

em termos <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s que criam, utilizam e renovam. Essa<br />

prática fortalece a realização da estratégia empresarial e permite a geração <strong>de</strong><br />

idéias e projetos inova<strong>do</strong>res, propician<strong>do</strong> o aperfeiçoamento <strong>de</strong> processos e<br />

das competências pessoais <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s. É intensiva em compartilhamento<br />

e intercâmbio <strong>de</strong> idéias, informações e experiências. O processo organizacional<br />

<strong>do</strong> SERPRO que <strong>de</strong>u inicio a essa prática foi o <strong>de</strong> Gestão Financeira e outros<br />

já foram realiza<strong>do</strong>s sobre Atendimento, Re<strong>de</strong>s e Comércio Exterior. A literatura<br />

<strong>de</strong>nomina essa iniciativa como “Comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Prática.”<br />

Suporte da Tecnologia da Informação para apoiar a implantação<br />

<strong>do</strong> Processo GCO, foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> o Portal Corporativo SERPRO, no<br />

ambiente Intranet, que integrará em janela única, as ferramentas que constituem<br />

a Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos, o acesso aos Sistemas Internos e<br />

Aplicações <strong>de</strong> Escritório, os ambientes <strong>de</strong> Ensino a Distância, bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

e serviços <strong>do</strong>s Centros <strong>de</strong> Documentação e Informação – CDISERPRO,<br />

Comunicação Empresarial, além das ferramentas <strong>de</strong> busca, recuperação e<br />

contribuição <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

210


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Com a a<strong>do</strong>ção da Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional que intensifica o compartilhamento <strong>de</strong> idéias, informações e<br />

experiências, o SERPRO espera alguns resulta<strong>do</strong>s: criar facilida<strong>de</strong>s para o<br />

auto-<strong>de</strong>senvolvimento das pessoas; aumentar as competências <strong>de</strong> seus profissionais<br />

e, consequentemente, a capacida<strong>de</strong> das pessoas da empresa <strong>de</strong> realizar<br />

negócios e <strong>de</strong> serem competitivas; melhorar a utilização das competências<br />

institucionais; suporte à i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> valor <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e da inteligência<br />

aplicada a produtos e serviços; compartilhar e reutilizar idéias e experiências;<br />

otimizar processos e uso <strong>de</strong> recursos, além <strong>de</strong> preservar e aumentar<br />

o capital intelectual.<br />

Também <strong>de</strong> vital importância são a captação, o registro, a organização<br />

e a disseminação <strong>de</strong> maneira seletiva e eficaz <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s <strong>do</strong><br />

SERPRO, como também os <strong>de</strong> seu interesse, produzi<strong>do</strong>s e disponíveis em<br />

bases externas. Primeiro, porque possibilita uma visão clara <strong>de</strong> on<strong>de</strong> está<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> e quais pessoas o <strong>de</strong>tém. Segun<strong>do</strong>, porque possibilita<br />

suprir eventuais lacunas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s ou segmentos que possibilitarão<br />

melhorar a competência das equipes <strong>do</strong> SERPRO, consequentemente a<br />

qualida<strong>de</strong> e a segurança <strong>do</strong>s serviços ofereci<strong>do</strong>s aos clientes e à socieda<strong>de</strong>.<br />

4. Meto<strong>do</strong>logia para implantação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> Disseminação Seletiva <strong>de</strong><br />

Informações – DSI no SERPRO<br />

4.1 Consi<strong>de</strong>rações iniciais<br />

A Meto<strong>do</strong>logia proposta visa sistematizar a implantação e a<br />

manutenção <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> alerta, para divulgação <strong>de</strong> informações, <strong>de</strong><br />

maneira seletiva e eficaz, aos emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SERPRO.<br />

A meto<strong>do</strong>logia tem por premissa: “A informação certa, na hora certa,<br />

para a pessoa certa”. Está alinhada ao Processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e<br />

Aprendizagem Organizacional, utilizan<strong>do</strong>-se da infra-estrutura tecnológica<br />

<strong>do</strong> Portal Corporativo SERPRO. Deste mo<strong>do</strong>, tem como foco a disseminação<br />

<strong>de</strong> informações voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimento das competências individuais<br />

e institucionais necessárias ao funcionamento da Empresa e não a simples<br />

oferta <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> forma aleatória e individual.<br />

211


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Espera-se também, minimizar o volume <strong>de</strong> informações recebidas<br />

<strong>de</strong> forma assistemática e garantir o acesso aos usuários, <strong>de</strong> informações úteis<br />

à execução <strong>do</strong>s processos e ativida<strong>de</strong>s, à construção <strong>do</strong>s produtos, à prestação<br />

<strong>do</strong>s serviços e ao relacionamento com os Clientes.<br />

A Meto<strong>do</strong>logia baseia-se em <strong>do</strong>is pilares: a literatura estudada sobre<br />

Disseminação Seletiva da Informação e o Processo Corporativo Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento e da Aprendizagem Organizacional <strong>do</strong> SERPRO.<br />

Para melhor visualização, <strong>de</strong>senhou-se um funcionograma <strong>do</strong><br />

serviço <strong>de</strong> DSI (cf: Anexo 02), cujos componentes serão <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s na <strong>de</strong>scrição<br />

da meto<strong>do</strong>logia a seguir.<br />

4.2 A Meto<strong>do</strong>logia<br />

A Meto<strong>do</strong>logia para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> disseminação<br />

seletiva <strong>de</strong> informação para o SERPRO <strong>de</strong>ve seguir as seguintes fases:<br />

planejamento, <strong>de</strong>senvolvimento e implantação, controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e avaliação.<br />

212<br />

4.2.1 Planejamento<br />

O planejamento <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI <strong>de</strong>ve orientar-se pelos processos<br />

organizacionais estabeleci<strong>do</strong>s na Política <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento –<br />

(quadro 1, atrás). A Política <strong>de</strong> GCO utiliza os Processos <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Gestão<br />

da Organização como fator estruturante <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s, habilida<strong>de</strong>s<br />

e atitu<strong>de</strong>s necessárias ao funcionamento da Empresa, à realização <strong>de</strong> seus<br />

negócios e <strong>de</strong> sua estratégia empresarial, bem como ao relacionamento com<br />

seus Clientes, Parceiros e Fornece<strong>do</strong>res.<br />

A importância da análise <strong>do</strong>s processos justifica-se pela possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s usuários <strong>do</strong> DSI atuantes em cada processo<br />

organizacional, o que conduz a i<strong>de</strong>ntificação das competências institucionais<br />

e individuais requeridas e necessárias; ao <strong>conhecimento</strong> requeri<strong>do</strong> e/ou produzi<strong>do</strong><br />

no âmbito <strong>do</strong> processo para a criação <strong>de</strong>ssas competências e, por fim,<br />

as informações a serem disseminadas, necessárias à geração <strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s<br />

e à tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

A <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI será centralizada na Se<strong>de</strong> da empresa,<br />

operacionalizada pela Divisão da Documentação e Informação – GPCDI, e o


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

serviço aten<strong>de</strong>rá a to<strong>do</strong>s os processos organizacionais atingin<strong>do</strong> o corpo<br />

diretivo, gerencial e técnico envolvi<strong>do</strong>s no processo tanto na Se<strong>de</strong> quanto nas<br />

extensões Regionais.<br />

As etapas <strong>do</strong> planejamento constituem-se em: (A) análise <strong>do</strong> processo<br />

organizacional; (B) i<strong>de</strong>ntificação e estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> usuários; (C) estu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

fontes produtoras <strong>de</strong> informação; (D) conscientização.<br />

Para exemplificar a etapa <strong>do</strong> planejamento, escolhemos para análise<br />

o Processo Corporativo Segurança <strong>do</strong> Negócio. Sen<strong>do</strong> a natureza <strong>do</strong> negócio<br />

da Empresa a Informação, todas as ações <strong>de</strong> segurança, em especial, as<br />

que envolvem a proteção a<strong>de</strong>quada das informações e recursos, e, as <strong>de</strong> preservação<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, tornam-se vitais tanto para a credibilida<strong>de</strong> da<br />

Empresa junto aos seus Clientes e a Socieda<strong>de</strong> como para a continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

seu negócio.<br />

a) Análise <strong>do</strong> Processo Corporativo Segurança <strong>do</strong> Negócio<br />

O Processo Segurança <strong>do</strong> Negócio é um <strong>do</strong>s processos corporativos<br />

constantes da estrutura <strong>de</strong> funcionamento da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Processos<br />

Corporativos – UC, cujas políticas e diretrizes estão <strong>de</strong>finidas no programa<br />

<strong>de</strong>scrito a seguir:<br />

O Programa <strong>de</strong> Segurança Serpro – PSS foi instituí<strong>do</strong> em 1998 e<br />

tem seu cumprimento controla<strong>do</strong> pela UC. As Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão (UG) são<br />

responsáveis pela segurança na sua área <strong>de</strong> atuação, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> seguir as<br />

<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> segurança. Cada UG <strong>de</strong>ve administrar o Programa <strong>de</strong> forma<br />

a permitir proteção a<strong>de</strong>quada das informações e recursos envolvi<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

adaptá-lo às suas necessida<strong>de</strong>s específicas.<br />

O PSS abrange os seguintes segmentos: físico, lógico, pessoas, comunicações<br />

e computação pessoal. Esses segmentos não são necessariamente<br />

isola<strong>do</strong>s. Existem regiões <strong>de</strong> sobreposição, que servem para reforçar a segurança.<br />

O segmento Pessoas é o responsável pelas ações <strong>de</strong> preservação <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>,<br />

entre outras ações <strong>de</strong>stinadas a prevenir aci<strong>de</strong>ntes, garantir a saú<strong>de</strong> e<br />

segurança <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s no trabalho, reduzir os erros, frau<strong>de</strong>s e mau uso<br />

<strong>de</strong> recursos.<br />

Com a implantação <strong>do</strong> PSS alcança-se entre outros benefícios a<br />

minimização <strong>do</strong>s riscos para o negócio; a criação <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> segurança<br />

213


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

compreensível <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s das diversas entida<strong>de</strong>s<br />

envolvidas, maximização <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> recursos disponíveis e sistematização das<br />

ações <strong>de</strong> segurança na Empresa.<br />

A Política <strong>de</strong> Segurança é um <strong>do</strong>s principais componentes <strong>do</strong> PSS e<br />

tem como objetivo orientar na <strong>de</strong>finição e a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> normas e procedimentos<br />

em cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, para reduzir riscos e garantir a integrida<strong>de</strong>,<br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong> das informações, sistemas <strong>de</strong> informação<br />

e recursos. O Serpro <strong>de</strong>ve permanentemente:<br />

214<br />

- Garantir a utilida<strong>de</strong>, disponibilida<strong>de</strong>, integrida<strong>de</strong> e privacida<strong>de</strong><br />

das informações;<br />

- Tratar a informação como um patrimônio, protegen<strong>do</strong>-a <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com sua classificação;<br />

- Tratar a inviolabilida<strong>de</strong> das informações sob a sua guarda;<br />

- Orientar seus Clientes e Emprega<strong>do</strong>s sobre as medidas <strong>de</strong> segurança<br />

a serem a<strong>do</strong>tadas para as informações e recursos;<br />

- Assegurar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação <strong>do</strong>s sistemas e recursos<br />

que suportam as funções críticas para o negócio.<br />

A Política <strong>de</strong> Segurança <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra-se através <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminações a<br />

serem cumpridas pelas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão referentes aos seguintes tópicos:<br />

Sistemas, Gran<strong>de</strong> Porte, Serviços Corporativos, Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicações<br />

SERPRO, Re<strong>de</strong> Local, Internet, Intranet, Controle <strong>de</strong> Acesso Lógico, Correio<br />

Eletrônico, Computação Pessoal, Classificação da Informação, Instalações<br />

Físicas, Pessoas e Integração <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s.<br />

O Comitê <strong>de</strong> Segurança é outro componente fundamental <strong>do</strong> PSS.<br />

Ele é constituí<strong>do</strong> por representantes <strong>de</strong> cada UG que <strong>de</strong>vem concentrar as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> segurança e facilitar a disseminação das medidas <strong>de</strong> proteção<br />

na sua unida<strong>de</strong> e respectivos Clientes.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A figura abaixo representa a arquitetura <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Segurança<br />

SERPRO.<br />

Figura 4 : Arquitetura <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Segurança no SERPRO<br />

b) I<strong>de</strong>ntificação e Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Usuários<br />

A i<strong>de</strong>ntificação e o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s usuários realiza<strong>do</strong> nesta fase <strong>de</strong><br />

planejamento, possibilitará o levantamento <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> interesses na etapa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e implantação <strong>do</strong> serviço.<br />

Como dito anteriormente, a análise <strong>do</strong> processo Segurança <strong>do</strong><br />

Negócio possibilitou a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s futuros usuários <strong>do</strong> DSI, e ocorreu<br />

através <strong>de</strong> contato formal com o titular <strong>do</strong> processo corporativo Segurança<br />

<strong>do</strong> Negócio, utilizan<strong>do</strong> formulário padroniza<strong>do</strong> “Perfil <strong>de</strong> Usuário <strong>de</strong> DSI”<br />

(anexo 1) aplica<strong>do</strong> como roteiro <strong>de</strong> entrevista estruturada. Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />

além <strong>do</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo, seis Diretores, 19 Superinten<strong>de</strong>ntes, 32<br />

integrantes <strong>do</strong> Comitê <strong>de</strong> Segurança, membros <strong>do</strong>s Grupos <strong>de</strong> Segurança nas<br />

215


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão: Superintendência <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> – SUPRE, Superintendência<br />

<strong>de</strong> Atendimento a Clientes – SUPAC e Superintendência <strong>de</strong> Administração<br />

Tributária – SUNAT, e membros <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Segurança e <strong>de</strong> Contingência<br />

da Regional São Paulo.<br />

Dan<strong>do</strong> seguimento à i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s usuários é importante o<br />

<strong>conhecimento</strong> prévio <strong>do</strong>s hábitos <strong>de</strong> uso da informação na empresa e/ou por<br />

processo, que po<strong>de</strong> ser obti<strong>do</strong> através <strong>de</strong> observação ou <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

usuários. No SERPRO, po<strong>de</strong>mos afirmar que além da freqüência regular aos<br />

Centros <strong>de</strong> Documentação e Informação-CDIs, da Se<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s Órgãos<br />

Regionais, para obtenção <strong>de</strong> empréstimo e consulta local ao acervo, utilizamse<br />

<strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> informação disponibiliza<strong>do</strong>s na INTRANET, utilizam-se<br />

<strong>do</strong> correio eletrônico para comunicação, solicitação e troca <strong>de</strong> informações, e<br />

usam a Internet para complementar suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação<br />

externamente.<br />

216<br />

c) Estu<strong>do</strong> das Fontes Produtoras <strong>de</strong> Informação<br />

Da mesma forma, o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> processo possibilita a i<strong>de</strong>ntificação<br />

tanto das pessoas produtoras <strong>de</strong> informação quanto das bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s internas<br />

e externas, sites da Internet e outros serviços <strong>de</strong> DSI disponíveis no merca<strong>do</strong>.<br />

No processo Segurança <strong>do</strong> Negócio foram i<strong>de</strong>ntificadas, inicialmente, como<br />

fontes produtoras <strong>de</strong> informação no âmbito interno: a Diretoria, a Unida<strong>de</strong><br />

Corporativa – UC, os integrantes <strong>do</strong> Comitê <strong>de</strong> Segurança e os seguintes<br />

sistemas multidisciplinares :<br />

- O Sistema PERFIL: disponibiliza bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s com informações<br />

cadastrais e curricular <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, os <strong>conhecimento</strong>s<br />

que possuem, por níveis(conhece, aplica, <strong>do</strong>mina) e os que precisam<br />

conhecer para <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s, além da Árvore<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos com os ramos e assuntos relaciona<strong>do</strong>s.<br />

- O Sistema <strong>de</strong> Informações Bibliográficas – SINBIS: disponibiliza<br />

para consulta, a nível referencial, o acervo <strong>de</strong> livros, periódicos,<br />

material <strong>de</strong> treinamento, multimeios, artigos <strong>de</strong> periódicos, entre<br />

outros, <strong>do</strong>s Centros <strong>de</strong> Documentação e Informação –CDIs<br />

<strong>do</strong> SERPRO.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

- O Sistema <strong>de</strong> Informações Normativas e Organizacionais –<br />

SINOR: disponibiliza, na íntegra, os <strong>do</strong>cumentos normativos<br />

(resolução, <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> diretoria, <strong>de</strong>cisão setorial, normas<br />

organizacionais) e informações extraídas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos<br />

organizacionais (<strong>de</strong>signação, <strong>de</strong>stituição, <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> atribuições<br />

e competências).<br />

A i<strong>de</strong>ntificação das fontes produtoras externas está intimamente<br />

relacionada a cada processo organizacional. Somente a partir da análise <strong>do</strong><br />

processo, da i<strong>de</strong>ntificação das competências requeridas, <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s<br />

necessários, será possível a i<strong>de</strong>ntificação e seleção das fontes <strong>de</strong> informação.<br />

d) Conscientização<br />

Sensibilizar as pessoas e times para a importância <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

como fonte inesgotável <strong>de</strong> atualização e compartilhamento, subsidian<strong>do</strong> a<br />

aprendizagem organizacional.<br />

A conscientização <strong>de</strong>ve ser feita, junto a cada futuro usuário, tanto<br />

no momento <strong>de</strong> levantar o seu perfil, quanto através <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong><br />

divulgação <strong>do</strong> novo serviço, utilizan<strong>do</strong> os meios <strong>de</strong> comunicação disponíveis.<br />

4.2.2 Desenvolvimento e Implantação<br />

A etapa <strong>de</strong> Desenvolvimento e Implantação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI prevê<br />

a utilização <strong>de</strong> ferramentas já existentes, como também o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma solução que viabilize a operação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> forma integrada com<br />

os catálogos disponíveis através <strong>do</strong> Portal Corporativo SERPRO.<br />

a) Ferramentas meto<strong>do</strong>lógicas<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI se apoiará em quatro<br />

ferramentas meto<strong>do</strong>lógicas, já disponíveis na Empresa: O Sistema Perfil e a<br />

Àrvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento, a Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento e o<br />

Portal Corporativo SERPRO.<br />

O Sistema Perfil constitui-se em sistema <strong>de</strong> auxílio à <strong>gestão</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> para o registro <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> informações, relativas às<br />

competências institucionais e individuais. Suas bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s contém os da<strong>do</strong>s<br />

217


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

cadastrais e curricular <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, permite mapear quais assuntos as<br />

pessoas <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada área da empresa <strong>de</strong>veriam conhecer para exercer<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais eficiente o seu trabalho e quais assuntos estas pessoas realmente<br />

conhecem, possibilitan<strong>do</strong> a elaboração <strong>do</strong>s Perfis <strong>de</strong> Usuários <strong>de</strong> DSI,<br />

necessários ao funcionamento <strong>do</strong> novo serviço.<br />

A Árvore Serpro <strong>de</strong> Conhecimentos é um <strong>do</strong>s módulos <strong>do</strong> Sistema<br />

Perfil. É a estrutura por meio da qual são registra<strong>do</strong>s os ramos <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>s e os assuntos a eles associa<strong>do</strong>s, necessários à execução <strong>do</strong>s<br />

processos organizacionais, à construção <strong>do</strong>s produtos e à prestação <strong>do</strong>s serviços<br />

<strong>do</strong> SERPRO. A árvore possibilitará, ao serviço <strong>de</strong> DSI, i<strong>de</strong>ntificar assuntos<br />

comuns e necessários aos emprega<strong>do</strong>s, agrupan<strong>do</strong>-os em comunida<strong>de</strong>s para a<br />

disseminação <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> maneira seletiva e eficaz.<br />

A Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos é o repositório <strong>do</strong>s<br />

<strong>conhecimento</strong>s organizacionais. Nele, estão armazena<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s e<br />

informações relativas à execução <strong>do</strong>s processos e ativida<strong>de</strong>s, à construção<br />

<strong>do</strong>s produtos, à prestação <strong>do</strong>s serviços e ao relacionamento com os clientes.<br />

É a principal fonte interna <strong>de</strong> informação para a implantação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong><br />

DSI. Será constituída a partir das contribuições <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s da empresa,<br />

registradas em diversos tipos <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos como: artigos, resumos, atas,<br />

relatórios, rotinas, procedimentos, etc a serem submeti<strong>do</strong>s para avaliação e<br />

aprovação pelos Gestores <strong>de</strong> Conteú<strong>do</strong>s para inserção. A Base SERPRO <strong>de</strong><br />

Conhecimentos está estruturada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os níveis da Árvore (Macro<br />

Processo, Temas Empresariais, Ramos <strong>de</strong> Conhecimentos e Assuntos).<br />

A Gestão da Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimento é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

da Divisão da Documentação e Informação - GPCDI, com as atribuições;:<br />

cadastrar os gestores <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s; comunida<strong>de</strong>s, notícias institucionais,<br />

gerenciar a Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos e a Árvore SEPRO <strong>de</strong><br />

Conhecimentos, analisar as contribuições e classificar os <strong>do</strong>cumentos, quan<strong>do</strong><br />

não <strong>de</strong>scritos pelo emprega<strong>do</strong> no Formulário <strong>de</strong> Contribuição.<br />

O Portal Corporativo SERPRO é uma solução <strong>de</strong> TI (Tecnologia da<br />

Informação) para suporte à Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e da Aprendizagem<br />

Organizacional. Nele os emprega<strong>do</strong>s tem acesso integra<strong>do</strong> aos fluxos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s,<br />

informações, idéias e experiências, relacionadas ao <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s,<br />

à realização <strong>do</strong>s negócios e da estratégia empresarial <strong>do</strong> SERPRO. O objetivo é<br />

incentivar e facilitar a colaboração entre pessoas, os times e o compartilhamento<br />

<strong>de</strong> informação, idéias e experiências, <strong>de</strong> forma a contribuir para a reconstrução,<br />

218


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

aplicação e preservação <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s, e também para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das competências.. Contempla o acesso aos sistemas internos, a bases<br />

CDISERPRO; a Base SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos e suas ferramentas: Árvore<br />

Serpro <strong>de</strong> Conhecimentos, Contribuição <strong>de</strong> Conteú<strong>do</strong>s, Pesquisa, Comunida<strong>de</strong>s<br />

e Comunicação Empresarial; o Sistema PERFIL, ferramentas <strong>de</strong> Fórum e Chat.<br />

O gestor geral <strong>do</strong> Portal Corporativo SERPRO é o titular <strong>do</strong> Processo<br />

Corporativo Conhecimento e Aprendizagem Organizacional..<br />

O Portal é um instrumento para o acesso, a pesquisa e a recuperação das<br />

informações essenciais para a implantação e funcionamento <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI.<br />

b) Soluções <strong>de</strong> TI<br />

Para integração das ferramentas existentes e funcionamento <strong>do</strong><br />

serviço <strong>de</strong> DSI, será necessário o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções específicas,<br />

que <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>finidas e <strong>de</strong>talhadas em um projeto <strong>de</strong> implantação. Estu<strong>do</strong>s<br />

preliminares indicam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das seguintes soluções:<br />

a) DSI Banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s insumos - contempla os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Perfis <strong>de</strong><br />

Usuários;<br />

b) DSI Motor <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s - gera as comunida<strong>de</strong>s e aloca as<br />

pessoas;<br />

c) DSI Tempo <strong>de</strong> execução - instala<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os locais on<strong>de</strong> são<br />

geradas as informações que alimentarão o serviço <strong>de</strong> DSI e enviará<br />

as comunicações, sobre os assuntos <strong>de</strong> interesse, aos usuários.<br />

As soluções propostas <strong>de</strong>vem se integrar conforme o mo<strong>de</strong>lo<br />

conceitual <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI, apresenta<strong>do</strong> no Anexo 02.<br />

c) Levantamento <strong>de</strong> Perfis <strong>de</strong> Interesses<br />

O formulário “Perfil <strong>de</strong> Usuário <strong>de</strong> DSI” (anexo 01), é uma<br />

proposta meto<strong>do</strong>lógica para o levantamento <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> interesses <strong>do</strong>s<br />

usuários, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser aplica<strong>do</strong> pessoalmente ou através <strong>de</strong> envio eletrônico.<br />

O Formulário é composto <strong>do</strong>s seguintes itens:<br />

a) I<strong>de</strong>ntificação, que tem por objetivo i<strong>de</strong>ntificar e localizar o usuário<br />

na empresa, com o preenchimento <strong>do</strong>s seguintes da<strong>do</strong>s: nome,<br />

matrícula, lotação cargo, en<strong>de</strong>reço, e-mail, formação, idiomas para<br />

leitura. Estas informações po<strong>de</strong>m ser extraídas <strong>do</strong> Sistema Perfil.<br />

219


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

220<br />

b) Temas <strong>de</strong> interesse, que tem por objetivo <strong>de</strong>screver os ramos <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>s e assuntos necessários ao <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

competências e ativida<strong>de</strong>s. Está subdividi<strong>do</strong> em temas já cadastra<strong>do</strong>s<br />

na Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos e outros temas<br />

não cadastra<strong>do</strong>s, passíveis <strong>de</strong> inclusão, que servirão para a pesquisa<br />

em outras bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s internas e externas.<br />

c) Principais fontes produtoras, que tem por objetivo i<strong>de</strong>ntificar as<br />

diversas fontes produtoras <strong>de</strong> informação que servirão <strong>de</strong> referência<br />

para a pesquisa e alimentação das informações necessárias<br />

a uma Comunida<strong>de</strong> ou usuário, tais como: sistemas internos,<br />

publicações, instituições, sites na Internet e pessoas.<br />

d) Informações adicionais, que possibilita ao usuário acrescentar<br />

outras informações não incluídas no formulário.<br />

e) Data <strong>de</strong> preenchimento, que objetiva i<strong>de</strong>ntificar a data <strong>de</strong> preenchimento<br />

para efeito <strong>de</strong> atualização <strong>do</strong> perfil.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A título <strong>de</strong> exemplo, o Levantamento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse <strong>do</strong><br />

coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Processo Segurança <strong>do</strong> Negócio, realiza<strong>do</strong> através <strong>de</strong><br />

entrevista, é apresenta<strong>do</strong> abaixo:<br />

IDENTIFICAÇÃO<br />

PERFIL DE USUÁRIO DE DSI<br />

NOME: MARCOS ALLEMAND LOPES<br />

MATRÍCULA: 1201468-0<br />

LOTAÇÃO: UNIDADE CORPORATIVA – UC<br />

CARGO: ANALISTA - REDE DE COMPUTADORES<br />

ENDEREÇO: ED. SEDE , 3º ANDAR, ALA C<br />

E-MAIL: Marcos.Allemand.@serpro.gov.br NOTES:_MARCOS _ALLEMAND<br />

FORMAÇÃO: ENGENHARIA ELÉTRICA<br />

IDIOMAS PARA LEITURA: INGLÊS, ALEMÃO E ESPANHOL.<br />

TEMAS DE INTERESSE: DESCREVER O(S) RAMO(S)/ASSUNTO(S) DA ÁRVORE SERPRO DE<br />

CONHECIMENTO:<br />

- GESTÃO DE SEGURANÇA<br />

- CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE SEGURANÇA<br />

- CONTINUIDADE DOS NEGÓCIOS<br />

- GERENCIAMENTO DE RISCOS<br />

- CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO<br />

- DETEÇÃO DE INTRUSÃO E RESPOSTA A ATAQUES<br />

- CRIPTOGRAFIA<br />

- SEGURANÇA NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS<br />

OUTROS TEMAS NÃO INCLUÍDOS NA ÁRVORE:<br />

- CRIMES POR COMPUTADOR<br />

PRINCIPAIS FONTES PRODUTORAS DE INFORMAÇÃO<br />

SISTEMAS INTERNOS:<br />

-INFORMAÇÕES DE ACESSO LIVRE, TAIS COMO: SINOR E SINBIS<br />

-INFORMAÇÕES RESTRITAS, TAIS COMO: SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INTRUSÃO(IDS);<br />

FIREWAL;SISTEMAS DE CONTROLE ACESSO LÓGICO;SISTEMA PARA REGISTRO DE PLANOS DE<br />

CONTINGÊNCIA; INFRAESTRUTURA DE CHAVES PÚBLICAS, ANTIVIRUS, DISPONIBILIDADE DE<br />

DADOS(BACKUP, ESPELHAMENTO, ROBOS), VPN(REDE VIRTUAL PRIVADA)<br />

PUBLICAÇÕES:<br />

- PROGRAMA DE SEGURANÇA DO SERPRO.<br />

- POLÍTICA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO<br />

FEDERAL (DECRETO 3505/2000)<br />

- NORMAS PARA INFRA-ESTRUTURA DE CHAVES PUBLICAS DO PODER EXECUTIVO FEDERAL<br />

(DECRETO 3587/2000)<br />

- NORMA INTERNACIONAL ISO17799 – GESTÃO DA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO<br />

- NORMAS FUNCIONAIS DO SERPRO RELATIVAS A SEGURANÇA<br />

221


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

222<br />

INSTITUIÇÕES:<br />

-ORGÃOS INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO-CGSI<br />

(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, MINISTÉRIO DA DEFESA, MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES,<br />

MINISTÉRIO DA FAZENDA, MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL,<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO<br />

EXTERIOR, MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO, MINISTÉRIO DAS<br />

COMUNICAÇÕES, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, GABINETE DE DE SEGURANÇA<br />

INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA)<br />

- AGÊNCIA BRASILEIRA DE INFORMAÇÃO – ABIN<br />

- CENTRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PARA A SEGURANÇA DAS COMUNICAÇÕES-<br />

CEPESC<br />

- COMANDOS MILITARES<br />

- EMPRESAS : MÓDULO, HP, ISS, IBM E SCOPUS<br />

SITES INTERNET:<br />

- CIGITAL: http://cigital.com<br />

- COMPUTER SECURITY INSTITUTE: http://gocsi.com<br />

- COUNTERPLANE INTERNET SECURITY: HTTP://WWW.COUNTERPLANE.COM<br />

-IBM: http://ibm.com.<strong>de</strong>veloper/security/in<strong>de</strong>x.html<br />

- MÓDULO: http://www.módulo.com.br<br />

- NIST: http://www.nist.gov<br />

-RSA: http://www.rsa.sans.org<br />

-SECURITY: HTTP://WWW.CERIAS.PURDUE.EDU<br />

PESSOAS:<br />

-DIRETORIA DO SERPRO<br />

-SUPERINTENDENTES DO SERPRO<br />

-MEMBROS DO COMITÊ SEGURANÇA DO SERPRO<br />

-GRUPO DE SEGURANÇA NAS UG’S: SUPRE, SUPAC, SUNAT<br />

-GRUPOS DE SEGURANÇA REGIONAIS: SUPCT E SUPTD<br />

-MEMBROS DO COMITÊ GESTOR DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO – CGSI<br />

INFORMAÇÕES ADICIONAIS<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

_____________________________________________________________________<br />

DATA DE PREENCHIMENTO: 04/12/2000.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O levantamento <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> interesse <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais emprega<strong>do</strong>s<br />

envolvi<strong>do</strong>s no processo será realiza<strong>do</strong> pela Divisão da Documentação e<br />

Informação – GPCDI, responsável pela implantação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI na<br />

empresa, através <strong>do</strong> envio <strong>de</strong> um formulário eletrônico, previamente<br />

preenchi<strong>do</strong> com da<strong>do</strong>s extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sistema Perfil (i<strong>de</strong>ntificação, formação,<br />

idiomas que lê, assuntos <strong>de</strong> interesse) <strong>de</strong> forma a permitir que o emprega<strong>do</strong><br />

vali<strong>de</strong> e atualize estas informações. Serão solicitadas a inclusão <strong>de</strong> outros da<strong>do</strong>s<br />

como as fontes produtoras <strong>de</strong> informações. As informações sobre assuntos<br />

<strong>de</strong> interesse também servirão para a atualização da Arvore SERPRO <strong>de</strong><br />

Conhecimentos.<br />

d) Análise <strong>do</strong>s perfis e consolidação por grupos <strong>de</strong> interesse.<br />

Após o envio e recebimento <strong>do</strong>s formulários, a GPCDI <strong>de</strong>ve analisar<br />

os perfis, agrupan<strong>do</strong>-os por ramos <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>/assuntos <strong>de</strong> interesse<br />

comuns, com base na Árvore SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos, para a construção<br />

<strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s 1 ou perfis individuais.<br />

e) Arquivamento <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> interesse.<br />

Deverá ser implementa<strong>do</strong> um novo módulo no Sistema Perfil,<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> “Perfil <strong>de</strong> Usuário <strong>de</strong> DSI”, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que este sistema já<br />

integra as bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s cadastrais <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s, os currículos e a Árvore<br />

SERPRO <strong>de</strong> Conhecimentos, instrumentos complementares para a operação<br />

<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI.<br />

f) Recuperação da informação.<br />

A recuperação dar-se-á através da operacionalização <strong>de</strong> duas sistemáticas:<br />

uma para a recuperação <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos das bases internas <strong>do</strong><br />

SERPRO, disponibilizadas via Portal Corporativo, e outra <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos<br />

recupera<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> pesquisas em sites da Internet e bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s externas.<br />

Em ambos os casos, os termos utiliza<strong>do</strong>s para a busca serão aqueles previamente<br />

cadastra<strong>do</strong>s no Perfil <strong>de</strong> Usuário <strong>de</strong> DSI.<br />

Uma questão, com relação a recuperação das informações, merece<br />

ser tratada <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua importância para a qualida<strong>de</strong>, pertinência e precisão<br />

das informações recuperadas.<br />

1 Comunida<strong>de</strong>s são grupos <strong>de</strong> interesse por áreas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>, on<strong>de</strong> os membros participantes, previamente cadastra<strong>do</strong>s, recebem notificações <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong> e qualquer conteú<strong>do</strong> publica<strong>do</strong> no Portal Corporativo <strong>do</strong> SERPRO, que seja da área <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> seu interesse.<br />

223


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a pesquisa e a recuperação das informações <strong>do</strong><br />

serviço <strong>de</strong> DSI abrangerá fontes internas in<strong>de</strong>xadas utilizan<strong>do</strong> esses <strong>do</strong>is<br />

instrumentos (Árvore e Tabela <strong>de</strong> Assuntos), torna-se necessária a elaboração<br />

<strong>de</strong> uma tabela <strong>de</strong> correspondência entre ambos, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a garantir que todas<br />

as fontes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> instrumento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>xação utiliza<strong>do</strong>, sejam<br />

contempladas na recuperação. Neste caso, esta tabela será também o<br />

instrumento <strong>de</strong> recuperação para fontes externas produtoras <strong>de</strong> informação.<br />

224<br />

g) Disseminação da informação.<br />

A disseminação aos usuários interessa<strong>do</strong>s será efetuada em nível<br />

referencial com link ao texto integral, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> formulário<br />

padroniza<strong>do</strong>. O serviço não terá uma periodicida<strong>de</strong> pré-<strong>de</strong>finida, ocorrerá<br />

sempre que houver uma nova inclusão nas bases acessadas via Portal.. A<br />

comunicação para as comunida<strong>de</strong>s e/ou usuários individuais será efetuada<br />

pelo gestor <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> correio eletrônico, disponível<br />

no Portal Corporativo SERPRO.<br />

4.2.3 Controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e avaliação<br />

O controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ocorrerá <strong>de</strong> duas formas: a primeira pelo<br />

usuário, através <strong>do</strong> preenchimento <strong>de</strong> um campo específico <strong>de</strong> avaliação,<br />

constante <strong>do</strong> formulário padroniza<strong>do</strong> <strong>de</strong> comunicação, envia<strong>do</strong> pelo gestor<br />

<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI. A outra forma <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> será realizada<br />

através <strong>de</strong> uma avaliação semestral, em instrumento específico, contemplan<strong>do</strong><br />

diferentes aspectos <strong>do</strong> serviço, como: a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>s perfis existentes,<br />

atualida<strong>de</strong> das informações, pertinência das fontes, visan<strong>do</strong> a melhoria <strong>do</strong><br />

serviço.<br />

5. CONCLUSÃO<br />

Sem dúvida, a utilização <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> disseminação seletiva <strong>de</strong><br />

informação – DSI, tradicional em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação, constitui-se questão<br />

importante <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong> empresarial, on<strong>de</strong> as organizações<br />

necessitam, cada vez mais, <strong>de</strong> informações para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas<br />

operações e estratégias.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Os pontos assim consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s propõem uma nova abordagem para<br />

implantação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> informação integra<strong>do</strong>s à <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

A aplicação <strong>de</strong>sta abordagem no contexto da Empresa revelou a importância<br />

e a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> DSI para o compartilhamento e disseminação<br />

<strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s essenciais ao funcionamento e à <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> relacionamento<br />

da Empresa com os Clientes.<br />

O processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Aprendizagem<br />

Organizacional <strong>do</strong> SERPRO possibilita a aplicação da meto<strong>do</strong>logia proposta<br />

porque <strong>de</strong>têm mecanismos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para captar, organizar e armazenar as<br />

competências individuais e organizacionais.<br />

No entanto, observou-se que para que ocorra efetivamente a<br />

implantação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> DSI conforme proposto, recomenda-se o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação ainda não<br />

disponíveis na empresa, bem como a compatibilização <strong>do</strong>s atuais instrumentos<br />

<strong>de</strong> classificação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos e <strong>conhecimento</strong>s, e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

ferramentas integradas <strong>de</strong> perfis <strong>de</strong> interesse, pesquisa, recuperação e<br />

disseminação aos usuários.<br />

Recomenda-se ainda, que a implantação da meto<strong>do</strong>logia se dê por<br />

processo organizacional e corporativo, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a manter a a<strong>de</strong>rência das<br />

informações disseminadas aos interesses institucionais.<br />

Satisfeitas estas condições, conclui-se que a implantação <strong>do</strong> serviço<br />

<strong>de</strong> DSI no SERPRO irá contribuir <strong>de</strong> forma seletiva e eficaz para a produção<br />

e compartilhamento <strong>de</strong> informações e <strong>conhecimento</strong>s na Empresa.<br />

225


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

226<br />

IDENTIFICAÇÃO<br />

PERFIL DE USUÁRIO DE DSI<br />

ANEXO 01<br />

NOME: ____________________________________________________________<br />

MATRÍCULA ________________________________________________________<br />

LOTAÇÃO: _________________________________________________________<br />

CARGO: ___________________________________________________________<br />

ENDEREÇO: ________________________________________________________<br />

E-MAIL:____________________________________ NOTES: _______________<br />

FORMAÇÃO: ________________________________________________________<br />

IDIOMAS PARA LEITURA: _______________________________________________<br />

TEMAS DE INTERESSE: DESCREVERO(S) RAMO(S)/ASSUNTO(S) DA ÁRVORE SERPRO DE<br />

CONHECIMENTO:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

OUTROS TEMAS NÃO INCLUÍDOS NA ÁRVORE:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________


PRINCIPAIS FONTES PRODUTORAS DE INFORMAÇÃO<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

SISTEMAS INTERNOS:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

PUBLICAÇÕES:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

INSTITUIÇÕES:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

SITES INTERNET:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

PESSOAS:<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

INFORMAÇÕES ADICIONAIS<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

_________________________________________________________________<br />

DATA DE PREENCHIMENTO: ______/______/______.<br />

227


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

228<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

ADUM FILHO, Hamil. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento: estratégia competitiva<br />

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www.janelanaweb.com/gurus.htm.<br />

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INFOIMAGEM’99. São Paulo: CENADEM, 1999. (CD-ROM)<br />

BATTAGLIA, Maria da Glória Botelho. A Inteligência Competitiva mo<strong>de</strong>lan<strong>do</strong> o<br />

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Decidir, p.14-16, janeiro, 1999.<br />

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<strong>de</strong> 30/06/1997. Documento Normativo que instituiu o Mo<strong>de</strong>lo Conceitual<br />

<strong>de</strong> Organização e Gestão <strong>do</strong> SERPRO.<br />

__ Decisão <strong>de</strong> Diretoria n.02, <strong>de</strong> 30/06/1997. Documento Normativo <strong>de</strong> alteração<br />

da Estrutura Orgânica <strong>do</strong> SERPRO, criação da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Processos<br />

Corporativos-UC e <strong>do</strong> Processo Corporativo Gestão <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e da Aprendizagem.<br />

__ Decisão Setorial DIRET n. 10, <strong>de</strong> 30/06/1997. Documento Normativo que<br />

<strong>de</strong>fine a estrutura da UC e seu funcionamento.<br />

__ Decisão Setorial DIRET n. 74, <strong>de</strong> 22/09/2000. Documento Normativo <strong>de</strong><br />

formalização e <strong>de</strong>signação <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> Comitê Permanente <strong>de</strong> Representantes<br />

GCO..


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

__ Decisão Setorial DIRET n. 75, <strong>de</strong> 03/07/2000. Documento Normativo <strong>de</strong><br />

alteração da Estrutura Orgânica <strong>do</strong> SERPRO e da nomenclatura <strong>do</strong> processo<br />

GCO, para Processo Corporativo Conhecimento e Aprendizagem<br />

Organizacional.<br />

__ Política <strong>de</strong> Segurança <strong>do</strong> SERPRO. Brasília, 2000<br />

__ Relatório <strong>de</strong> Gestão para o PQGF 2000. Brasília, 2000<br />

__ Resolução n. 10, <strong>de</strong> 01/08/2000. Documento Normativo <strong>de</strong> aprovação da<br />

Política e das Práticas <strong>de</strong> GCO nas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> SERPRO.<br />

__ NOTISERPRO. Mapeamento <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> no SERPRO. N. 274 <strong>de</strong> 10/11/<br />

2000<br />

__ REVISTA TEMA –Edição Especial: Gestão <strong>do</strong> Conhecimento; um conceito<br />

em evolução. Ano 25, n.151, set./out. 2000.<br />

Seminário <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> GCO <strong>do</strong> SERPRO, 1. Brasília, 10-12 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

1999.<br />

__SERPAUTA-Edição Temática. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento Organizacional no SERPRO.<br />

N..906 <strong>de</strong> 29/10/1999<br />

__ Site <strong>do</strong> Processo Corporativo Gestão <strong>do</strong> Conhecimento e Aprendizagem<br />

Organizacional. Disponível na Intranet <strong>do</strong> SERPRO: http://<br />

www.intra.serpro.<br />

CASTELLS, Manuel. A socieda<strong>de</strong> em re<strong>de</strong>. 2.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. V.1<br />

CRAWFORD, Ríchard. Na era <strong>do</strong> capital humano. São Paulo: Atlas, 1994.<br />

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DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento Empresarial:<br />

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1998.<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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__ Knowlwdge management: moving from aca<strong>de</strong>mic concepts to fundamental business pratices.<br />

Disponível na internet: www.info-edge.com/gartlib. htm<br />

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corporativo: uma nova tendência. In: Anais <strong>do</strong> 19º Congresso Brasileiro <strong>de</strong><br />

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NOCETTI. M. A. Disseminação seletiva da informação: teoria e prática. Brasília: ABDF,<br />

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como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 2. Ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

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<strong>conhecimento</strong> e na formação da cidadania. In: Anais <strong>do</strong> 19º Congresso Brasileiro<br />

<strong>de</strong> Biblioteconomia e Documentação. Porto Alegre: PUC/PR, 2000.<br />

(CD-ROM)<br />

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1999.<br />

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In: Anais <strong>do</strong> 19º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Biblioteconomia e Documentação.<br />

Porto Alegre, PUC/RS, 2000 (CD-ROM)<br />

STEWART, Thomas A. Capital Intelectual. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Campus,1998.242p.<br />

SVEIBY, Karl Erik. A Nova Riqueza das Organizações. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Campus,<br />

1998.<br />

TAPSCOTT, Don. Economiai digital. São Paulo: Makron Books, 1997.<br />

TEIXEIRA FILHO, Jayme. O processo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

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TEIXEIRA, Maria <strong>do</strong> Rocio Fontoura. Gestão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>: uma abordagem<br />

inicial. In: Anais <strong>do</strong> 19º Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Biblioteconomia e Documentação.<br />

Porto Alegre:PUC/RS, 2000 (CD-ROM).<br />

TEIXEIRA, Rosana. Gestão <strong>do</strong> Conhecimento no SERPRO. In: Anais <strong>do</strong><br />

Seminário ”Gestão <strong>do</strong> Conhecimento para a Competitivida<strong>de</strong> das Empresas. Brasília,<br />

UNB, 2000.<br />

VALLIM, Mirtis <strong>de</strong> Aguiar. Do que é mesmo que to<strong>do</strong>s estão falan<strong>do</strong>? Revista<br />

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WEICK, K. E. The collapse of sensemaking in organizations: The Mann<br />

Guich Disaster. Administrative Science Quarterly, n.38, P.628-652, 1995.<br />

232


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CAPÍTULO VIII<br />

A EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO DIFERENCIAL<br />

COMPETITIVO PARA A ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO<br />

FAZENDÁRIA – ESAF<br />

1. Introdução<br />

João Gomes Gonçalves<br />

José Carlos Paulista <strong>de</strong> Souza<br />

Este trabalho <strong>de</strong>stina-se à apresentação <strong>de</strong> conceitos e práticas<br />

para a elevação da capacida<strong>de</strong> competitiva da Escola <strong>de</strong> Administração<br />

Fazendária – ESAF no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> seleção e <strong>de</strong><br />

educação para o Setor Público, mediante a sistematização <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

concernentes à educação corporativa, como forma <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong> capital<br />

intelectual da Escola, e a proposição <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>stinadas a consolidar e a<br />

intensificar diferenciais competitivos correlaciona<strong>do</strong>s à <strong>gestão</strong> estratégica <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> e à inteligência empresarial.<br />

A perspectiva <strong>de</strong> aceleração <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> transformação <strong>do</strong>s entes<br />

governamentais, nos níveis fe<strong>de</strong>ral e subnacionais, torna essencial o esforço<br />

<strong>de</strong> gerenciamento eficaz <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s estratégicos para a administração<br />

e o funcionamento <strong>do</strong> sistema fazendário, especialmente na direção da<br />

prestação <strong>de</strong> serviços aos cidadãos em patamares progressivamente mais exigentes<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e custos. É o que, inclusive, estabelece o Decreto nº<br />

3.507, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2000: a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecimento e <strong>de</strong><br />

divulgação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> atendimento aos cidadãos pelos órgãos e pelas entida<strong>de</strong>s<br />

da Administração Pública Fe<strong>de</strong>ral direta, indireta e fundacional.<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> das finanças públicas <strong>do</strong> país, expressa<br />

em equilíbrio macroeconômico e crescimento sustenta<strong>do</strong>, pressupõe que<br />

o binômio homem–tecnologia esteja em permanente processo <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> soluções para questões complexas em prol da ética, da cidadania<br />

233


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

e da governabilida<strong>de</strong>, em contexto <strong>de</strong> crescente integração <strong>de</strong> blocos<br />

econômicos e <strong>de</strong> perda voluntária <strong>de</strong> autonomia <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s nacionais,<br />

características próprias da cooperação e da competitivida<strong>de</strong> entre países<br />

nos dias atuais.<br />

A Educação Corporativa, valen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> conceitos e <strong>de</strong> instrumentos<br />

potencializa<strong>do</strong>res da relação ensino-aprendizagem e das ferramentas e<br />

méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da tecnologia da informação, constitui estratégia essencial<br />

para a sobrevivência e o <strong>de</strong>senvolvimento das organizações intensivas em<br />

<strong>conhecimento</strong>, sobretu<strong>do</strong> neste século que se inicia sob a égi<strong>de</strong> da<br />

competitivida<strong>de</strong>, extensiva à prestação <strong>de</strong> serviços tipicamente governamentais.<br />

E a ESAF, como Escola <strong>de</strong> Governo, tem, na Educação Corporativa,<br />

uma oportunida<strong>de</strong> que ultrapassa aspectos comerciais, alcançan<strong>do</strong>, com efeito,<br />

compromissos sócio-políticos maiores com a Nação Brasileira. Tais compromissos<br />

apontam a direção <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que produza inclusão social<br />

e redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s locais e regionais, visan<strong>do</strong> a assegurar, simultaneamente,<br />

redução <strong>do</strong> custo Brasil e aproximação <strong>do</strong> pleno cumprimento<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos mundialmente consagra<strong>do</strong>s.<br />

Inicialmente apresenta-se a origem da ESAF, seus antece<strong>de</strong>ntes históricos,<br />

bem como sua caracterização atual e perspectivas futuras. Em seguida,<br />

são analisadas as forças que atuam no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> concursos públicos e <strong>de</strong><br />

educação, segmentos básicos <strong>de</strong> operação da ESAF. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que este<br />

trabalho fundamenta-se em conceitos e práticas <strong>de</strong> educação corporativa,<br />

buscou-se também <strong>de</strong>finir e contextualizar a educação corporativa no ambiente<br />

internacional, <strong>do</strong> País e no âmbito da própria Escola. Finalmente, são<br />

analisadas as forças que restringem e que impulsionam a a<strong>do</strong>ção da educação<br />

corporativa como estratégia organizacional da ESAF.<br />

2. Evolução histórica e estágio atual da ESAF<br />

A Escola <strong>de</strong> Administração Fazendária – ESAF, com 56 anos <strong>de</strong><br />

existência, é órgão da estrutura básica <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, diretamente<br />

vinculada ao Ministro, supervisionada, por <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência, pelo<br />

Secretário-Executivo Adjunto. A sua missão institucional é <strong>de</strong>senvolver recursos<br />

humanos para o aperfeiçoamento da <strong>gestão</strong> das finanças públicas e a<br />

sua visão <strong>de</strong> futuro é ser um centro <strong>de</strong> excelência em Finanças Públicas.<br />

234


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A Escola, cuja se<strong>de</strong> atual em Brasília foi inaugurada há 26 anos,<br />

possui <strong>de</strong>z centros regionais <strong>de</strong> treinamento nas capitais <strong>do</strong>s principais esta<strong>do</strong>s,<br />

coincidin<strong>do</strong> com as se<strong>de</strong>s das <strong>de</strong>z regiões fiscais <strong>do</strong> País, forman<strong>do</strong> o<br />

Sistema ESAF. Esses centros regionais, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s CENTRESAF, localizam-se<br />

em Brasília, Belém, Fortaleza, Recife, Salva<strong>do</strong>r, Belo Horizonte, Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Além <strong>do</strong>s centros regionais, a<br />

ESAF possui em sua estrutura unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> menor porte, <strong>de</strong>nominadas pólos,<br />

que se situam em João Pessoa e Manaus, e, ainda, um museu em Ouro Preto/<br />

MG, conheci<strong>do</strong> como Casa <strong>do</strong>s Contos, que dispõe <strong>de</strong> expressivo a respeito<br />

<strong>do</strong> ciclo <strong>do</strong> ouro e o início da história fiscal <strong>do</strong> Brasil.<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s seus trabalhos, o Sistema ESAF conta<br />

com uma equipe permanente <strong>de</strong> 281 funcionários, com capacitação técnica<br />

nas áreas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>, recrutamento, seleção, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> recursos humanos<br />

e consultoria educacional. Além <strong>do</strong> corpo técnico permanente, a ESAF<br />

conta também com aproximadamente cinco mil colabora<strong>do</strong>res (nacionais e<br />

estrangeiros) cadastra<strong>do</strong>s e avalia<strong>do</strong>s periodicamente, to<strong>do</strong>s com elevada formação<br />

acadêmica e vasta experiência profissional, que são contrata<strong>do</strong>s para<br />

atuar em projetos específicos.<br />

No que tange às instalações físicas, a se<strong>de</strong> da ESAF está situada em<br />

local privilegia<strong>do</strong> da capital <strong>do</strong> Brasil, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Jardim Botânico, em terreno<br />

<strong>de</strong> 422 mil metros quadra<strong>do</strong>s, com extensa área ver<strong>de</strong> e construção <strong>de</strong> 38 mil<br />

metros quadra<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que o complexo nacional ESAF, incluin<strong>do</strong> os centros<br />

regionais, tem capacida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a 4.624 participantes,<br />

simultaneamente, em seus cursos e seminários, em to<strong>do</strong> o Brasil.<br />

2.1 Antece<strong>de</strong>ntes históricos.<br />

A origem da ESAF está vinculada ao Decreto-Lei n o 7.311, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />

fevereiro <strong>de</strong> 1945, edita<strong>do</strong> pelo então Presi<strong>de</strong>nte da República, Getúlio Vargas,<br />

que criou os Cursos <strong>de</strong> Aperfeiçoamento (CAF), no Ministério da Fazenda,<br />

com as seguintes finalida<strong>de</strong>s:<br />

“a) formar pessoal habilita<strong>do</strong> para ingresso nas carreiras e séries funcionais<br />

específicas <strong>do</strong> Ministério da Fazenda; e<br />

b) promover o aperfeiçoamento e a especialização <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res<br />

lota<strong>do</strong>s naquele ministério.”<br />

235


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O cita<strong>do</strong> <strong>de</strong>creto significou uma experiência pioneira no âmbito<br />

<strong>do</strong> Serviço Público brasileiro. Com efeito, representou a primeira manifestação<br />

formal com o objetivo <strong>de</strong> capacitar e <strong>de</strong>senvolver servi<strong>do</strong>res públicos,<br />

merecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque, em seus postula<strong>do</strong>s, a busca <strong>de</strong> aproximação entre a<br />

Administração Fiscal e o cidadão/contribuinte. De fato, nele constou que,<br />

“in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> ensino das disciplinas regulamentares”, os CAF, sob<br />

a forma <strong>de</strong> “cursos avulsos e conferências”, <strong>de</strong>veriam ser “<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a seus<br />

alunos e ao público em geral” (grifo nosso).<br />

Essa sensibilida<strong>de</strong> precoce <strong>de</strong>monstrada sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

oferecer à socieda<strong>de</strong> o acesso a cursos e conferências <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s inicialmente<br />

apenas aos servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Ministério da Fazenda prenunciava o que hoje constitui<br />

prática permanente da Escola, que inseriu em suas diretrizes estratégicas<br />

proposições <strong>de</strong> agenda social e <strong>de</strong> harmonização da relação Esta<strong>do</strong>-contribuinte,<br />

Esta<strong>do</strong>-cidadão, fazen<strong>do</strong> sua atuação ultrapassar os limites da própria<br />

missão institucional, como está hoje enunciada.<br />

A aproximação fisco–contribuinte, externada formalmente como<br />

embrião há cinqüenta e seis anos, permanece como <strong>de</strong>safio constante. A visão<br />

<strong>de</strong> futuro <strong>de</strong>monstrada pelo estadista Vargas, ao esten<strong>de</strong>r cursos para o<br />

público em geral, constituiu iniciativa praticamente inimaginável para a época.<br />

Com efeito, ao incluir o público em geral nos programas <strong>de</strong> capacitação,<br />

a <strong>de</strong>cisão presi<strong>de</strong>ncial representou marco histórico na a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> conceitos e<br />

práticas da Educação Corporativa, pois ampliou a ação educacional para além<br />

<strong>do</strong>s limites da organização, aproximan<strong>do</strong> esta <strong>de</strong> seus clientes – os cidadãos.<br />

Já em 1967, as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Ministério da Fazenda faziam constar<br />

no Decreto n o 60.602, artigo 2 o , “O treinamento, técnico e funcional, aten<strong>de</strong>rá<br />

às características peculiares das ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Ministério da Fazenda”, no<br />

início <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa para a sustentação da exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

escola para o sistema fazendário, singularizan<strong>do</strong>, assim, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> servi<strong>do</strong>res fazendários, no contexto <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res civis da União.<br />

Constata-se que, nesse perío<strong>do</strong>, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aperfeiçoamento<br />

adquire maior precisão e amplia seus limites, principalmente no que se refere<br />

à progressiva atenção dada à permanência e à evolução funcional e pessoal <strong>do</strong><br />

servi<strong>do</strong>r público. Isso, não só no aspecto <strong>de</strong> capacitação e <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong><br />

capital intelectual, mas fundamentalmente nos aspectos <strong>de</strong> iniciação, ajustamento,<br />

adaptação, integração, incentivo, mérito, valorização humana e fun-<br />

236


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

cional, exatamente em um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças na Administração<br />

Pública Fe<strong>de</strong>ral e <strong>de</strong> reenquadramento <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res públicos.<br />

Essas mudanças trouxeram, em seu bojo, uma série <strong>de</strong> novos<br />

componentes, que merecem ser analisa<strong>do</strong>s, como símbolos da sensibilida<strong>de</strong><br />

das autorida<strong>de</strong>s fazendárias da época: 1 - A Administração Pública brasileira<br />

passava, à época, por gran<strong>de</strong>s transformações, com mais <strong>de</strong> novecentos mil<br />

servi<strong>do</strong>res civis sen<strong>do</strong> realoca<strong>do</strong>s em razão <strong>de</strong> inúmeras fusões <strong>de</strong> institutos,<br />

ministérios e outros órgãos, com a então recente inauguração <strong>de</strong> Brasília e o<br />

enxugamento <strong>de</strong> funções; 2 - O Ministério da Fazenda exercia uma forte<br />

atração sobre servi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outras áreas pela vanguarda na forma <strong>de</strong><br />

recrutamento e seleção, pelo pioneirismo na formação e no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas, pelo profissionalismo <strong>de</strong> seus quadros <strong>de</strong> pessoal e pelas perspectivas<br />

e oportunida<strong>de</strong>s funcionais; 3 - O Ministério da Fazenda tinha funções mais<br />

claramente <strong>de</strong>finidas, principalmente na área fiscal, on<strong>de</strong> se notava a relação<br />

entre suas diretrizes estratégicas e o perfil <strong>de</strong> profissional a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a<br />

área; e, finalmente, 4 - Havia clareza nas preocupações e consciência <strong>do</strong>s<br />

dirigentes <strong>do</strong> Ministério da Fazenda no tratamento aos cidadãos que tinham<br />

chega<strong>do</strong>, sob a forma <strong>de</strong> concurso ou transferências <strong>de</strong> outras áreas. Esse<br />

trato ficou patentea<strong>do</strong> no quadro <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> Decreto n o 60.602, ao<br />

tratar da iniciação, <strong>de</strong> ajustamento, adaptação e integração <strong>do</strong>s novos<br />

servi<strong>do</strong>res.<br />

Mas o aspecto mais relevante das inovações e transformações<br />

oficializadas naquele diploma legal, e perfeitamente ajustadas ao tema <strong>de</strong>ste<br />

trabalho, é a forte correlação existente, já àquela época, com os conceitos e<br />

práticas <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo tão mo<strong>de</strong>rno como a Educação Corporativa.<br />

Segun<strong>do</strong> Marisa ÉBOLI 1 , os objetivos globais das experiências <strong>de</strong><br />

a<strong>do</strong>ção da Educação Corporativa têm si<strong>do</strong> basicamente :<br />

“a) difundir a idéia <strong>de</strong> que Capital Intelectual será fator <strong>de</strong> diferenciação<br />

das empresas neste novo milênio;<br />

b) <strong>de</strong>spertar nos talentos humanos a vocação para o aprendiza<strong>do</strong>;<br />

c) incentivar e estruturar ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>senvolvimento;<br />

1 EBOLI, Marisa. Coletânea Universida<strong>de</strong>s Corporativas: educação para as empresas <strong>do</strong> século XXI, p. 112.<br />

237


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

238<br />

d) motivar e reter os melhores talentos, contribuin<strong>do</strong> para o<br />

aumento da felicida<strong>de</strong> pessoal, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um clima organizacional<br />

saudável;<br />

e) responsabilizar cada talento pelo seu processo <strong>de</strong><br />

auto<strong>de</strong>senvolvimento.”<br />

Ainda segun<strong>do</strong> Marisa ÉBOLI 2 , o conceito <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong><br />

Corporativa, que é a organização que gere a Educação Corporativa, em sua<br />

implementação, observa os seguintes pressupostos:<br />

• “objetivo principal: <strong>de</strong>senvolver competências críticas em vez <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s;<br />

• foco <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong>: privilegiar o aprendiza<strong>do</strong> organizacional<br />

fortalecen<strong>do</strong> a cultura corporativa e não apenas o <strong>conhecimento</strong><br />

individual;<br />

• público-alvo: público interno e externo (clientes, fornece<strong>do</strong>res e<br />

comunida<strong>de</strong>), e não somente funcionários;<br />

• ênfase <strong>do</strong>s programas: concentra-se nas necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s negócios<br />

tornan<strong>do</strong> o escopo estratégico, e não focan<strong>do</strong> exclusivamente<br />

nas necessida<strong>de</strong>s individuais.”<br />

Ao se comparar os objetivos globais e os pressupostos acima com<br />

o conteú<strong>do</strong> das <strong>de</strong>cisões constantes <strong>do</strong> Decreto n o 60.602/67, i<strong>de</strong>ntifica-se na<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> administra<strong>do</strong>r da época a disposição <strong>de</strong> investir globalmente no<br />

servi<strong>do</strong>r, não só nas suas habilida<strong>de</strong>s técnicas, como em suas competências<br />

essenciais, no seu ajustamento às funções, na sua integração às diretrizes <strong>do</strong><br />

Ministério da Fazenda, no seu engajamento nos programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

econômico e social <strong>do</strong> Governo, no estímulo à autovalorização funcional<br />

e humana <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r e sua i<strong>de</strong>ntificação com a organização Ministério<br />

da Fazenda e, por que não dizer, em uma política <strong>de</strong> atração e retenção <strong>de</strong><br />

talentos, principalmente em razão das perspectivas <strong>de</strong> ascensão e crescimento<br />

pessoal, que constituem diferenciais competitivos em relação às <strong>de</strong>mais<br />

áreas <strong>do</strong> Governo.<br />

2 Ibi<strong>de</strong>m, p. 112-113.


2.2 Criação e <strong>de</strong>senvolvimento da ESAF.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

No dia 8 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1973, por intermédio <strong>do</strong> Decreto n o<br />

73.115, o CETREMFA foi transforma<strong>do</strong> na Escola <strong>de</strong> Administração<br />

Fazendária - ESAF, <strong>de</strong>nominação que permanece até os dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Nas transformações apresentadas, nota-se, com niti<strong>de</strong>z, a evolução<br />

<strong>de</strong> conceitos e a ampliação da abrangência <strong>de</strong> atuação, incluin<strong>do</strong> recrutamento,<br />

seleção, formação, capacitação e especialização, prioritariamente para o<br />

sistema fazendário, nos três níveis <strong>de</strong> Governo. Além disso, foram consolidadas<br />

as conquistas no campo da autonomia administrativa e financeira, trazen<strong>do</strong><br />

a Escola para um patamar diferencia<strong>do</strong> no Setor Público, situação que<br />

se mantém até hoje.<br />

Outra conquista relevante constou <strong>do</strong> art. 2 o , alínea g, que prevê<br />

para a ESAF a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “executar projetos e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recrutamento,<br />

seleção e treinamento que venham a ser convenia<strong>do</strong>s com organismos<br />

nacionais e internacionais”, o que contribuiu para consolidar a ESAF<br />

como a principal Escola <strong>de</strong> Governo <strong>do</strong> País e, mediante acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cooperação<br />

técnica, passou a ter renome também no exterior.<br />

Logo após a inauguração da se<strong>de</strong>, a ESAF realizou <strong>do</strong>is cursos especiais:<br />

Assessoramento Tributário e Administração Tributária, com os alunos<br />

aloja<strong>do</strong>s no próprio campus. Em 1977, foi realiza<strong>do</strong> o primeiro curso <strong>de</strong><br />

formação <strong>de</strong> Auditores Fiscais <strong>do</strong> Tesouro Nacional, evento que <strong>de</strong>monstrou<br />

o eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> alcança<strong>do</strong> pela Escola e seu potencial para<br />

empreendimentos mais ambiciosos, inclusive com as primeiras iniciativas <strong>de</strong><br />

cooperação técnica internacional. Ainda em 1977, teve início o projeto <strong>do</strong><br />

primeiro curso <strong>de</strong> pós-graduação em Política Fiscal, realiza<strong>do</strong> no ano seguinte.<br />

Em seguida, iniciou-se o planejamento <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> curso <strong>de</strong> pós-graduação,<br />

na área <strong>de</strong> Administração Fazendária, realiza<strong>do</strong> em 1979.<br />

No perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1979 a 1983, além da continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas<br />

acima menciona<strong>do</strong>s, a atuação da Escola enfatizou a realização <strong>do</strong>s primeiros<br />

concursos públicos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gravação <strong>de</strong> VT e<br />

circuito fecha<strong>do</strong> <strong>de</strong> TV, bem como promoveu a ampliação e a atualização <strong>do</strong><br />

acervo <strong>de</strong> sua biblioteca, especializada em finanças públicas.<br />

O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1984 a 1988 foi caracteriza<strong>do</strong> por investimentos nas<br />

áreas <strong>de</strong> instrução programada e editoração própria <strong>de</strong> material didático,<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mediante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Sistema Aprenda e com a implantação <strong>do</strong><br />

Centro <strong>de</strong> Informática Educativa.<br />

De 1989 a 1994, perío<strong>do</strong> caracteriza<strong>do</strong> pelo profun<strong>do</strong><br />

questionamento da socieda<strong>de</strong> quanto ao tamanho e ao papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> brasileiro,<br />

a ESAF buscou mais que sobrevivência como instituição: buscou mo<strong>de</strong>rnizar-se<br />

para novas oportunida<strong>de</strong>s. Esse processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong>u<br />

ênfase à informatização, incluin<strong>do</strong> a <strong>gestão</strong> e, sobretu<strong>do</strong>, às ativida<strong>de</strong>s educacionais,<br />

por intermédio <strong>de</strong> laboratórios monta<strong>do</strong>s para cursos <strong>de</strong><br />

microinformática, o fortalecimento <strong>de</strong> parcerias com organismos internacionais,<br />

melhoria <strong>do</strong>s veículos <strong>de</strong> comunicação, com <strong>de</strong>staque para o jornal Desafio,<br />

incentivo às soluções inova<strong>do</strong>ras e a<strong>de</strong>quação estrutural para facilitar a<br />

administração por projetos.<br />

Superada a crise provocada pelo breve Governo Collor, que em<br />

seus <strong>de</strong>scaminhos chegou a <strong>de</strong>terminar a extinção da ESAF, a Escola firmouse<br />

nas ativida<strong>de</strong>s que lhe vinham dan<strong>do</strong> sustentação, manten<strong>do</strong>-se em ritmo<br />

crescente <strong>de</strong> re<strong>conhecimento</strong> no País e no exterior. Parece claro que a<br />

restauração da confiança na essencialida<strong>de</strong> da existência da ESAF, após a crise<br />

mencionada acima, fez com que a Escola adquirisse maior vigor e dinamismo,<br />

em um ritmo crescente <strong>de</strong> consolidação e emancipação.<br />

A ESAF tem si<strong>do</strong> influenciada pelas mudanças que ocorreram no<br />

seu ambiente <strong>de</strong> atuação, principalmente na esfera governamental e no<br />

<strong>do</strong>mínio educacional, com o advento <strong>de</strong> novos conceitos e novas proposições.<br />

Em especial, <strong>de</strong>staque para as crises e a sucessão <strong>de</strong> planos econômicos, os<br />

diversos esforços <strong>de</strong> ajuste fiscal, as persistentes restrições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

orçamentária, a economia progressivamente mais globalizada, as práticas<br />

crescentes <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> como padrão <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>,<br />

a chamada nova economia, as exigências cada vez mais intensas da socieda<strong>de</strong><br />

para uma performance competente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a educação fortalecida como<br />

mecanismo <strong>de</strong> inclusão social, e, ainda, a percepção, pelas organizações <strong>de</strong><br />

ponta, da relevância <strong>do</strong> capital intelectual como sen<strong>do</strong> o ativo mais importante<br />

para a sua sobrevivência e para o seu <strong>de</strong>senvolvimento. A reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

brasileiro, iniciada nos anos 90, e a atuação mais crítica da socieda<strong>de</strong> na<br />

vigilância da <strong>gestão</strong> pública, exercen<strong>do</strong> com maior intensida<strong>de</strong> o chama<strong>do</strong><br />

controle social, também exerceram forte influência na configuração da forma<br />

<strong>de</strong> atuar da Escola e na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> seus valores. Esses fatores conjuga<strong>do</strong>s<br />

mudaram gradualmente o ambiente <strong>de</strong> atuação da ESAF. E, mais <strong>do</strong> que<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

mudanças pontuais, os cenários se apresentam como indutores <strong>do</strong> processo<br />

permanente <strong>de</strong> mudança.<br />

A partir <strong>de</strong> 1999, a ESAF retomou o investimento em programas<br />

<strong>de</strong> pós-graduação, nas áreas <strong>de</strong> interesse fazendário, abrangen<strong>do</strong>, especialmente,<br />

Economia, sobretu<strong>do</strong> o viés Setor Público; Direito, em particular o Direito<br />

Tributário; e Comércio Exterior. A realização <strong>de</strong>sses programas dá-se em<br />

parceria - ESAF e universida<strong>de</strong>s públicas - estas <strong>de</strong> reconhecida excelência nas<br />

áreas respectivas aos cursos, conforme avaliação da CAPES/MEC. Até o<br />

momento, foram realiza<strong>do</strong>s programas em conjunto com a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Brasília, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco, com a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo e Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar que este ano <strong>de</strong> 2001 representou um marco para as<br />

perspectivas <strong>de</strong> evolução da ESAF, mediante a assinatura <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>s<br />

internacionais que colocaram a Escola como Centro Regional <strong>de</strong> Capacitação<br />

<strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Monetário Internacional e <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Banco<br />

Mundial.<br />

2.3 Diretrizes estratégicas da ESAF.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar a perspectiva <strong>de</strong> intensificação <strong>do</strong><br />

alinhamento da ESAF aos conceitos e práticas da educação corporativa, são<br />

apresentadas, a seguir, as diretrizes estratégicas que vem nortean<strong>do</strong> as ações<br />

da Escola neste ano <strong>de</strong> 2001 e para o futuro:<br />

Diretriz geral:<br />

Assegurar uma posição <strong>de</strong> vanguarda no contexto global <strong>de</strong><br />

Finanças Públicas, manten<strong>do</strong> o alinhamento com as políticas públicas<br />

nacionais e ten<strong>do</strong> como foco os segmentos <strong>de</strong> seleção, educação, pesquisa e<br />

disseminação <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s.<br />

Diretrizes específicas:<br />

a) atuar com ênfase no foco <strong>do</strong> cliente e na qualida<strong>de</strong> da prestação<br />

<strong>do</strong>s serviços;<br />

b) consolidar parcerias nacionais e internacionais, visan<strong>do</strong> a fortalecer<br />

a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s em Finanças Públicas;<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

242<br />

c) institucionalizar o mo<strong>de</strong>lo educacional basea<strong>do</strong> na <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>;<br />

d) ampliar a responsabilida<strong>de</strong> social da Escola, contribuin<strong>do</strong> para a<br />

promoção da ética e da cidadania, para a consolidação da <strong>de</strong>mocracia<br />

e redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s;<br />

e) a<strong>do</strong>tar mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra basea<strong>do</strong> em: valorização<br />

das pessoas, orientação para resulta<strong>do</strong>s, transparência, flexibilida<strong>de</strong>,<br />

consciência <strong>de</strong> custos e <strong>de</strong>scentralização;<br />

f) assegurar a mo<strong>de</strong>rnização física e tecnológica da Escola.<br />

3. Forças atuantes no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços educacionais para<br />

o setor público<br />

A ESAF atua em <strong>do</strong>is segmentos básicos: seleção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas. Em cada segmento há concorrentes. Essa visão <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong><br />

assumir que a Escola está disputan<strong>do</strong> clientes, ainda é algo que soa estranho<br />

para muitos - <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> Governo. Em verda<strong>de</strong>, há os que pensam<br />

tratar-se apenas da prestação <strong>de</strong> um serviço público, <strong>de</strong>ntro da filosofia <strong>de</strong><br />

cliente cativo.<br />

A ESAF, contu<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> prestar serviços nesses segmentos para<br />

aten<strong>de</strong>r às carreiras fazendárias, tem venci<strong>do</strong> propostas e efetivamente tem<br />

presta<strong>do</strong> serviços para outros órgãos públicos, <strong>do</strong>s três po<strong>de</strong>res constituí<strong>do</strong>s.<br />

Dessa forma, a ESAF, po<strong>de</strong>-se dizer, tem atua<strong>do</strong> como Escola <strong>de</strong> Governo, o<br />

que ultrapassa, e muito, a perspectiva original <strong>de</strong> ser apenas uma escola<br />

fazendária. Não é <strong>de</strong>mais lembrar, no entanto, que a priorida<strong>de</strong> permanece<br />

inalterada, ou seja, prestar serviços para o sistema fazendário, incluin<strong>do</strong> os<br />

três níveis <strong>de</strong> Governo – fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal.<br />

O cenário, tanto no que tange à realização <strong>de</strong> concursos públicos,<br />

quanto ao <strong>de</strong>senvolvimento e à implementação <strong>de</strong> programas educacionais,<br />

apresenta-se crescentemente competitivo. A ESAF, no entanto, pela própria<br />

motivação da lei que a criou, <strong>do</strong>mina espaço privilegia<strong>do</strong> <strong>de</strong> ação, sobretu<strong>do</strong><br />

por ser especializada em Finanças Públicas.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Para a análise <strong>de</strong>sse cenário competitivo, optou-se pelo mo<strong>de</strong>lo<br />

preconiza<strong>do</strong> por Michael PORTER, 3 consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se a consistência e a<br />

amplitu<strong>de</strong> que o mo<strong>de</strong>lo propicia para a contextualização da competitivida<strong>de</strong>.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> PORTER instiga análises mais complexas e acuradas, com foco<br />

para além das fronteiras tradicionais <strong>de</strong> se pensar em concorrentes.<br />

Segun<strong>do</strong> PORTER, “a essência da formulação estratégica consiste<br />

em enfrentar a competição”. No entanto, é fácil encarar esta última <strong>de</strong> forma<br />

muito estreita (...), “os clientes, os fornece<strong>do</strong>res, os entrantes em potencial e<br />

os produtos substitutos, to<strong>do</strong>s são concorrentes mais ou menos ostensivos e<br />

ativos” 4 .<br />

A seguir, são analisa<strong>do</strong>s seleção e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas, respectivamente,<br />

sob o enfoque <strong>de</strong> cada força que po<strong>de</strong> atuar no processo<br />

concorrencial, segun<strong>do</strong> o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> PORTER.<br />

3.1 Na seleção <strong>de</strong> pessoal.<br />

3.1.1 Panorama<br />

A ESAF <strong>de</strong>tém a exclusivida<strong>de</strong> para a realização <strong>do</strong>s concursos<br />

públicos pertinentes ao Ministério da Fazenda, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se as carreiras <strong>de</strong><br />

auditores, analistas e técnicos da Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral, da Secretaria<br />

<strong>do</strong> Tesouro Nacional, da Secretaria Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Controle Interno, além da<br />

seleção <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>res da Fazenda Nacional. Essa exclusivida<strong>de</strong>, contu<strong>do</strong>,<br />

está atrelada não apenas a questões regimentais, mas, sobretu<strong>do</strong>, ao eleva<strong>do</strong><br />

nível <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong>sses órgãos fazendários com a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s processos<br />

seletivos realiza<strong>do</strong>s pela ESAF. Para além das fronteiras <strong>do</strong> Ministério da<br />

Fazenda, a ESAF tem realiza<strong>do</strong> concursos públicos principalmente para o<br />

Tribunal <strong>de</strong> Contas da União, o Banco Central, o Ministério Público, a<br />

Advocacia Geral da União, o Serviço Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s –<br />

SERPRO, além <strong>de</strong> processos seletivos para esta<strong>do</strong>s e municípios.<br />

3 PORTER, Michael. Competição = On competition: estratégias competitivas essenciais, p. 27.<br />

4 ibi<strong>de</strong>m, p. 27<br />

243


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

244<br />

3.1.2 Novos entrantes.<br />

Conforme o Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> PORTER, uma das forças <strong>de</strong> competição<br />

são os novos entrantes, que, em geral, estão ansiosos por ganhar fatias <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>. Os novos entrantes, contu<strong>do</strong>, normalmente enfrentam barreiras.<br />

Essas barreiras, no caso em questão, estão atreladas a alguns fatores. Em primeiro<br />

lugar, os concursos públicos precisam ser revesti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong><br />

absoluta. Nesse particular, torna-se difícil para quem não tem experiência<br />

prévia comprovar a capacitação necessária que assegure expectativa <strong>de</strong> êxito.<br />

Em segun<strong>do</strong> lugar, os próprios órgãos interessa<strong>do</strong>s, muitas vezes, dispõem<br />

<strong>de</strong> estruturas próprias para a realização <strong>de</strong> concursos públicos. Finalizan<strong>do</strong>,<br />

existe ainda a dificulda<strong>de</strong> proveniente <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> ser um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa<br />

previsibilida<strong>de</strong>, seja pelo não-planejamento a médio e longo prazos para a<br />

ocorrência <strong>de</strong> concursos, seja pelas reiteradas medidas governamentais que,<br />

<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> em vez, suspen<strong>de</strong>m temporariamente a sua realização. Dessa forma,<br />

não tem si<strong>do</strong> freqüente ou relevante o surgimento <strong>de</strong> novos entrantes<br />

nesse merca<strong>do</strong>.<br />

3.1.3 O setor.<br />

Na faixa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> em que há competição, composta pelas instituições<br />

que concorrem no setor, observa-se que, para carreiras não-fazendárias<br />

fe<strong>de</strong>rais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muitos anos, a ESAF apresenta propostas e concorre, via <strong>de</strong><br />

regra, com apenas três instituições: o Centro <strong>de</strong> Seleção e Promoção <strong>de</strong> Eventos<br />

– CESPE, pertencente à Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília – UnB, a Fundação Carlos<br />

Chagas, <strong>de</strong> São Paulo e a Fundação Cesgranrio, <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Essa concorrência,<br />

contu<strong>do</strong>, tem razoável <strong>de</strong>limitação geográfica e certa estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

clientela. Vale lembrar que a marca ESAF é provavelmente a mais conhecida<br />

nacionalmente, pois os processos <strong>de</strong> seleção realiza<strong>do</strong>s pela ESAF para as carreiras<br />

fazendárias, não raro, atingem mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> milhar <strong>de</strong> candidatos<br />

em to<strong>do</strong> o País. A ESAF diferencia-se, também, por fazer parte da estrutura<br />

básica <strong>de</strong> um ministério secular que, historicamente, tem pre<strong>do</strong>mina<strong>do</strong><br />

em relação aos <strong>de</strong>mais. Conta além disso com estrutura própria em <strong>de</strong>z das<br />

principais capitais brasileiras, fazen<strong>do</strong> com que seja a única a atuar diretamente<br />

em todas as regiões <strong>do</strong> País. Os concorrentes têm dificulda<strong>de</strong>s adicionais para a<br />

realização <strong>de</strong> concursos em nível nacional, necessitan<strong>do</strong> mobilizar parcerias<br />

locais a cada concurso, equipes essas sem vinculação com as instituições responsáveis<br />

pelos concursos, dificultan<strong>do</strong> a padronização <strong>de</strong> procedimentos.


3.1.4 Fornece<strong>do</strong>res e clientes.<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A ameaça que fornece<strong>do</strong>res e clientes po<strong>de</strong>m representar assumin<strong>do</strong><br />

a realização <strong>de</strong> concursos públicos não parece relevante. Dificilmente os<br />

próprios órgãos assumiriam um trabalho para o qual eles criaram unida<strong>de</strong>s<br />

específicas ou para o qual constumam contratar instituições especializadas. A<br />

rigor, as instituições estão, ao contrário, terceirizan<strong>do</strong> o que não faz parte<br />

diretamente <strong>do</strong> seu negócio. E, por seu turno, os fornece<strong>do</strong>res não representam<br />

ameaça significativa, pois abrangem especialistas para a formulação das<br />

provas e gráficas para impressão das mesmas, ou seja, presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviço<br />

que, individualiza<strong>do</strong>s, não têm condição <strong>de</strong> competir com a ESAF.<br />

3.1.5 Produtos substitutos.<br />

Em relação a produtos substitutos, o que se vislumbra é a possibilida<strong>de</strong><br />

ainda remota <strong>de</strong> que as funções públicas, <strong>de</strong>ntro da perspectiva da<br />

administração gerencial pretendida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> discussão da reforma<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> brasileiro, no início <strong>do</strong> primeiro mandato <strong>do</strong> atual Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, venham a ser exercidas apenas por profissionais a serem contrata<strong>do</strong>s<br />

em conformida<strong>de</strong> com a Consolidação das Leis <strong>do</strong> Trabalho - CLT, permitin<strong>do</strong><br />

maior flexibilida<strong>de</strong> para a <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> recursos humanos, em comparação<br />

com o padrão estabeleci<strong>do</strong> pelo Regime Jurídico Único - RJU. Mesmo<br />

que isso ocorra, dificilmente haverá questionamento quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

se manter a seleção via concurso público, instrumento que assegura transparência<br />

e oportunida<strong>de</strong>s iguais. Têm-se observa<strong>do</strong> crescente interesse na <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> perfis mais precisos, visan<strong>do</strong> a contribuir para melhor a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong><br />

concursa<strong>do</strong> ao posto <strong>de</strong> trabalho. A propósito, os concursos públicos, principalmente<br />

para as carreiras fazendárias, têm uma segunda etapa seletiva que<br />

consiste em curso <strong>de</strong> formação para a carreira, aproximan<strong>do</strong> o perfil <strong>do</strong> candidato<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação profissional.<br />

3.2 No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas.<br />

3.2.1 Panorama<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s serviços educacionais, a concorrência apresenta-se<br />

menos evi<strong>de</strong>nte, pois os serviços presta<strong>do</strong>s pela ESAF são <strong>de</strong>senvol-<br />

245


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

vi<strong>do</strong>s em conjunto com os clientes, caracterizan<strong>do</strong> soluções customizadas e,<br />

portanto, singulares. Com isso, os serviços presta<strong>do</strong>s pela ESAF são <strong>de</strong> difícil<br />

comparação com programas ofereci<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong>. A ESAF, via <strong>de</strong> regra,<br />

não elabora propostas para concorrer com outros presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços<br />

educacionais. O motivo é simples: a ESAF, como Escola <strong>de</strong> Governo,<br />

tem sua tabela <strong>de</strong> preços divulgada publicamente. Assim, to<strong>do</strong>s conhecem ou<br />

po<strong>de</strong>m ter acesso aos valores pagos pela ESAF para seus colabora<strong>do</strong>res, incluin<strong>do</strong><br />

professores, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res pedagógicos,<br />

pessoal <strong>de</strong> apoio, bem como aos valores cobra<strong>do</strong>s pela utilização <strong>de</strong> equipamentos<br />

e da infra-estrutura logística da Escola, fatores que dificultam a<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> práticas comerciais <strong>de</strong> concorrência por parte da ESAF, pois o<br />

preço constitui fator muitas vezes <strong>de</strong>cisivo para se ganhar ou se per<strong>de</strong>r uma<br />

licitação. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> essas restrições, a seguir são analisadas as possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> concorrência, abordan<strong>do</strong>-se o tema com base nas forças <strong>de</strong>finidas no<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> PORTER.<br />

246<br />

3.2.2 Novos entrantes.<br />

A concorrência <strong>de</strong> novos entrantes é facilitada pela multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s, próprias <strong>de</strong> um merca<strong>do</strong> amplo, pois além <strong>do</strong> Governo<br />

Fe<strong>de</strong>ral, são 27 esta<strong>do</strong>s e 5.559 municípios, to<strong>do</strong>s em busca permanente <strong>de</strong><br />

formação, capacitação e especialização <strong>de</strong> seus servi<strong>do</strong>res. Cabe <strong>de</strong>stacar novos<br />

entrantes que, conjugan<strong>do</strong> as dificulda<strong>de</strong>s próprias <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento em<br />

um País <strong>de</strong> dimensões continentais com as facilida<strong>de</strong>s cada vez mais acessíveis<br />

<strong>de</strong> comunicação, estão investin<strong>do</strong> maciçamente em programas <strong>de</strong> ensino<br />

a distância. Com as facilida<strong>de</strong>s advindas da tecnologia da informação, o ensino<br />

a distância experimenta crescimento acelera<strong>do</strong> e seguro. Nesse particular,<br />

<strong>de</strong>staca-se a UniRe<strong>de</strong>, que merece especial menção pela pujança e pelas características<br />

mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> sua proposta, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> representar risco para a ESAF<br />

como novo entrante ou mesmo como produto substituto, <strong>de</strong> vez que, em<br />

muitos casos, existe vantagem competitiva a favor <strong>do</strong> ensino a distância em<br />

comparação com o ensino presencial, este sobejamente majoritário na prestação<br />

<strong>de</strong> serviços educacionais pela ESAF.<br />

Embora a atuação da UniRe<strong>de</strong> não estabeleça competitivida<strong>de</strong> imediata<br />

com a ESAF, apresenta-se como potencial concorrente no futuro, na<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino a distância, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, além da formação <strong>do</strong>cente, hoje<br />

o foco da UniRe<strong>de</strong>, venham a ser incluídas as áreas <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> interesse<br />

para o sistema fazendário, em especial Economia, Comércio Exterior,


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Direito, Contabilida<strong>de</strong> e Administração, segmentos pre<strong>do</strong>minantes na atuação<br />

da ESAF. Em verda<strong>de</strong>, a UniRe<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser vista como uma ameaça ao<br />

merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> ensino a distância em que a ESAF atua e preten<strong>de</strong> continuar<br />

atuan<strong>do</strong>, pois conta com o background científico e tecnológico das melhores<br />

universida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> País, além <strong>de</strong> especialistas em ensino a distância. Esse diferencial<br />

da UniRe<strong>de</strong> é ímpar.<br />

Além da UniRe<strong>de</strong>, o progressivo processo <strong>de</strong> globalização favorece<br />

o surgimento <strong>de</strong> novos entrantes, por intermédio <strong>de</strong> cursos ofereci<strong>do</strong>s via<br />

Internet, provenientes, inclusive, <strong>de</strong> outros países, com <strong>de</strong>staque para a<br />

Espanha e México.<br />

Quanto aos programas presenciais, como se disse, pre<strong>do</strong>minantes<br />

no elenco atual <strong>de</strong> programas da ESAF, observa-se que, no campo <strong>de</strong> Finanças<br />

Públicas, tema que concentra os interesses maiores da Escola, existe um<br />

forte trabalho em parceria, envolven<strong>do</strong> instituições <strong>do</strong> País e <strong>do</strong> exterior. No<br />

plano internacional, <strong>de</strong>stacam-se os programas educacionais realiza<strong>do</strong>s conjuntamente<br />

pela ESAF com o Instituto <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Monetário Internacional e<br />

com o Instituto <strong>do</strong> Banco Mundial, programas esses <strong>de</strong> interesse estratégico<br />

<strong>do</strong> Governo brasileiro e <strong>do</strong>s governos <strong>do</strong>s países da América Latina, além <strong>de</strong><br />

programas educacionais em parceria com a União Européia. No âmbito nacional,<br />

diversificadas são as parcerias com universida<strong>de</strong>s e centros <strong>de</strong> pesquisa,<br />

merecen<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, a Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco e a Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Não se tem observa<strong>do</strong> perda <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> por parte da<br />

ESAF em razão <strong>de</strong> novos entrantes, mas essa possibilida<strong>de</strong> existe, sobretu<strong>do</strong><br />

se os preços da Escola não se situarem em patamares competitivos.<br />

3.2.3 Fornece<strong>do</strong>res.<br />

Quanto à ameaça que fornece<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m representar, ela é bastante<br />

nítida nos programas <strong>de</strong> capacitação em microinformática, sobretu<strong>do</strong><br />

no que tange às empresas que são representantes comerciais <strong>de</strong> software.<br />

3.2.4 Clientes.<br />

Com relação aos clientes, a principal ameaça que po<strong>de</strong> advir é a da<br />

concretização da hipótese, hoje remota, da Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral vir a<br />

se tornar um órgão autônomo e, ainda mais remota, <strong>de</strong>cidir não mais contratar<br />

os serviços da ESAF. Como a estrutura da ESAF, com centros regionais em<br />

247


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

cada uma das se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> região fiscal, segue a estrutura da Receita Fe<strong>de</strong>ral, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a Secretaria da Receita Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> integrar a estrutura<br />

básica <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, po<strong>de</strong> vir a ter conseqüências significativas<br />

para a ESAF. Outra ameaça <strong>do</strong>s clientes consiste na organização interna <strong>de</strong><br />

serviços <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas. Nos últimos anos, clientes<br />

importantes têm empreendi<strong>do</strong> mudanças expressivas na <strong>gestão</strong> e no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> seus quadros, muitas vezes sem o envolvimento da ESAF.<br />

Essa in<strong>de</strong>pendência que existe para a contratação <strong>de</strong>sses serviços tem implica<strong>do</strong><br />

contratações <strong>de</strong> outras instituições que não a ESAF para a prestação <strong>de</strong> serviços<br />

educacionais, sen<strong>do</strong> que essa prática, em geral, representa apenas uma<br />

complementação <strong>de</strong> serviços e não substituição <strong>de</strong> serviços presta<strong>do</strong>s pela<br />

ESAF, pois, algumas vezes, o volume <strong>de</strong> trabalho extrapola a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

atendimento direto pela ESAF.<br />

248<br />

3.2.5 O setor.<br />

Quanto a concorrência no setor, <strong>de</strong>stacam-se a Escola Nacional <strong>de</strong><br />

Administração Pública – ENAP e a Fundação Getúlio Vargas – FGV.<br />

Em relação à ENAP, a sobreposição <strong>de</strong> ações restringe-se à<br />

capacitação em tecnologia da informação e em <strong>de</strong>senvolvimento gerencial,<br />

sen<strong>do</strong> que essa sobreposição <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, em verda<strong>de</strong>, se reveste <strong>de</strong> característica<br />

<strong>de</strong> complementação, <strong>de</strong> vez que o merca<strong>do</strong> a ser atendi<strong>do</strong> é <strong>de</strong>masiadamente<br />

amplo para que um único presta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> serviço possa integralmente<br />

atendê-lo. Assim, a segmentação dá-se pela clientela. A capacitação em ferramentas<br />

<strong>de</strong> tecnologia da informação compõe a carteira <strong>de</strong> serviços da ESAF,<br />

embora não seja parte essencial da sua atuação. Nesse segmento, no plano<br />

governamental, há pre<strong>do</strong>minância da ENAP quanto ao volume da oferta e à<br />

diversificação <strong>de</strong> programas, conseqüências naturais e coerentes com a sua<br />

finalida<strong>de</strong> institucional. No que diz respeito ao <strong>de</strong>senvolvimento gerencial, é<br />

reconhecida nacional e internacionalmente a competência da ENAP, sen<strong>do</strong><br />

esse campo <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> o fulcro principal <strong>de</strong> sua missão. No entanto, a<br />

ESAF permanece com expressiva atuação em programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

gerencial, <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, em sucessivos<br />

projetos <strong>de</strong> âmbito nacional.<br />

Em relação à Fundação Getúlio Vargas - FGV, existe concorrência<br />

com a ESAF nos segmentos finalísticos da Escola. A FGV prece<strong>de</strong> a ESAF<br />

no campo <strong>de</strong> Finanças Públicas, possui quadro <strong>do</strong>cente próprio reconheci<strong>do</strong>


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

no País e no exterior e, além <strong>de</strong> sua base no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca<br />

pela atuação no ambiente governamental, a FGV tem expressiva atuação no<br />

merca<strong>do</strong> paulista, fortemente ligada ao setor priva<strong>do</strong>. Não obstante a posição<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque da FGV nesses <strong>do</strong>is merca<strong>do</strong>s, com repercussão em to<strong>do</strong> o<br />

País, a Fundação tem amplia<strong>do</strong> sua atuação mediante o cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong><br />

instituições Brasil a fora. Segun<strong>do</strong> a avaliação <strong>de</strong> muitos, essa ampliação tem<br />

vin<strong>do</strong> à custa <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e mais como exploração da marca FGV,<br />

<strong>de</strong> renome no País e no exterior. Vale ressaltar que a FGV <strong>de</strong>staca-se também<br />

pelos cursos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>s em São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Nesse campo, a concorrência não se estabelece hoje pelo fato da ESAF<br />

<strong>de</strong>senvolver programas em parceria com Universida<strong>de</strong>s Públicas Fe<strong>de</strong>rais na<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> profissional, ainda ausente nos programas da FGV.<br />

Em síntese, talvez a maior ameaça para a ESAF não esteja propriamente<br />

na concorrência atual, representada principalmente pela FGV e pela<br />

ENAP, nem na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos entrantes ou mesmo em relação a<br />

fornece<strong>do</strong>res e clientes, mas, sim, na difícil missão <strong>de</strong> crescer rumo à<br />

internacionalização, via parcerias como o Instituto <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Monetário<br />

Internacional e o Instituto <strong>do</strong> Banco Mundial, realizan<strong>do</strong> programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas para a América Latina, e, ao mesmo tempo, intensificar<br />

sua atuação em direção ao interior <strong>do</strong> País, incluin<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>s e municípios.<br />

O <strong>de</strong>safio consiste em conciliar essas duas vertentes, internacionalização<br />

e interiorização, manten<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> institucional e padrão eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas.<br />

Para tanto, torna-se indispensável articular parcerias estratégicas.<br />

O merca<strong>do</strong> em si é gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais para a execução direta pela ESAF <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os programas. O que não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista, contu<strong>do</strong>, é a indispensável<br />

capacida<strong>de</strong> da ESAF em contribuir para o gerenciamento global <strong>de</strong>sse processo,<br />

colocan<strong>do</strong>-se, <strong>de</strong>ssa forma, a serviço não apenas <strong>do</strong> Ministério da Fazenda,<br />

mas também <strong>do</strong> próprio País.<br />

4. Definição e base conceitual <strong>de</strong> Educação Corporativa.<br />

Definir Educação Corporativa não é tão simples como po<strong>de</strong> parecer<br />

à primeira vista. Com efeito, não é apenas uma nova <strong>de</strong>nominação para<br />

algo tradicional no mun<strong>do</strong> das organizações. A Educação Corporativa, em<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

verda<strong>de</strong>, reflete a complexida<strong>de</strong> própria <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> progressivamente mais<br />

competitivo e integra<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva histórica <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

que pre<strong>do</strong>minantemente permanece aprofundan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, sejam<br />

essas entre países, entre os entes subnacionais, entre organizações ou<br />

mesmo entre pessoas.<br />

Ten<strong>do</strong> como referência Jeanne C. MEISTER, autora <strong>do</strong> livro Educação<br />

Corporativa – a Gestão <strong>do</strong> Capital Intelectual através das Universida<strong>de</strong>s Corporativas,<br />

e levan<strong>do</strong>-se em conta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se traduzir a abrangência e a profundida<strong>de</strong><br />

das transformações que o conceito encerra, po<strong>de</strong>-se dizer que Educação<br />

Corporativa é o esforço institucional estrutura<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento continua<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> potencial humano, compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor composta<br />

<strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res e clientes da organização, <strong>de</strong>la própria e da socieda<strong>de</strong>,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> contribuir para o alcance <strong>de</strong> metas e resulta<strong>do</strong>s essenciais à<br />

sobrevivência e ao crescimento sustenta<strong>do</strong> da organização. Dessa forma,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que ser a empresa da escolha <strong>de</strong> clientes, fornece<strong>do</strong>res, investi<strong>do</strong>res<br />

e talentos humanos será o critério <strong>de</strong> sucesso empresarial no século<br />

XXI. Assim sen<strong>do</strong>, o diferencial <strong>de</strong>cisivo será a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair e manter<br />

a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> clientes e <strong>de</strong> investi<strong>do</strong>res, e, ao mesmo tempo, atrair e reter<br />

pessoas com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação e <strong>de</strong> criar <strong>conhecimento</strong> que agregue<br />

valor a produtos e serviços.<br />

Des<strong>do</strong>bran<strong>do</strong>-se cada segmento <strong>do</strong> conceito apresenta<strong>do</strong> por Jeanne<br />

MEISTER, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que a educação corporativa está simultânea e intimamente<br />

relacionada ao <strong>de</strong>senvolvimento das pessoas e às metas<br />

organizacionais, o que implica, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, re<strong>conhecimento</strong> <strong>do</strong> valor estratégico<br />

das pessoas, sobretu<strong>do</strong> diante da emergência da socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

e da informação, e, <strong>de</strong> outro la<strong>do</strong>, o propósito <strong>de</strong> se buscar patamares<br />

cada mais significativos <strong>de</strong> aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>s ao posto <strong>de</strong> trabalho.<br />

O conceito <strong>de</strong>monstra também que o esforço institucional <strong>de</strong>stina<strong>do</strong><br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas precisa ser permanente e contínuo, fazen<strong>do</strong><br />

com que trabalho e estu<strong>do</strong> tenham fronteiras cada vez mais tênues, se<br />

é que essas fronteiras ainda subsistem. Em nossos dias é fácil <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o postula<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> que trabalho e estu<strong>do</strong> nem sequer se diferenciam, <strong>de</strong> vez que há<br />

aprendiza<strong>do</strong> constante no trabalho, seja por intermédio <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />

auto<strong>de</strong>senvolvimento ou pelas inúmeras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se colocar em prática<br />

estratégias como o on the job trainning. Da mesma forma, é cada vez mais<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

recorrente a utilização <strong>de</strong> exemplos e casos reais em processos <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

unin<strong>do</strong>, sob outra perspectiva, trabalho e estu<strong>do</strong>. Vale salientar a advertência<br />

feita por Jeanne MEISTER, quan<strong>do</strong> afirma:<br />

A educação não mais termina quan<strong>do</strong> o aluno se forma na escola<br />

tradicional. Na antiga economia, a vida <strong>de</strong> um indivíduo era dividida<br />

em <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s: aquele em que ele ia para a escola e o<br />

posterior a sua formatura, em que ele começava a trabalhar. Agora,<br />

espera-se que os trabalha<strong>do</strong>res construam sua base <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

ao longo da vida (...) trabalho e aprendizagem sobrepõemse<br />

em indústrias tão diversas quanto software para computa<strong>do</strong>res,<br />

saú<strong>de</strong>, serviços públicos, telecomunicações e até mesmo treinamento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento” 5 .<br />

O conceito ressalta ainda que o espectro da Educação Corporativa<br />

é bastante amplo, ultrapassan<strong>do</strong> os limites da própria organização. Essa<br />

abrangência em pensar e agir em contexto amplia<strong>do</strong>, até há bem pouco inusitada,<br />

explicita inovação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significa<strong>do</strong> estratégico, seja a organização,<br />

aqui consi<strong>de</strong>rada, uma empresa ou um órgão público. Ambos, empresas e<br />

governos, têm como pressuposto indistinto a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver e<br />

<strong>de</strong> se integrar à ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, que inclui os fornece<strong>do</strong>res, os clientes, a<br />

socieda<strong>de</strong> e a própria organização. A compreensão <strong>de</strong>ssa amplitu<strong>de</strong> é fundamental<br />

para a otimização <strong>de</strong> recursos e a maximização <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s ao longo<br />

<strong>do</strong> tempo. A performance da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor passa a ser objetivo consensual <strong>de</strong><br />

seus componentes, não sen<strong>do</strong> possível prescindir <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s e instrumentos<br />

<strong>de</strong> mensuração e <strong>de</strong> avaliação quantitativa e qualitativa <strong>do</strong> trabalho realiza<strong>do</strong>.<br />

A organização, em relação a si mesma e a cada um <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais componentes,<br />

precisa i<strong>de</strong>ntificar os fatores mais significativos para a alavancagem <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s,<br />

caben<strong>do</strong> à educação corporativa preparar a organização não apenas<br />

para mudar, mas para permanecer em processo <strong>de</strong> mudança, em constante<br />

evolução. Com palavras semelhantes, o dramaturgo Bertold Brecht sintetizou:<br />

é preciso mudar o mun<strong>do</strong>; <strong>de</strong>pois, será preciso mudar o mun<strong>do</strong> muda<strong>do</strong>.<br />

A esse respeito, Jeanne MEISTER afirma: “Para manter sua posição no<br />

merca<strong>do</strong> global, que se move rapidamente, a organização precisa abraçar a<br />

mudança <strong>de</strong> maneira proativa. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajustar e aperfeiçoar sistemas<br />

e processos passa a ser uma questão <strong>de</strong> sobrevivência” 6 .<br />

5 MEISTER, Jeanne. Educação Corporativa, p. 11.<br />

6 MEISTER, Jeanne. op. cit., p. 7.<br />

251


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

4.1 Componentes da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor.<br />

A seguir, apresenta-se uma análise <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s componentes da<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, privilegian<strong>do</strong> os aspectos <strong>de</strong> maior impacto real ou potencial<br />

para empresas e governos.<br />

252<br />

4.1.1 Fornece<strong>do</strong>res.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fornece<strong>do</strong>res po<strong>de</strong> tornar-se estratégia <strong>de</strong>cisiva<br />

para se alcançar eleva<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> economia <strong>de</strong> recursos, via a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>de</strong> insumos, bem como po<strong>de</strong> trazer expressivos ganhos <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

em produtos e serviços, fatores diretamente vincula<strong>do</strong>s à produtivida<strong>de</strong><br />

e, por extensão e analogia, à competitivida<strong>de</strong> organizacional. Os fornece<strong>do</strong>res<br />

fazem parte <strong>do</strong> negócio da organização. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolver fornece<strong>do</strong>res<br />

significa aperfeiçoar o processo produtivo da organização em segmento<br />

crítico, pois, embora integran<strong>do</strong> o processo produtivo da organização,<br />

os fornece<strong>do</strong>res possuem autonomia, ao menos relativa.<br />

4.1.2 Clientes.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> clientes, por seu turno, significa investir<br />

nos <strong>de</strong>stinatários <strong>do</strong>s produtos e serviços da organização. Por isso mesmo,<br />

constitui-se em fonte insubstituível para o alinhamento <strong>de</strong> expectativas e conformida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> requisitos, não como mera dimensão estática da <strong>de</strong>manda, situação<br />

que ainda ocorre, mas, sim, como corolário <strong>de</strong> esforços conjuntos na<br />

construção <strong>de</strong> referenciais que evoluem consensualmente. Sobre esse assunto,<br />

vale lembrar as palavras <strong>de</strong> Tim O’LEARY, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sistemas<br />

abertos da Epsilon, quan<strong>do</strong> diz que “gerentes <strong>de</strong> projeto precisam ser capazes<br />

<strong>de</strong> recorrer a um conjunto totalmente novo <strong>de</strong> técnicas: raciocínio estratégico,<br />

criativida<strong>de</strong>, negociação, gerenciamento <strong>de</strong> conflitos e, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar parcerias com o usuário e chegar a um consenso sobre<br />

como o projeto será analisa<strong>do</strong> para oferecer um resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong>”<br />

7 (grifo nosso). Essa evolução transcen<strong>de</strong> horizontes corriqueiros e<br />

potencializa uma dinâmica nova, dinâmica essa em que a organização se torna<br />

capaz <strong>de</strong> ver o cliente <strong>do</strong> seu cliente. E assim, ao vislumbrar a atuação<br />

finalística <strong>do</strong> seu cliente, a organização passa a ter melhor <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong><br />

si mesma, perceben<strong>do</strong> com maior niti<strong>de</strong>z o seu próprio significa<strong>do</strong>. Essa ca-<br />

7 Ibi<strong>de</strong>m, mesma página.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

pacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> trabalhar em conjunto com o cliente é fator<br />

que diferencia a organização, propicia condições mais favoráveis para o alcance<br />

<strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> satisfação eleva<strong>do</strong>s e, em conseqüência, amplia as chances<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cliente.<br />

4.1.3 A organização.<br />

Quan<strong>do</strong> a Educação Corporativa tem como foco a própria organização,<br />

implícita está a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difundir e intensificar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r. Ora, quan<strong>do</strong> se admite como não-questionável que a<br />

única certeza é a mudança e que, se a organização não mudar, ela morre, pois<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> cumprir a sua função social, as pessoas precisam, mais <strong>do</strong> que nunca,<br />

apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r. Em parte, apren<strong>de</strong>r a apren<strong>de</strong>r tem a ver com méto<strong>do</strong>s<br />

e técnicas e, em maior grau, tem a ver com atitu<strong>de</strong> e comportamento. Apren<strong>de</strong>r<br />

a apren<strong>de</strong>r po<strong>de</strong> representar ampliação substancial das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aprendiza<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, vale <strong>de</strong>stacar, o auto<strong>de</strong>senvolvimento, o aprendiza<strong>do</strong><br />

com o próprio trabalho e com o que <strong>de</strong>corre da interação com fornece<strong>do</strong>res<br />

e clientes, as oportunida<strong>de</strong>s internas à própria organização e as ações<br />

planejadas <strong>de</strong> capacitação, aperfeiçoamento e especialização realizadas, em<br />

parceria ou não, com instituições <strong>de</strong> ensino e <strong>de</strong> pesquisa. A partir da<br />

constatação <strong>de</strong> que as organizações são cada vez mais intensivas em <strong>conhecimento</strong>,<br />

po<strong>de</strong>-se afirmar que a aprendizagem que se transforma em ação, seja<br />

ela individual ou <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> trabalho, é o insumo mais estratégico para<br />

que as organizações sejam e permaneçam competitivas e socialmente relevantes.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> Lester THUROW, reitor da Sloan School of Management <strong>do</strong><br />

MIT, a educação e qualificação da força <strong>de</strong> trabalho será a principal vantagem<br />

competitiva <strong>do</strong> século vinte e um. Motivo: está surgin<strong>do</strong> um conjunto totalmente<br />

novo <strong>de</strong> tecnologias que exigirão que o trabalha<strong>do</strong>r médio, seja no<br />

setor administrativo ou <strong>de</strong> produção, adquira qualificações que não eram<br />

obrigatórias no passa<strong>do</strong>. Essas qualificações vão além das responsabilida<strong>de</strong>s<br />

limitadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> cargo e alcançam um amplo conjunto <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />

necessárias para que o trabalha<strong>do</strong>r se adapte às novas tecnologias e mudanças<br />

no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho 8 .<br />

8 Ibi<strong>de</strong>m, mesma página.<br />

253


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A essas palavras, acrescenta Jeanne MEISTER: “As chances <strong>de</strong> uma<br />

organização mudar com sucesso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s funcionários<br />

<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r novos papéis, processos e habilida<strong>de</strong>s. Essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativar<br />

a inteligência, a inventivida<strong>de</strong> e a energia <strong>do</strong> funcionário nunca foi tão primordial<br />

quanto na economia <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>” 9 . Em se tratan<strong>do</strong> ainda <strong>do</strong><br />

enfoque da Educação Corporativa com foco na organização, vale lembrar<br />

que o trabalho está se tornan<strong>do</strong> cada vez mais uma ativida<strong>de</strong> grupal, integrada,<br />

em que a cooperação é fundamental para o atingimento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

planeja<strong>do</strong>s. Além disso, estão sen<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong>s cada vez mais recursos<br />

tecnológicos à disposição para apoiar a geração <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong>, permanecen<strong>do</strong><br />

imprescindível que se <strong>de</strong>senvolva a capacida<strong>de</strong> criativa para a formulação<br />

<strong>de</strong> soluções. Em relação ao foco organizacional, é váli<strong>do</strong> também dizer<br />

que o movimento cada vez mais consolida<strong>do</strong> <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> estruturas planas,<br />

aproximan<strong>do</strong> dirigentes e equipes <strong>de</strong> produção, via redução <strong>de</strong> níveis<br />

gerenciais, fenômeno que ficou conheci<strong>do</strong> como <strong>do</strong>wn sizing ou right sizing, não<br />

significa, em absoluto, que esteja haven<strong>do</strong> um enfraquecimento da li<strong>de</strong>rança.<br />

Ao contrário, estruturas planas mais <strong>de</strong>senvolvidas são capazes <strong>de</strong> lidar com<br />

maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> situações, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> processos e<br />

projetos progressivamente mais interdisciplinares e interfuncionais. Para que<br />

essa li<strong>de</strong>rança possa se propagar, necessário se faz que to<strong>do</strong>s tenham <strong>conhecimento</strong><br />

da missão, <strong>do</strong> negócio e da visão <strong>de</strong> futuro da organização. Como<br />

dizia SÊNECA, não há vento bom para quem não sabe aon<strong>de</strong> ir.<br />

A redução <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s produtos e serviços, seja pela<br />

obsolescência planejada, seja pela acirrada competitivida<strong>de</strong> nos merca<strong>do</strong>s globais,<br />

seja pela manifestação crítica da socieda<strong>de</strong> em relação a órgãos públicos,<br />

torna a educação corporativa estratégia <strong>de</strong> investimento vital para a sobrevivência<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> empresas e governos, que são formas sociais<br />

organizadas e estruturadas, nascidas da socieda<strong>de</strong> e a ela <strong>de</strong>stinadas. Nesse<br />

campo, merece especial reflexão o conjunto <strong>de</strong> transformações ocorridas no<br />

País na última década, com conseqüências diretas para a educação corporativa,<br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se a abertura gradual <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e a <strong>de</strong>sregulamentação da economia.<br />

A inserção <strong>do</strong> País no merca<strong>do</strong> internacional, na formação e na<br />

participação em blocos econômicos, assim como na negociação bilateral com<br />

outros países, trouxe referenciais novos <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong> pela<br />

9 Ibi<strong>de</strong>m, mesma página.<br />

254


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

redução ou, em outros casos, eliminação, <strong>de</strong> barreiras protecionistas. Para<br />

tornar empresas competitivas, houve, sobretu<strong>do</strong> na indústria, forte investimento<br />

em tecnologia e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas. No plano governamental,<br />

observou-se na última década, a manifestação, pelo voto, <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> que o Governo se concentrasse cada vez mais em assuntos típicos <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />

e restringisse drasticamente sua face empresarial, base <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

privatização em curso. Curiosamente, ao mesmo tempo em que a socieda<strong>de</strong><br />

busca restringir o papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como empresário, passa a exigir <strong>do</strong> próprio<br />

Esta<strong>do</strong> que incorpore, no exercício <strong>de</strong> suas funções constitucionais, padrões<br />

<strong>de</strong> eficiência e <strong>de</strong> eficácia semelhantes aos pratica<strong>do</strong>s no setor priva<strong>do</strong>.<br />

Com isso, faz cada vez mais senti<strong>do</strong> pensar em Educação Corporativa indistintamente<br />

como estratégia para o setor público e para o setor priva<strong>do</strong>.<br />

Essas transformações, em seu conjunto, começam a mudar<br />

paradigmas há muito estabeleci<strong>do</strong>s. Um <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> fácil visualização, diz respeito<br />

à empregabilida<strong>de</strong>. Conforme assinala Jeanne MEISTER:<br />

“o antigo contrato social implícito – você trabalha bastante e terá<br />

emprego durante o tempo que quiser – não existe mais. A segurança<br />

<strong>do</strong> emprego não é mais uma <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> trabalho em uma única<br />

empresa, mas da manutenção <strong>de</strong> uma carteira <strong>de</strong> qualificações relacionadas<br />

ao emprego. Essa transformação sinaliza um novo contrato<br />

psicológico entre o emprega<strong>do</strong>r e o emprega<strong>do</strong>. Sob os termos <strong>de</strong>sse<br />

novo contrato, os emprega<strong>do</strong>res oferecem aprendizagem em lugar<br />

<strong>de</strong> segurança no emprego” 10 (grifo nosso).<br />

Dentro <strong>do</strong> conceito amplo <strong>de</strong> educação corporativa, vale ressaltar<br />

o surgimento <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s corporativas. Segun<strong>do</strong> Jeanne MEISTER:<br />

10 MEISTER, Jeanne. op. cit., p. 9.<br />

11 MEISTER, Jeanne. op. cit., p. 19.<br />

embora a universida<strong>de</strong> corporativa da década passada existisse<br />

principalmente como um campus, hoje ela consiste em um processo<br />

e, não, em um local físico (...) e os programas mais avança<strong>do</strong>s<br />

são encontra<strong>do</strong>s nos segmentos que apresentam o mais alto<br />

investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e on<strong>de</strong> novos processos<br />

<strong>de</strong> P&D criaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treinamento e<br />

retreinamento <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res profissionais 11 .<br />

255


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

O explosivo crescimento, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, das universida<strong>de</strong>s<br />

corporativas, que são hoje, segun<strong>do</strong> estimativas da própria Jeanne MEISTER,<br />

aproximadamente duas mil, <strong>de</strong>monstra que a integração empresa–escola está<br />

se consolidan<strong>do</strong> como resultante da união <strong>de</strong> vantagens competitivas, ou seja,<br />

esse processo traz em seu bojo vantagens recíprocas. Empresas e governos,<br />

em parceria com o meio acadêmico, estão sen<strong>do</strong> capazes <strong>de</strong> maximizar resulta<strong>do</strong>s<br />

a partir <strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> cada ente envolvi<strong>do</strong>. A escola, enfim, participa<br />

ativamente das situações <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, ao mesmo tempo em que empresas e<br />

governos passam a contar com equipes <strong>de</strong> alto nível e <strong>de</strong>dicadas à inovação, à<br />

pesquisa aplicada e à difusão <strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s. Esse processo <strong>de</strong> intercâmbio<br />

permanente tem si<strong>do</strong> facilita<strong>do</strong> pela emergência das possibilida<strong>de</strong>s<br />

virtuais <strong>de</strong> comunicação que, a um só tempo, eliminam distâncias e não pressupõem<br />

necessariamente a simultaneida<strong>de</strong> da presença professor–aluno, própria<br />

<strong>do</strong>s programas presenciais.<br />

Concluin<strong>do</strong>, o <strong>de</strong>safio da educação corporativa consiste em obter<br />

vantagem competitiva ao longo <strong>do</strong> tempo, mediante o investimento nas pessoas<br />

que compõem a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, o que pressupõe capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação<br />

e <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> parcerias para, permanentemente, gerar valor agrega<strong>do</strong>.<br />

Assim, empresas e governos necessitam <strong>de</strong> equipes e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças que estejam<br />

além da percepção <strong>de</strong>sse novo paradigma <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>. Em verda<strong>de</strong>,<br />

necessitam <strong>de</strong> equipes e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças que estejam aptas a reinventar dinamicamente<br />

produtos, serviços e processos e, enfim, reinventar a si mesmos.<br />

5. Forças restritivas e as forças propulsoras para a ampliação <strong>do</strong> Capital<br />

Intelectual, na ESAF, por meio da Educação Corporativa<br />

Todas as idéias, teorias ou entida<strong>de</strong>s novas surgem em um campo<br />

<strong>de</strong> forças, que é a ecologia social que lhes dá guarida e propicia a avaliação <strong>do</strong><br />

senso <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu surgimento e permanência inicial, com um<br />

conjunto <strong>de</strong> vetores carrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> energia que restringem ou inibem sua sustentação,<br />

existência ou <strong>de</strong>senvolvimento e que precisam ser removi<strong>do</strong>s, supera<strong>do</strong>s<br />

ou minimiza<strong>do</strong>s nessa sua ação restritiva. De outro la<strong>do</strong>, agin<strong>do</strong> no<br />

senti<strong>do</strong> positivo, um conjunto <strong>de</strong> forças impulsoras criam um ambiente propício<br />

para a implementação, a a<strong>do</strong>ção, o <strong>de</strong>senvolvimento e fortalecimento<br />

<strong>de</strong> novas idéias, teorias ou organizações, e essas forças <strong>de</strong>vem ser maximizadas<br />

para acelerar os efeitos positivos <strong>do</strong> que se preten<strong>de</strong> atingir. É nesse ambiente<br />

256


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>de</strong> energias até antagônicas que as idéias, teorias e organizações são manifestadas<br />

pela primeira vez, validadas ou não e, se positivo, formatadas, <strong>de</strong>senvolvidas<br />

e adquirentes <strong>de</strong> vida própria, constituin<strong>do</strong> sua história.<br />

O objetivo da avaliação <strong>de</strong>sse ambiente é conhecer e neutralizar as<br />

forças restritivas ou transformá-las em forças produtivas, diminuin<strong>do</strong> as resistências<br />

e aumentan<strong>do</strong> a potencialida<strong>de</strong> das condições favoráveis à a<strong>do</strong>ção<br />

da nova situação pretendida. Com relação às forças propulsoras, o objetivo é<br />

fortalecê-las ainda mais, para aumentar a potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existência da idéia,<br />

teoria ou entida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong>s objetivos a que vieram.<br />

Assim ocorre com a idéia <strong>de</strong> se a<strong>do</strong>tar a educação corporativa como<br />

meio <strong>de</strong> se ampliar o capital intelectual da ESAF. A ESAF vem persistin<strong>do</strong><br />

em práticas incorporadas ao conceito <strong>de</strong> educação corporativa, principalmente<br />

no que se refere às características <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> construção, mapeamento e<br />

análise <strong>de</strong> cenários, ponto <strong>de</strong> partida <strong>do</strong> planejamento estratégico da Escola,<br />

que tem por base o foco <strong>do</strong> cliente, ou seja, a i<strong>de</strong>ntificação das ações e projetos<br />

estratégicos <strong>do</strong> cliente. A educação corporativa, como caminho i<strong>de</strong>al para<br />

a ampliação <strong>do</strong> capital intelectual da empresa, pressupõe um conjunto <strong>de</strong><br />

requisitos para o sucesso: consciência e vonta<strong>de</strong> política da direção superior,<br />

diretrizes estratégicas bem <strong>de</strong>finidas e internalizadas por toda a organização,<br />

disposição e abertura <strong>do</strong>s funcionários para inovação, espírito <strong>de</strong> equipe para<br />

o crescimento da empresa, além da aceitação <strong>do</strong> compartilhamento <strong>de</strong> competências<br />

e <strong>conhecimento</strong>. Esses requisitos po<strong>de</strong>m ser obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira<br />

mais favorável por meio <strong>do</strong> planejamento estratégico, principalmente em<br />

função <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> forças que restringem ou po<strong>de</strong>m vir a restringir a ação<br />

<strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong> capital intelectual da ESAF.<br />

5.1 Forças restritivas.<br />

A a<strong>do</strong>ção da educação corporativa como meio <strong>de</strong> ampliação <strong>do</strong><br />

capital intelectual da ESAF <strong>de</strong>para-se com um conjunto <strong>de</strong> vetores que dificulta<br />

a valorização e a retenção <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>res com potencial <strong>de</strong> crescimento<br />

ou <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> competências estratégicas e <strong>de</strong> consciência ampliada. A condição<br />

<strong>de</strong> organização pública, com reduzida flexibilida<strong>de</strong> para atração, valorização<br />

diferenciada e retenção <strong>de</strong> talentos, retira uma razoável parcela <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r<br />

gerencial em prol da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer seu corpo <strong>de</strong> colabora<strong>do</strong>res.<br />

Concorrem ainda a ausência <strong>de</strong> quadro próprio <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>res e as<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conquistar e reter valores novos, o que inibe a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> um<br />

257


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

plano <strong>de</strong> longo prazo nos investimentos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> capital<br />

humano.<br />

5.2 Forças propulsoras.<br />

O próprio conceito <strong>de</strong> educação corporativa, pressupon<strong>do</strong> a consciência<br />

e a disposição da alta direção em a<strong>do</strong>tá-la, a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

para a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa nova alternativa, o compartilhamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

funcionários, fornece<strong>do</strong>res, clientes e clientes <strong>do</strong>s clientes, tu<strong>do</strong> converge para<br />

o entendimento da simplicida<strong>de</strong> e da racionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo. A educação<br />

corporativa conduz a uma mudança na forma <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> agir <strong>de</strong> dirigentes,<br />

gerentes e técnicos, aumentan<strong>do</strong> o compartilhamento <strong>de</strong>ntro e entre as<br />

equipes, diminuin<strong>do</strong> o egoísmo e egocentrismo <strong>do</strong>s especialistas, incentivan<strong>do</strong><br />

o entendimento das forças <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> e das oportunida<strong>de</strong>s e ameaças <strong>do</strong><br />

contexto, aumentan<strong>do</strong> o feeling quanto ao direito e ao <strong>de</strong>ver ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

pessoal e institucional. Segun<strong>do</strong> SANTOS, “As necessida<strong>de</strong>s humanas<br />

básicas, percebidas no indivíduo como sensação permanente <strong>de</strong> insatisfação<br />

com o esta<strong>do</strong> atual em que se encontra, são a mola propulsora da ativida<strong>de</strong><br />

humana. Por perceber-se incompleto, o homem sente que precisa fazer<br />

algo consigo mesmo. É o encarrega<strong>do</strong> primeiro <strong>de</strong> seu aprimoramento e realização”<br />

12 .<br />

A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong>ssa sensação <strong>de</strong> incompletu<strong>de</strong> nem sempre é<br />

vivenciada espontaneamente pelo ser humano, e à organização cabe a responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>spertar da consciência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, utilida<strong>de</strong> e oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento humano continua<strong>do</strong>. Alguns puristas censuram<br />

como distorção i<strong>de</strong>ológica o fato <strong>de</strong> a empresa investir no ser humano movida<br />

apenas por seu interesse em crescer e perpetuar-se no merca<strong>do</strong>, em benefício<br />

exclusivo da organização. De nossa parte consi<strong>de</strong>ramos que, mesmo que<br />

a motivação inicial da empresa seja puramente mercantilista, ao final, o lucro<br />

<strong>do</strong> investimento no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> funcionário acaba, quase em sua<br />

totalida<strong>de</strong>, benefician<strong>do</strong> o próprio emprega<strong>do</strong>. Este, ao aumentar suas competências<br />

essenciais, cresce, percebe melhor o mun<strong>do</strong>, valoriza-se, aumenta<br />

suas oportunida<strong>de</strong>s e passa até a justificar mecanismos <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> valores<br />

por parte da própria empresa.<br />

12 SANTOS, Antônio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s. Meto<strong>do</strong>logia Científica: a construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, p. 15.<br />

258


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

As mudanças no ambiente social também têm contribuí<strong>do</strong> para<br />

uma melhoria das condições gerais das organizações públicas brasileiras,<br />

principalmente com a rediscussão sobre o Esta<strong>do</strong>. Nesse<br />

contexto, <strong>de</strong>stacam-se o Programa Plurianual 2000/2003, o Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, a Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal e<br />

o Programa <strong>de</strong> Ajuste Fiscal. As mudanças das forças atuais <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> e as perspectivas para futuro não muito distante também<br />

concorrem para fortalecer a essencialida<strong>de</strong> da ampliação <strong>do</strong><br />

capital intelectual da ESAF.<br />

Uma outra força positiva já está evi<strong>de</strong>nciada na forma como a<br />

socieda<strong>de</strong> vem cobran<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s e qualida<strong>de</strong> nas ações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, com<br />

maior controle social, e esse processo, uma vez inicia<strong>do</strong>, dificilmente consegue<br />

ser neutraliza<strong>do</strong>. Está sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um clima favorável ao exercício<br />

pleno da cidadania e nenhuma organização <strong>do</strong> Setor Público conseguirá escapar<br />

da pressão por maior eficiência.<br />

A Escola já vem implementan<strong>do</strong> um programa interno <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

há quatro anos, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> os critérios <strong>do</strong> Prêmio Nacional <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong><br />

na avaliação da <strong>gestão</strong>. É inegável que a ESAF vem apresentan<strong>do</strong> uma sensível<br />

evolução <strong>de</strong> seus resulta<strong>do</strong>s anuais, conforme os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

obti<strong>do</strong>s na avaliação <strong>de</strong> sua <strong>gestão</strong>. Mas os da<strong>do</strong>s mais positivos po<strong>de</strong>m estar<br />

associa<strong>do</strong>s à reflexão sobre os cenários on<strong>de</strong> a Escola atua. To<strong>do</strong> o planejamento<br />

anual é precedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho na construção <strong>de</strong> cada cenário. Essa<br />

reflexão tem possibilita<strong>do</strong> a maior compreensão das oportunida<strong>de</strong>s, riscos e<br />

potencialida<strong>de</strong>s da Escola e a redução <strong>de</strong> resistências às inovações.<br />

A abertura internacional da Escola também exerce uma gran<strong>de</strong> influência<br />

na acessibilida<strong>de</strong> a inovações e na busca persistente da vanguarda. A<br />

ESAF participa <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> eventos anuais <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> Governo <strong>de</strong><br />

diversos países e organizações internacionais, em que a troca <strong>de</strong> experiências<br />

é muito rica e estimulante. Organismos internacionais <strong>de</strong> financiamento e <strong>de</strong><br />

fomento acompanham <strong>de</strong> perto as chamadas escolas <strong>de</strong> Governo, com a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> avaliar as reais condições operacionais e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber<br />

investimentos para trabalhar com <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pessoas <strong>do</strong> sistema<br />

fazendário. A ESAF tem atua<strong>do</strong> intensamente com o Banco Mundial, o FMI,<br />

o BID, a União Européia e outras organizações, com a realização <strong>de</strong> diversos<br />

eventos internacionais e assinatura <strong>de</strong> convênios <strong>de</strong> parcerias. Cabe ressaltar<br />

que foi assina<strong>do</strong>, pelo Ministro da Fazenda e pelo FMI, um acor<strong>do</strong><br />

259


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

cre<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> a ESAF como Joint Institute para a América Latina. Outro<br />

<strong>do</strong>cumento semelhante foi assina<strong>do</strong> com o Banco Mundial. Essa nova situação<br />

contribui para que a ESAF permaneça na vanguarda educacional, com a<br />

utilização das mais avançadas técnicas e processos.<br />

Outra ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque é a proximida<strong>de</strong> entre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

atuação posto em prática pela ESAF junto aos esta<strong>do</strong>s brasileiros e a educação<br />

corporativa. É que o Programa Nacional <strong>de</strong> Apoio à Mo<strong>de</strong>rnização Fiscal<br />

<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s – PNAFE, financia<strong>do</strong> com recursos <strong>do</strong> BID, tem a ESAF<br />

como principal agente <strong>de</strong> capacitação , justamente um <strong>do</strong>s componentes <strong>do</strong><br />

programa com orçamento mínimo estabeleci<strong>do</strong> em percentual <strong>do</strong> montante<br />

<strong>do</strong>s recursos. Sen<strong>do</strong> assim, a Escola tem trabalha<strong>do</strong> na construção e na<br />

implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> educação continuada para as secretarias <strong>de</strong><br />

Fazenda, com formatação diferenciada, segun<strong>do</strong> o estágio e o propósito <strong>de</strong><br />

cada uma. Nos últimos <strong>do</strong>is anos, a ESAF vem coor<strong>de</strong>nan<strong>do</strong> o Grupo <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento <strong>do</strong> Servi<strong>do</strong>r Fazendário - GDFAZ, com participação <strong>de</strong><br />

representantes <strong>de</strong> todas as secretarias estaduais <strong>de</strong> Fazenda, on<strong>de</strong> se está elaboran<strong>do</strong><br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> sistema fazendário e um programa<br />

<strong>de</strong> educação continuada para ele. O mo<strong>de</strong>lo pretendi<strong>do</strong> aproxima-se<br />

muito <strong>do</strong> que é preconiza<strong>do</strong> pela educação corporativa, envolven<strong>do</strong> toda a<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor <strong>do</strong> processo produtivo, e essa experiência <strong>de</strong>verá ser estendida<br />

aos municípios brasileiros, cujo programa, semelhante ao PNAFE, <strong>de</strong>verá<br />

ser inicia<strong>do</strong> em breve, também com a ESAF <strong>de</strong>le participan<strong>do</strong> como agente<br />

<strong>de</strong> capacitação.<br />

6. Processo produtivo sob a ótica da Gestão Estratégica <strong>do</strong> Conhecimento<br />

A ESAF, conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>, tem missão, visão e diretrizes<br />

<strong>de</strong>finidas, fatores essenciais para a <strong>gestão</strong> estratégica. No entanto, o processo<br />

produtivo, sob a ótica da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, pressupõe a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />

práticas ainda incipientes na Escola, como o monitoramento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e a<br />

formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong>. Ainda há muito por fazer, também, no<br />

campo <strong>do</strong> mapeamento <strong>de</strong> competências essenciais, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>s<br />

estratégicos.<br />

O esquema apresenta<strong>do</strong>, a seguir, busca sistematizar, a partir <strong>do</strong><br />

foco principal, que é a ampliação <strong>do</strong> capital intelectual e sua aplicação à ca-<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, to<strong>do</strong> o processo produtivo sob a ótica da <strong>gestão</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se agregar valor a produtos e serviços,<br />

bem como a processos, e se alcançar resulta<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntro da perspectiva <strong>de</strong><br />

<strong>gestão</strong> estratégica.<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

7. Conclusão.<br />

Como se po<strong>de</strong> constatar, a Educação Corporativa não constitui<br />

conceito e prática dissocia<strong>do</strong>s da história da ESAF. Com efeito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação<br />

<strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento, nos i<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1945, ao se esten<strong>de</strong>r ao público<br />

em geral cursos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s aos servi<strong>do</strong>res fazendários, havia, por parte <strong>do</strong><br />

Governo, níti<strong>do</strong> propósito <strong>de</strong> aproximar o relacionamento Esta<strong>do</strong>–Cidadão.<br />

Essa aproximação representava, a rigor, a percepção da relevância da ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> valor que, no caso em voga, consistia em estratégia <strong>de</strong> estreitamento <strong>do</strong>s<br />

laços que unem o presta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> serviço, o Governo, ao seu cliente, o cidadão.<br />

Ao longo da evolução da ESAF, proliferaram exemplos <strong>de</strong> sua incursão<br />

em ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento humano para além das fronteiras da organização,<br />

incluin<strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>res, parceiros, clientes e comunida<strong>de</strong>, no País e<br />

no exterior. Essas iniciativas, no entanto, caracterizaram-se como eventos pontuais<br />

e não como estratégia organizacional para gerar diferencial competitivo.<br />

Vale ressaltar que o Setor Público, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, historicamente<br />

não privilegiou o atendimento ao cidadão e tampouco se voltou para alcançar<br />

níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho próprios <strong>de</strong> setores competitivos. Esse quadro,<br />

entretanto, vem mudan<strong>do</strong> gradualmente. A face produtiva <strong>do</strong> Setor Público,<br />

não diretamente vinculada às funções típicas <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, caminhou e continua<br />

seguin<strong>do</strong> para a privatização. Do Setor Público, a socieda<strong>de</strong> exige políticas<br />

<strong>de</strong> regulação que conciliem crescimento econômico, equilíbrio das contas<br />

públicas e investimento social, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva <strong>de</strong> eficácia e <strong>de</strong><br />

otimização da aplicação <strong>de</strong> recursos. Dessa forma, a prestação <strong>de</strong> serviços<br />

públicos por instituições <strong>do</strong> próprio Setor Público não mais está apoiada na<br />

incontestável reserva <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, com clientes cativos. Essas organizações<br />

passam crescentemente a se submeter ao crivo sócio-político-econômico <strong>do</strong><br />

contexto em que atuam, sen<strong>do</strong> a competitivida<strong>de</strong> fator <strong>de</strong>cisivo para a sua<br />

sobrevivência e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

A consciência <strong>de</strong> que a ESAF necessita disputar o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

serviços <strong>de</strong> seleção e <strong>de</strong> educação para o Setor Público, inclusive no que tange<br />

ao sistema fazendário, <strong>de</strong>verá consolidar mudanças profundas na organização,<br />

ten<strong>do</strong> por base conceitos e práticas <strong>de</strong> Educação Corporativa. Em merca<strong>do</strong>s<br />

competitivos, é fundamental agregar valor ao produto ou serviço e essa<br />

agregação está fortemente associada ao investimento no <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

equipes <strong>de</strong> trabalho, à aproximação <strong>de</strong> fornece<strong>do</strong>res e clientes para o<br />

aperfeiçoamento <strong>do</strong> processo produtivo, à mo<strong>de</strong>rnização tecnológica e à<br />

economicida<strong>de</strong>, fatores intrinsecamente vincula<strong>do</strong>s à a<strong>do</strong>ção da Educação<br />

Corporativa como estratégia organizacional.<br />

Concluin<strong>do</strong>, a Educação Corporativa tem amplas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> ser plenamente incorporada no processo produtivo da ESAF, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

sejam estabelecidas parcerias com instituições e empresas <strong>de</strong> referência nesse<br />

campo, que haja formação <strong>de</strong> massa crítica na própria Escola, que seja a<strong>do</strong>tada<br />

sistemática <strong>de</strong> mapeamento permanente <strong>de</strong> competências essenciais e que<br />

seja feito monitoramento permanente <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Assim, a ESAF, que hoje<br />

ocupa posição privilegiada no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> seleção e<br />

<strong>de</strong> educação para o Setor Público, po<strong>de</strong>rá não apenas consolidar sua posição,<br />

mas ampliá-la, ten<strong>do</strong> como focos permanentes a geração <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong> a<br />

seus serviços e a realização <strong>de</strong> ações que contemplem toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor.<br />

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264<br />

GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

EBOLI, Marisa. Coletânea Universida<strong>de</strong>s Corporativas: Educação para as empresas <strong>do</strong><br />

século XXI. São Paulo: Schmukler Editores, 1999.<br />

MEISTER, Jeanne C. Educação Corporativa; tradução: Maria Claudia Santos<br />

Ribeiro Ratto. São Paulo: MAKRON Books, 1999.<br />

PORTER, Michael E. Competição = On competition : estratégias competitivas essenciais;<br />

3. ed. tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Campus,<br />

1999.<br />

SANTOS, Antonio Raimun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s. Meto<strong>do</strong>logia cientifica: a construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>.<br />

2. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: DP&A editora, 1999.


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

CONCLUSÃO<br />

Ao longo <strong>do</strong>s diversos capítulos <strong>de</strong>ste livro, foi possível <strong>de</strong>screver,<br />

analisar e compartilhar idéias, propostas e experiências em torno da<br />

implantação <strong>de</strong> políticas e ações orientadas para a Gestão <strong>do</strong> Conhecimento.<br />

As duas instituições focalizadas – SERPRO e ESAF – não só manifestam<br />

intenções <strong>de</strong> implantar e consolidar práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento,<br />

como também já se constituem, sob alguns aspectos, em “benchmarking”<br />

nesta área para outras organizações. O SERPRO, por sua visão estratégica<br />

<strong>de</strong> passar <strong>de</strong> uma empresa focada na informação para uma empresa focada no<br />

<strong>conhecimento</strong> e <strong>de</strong> como implantar políticas e processo <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong><br />

Conhecimento; a ESAF, como instituição atuante no ambiente educacional,<br />

perceben<strong>do</strong> sua vantagem competitiva como presta<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> serviços no<br />

processo <strong>de</strong> educação corporativa <strong>de</strong> outras organizações, sobretu<strong>do</strong> no setor<br />

público.<br />

Embora as duas instituições sejam <strong>de</strong> natureza pública, ambas refletem<br />

um novo pensamento que passa a ser cada vez mais evi<strong>de</strong>nte no meio<br />

organizacional (público e priva<strong>do</strong>): as empresas passam a perceber o<br />

<strong>conhecimento</strong> como o seu principal ativo a ser administra<strong>do</strong> nos próximos<br />

anos. Para tanto, é necessário passar por mudanças e rompimentos <strong>de</strong> paradigmas<br />

culturais e organizacionais, que criem condições favoráveis à implantação da<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento. Entre estas condições, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

• uma visão estratégica <strong>do</strong> negócio, perceben<strong>do</strong> o <strong>conhecimento</strong><br />

como um (novo) recurso que propiciará vantagem competitiva e<br />

perpetuida<strong>de</strong> nos propósitos da organização;<br />

• uma cultura organizacional favorável ao ambiente <strong>de</strong> inovação e<br />

criativida<strong>de</strong>, estimulan<strong>do</strong> as práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento;<br />

• um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> natureza flexível, propician<strong>do</strong> agilida<strong>de</strong><br />

e adaptabilida<strong>de</strong> diante das mudanças <strong>do</strong> ambiente externo<br />

que exigem um permanente aprendiza<strong>do</strong> organizacional;<br />

• uma infraestrutura <strong>de</strong> tecnologia, sobretu<strong>do</strong> na área <strong>de</strong> <strong>gestão</strong><br />

da informação, que facilite e agilize o uso <strong>de</strong> bases <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e da<br />

conversão <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> tácito em <strong>conhecimento</strong> explícito;<br />

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GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

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e, por último e talvez o mais importante, para alavancar todas as<br />

condições acima, uma li<strong>de</strong>rança pró-ativa e visionária que estimule<br />

permanentemente a busca <strong>de</strong> novos <strong>conhecimento</strong>s e que<br />

priorize o capital humano da organização como seu principal<br />

ativo.<br />

Uma vez atendidas as condições favoráveis à implantação da<br />

Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, esta vai se materializar no dia-a-dia das organizações<br />

através <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> práticas integradas, cada qual visan<strong>do</strong> cumprir<br />

uma ou mais das seguintes funções:<br />

• para criar e disseminar o <strong>conhecimento</strong>, <strong>de</strong>ve-se implantar<br />

meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> Aprendizagem Organizacional e <strong>de</strong> Educação<br />

Corporativa;<br />

• para codificar e organizar o <strong>conhecimento</strong>, <strong>de</strong>ve-se implantar<br />

meto<strong>do</strong>logias e práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Competências;<br />

• para mensurar o valor <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>, <strong>de</strong>ve-se implantar<br />

meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Capital Intelectual;<br />

• e para monitorar e orientar as <strong>de</strong>cisões estratégicas da empresas<br />

baseadas cada vez mais no <strong>conhecimento</strong>, <strong>de</strong>ve-se implantar mecanismos<br />

<strong>de</strong> Inteligência Empresarial.<br />

Para estimular o leitor, recomendamos uma reflexão final sobre a<br />

sua organização, em termos da situação gerencial em que a mesma se encontra<br />

atualmente e as perspectivas e <strong>de</strong>safios para a mesma nos próximos anos.<br />

Certamente as idéias e práticas <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Conhecimento, reportadas ao<br />

logo <strong>do</strong> texto, em muito irão contribuis para a orientação das <strong>de</strong>cisões estratégicas<br />

a serem tomadas por esta organização. Uma vez <strong>de</strong>cidida a caminhar<br />

nesta direção, esta organização já estará entran<strong>do</strong> nos paradigmas da nova<br />

Socieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> Conhecimento. E cada um <strong>do</strong>s seus colabora<strong>do</strong>res será um “trabalha<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>”, com perspectivas cada vez mais <strong>de</strong> sua autorealização<br />

pessoal e profissional.<br />

Fazemos nossas as palavras <strong>do</strong> compositor Beto Gue<strong>de</strong>s: “A lição<br />

sabemos <strong>de</strong> cor...só nos resta apren<strong>de</strong>r!”


GESTÃO DO CONHECIMENTO: Uma experiência para o sucesso empresarial<br />

Editora Universitária Champagnat<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>do</strong> Paraná<br />

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CURITIBA - PARANÁ - BRASIL<br />

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