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alguns exercícios resolvidos

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Exercícios Resolvidos sobre Grafos<br />

* - Justificar se {5, 4, 4, 4, 2, 1} pode ser a sequência de graus de um grafo<br />

simples.<br />

Resolução: Num grafo com esta sequência de graus o vértice de grau 5 é<br />

adjacente a todos os outros; se excluirmos esse vértice e o de grau 1, bem como<br />

as arestas incidentes, ficaríamos com um grafo de ordem 4 e graus {3, 3, 3, 1}<br />

o que é impossível (se isso não é ainda claro, pode-se repetir o argumento, eliminando<br />

o vértice de grau 1, o que levaria a um grafo com ordem 3 e graus<br />

{3, 3, 2}, este obviamente impossível).<br />

Já a sequência {5, 4, 3, 3, 2, 1} é realizável, como se pode verificar pelo mesmo<br />

processo; eliminando os vértices de grau 5 e 1 e as arestas incidentes, ficamos<br />

com a sequência {3, 2, 2, 1} que é claramente possível: basta acrescentar ao grafo<br />

completo de ordem 3 um vértice de grau 1. Podemos em seguida acrescentar<br />

um vértice adjacente a todos os 4 já criados e finalmente mais um adjacente só<br />

a este último.<br />

* - Um emparelhamento de um grafo G é um conjunto M de arestas tal que<br />

dois elementos distintos de M não incidem num mesmo vértice; uma cobertura<br />

de G é um conjunto C de vértices tal que cada aresta de G incide em pelo menos<br />

um vértice pertencente a C.<br />

a) Determinar um emparelhamento máximo e uma cobertura mínima do<br />

grafo com vértices v1, v2, · · · , v9 definido pela matriz de adjacência<br />

⎛<br />

⎜<br />

⎝<br />

0<br />

1<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

1<br />

1<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

1<br />

1<br />

0<br />

1<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

0 0 0 0 1 1 0 1 0<br />

Resolução: Podemos construir um emparelhamento começando com uma<br />

lista vazia e escolhendo sucessivamente o primeiro par de vértices adjacentes<br />

(para a ordem dada pela matriz) ainda não saturados (ou seja, não incidentes<br />

a qualquer das arestas já escolhidas); neste caso, obtém-se, por esse processo,<br />

o emparelhamento M = {(1, 2), (3, 5), (4, 7), (6, 8)}. Como a ordem do grafo é<br />

9, sabemos que M é máximo; em geral isso pode ser testado, pelo Teorema de


Berge, verificando se existe algum caminho alternado (ou seja, em que as arestas<br />

percorridas estão alternadamente em M e no seu complementar) começando e<br />

terminando em arestas que não pertencem a M; se existir um caminho com<br />

essa propriedade, M não é máximo e podemos obter um emparelhamento maior<br />

trocando as arestas do caminho; se não existir, M é máximo.<br />

Uma cobertura mínima é, por exemplo, {2, 4, 5, 6, 8}; não há coberturas com menos<br />

vértices: o grafo tem 15 arestas e a sequência de graus é {4, 4, 4, 3, 3, 3, 3, 3, 3},<br />

mas os três vértices de grau 4 só cobrem 11 arestas, pelo que é impossível cobrir<br />

todas as restantes arestas só com mais um vértice de grau 3.<br />

Para o grafo definido pela outra matriz (que aliás é isomorfo a este) o raciocínio<br />

e o resultado são os mesmos.<br />

b) Mostrar que, dado um emparelhamento M de um grafo bipartido G, existe<br />

uma cobertura C tal que |M| + |C| ≤ |V | onde |V | designa a ordem de G.<br />

Resolução: Se G é bipartido, V = X ∪ Y , qualquer dos conjuntos X ou Y<br />

constitui uma cobertura C de G; podemos por exemplo escolher C = X. Por<br />

outro lado, como qualquer aresta de G tem um vértice em X e outro em Y ,<br />

o número de arestas de um emparelhamento terá que ser menor ou igual ao<br />

número de vértices de qualquer dos dois conjuntos: |M| ≤ min{|X|, |Y |}.<br />

Portanto |M| + |C| ≤ min{|X|, |Y |} + |X| ≤ |X| + |Y | = |V |.<br />

* - Seja T o conjunto em que cada elemento é uma das árvores com vértices<br />

v1, v2, · · · , vn.<br />

O grafo F tem como vértices os elementos de T ; dois vértices T e T ′ são adjacentes<br />

se se pode transformar T em T ′ mudando apenas a aresta incidente<br />

numa das folhas.<br />

a) Qual é a ordem de F ?<br />

Resolução: o algoritmo de Prüfer estabelece uma bijecção entre as árvores<br />

com vértices v1, v2, · · · , vn e as sequências u1u2 · · · un−2 com 1 ≤ ui ≤ n, ∀i; em<br />

consequência tem-se a fórmula de Cayley: o número de árvores com vértices<br />

v1, v2, · · · , vn é n n−2 .<br />

b) Quais são os graus mínimo e máximo dos vértices de F ?<br />

Resolução: o grau de T no grafo F depende apenas do número de folhas<br />

da árvore T : para cada folha há sempre n − 2 possibilidades de alterar a aresta<br />

incidente; uma árvore de ordem n tem no mínimo 2 e no máximo n − 1 folhas.<br />

Os graus mínimo e máximo são portanto, respectivamente, 2(n−2) e (n−1)(n−<br />

2).


* - Justificar que se G é um grafo de ordem n e regular de grau k, então<br />

χ(G) ≥ n<br />

n − k .<br />

Resolução: suponhamos que que temos uma coloração dos vértices de G<br />

com cores c1, c2, · · · , c χ(G) e que Xi é o conjunto de vértices coloridos com a cor<br />

ci.<br />

Evidentemente |X1| + |X2| + · · · + |X χ(G)| = n e, por outro lado, |Xi| ≤ n − k<br />

porque, como G é regular de grau k, qualquer conjunto com mais do que n − k<br />

vértices tem que ter dois vértices adjacentes. Portanto<br />

n = |X1| + |X2| + · · · + |X χ(G)| ≤ χ(G)(n − k)<br />

* - Um grafo é regular de grau k se todos os vértices têm grau k. Quantos<br />

grafos de ordem 7 e regulares de grau 4, não isomorfos, é que existem? Sugestão:<br />

considerar o complemento do grafo.<br />

Resolução: Dois grafos são isomorfos se e só se os seus complementares são<br />

isomorfos; o complementar de um grafo de ordem 7 e regular de grau 4 é um<br />

grafo de ordem 7 e regular de grau 2; um grafo regular de grau 2 é uma união<br />

disjunta de ciclos; neste caso só há duas possibilidades: um ciclo de comprimento<br />

7, ou a união de um ciclo de comprimento 4 com um de comprimento 3.<br />

* - Será verdade que num grafo em que dois vértices (a e b) têm grau ímpar<br />

(tendo, portanto, todos os outros grau par), existe necessariamente um caminho<br />

que os une?<br />

Resolução: Sim. O número de vértices de grau ímpar em qualquer grafo (e<br />

portanto em qualquer componente conexa de um grafo) tem que ser par, uma<br />

vez que a soma dos graus tem que ser par.<br />

Logo, se h exactamente 2 vértices de grau ímpar, eles têm que estar na mesma<br />

componente conexa.<br />

* - Representar, graficamente e através da matriz de adjacência, todas as<br />

árvores não isomorfas com 6 vértices.<br />

Resolução: Existem 6 árvores (a menos de isomorfismo).<br />

* - Seja G um grafo tal que todos os vértices têm grau maior ou igual a d, e<br />

em que o menor ciclo tem comprimento 5. Justificar que |V | ≥ d 2 + 1.<br />

Resolução: Fixamos um vértice v0; há pelo menos d vértices adjacentes a<br />

ele; cada um destes vi tem por sua vez pelo menos d − 1 vértices adjacentes,


além de v0, e estes têm que ser todos distintos, porque se um vértice u fosse<br />

adjacente a vi e a vj, teríamos um ciclo dado pela sequência v0, vi, u, vj, v0.<br />

Portanto existem, pelo menos, 1 + d + d(d − 1) = d 2 + 1 vértices.<br />

* - Dada uma árvore T e um vértice v0, definimos a excentricidade de v0<br />

como a distância máxima de v0 aos outros vértices de T, e dizemos que v0 é um<br />

centro de T se for um vértice de excentricidade mínima.<br />

Mostrar que uma árvore tem ou 1 ou 2 centros.<br />

Resolução: Vamos designar d(u, v) a distância entre dois vértices u e v.<br />

Mostramos que numa árvore dois centros u e v têm que ser adjacentes; suponhamos<br />

que não e sejam então u e v dois centros e w um vértice no único caminho<br />

que une u a v; dado um vértice qualquer z, verifica-se uma das seguintes situações:<br />

ou o caminho entre w e z passa por u, ou passa por v, ou então os<br />

caminhos de u e de v para z passam por w.<br />

Mas então<br />

d(w, z) < max{d(u, z), d(v, z)}<br />

e portanto a excentricidade de w seria menor que a dos centros, o que é impossível.<br />

A conclusão é agora imediata: se existirem três centros, eles têm que ser adjacentes<br />

entre si, contradizendo o facto de estarmos numa árvore.<br />

* - Provar que uma árvore com um número par de arestas tem pelo menos<br />

um vértice de grau par.<br />

Resolução: Temos |V | = n e |A| = n − 1 = 2k, logo |V | = 2k + 1; se<br />

todos os vértices tivessem grau ímpar, a soma dos graus daria também ímpar,<br />

contradizendo a fórmula ∑ d(v) = 2|A|<br />

.<br />

* - Dada uma árvore de ordem n > 1, mostrar que o número de folhas<br />

(vértices de grau 1) é igual a<br />

2 + ∑<br />

d(v)≥2<br />

(d(v) − 2)<br />

em que a soma se faz sobre todos os vértices com grau maior ou igual a 2.<br />

Resolução: A afirmação é verdadeira para n = 2, porque ambos os vértices<br />

são folhas (e não há vértices de grau maior que 1). Supondo que é verdadeira<br />

para um certo n, tomamos uma árvore de ordem n + 1 e consideramos a árvore


T ′ que se obtém eliminando um dos vértices de grau 1 e a aresta incidente; T ′<br />

tem<br />

2 + ∑<br />

d(v)≥2<br />

(d(v) − 2)<br />

vértices de grau 1, onde a soma se fazsobre todos osvértices de grau maior que<br />

1 em T ′ .<br />

Se o vértice u adjacente ao que eliminámos tinha grau 1 em T ′ , passou a ter<br />

grau 2 em T e o número de vértices de grau 1 não mudou, mas u contribui 0<br />

para o valor da expressão; se u tinha grau maior que 1, o número de vértices<br />

de grau 1 aumentou uma unidade, e o grau de u também, pelo que a expressão<br />

continua válida.

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