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A Sarça Ardente - Fernando Pinheiro

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Direitos Reservados<br />

FERNANDO PINHEIRO<br />

Capa e Ilustrações<br />

JANUÁRIO<br />

CIP – Brasil. Catalogação–na–fonte<br />

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ<br />

P 179s<br />

1988<br />

<strong>Pinheiro</strong>, <strong>Fernando</strong><br />

A <strong>Sarça</strong> <strong>Ardente</strong> / <strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong> – Rio de Janeiro,<br />

ISBN 85–85216–01–8<br />

1. Comportamento Humano 2. Espiritualidade<br />

I. Título<br />

88–0413 CDD– 133<br />

CDU – 13


A SARÇA ARDENTE, de <strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong>, foi<br />

publicada, nos idos de 1988, prêmio nacional de livros<br />

publicados concedido pela AICLAF–RJ, em solenidade na<br />

Academia Brasileira de Letras.<br />

Agora, temos a oportunidade de compartilhar com os<br />

leitores a obra digitada, em disponibilidade pela Internet.<br />

Vale ressaltar que possuímos um pequeno estoque<br />

do livro editado, conservado ainda na embalagem da<br />

Editora, com objetivo de atender àquelas pessoas<br />

interessadas no assunto.<br />

Não visamos lucro nem ansiedade para ganhar novos<br />

leitores. Estamos satisfeitos com a nossa simplicidade e<br />

humildade e, principalmente, a nossa imensa alegria em<br />

contribuir na formação da egrégora que se espalha por<br />

todo o planeta Terra que, aos poucos, está ascendendo<br />

ao grau maior de frequência vibracional, em termos de<br />

sentimentos do coração.<br />

Estamos todos nós em direção da 5ª dimensão,<br />

deixando ir embora esta densa camada de 3ª dimensão,<br />

diante do prenúncio da chegada da separação do joio e<br />

do trigo, evidenciada pelos eventos que nos fazem lembrar<br />

o fenômeno da crisálida, a lagarta transformando–se em<br />

borboleta.<br />

No entanto, a maioria dos habitantes da Terra,<br />

apegada aos interesses transitórios da matéria, vê apenas<br />

a morte da lagarta. É essa minoria, que vê a crisálida,<br />

no sentido do renascimento do novo, e que está<br />

crescendo consideravelmente, trabalhando, em vigília, irá<br />

fazer despertar a consciência coletiva em que todos nos<br />

estaremos interligados à consciência da Unidade.<br />

Elevemos o nosso grau de esplendor ou, mais<br />

simplesmente, como ensinou o Mestre Jesus aos Seus<br />

discípulos: “resplandeça a vossa luz”.


A SARÇA ARDENTE – p. 7<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS mensagens que vêm do plano espiritual são,<br />

apenas, o eco que repercute da vontade do Senhor.<br />

Seus mensageiros as retransmitem intactas, do jeito<br />

que as receberam. Se levam seus nomes, desconhecidos pela<br />

crítica humana, apenas servem para identificar a posição<br />

em que essas mensagens estão sendo conduzidas.<br />

Quando o ser criado por Deus se integra na harmonia<br />

do Universo, a sua vontade participa de todos os movimentos<br />

da evolução.<br />

São válidos todos os meios que conduzem ao Pai Criador.<br />

Cada um sabe a forma como lhe convém.<br />

A palavra tem um papel importante na comunicação. Na<br />

linguagem falada, a vibração dos sentimentos pode modificar<br />

panoramas íntimos.<br />

No manuseio da palavra escrita, essa mesma vibração<br />

influencia os gestos alheios que passam a obedecer ao livre–<br />

arbítrio de que são possuidores, estabelecendo conclusões<br />

próprias.<br />

A individualidade é característica do ser espiritual<br />

que se manifesta com os conhecimentos milenares que tem<br />

adquirido, nas variadas roupagens em que passa no<br />

mundo físico.<br />

Dessa forma, sua vontade é própria, mantendo–se em<br />

harmonia porque ele acompanha a vida resplandecer em<br />

todos os gestos de amor.


A SARÇA ARDENTE – p. 9<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O ROMANCE dos amores começa sempre numa ligação<br />

espontânea. Basta um olhar, um gesto para que haja a<br />

identificação daquilo que buscamos.<br />

A nossa vontade passa a ser o ponto central do<br />

relacionamento a dois. Sempre a intensidade do nosso querer<br />

irá estabelecer o grau de envolvimento.<br />

Recuamos ou avançamos em nossos gestos de amor,<br />

obedecendo àquilo que sentimos ou deixamos nos levar por<br />

circunstâncias que favorecem ou desfavorecem a ligação<br />

afetiva.<br />

Os amores que passam mais ligados às oportunidades<br />

que se apresentam mais vantajosas, no campo da matéria,<br />

têm pouca duração.<br />

Os amores que vêm do passado ditoso, movimentando<br />

alegrias de horas usufruídas, trazem–nos a felicidade que<br />

avança no tempo estendendo paisagens íntimas confortadoras.<br />

Há muito que contar no romance dos amores que<br />

ligam num êxtase contínuo e persistente, no decorrer dos<br />

tempos, suplantando circunstâncias transitórias.


A SARÇA ARDENTE – p. 10<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

INÚMERAS vezes, somos defrontados pelos<br />

acontecimentos que fazem despertar a nossa sensibilidade.<br />

A aproximação de pessoas afins dá–se quando as<br />

circunstâncias favorecem, depois de terem sido ultrapassados<br />

os óbices comuns que ainda trazem, em decorrência de<br />

falhas deliberadamente cometidas.<br />

A simpatia nasce, no nosso íntimo, num impulso que<br />

tende a crescer à proporção que deixamos o coração falar<br />

mais alto.<br />

O halo espiritual, visão maior dos entendidos, nutre<br />

e conserva os liames afetivos como o perfume nutre e<br />

conserva a beleza da rosa.<br />

Como seria bom manter essa vibração harmoniosa que<br />

germina no nosso coração. Aos poucos, sentimos crescê–la,<br />

expandindo–se suavemente diante daqueles que pressentimos<br />

o bem que nos fazem.<br />

As dificuldades, que vão surgindo, serão superadas pela<br />

confiança na força contagiante desse impulso harmonioso<br />

que dissipa qualquer sinal de incerteza.<br />

Como a juventude é um eterno estuar de energias, ela<br />

resplandece em todas as idades.<br />

Aqueles que sentirem o amor vibrar em seus corações,<br />

certamente receberão, na hora adequada, aquilo que tanto<br />

aspiram.


A SARÇA ARDENTE – p. 11<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EMBORA haja de nossa parte, muita vontade de<br />

alcançar aquilo que almejamos, é necessário aguardar, com<br />

paciência, a chegada do momento adequado.<br />

A vida em comum, onde desfrutamos o deleite de um<br />

amor doado com carinho e ternura, absorvendo grande parte<br />

do nosso tempo, já é estabelecido na fase que antecede à<br />

nossa presença física na Terra.<br />

Quando há o desgaste e, consequentemente, o desenlace<br />

de um casal, o reencontro duradouro com outro amor vai<br />

depender logicamente da participação daquelas amizades<br />

anteriormente conhecidas em outras experiências.<br />

A simpatia, como qualquer outro sentimento, nunca<br />

é gratuita. Há sempre a raiz encoberta pelas camadas<br />

protetoras do tempo.<br />

Situações idênticas são defrontadas, a fim de que o<br />

infortúnio de um lar desfeito não seja tão angustiante.<br />

Aqueles que tiverem desprendimento e desejarem doá–lo<br />

de seus corações, em benefício daqueles que sentem a<br />

falta de uma convivência amorosa, certamente terão maiores<br />

condições de saberem quais as pessoas de seus convívios<br />

que podem lhes fazer felizes.<br />

O importante é conservar a tranquilidade que sentimos,<br />

quer estejamos a sós ou em companhia da mulher amada.<br />

Na essência, usufruindo da proteção divina, que se<br />

manifesta de inúmeras maneiras, nunca podemos nos<br />

sentir sozinhos.<br />

Quantas companhias ao nosso redor solicitando–nos<br />

ajuda, mesmo que tenhamos apenas um pouco para dar.<br />

Quantas dádivas e bençãos que vêm pra nós, em decorrência<br />

do bem que espalhamos.


A SARÇA ARDENTE – p. 12<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Assim como não falta trabalho para o trabalhador,<br />

aqui na Terra, no plano espiritual também há muitas<br />

tarefas a serem realizadas e, em muitas delas, é necessária<br />

a participação de irmãos que possuem a mediunidade<br />

sublimada pelo amor.<br />

A felicidade, no campo afetivo, é uma dádiva preciosa<br />

concedida àqueles que a buscam, com paciência, confiantes<br />

no Poder Maior que nos dirige.<br />

Nota do autor: nos idos de 1988, quando foi escrita a obra<br />

A <strong>Sarça</strong> <strong>Ardente</strong>, de <strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong>, a expressão usada na<br />

época era mediunidade.<br />

Nos idos de 2011, a expressão evoluiu para canalização ou<br />

telepatia cósmica, em prestígio ao advento da onda galáctica<br />

que caracteriza a Era de Aquarius ou A Era Dourada que está<br />

chegando ao planeta, mediante os raios adamantinos procedentes<br />

da camada de fótons no anel da estrela Alcíone, transmitido pela<br />

estrela Beltégeuse, a principal estrela (Alfa) da constelação de<br />

Órion.<br />

O profeta Job, no famoso Livro de Job, já antevia esta<br />

época, quando falava das blandícias oriundas de Órion que o<br />

homem não pode deter.<br />

/


A SARÇA ARDENTE – p. 13<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NOSSOS passos, traçando o destino, seguem firmes,<br />

confiantes na força que os impulsiona.<br />

Nos acidentes do caminho, encontram–se lembranças<br />

alentadoras que se expressam em movimentação constante<br />

a nos reanimar na lida do nosso viver.<br />

A princípio, o testemunho de amor dos mártires é<br />

apagado pelas paixões mesquinhas daqueles que estão<br />

enganados pelos valores transitórios.<br />

Somente o tempo, mestre silencioso que ensina a todos,<br />

pode fazer um ato delituoso se transformar em exemplo<br />

que transcende a todas as idades.<br />

A referência de que o réu declarado infame é o patrono<br />

da Nação, vem realçar a grandeza do bem surgindo acima<br />

de todas as iniquidades.<br />

De igual modo, no campo pessoal, é necessário<br />

prosseguirmos na nossa jornada, exemplificando aquilo que<br />

sentimos sem determos na adversidade.<br />

O conceito do bem, até mesmo na apreciação daqueles<br />

que sentem pouco amor, está sendo apurado em ritmo<br />

crescente.<br />

São válidas todas as manifestações que se expressam<br />

nos múltiplos aglomerados da vida humana.<br />

Em cada um de nós há sempre a busca de se<br />

engrandecer perante a Deus, embora passamos sem<br />

notoriedade diante dos homens.<br />

Peçamos a Deus o entendimento da grandeza da<br />

humildade e da sabedoria do silêncio e da palavra, diante<br />

das inúmeras circunstâncias que a vida exige de nós.


A SARÇA ARDENTE – p. 14<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NAS ligações amorosas, há sempre o interesse maior<br />

de toda uma circunstância propositadamente buscada.<br />

Pensamentos após pensamentos, atos após atos<br />

estabelecem uma ligação que se manifesta na hora adequada.<br />

O reencontro de pessoas de interesse comum já é<br />

definido pela busca, embora haja um tempo que antecede a<br />

esse reencontro.<br />

São inúmeras as pessoas que vêm participar de nosso<br />

convívio. Todas elas trazem consigo uma mensagem.<br />

O fato de haver oportunidades diferentes de aproximação,<br />

não quer dizer que tenham idêntica finalidade, mesmo que<br />

em todas elas estejam incluídas moças solitárias.<br />

A simpatia feminina que nos chega para alegrar nosso<br />

coração é sempre a consequência de nossos pensamentos e<br />

atos buscados no campo afetivo.<br />

Não podemos pretender que essas pessoas queridas<br />

tenham as nossas aspirações e vivam nossos sonhos.<br />

Essas mesmas pessoas possuem suas próprias necessidades<br />

afetivas, em grau maior ou menor que as nossas.<br />

E como dizemos sempre, o livre–arbítrio é a manifestação<br />

do nosso Deus, Senhor de toda a sabedoria que se revela<br />

desde em um minúsculo grão de areia até nos infinitos<br />

mundos de cores, sons e belezas imperecíveis.<br />

Nós não temos condição de dizer se uma pessoa vai se<br />

unir a outra. Acima de tudo, existe o intocável uso do livre–<br />

arbítrio e as circunstâncias inexoráveis que se manifestam<br />

ao redor.<br />

Peçamos ao Senhor dos mundos que nos ajude a<br />

compreender a situação das pessoas queridas que nos<br />

chegam, deixando a espontaneidade de seus gestos de amor<br />

ficar perto de nós, se assim elas quiserem.


A SARÇA ARDENTE – p. 15<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A CASA edificada sobre a rocha simboliza o ânimo<br />

firme daqueles que desejam ter uma convivência mútua, sem<br />

os receios de desmoronamento.<br />

A pessoa que mereceu de nós uma escolha demorada,<br />

embora tenha estado, há muito tempo perto de nós, à espera<br />

de atitude reveladora de carinho, é sempre aquela pessoa<br />

que acalentou o nosso sonho na sua pureza primaveril.<br />

Os liames de amor que saem do nosso coração têm<br />

ligação profunda na moça amada que sente e retribui o<br />

mesmo amor, na mesma intensidade.<br />

Como as conveniências sociais exigem acertos a fim de<br />

que possam dar tranquilidade aos responsáveis pela moça<br />

amada, é necessário estarmos atentos a tudo aquilo que<br />

nos pede resposta.<br />

A espontaneidade dos gestos de amor, vinda da singeleza,<br />

é igual ao botão de rosa que floresce a cada amanhecer. O<br />

orvalho, a brisa acariciante, a luz solar, elementos estimulantes<br />

ao crescimento dessa rosa em botão, estarão simbolizados<br />

na tua ternura, no teu amor compreendido e na tua<br />

própria vida que pretende doá–la.<br />

Bem sabemos dos obstáculos que surgem quando duas<br />

pessoas desejam ter o mesmo destino no campo afetivo.<br />

Esses obstáculos serão superados pela vontade de estarem<br />

sempre unidas.<br />

O amparo divino se manifesta sempre ao alcance de<br />

todos aqueles que desejam amar e participar de uma vida<br />

em comum.<br />

Não há o que se temer, quando já sentimos a presença<br />

benéfica do amor do Pai ajudando–nos a caminhar confiantes<br />

no presente e no futuro cheios de paz.


A SARÇA ARDENTE – p. 16<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

BASTA uma só palavra e já conseguimos ter a vibração<br />

harmoniosa, revestida de ternura, dulcificando o nosso<br />

íntimo.<br />

Mais forte que a palavra falada sem sentir, o<br />

pensamento de amor ligado à pessoa amada consegue dar<br />

impulso maior quando ocorre o colóquio verbal.<br />

Emanações psíquicas, desarquivadas do duplo etérico,<br />

saem em busca do campo magnético correspondente à sua<br />

própria natureza, estabelecendo ligações afins.<br />

Os elos de simpatia e amor têm a nascente no próprio<br />

espírito, embora recebam dos poetas e sentimentalistas outro<br />

nome, o coração.<br />

Cantado em versos, desde os tempos imemoráveis do<br />

homem, o amor prossegue no seu canto de louvor a tudo<br />

que lhe inspira a alma.<br />

À medida que o homem evolui espiritualmente, o amor<br />

ganha conotações profundas de beleza e engrandecimento.<br />

Vencidas as barreiras do egocentrismo, a necessidade de<br />

doar–se, compreendida e aceita, ocupa todo o tempo disponível<br />

que temos a viver. Mística química de doar e receber se<br />

estabelece nas esferas onde colocamos o nosso pensamento.


A SARÇA ARDENTE – p. 17<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A RENOVAÇÃO íntima requer de cada um a<br />

compreensão das circunstâncias em que se encontra,<br />

a fim de que o acolhimento das elucidações seja feito<br />

de boa vontade.<br />

É necessário um tempo de meditação para que o<br />

discernimento das mensagens, oriundas do plano espiritual,<br />

seja realizado com clareza.<br />

São inúmeras as informações que recebemos, tanto da<br />

esfera física como dos planos da espiritualidade. Sempre<br />

recebemos aquilo que damos.<br />

Nossos sentimentos, halo emocional que sustenta a<br />

vida que escolhemos, estão sempre influenciados pelas<br />

vibrações alheias.<br />

Se não possuirmos a convicção do bem que sentimos,<br />

o pouco que temos guardado dentro de nós pode ser<br />

eliminado pelas correntes negativas que podem chegar ao<br />

nosso campo de ação.<br />

Predispondo–nos o coração em busca dos eflúvios de<br />

amor que se estabelecem nas esferas resplandecentes, sem<br />

dúvida, receberemos todo o apoio necessário à nossa<br />

evolução espiritual.<br />

Suave como um perfume que envolve o mais rústico<br />

objeto até as belezas duradouras da escultura, o<br />

amor consegue modificar as mais intrincadas situações,<br />

refazendo–nos o ser em suave bem–estar.


A SARÇA ARDENTE – p. 18<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

As tarefas do recomeço estão sempre à nossa<br />

disposição, em todos os instantes.<br />

O nosso dia, em cada amanhecer, começa com as<br />

tarefas que temos a cumprir, em decorrência dos atos que<br />

praticamos em oportunidades anteriores que, por sua vez,<br />

justificam a situação atual.<br />

Circunstâncias onde existem possibilidades de realização<br />

de nossos sonhos estão sempre subordinadas ao nosso mérito<br />

que se estabeleceu em tarefas anteriormente cumpridas.<br />

Ação e reação formam elos de ligação da mesma<br />

natureza.<br />

Um gesto de amor que é doado a alguém, embora não<br />

haja retribuição no momento atual, nunca fica disperso.<br />

Essa vibração harmoniosa movimenta–se em redor da pessoa<br />

querida até que haja a reciprocidade desse sentimento, que<br />

terá o mesmo teor vibratório, a fim de que haja a união.<br />

Não importam as circunstâncias desfavoráveis ao<br />

reencontro de pessoas queridas. Se apenas uma delas<br />

busca o aconchego, essa busca não é em vão.<br />

Somente quando são cumpridas as etapas necessárias<br />

à efetivação do reencontro, no decorrer de um tempo que<br />

somente o Pai Celestial pode precisar, eis que surge a<br />

oportunidade esperada.<br />

Encontro, reencontro, ausência, presença são<br />

circunstâncias agradáveis ou desagradáveis, conforme a<br />

maneira que a criatura humana sente.<br />

Quando percebemos que a pessoa de nosso interesse<br />

possui vontade inviolável, num mundo de emoções que lhe é<br />

próprio, então não podemos nos interferir na outra parte.<br />

Se a nossa participação foi manifestada, somente nos<br />

resta aguardar, sem ansiedades, pelo resultado favorável,<br />

se assim merecermos.


A SARÇA ARDENTE – p. 19<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

SEGUIR adiante, vencendo etapas, com passos firmes.<br />

As circunstâncias de nosso ambiente estão sempre<br />

condicionadas ao comportamento que adotamos.<br />

Reconhecendo essas circunstâncias nas oportunidades<br />

que se nos afiguram para vivenciá–las, estamos aptos a<br />

fazer o melhor na realização de nossos planos.<br />

Quando conseguimos vislumbrar uma possibilidade real<br />

de nossos sonhos, fragmentados pelas vicissitudes da vida,<br />

a nossa esperança, antes pequenina, se agiganta diante de<br />

toda a capacidade que temos em reter esse benefício.<br />

No decorrer dos dias em que as circunstâncias se<br />

alteram, posicionando aquilo que buscamos, é necessário<br />

mantermos a nossa tranquilidade, pois o momento aguardado<br />

está prestes a chegar.<br />

O tempo, que corre neste percurso, pode nos parecer<br />

longo, mas será sempre oportuno pela compreensão que<br />

temos em observar as situações chegando onde esperamos.<br />

As situações que envolvem a pessoa de nosso interesse<br />

são complexas, em virtude principalmente das múltiplas<br />

experiências, às vezes desencontradas, que ainda são<br />

buscadas como forma de reafirmação na própria vida.<br />

E, dessa forma, não devemos nos questionar a respeito<br />

dos problemas alheios que fogem à nossa esfera pessoal.<br />

Entreguemos a Deus a proteção do amor que sentimos<br />

saudades, sabendo que Ele, Sabedoria Infinita, irá destinar<br />

o melhor daquilo que desejamos de nosso coração.


A SARÇA ARDENTE – p. 20<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EMOCIONANTE é o reencontro de pessoas afins. A<br />

identificação de seus gestos é simultânea. Na vibração que<br />

se exterioriza de seus olhos, nos sorrisos que saem de<br />

seus lábios, nos anseios de verificar a veracidade de tudo<br />

aquilo que sentem, há sempre a presença do amor vibrando<br />

em seus corações.<br />

Todo minuto passa a ter uma importância muito<br />

grande, pois a oportunidade da vivência do amor tem que<br />

ser aproveitada integralmente.<br />

Decorrido o tempo necessário à apreciação da beleza<br />

enternecida da vida em comum, o momento próprio surge<br />

como uma dádiva preciosa a quem merece.<br />

A beleza feminina, no corpo e no espírito, quando vem<br />

revestida da vibração de ternura, empolga os corações<br />

apaixonados de uma paixão sublimada pelo amor. Ela nos<br />

envolve nos laços que nós mesmos tecemos.<br />

Amor recíproco, reencontro de pessoas que buscam os<br />

mesmos anseios, recrudescendo uma época dourada de<br />

felicidade, antes vivida, que ressurge pelo mecanismo ação<br />

e reação.<br />

Identificados os momentos que nos são apresentados<br />

para vivência do amor, resta–nos, agora, decidirmos pelo<br />

aproveitamento da oportunidade.<br />

Se nas horas de teste de nossa paciência, nas obrigações<br />

que tivemos na vida conjugal, obtivemos o auxílio dos<br />

colaboradores do bem, ainda com maior razão o auxílio<br />

continuará sendo ofertado para que a vida em comum, que<br />

possivelmente será vivida, seja um prêmio a quem tanto<br />

esperou.


A SARÇA ARDENTE – p. 21<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

É PRECISO não se sentir cansado.<br />

Mentalizar o atleta preparando–se para entrar em ação,<br />

movimentando–se, aquecendo–se a fim de que os músculos<br />

obedeçam ao comando da mente.<br />

Saber que os minutos são contados e que o resultado<br />

positivo é importante.<br />

Adaptar–se com as regras do jogo, andando e correndo<br />

livremente, atento a todas as oportunidades que possam<br />

resultar no aumento do placar.<br />

Quando avançado em tarefas mais próximas ao objetivo,<br />

não descurar das arrancadas do adversário, em contra–<br />

ataques, observando as brechas deixadas pela invigilância,<br />

a fim de que as falhas não venham a se repetir.<br />

Saber avançar ou ceder espaço, sempre em benefício da<br />

equipe e não pensar em jogadas pessoais que são muito<br />

passageiras, deixando que a adversidade se arme em blocos,<br />

impedindo o avanço, rumo ao objetivo.<br />

Observar e compreender que cada um tem um lugar<br />

específico, um raio de ação. E não adianta querer estar na<br />

posição do outro, porque qualquer deslocamento indevido<br />

alterará o esquema técnico, previamente traçado. Cada um<br />

deve responder somente por aquilo que lhe diz respeito.<br />

Não culpar a falha do companheiro, quando não souber<br />

aproveitar a jogada. Poderíamos estar no lugar dele e não<br />

saberíamos qual seria a nossa predisposição orgânica ou<br />

emocional, naquele momento.<br />

Todos nós precisamos lutar em conjunto, pois a<br />

necessidade do perdão, do estímulo, da paciência, da<br />

solidariedade entrelaça–nos mutuamente.<br />

E como somos do mesmo nível técnico, não tenhamos<br />

a presunção de querer ser melhor do que o outro,<br />

desconsiderando as qualidades nobres que ele possui.


A SARÇA ARDENTE – p. 22<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Regozijemo–nos sempre quando a alegria aparecer, como<br />

também devemos apoiar os companheiros que lutam para<br />

se refazer, sofrendo, ainda, as dores de uma queda.<br />

Silenciemos quando sentirmos a nossa palavra,<br />

referindo–se a situações delicadas, suscetível de gerar<br />

leviandades no campo de trabalho.<br />

Ao companheiro mais difícil de se adaptar ao esquema<br />

comum, maior atenção e carinho, numa vibração suave<br />

partindo de dentro de nosso íntimo, com muita vontade de<br />

vê–lo feliz.<br />

Lembremo–nos de que cada um precisa de um do outro. E<br />

não há grande diferença entre os habitantes da Terra, em<br />

comparação com os que vivem nas esferas resplandecentes,<br />

pois o devedor e o credor habitam sob o mesmo teto.<br />

As nossas diferenças, barreiras e preconceitos foram<br />

criados por nós mesmos, usando o livre–arbítrio.<br />

Deus, não nos diferenciando em alguma coisa,<br />

compreende–nos muito bem, cada um em seu devido lugar,<br />

dando–nos o direito de sermos o que somos.


A SARÇA ARDENTE – p. 23<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

UMA pergunta de uma jovem mãe a respeito de seus<br />

filhos nos chega de forma enigmática.<br />

Ela mesma não compreende a situação que a envolve,<br />

mas sente que a incomoda pela frustração de sonhos<br />

acalentados em seu coração.<br />

Quando surge a oportunidade em confiar em alguém de<br />

seu convívio diário, expõe a pergunta ávida pela resposta<br />

imediata, como se a compreensão dos intrincados problemas<br />

humanos viesse à luz no primeiro lampejo de esperança.<br />

É necessário, antes de tudo, observarmos a situação em<br />

que nos encontramos, com a introspecção do conhecimento<br />

interior, chegando à evidência de que a resposta está dentro<br />

de nós.<br />

Momentos de reflexão a respeito de nós e dos entes<br />

queridos ajudam–nos a sentir como é importante mantermos<br />

o vínculo que nos une, a fim de que a missão que Deus nos<br />

deu possa chegar ao termo, sem decréscimo do amor.<br />

Quando sentirmos necessidade de transmitir aquilo que<br />

melhor desejamos aos nossos filhos, devemos procurar saber<br />

qual o momento adequado, dosando sempre as palavras para<br />

não ferir a sensibilidade deles ainda não aptos a entender,<br />

de imediato, todo o bem que lhes desejamos.<br />

Manter viva a flama do amor, direcionando–a sempre<br />

aonde a inspiração nos sugere, voltada ao bem que<br />

recebemos da espiritualidade de luz que nos assiste.<br />

Nem sempre a solução de nossos embaraços nos chega<br />

de imediato, mesmo que já pressentimos a presença divina<br />

a nos proteger.<br />

Como as circunstâncias foram formadas de atos<br />

praticados no passado, em que se evidencia o cumprimento<br />

de um tempo necessário ao refazimento de situações onde


A SARÇA ARDENTE – p. 24<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

houve aproveitamento de um amor que poderia ser bem<br />

maior, se não houvesse o descuido propositadamente<br />

praticado.<br />

O amparo divino nos envolve a todos, em todas as<br />

circunstâncias. O momento um pouco desagradável, hoje,<br />

se converte em momento agradável, amanhã.<br />

É necessário confiar sempre, sem determos nas situações<br />

que estão se alterando na medida em que o tempo, exigido<br />

pelo aprendizado, estiver chegando ao fim.<br />

Felizes são aqueles que sabem aproveitar as oportunidades<br />

de reflexão a respeito das vicissitudes da vida,<br />

tornando-se aptos a tomarem as decisões que lhes cabem.


A SARÇA ARDENTE – p. 25<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

ENTENDER a vida, eis a finalidade primordial do ser<br />

humano, quer no estágio na esfera física, quer na<br />

erraticidade, onde aprende a teoria para colocá–la em prática,<br />

no seu regresso reencarnacionista.<br />

Quantos momentos de reflexão, entre um engano e um<br />

acerto. Quantas lágrimas a anteceder os sorrisos. Quantas<br />

dores de cabeça sensibilizando pessoas que buscam uma<br />

solução para seus problemas.<br />

Até que chegue o momento reinante do equilíbrio<br />

emocional, muitas provações já passaram, deixando um<br />

estigma marcante nos tecidos sutis da alma humana.<br />

Aqueles que sentirem a necessidade de buscar um<br />

lenitivo aos seus males físicos e espirituais já estão começando<br />

a percorrer o caminho que conduz à Luz que a todos nos<br />

ilumina.<br />

Abençoadas as horas de reflexão em que o próprio<br />

caminhante reconhece a situação em que se encontra.<br />

Quando, afinal, o homem reúne suas forças e decide<br />

caminhar, certamente encontra os recursos necessários à<br />

sua evolução.<br />

O serviço distingue o operário, assim como a claridade<br />

beneficia aquele que a conduz.<br />

A mediunidade, passagem da luz de uma esfera a<br />

outra, é o serviço que pertence ao Senhor, criador dos<br />

mundos infinitos.<br />

É necessário estarmos atentos ao aproveitamento das<br />

oportunidades que nos são concedidas pelo Alto para<br />

espalharmos os benefícios que recebemos.


A SARÇA ARDENTE – p. 26<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Se a vida, estuante de beleza imperecível, nos espera para<br />

usufruir das blandícias de um paraíso que estava perdido pela<br />

nossa negligência em reconhecer a grandeza de nosso Pai,<br />

então não há mais tempo a desperdiçar, voltando–nos para<br />

as coisas que ficaram no esquecimento.<br />

Demos graças a Deus, em todas as oportunidades que<br />

temos para engrandecer o Seu nome bendito.


A SARÇA ARDENTE – p. 27<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O AMOR do soldado Radamés pela escrava etíope,<br />

cantado na ópera Aída, vem demonstrar a perenidade de um<br />

sentimento que nasceu de um simples impulso.<br />

Quando a lei cármica, que também pode ser considerada<br />

para o bem, une dois seres humanos para o mesmo destino<br />

amoroso, não há barreiras no campo social que o impeça.<br />

Circunstâncias aparentemente difíceis são alteradas para<br />

que tudo fique como foi programado pelas leis sábias de causa<br />

e efeito.<br />

Se observarmos a força que traça o destino, veremos o ser<br />

humano defrontado com sua própria vida, tal qual a desejou<br />

e buscou em circunstâncias anteriores.<br />

Mesmo diante da inexorável situação em que se encontra,<br />

o homem continua usando o direito de ser livre, dentro das<br />

algemas que ele mesmo criou, nas suas devidas limitações.<br />

O papel que desempenha nas inúmeras tarefas do<br />

aglomerado social visa sempre o seu aperfeiçoamento. Aqueles<br />

que não o compreendem, pensam que são deles a fugacidade<br />

das vantagens materiais de cargos e posições sociais.<br />

Mais tarde, quando a vida os surpreender na veracidade<br />

dos fatos irretorquíveis, sentem–se a sós, sem nenhum<br />

argumento a justificar o que o tempo levou.<br />

A parábola do homem rico que vendeu tudo que tinha, a<br />

fim de conseguir a joia valiosa, resume a história do homem,<br />

no decorrer dos milênios, à procura de si mesmo.<br />

Qual a riqueza maior que o homem possui?<br />

A sua luz, nascida do Criador, que precisa<br />

resplandecer.


A SARÇA ARDENTE – p. 28<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A OPORTUNIDADE surgiu na hora certa. Como ainda<br />

estamos com a mente voltada aos problemas que estão<br />

sendo desgastados pelo tempo, única forma de apagar<br />

aquilo que ficou para trás, no nosso caminhar, quase não<br />

percebemos a chegada do momento adequado.<br />

É necessário um breve tempo para o entendimento<br />

daquilo que sentimos, pois o fluxo dos pensamentos que nos<br />

chegam revestidos de amor e ternura é muito grande.<br />

Como ainda não estávamos acostumados a participar<br />

de um enlevo amoroso que nos emociona tanto, ficamos<br />

admirados diante da nova situação.<br />

Em decorrência da certeza da recíproca de um amor<br />

que se resguardou dos perigos do lado incompreendido da<br />

vida, a estabilidade emocional permanece fortalecida.<br />

E diante do desenrolar dos acontecimentos, que estão<br />

se sucedendo suavemente, uma atmosfera de alegria nos<br />

envolve, despertando–nos para o lado sublime da vida.<br />

Sonho idealizado com muito carinho converte–se no<br />

próprio sonho que vive e se alimenta de anseios que fazem<br />

parte do mesmo sonho.<br />

Circunstâncias favoráveis e desejo ardente de viver<br />

o amor, na beleza da forma material e na busca da<br />

espiritualidade de luz, unem–se no mesmo propósito.


A SARÇA ARDENTE – p. 29<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NOS anseios do coração, sempre recorremos à proteção<br />

divina, a fim de que os desígnios superiores sejam sempre<br />

aqueles que buscamos.<br />

Circunstâncias variadas aparecem, nos momentos<br />

adequados, estimulando–nos a reconhecer a oportunidade que<br />

Deus nos deu para ser aproveitada a serviço do amor.<br />

Em cada uma delas, há uma definição a ser por nós<br />

mesmos exercida. A nossa participação surge para definir o<br />

nosso posicionamento.<br />

No decorrer das fases da compreensão dos problemas da<br />

vida, a criatura humana questiona todas as probabilidades<br />

de sucesso.<br />

A princípio, ligada aos interesses transitórios da<br />

matéria, age pensando no seu lado pessoal, esquecendo<br />

que a sua participação é fundamental na solução dos<br />

problemas daqueles que lhe tem algum vínculo.<br />

À medida que ela sai do círculo fechado do<br />

egocentrismo e deixa o seu coração fluir em bondade e<br />

ternura, certamente encontrará o serviço de caridade que<br />

lhe trará alegria de viver.<br />

Quando o sofrimento cumpre o seu papel renovador, é<br />

necessário que a pessoa humana encontre meios de sair<br />

dele.<br />

O método eficaz que proporciona efeito imediato é o<br />

desvencilhar das amarras que ainda prendem ao passado,<br />

evidenciando–se pelo perdão das ofensas e esquecimento<br />

dos acontecimentos menos dignos.<br />

Depois, vem a vontade firme de descortinar novo<br />

horizonte no panorama da situação que surge.<br />

A descoberta daquilo que lhe convém é o ponto<br />

fundamental de todo o seu existir.


A SARÇA ARDENTE – p. 30<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

ENTREGAR a Deus aquilo que desconhecemos, confiantes<br />

de que Ele fará sempre o melhor.<br />

O amor que sentimos por nossos entes familiares nunca<br />

se perde, embora não tenhamos mais a presença deles perto<br />

de nós.<br />

Como tudo na vida obedece a um esquema programado<br />

pelas nossas ações diárias, nota–se a alteração de lugares<br />

e circunstâncias em que somos diferentes protagonistas.<br />

A regra geral é o aperfeiçoamento. Um dia menos<br />

alegre, hoje, poderá ser um dia mais alegre, amanhã.<br />

Se nos detivermos para avaliar os fatores negativos<br />

da situação, dando maior valor àquilo que vem nos tirar o<br />

conforto emocional, certamente ficaremos acometidos de<br />

tristeza e desânimo.<br />

Como toda a oportunidade de melhoria tem que ser<br />

aproveitada, busquemos a iniciativa da construção do bem<br />

dentro de nós mesmos.<br />

Há muitos estímulos ao sorriso e à alegria, desde os<br />

gestos de ternura de uma criança, passando pelos encantos<br />

sedutores da mulher que ama, até chegar à manifestação<br />

em cores, sons e perfumes da Natureza.<br />

Há tanta beleza a nos rodear. Desde a saúde, dádiva<br />

preciosa que sustenta o nosso conteúdo corpóreo, à força<br />

viva que procede do espírito, alimentando–nos o ânimo pela<br />

luta diária.<br />

A beleza maior, a presença de Deus em nós, faz–nos<br />

sentir felizes de uma felicidade inextinguível.<br />

Aproveitemos os recursos oriundos do Pai Celestial,<br />

a fim de que nada fique vazio.<br />

Na leitura da noite, o apóstolo Paulo anotou que “cada<br />

um administre aos outros o dom como o recebeu, como<br />

bons dispensadores da multiforme graça de Deus.” Com<br />

justa razão, façamos que isto ocorra dentro de nós.


A SARÇA ARDENTE – p. 31<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

CONSERVANDO o amor no coração, o homem se<br />

resguarda de todas as ciladas dos irmãos incompreendidos.<br />

Como o ambiente em que vivemos está sujeito à<br />

modificação para o bem, os resquícios da maldade tendem<br />

a se dissipar.<br />

Somente os agentes afins, caracterizados na busca do<br />

objetivo em comum, tendem a avolumar, formando elos<br />

que se ligam. Mais tarde, quando um dos componentes da<br />

união tenciona se libertar, é necessária uma força maior<br />

superior àquela que o uniu.<br />

Daí observarmos a luta que muitos companheiros de<br />

evolução travam diante dos compromissos assumidos junto<br />

àqueles que permanecem imantados à perturbação e à<br />

desordem.<br />

Se um companheiro amigo, independentemente da<br />

situação em que esteja, no campo religioso e nível social, roga<br />

ao Alto a proteção dos ideais que deseja nutrir, certamente<br />

encontrará o devido amparo, dentro das possibilidades do<br />

merecimento a que faz jus.<br />

Cada um traz um roteiro de evolução, apresentado<br />

sempre na hora certa, que se destina ao aproveitamento<br />

pelo próprio interessado.<br />

Felizes são aqueles que já compreendem a importância<br />

da vida em todas as suas manifestações.


A SARÇA ARDENTE – p. 32<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

ALEGRIA festiva crepitando no nosso coração, na ligação<br />

amorosa que temos com a moça de singular beleza.<br />

Preservando a singeleza que traz no espírito, permanece<br />

vibrando nas correntes do amor, irradiando alegria de<br />

viver.<br />

No lar organizado de cuidados, desfruta da simpatia<br />

e do amor de seus familiares.<br />

Lírio puro – se alimenta da brancura interna de suas raízes.<br />

Flor perfumada – exala o aroma das substâncias mais<br />

delicadas do espírito.<br />

Criança bonita – busca o amadurecimento das atitudes junto<br />

ao seu terno amor.<br />

O horizonte do futuro foi descortinado à luz tênue de<br />

uma flama acesa nos recônditos do coração.<br />

Deixar o amor fluir do íntimo, acompanhando os<br />

impulsos que saem com naturalidade, sem análise antecipada<br />

daquilo que virá depois.<br />

Confiar perseverando naquilo que sentimos, colocando o<br />

coração acima de tudo.<br />

As dificuldades, que distanciam a vontade de estarem<br />

juntos, devem ser observadas somente quando elas surgirem.<br />

A suposição daquilo que ainda não chegou poderá dificultar<br />

a apreciação da realidade atual.<br />

A vontade de estarem juntos é alimentada todos os<br />

dias, nas horas do recolhimento e do repouso dos afazeres<br />

materiais.<br />

E tal como uma planta que cresce, nutrida pelo ar e<br />

pela terra, assim será o relacionamento a dois, onde existe<br />

o amor que refloresce a cada amanhecer.


A SARÇA ARDENTE – p. 33<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O ESSENCIAL é agir, sem pressa nem preocupação em<br />

acertar ou errar. A naturalidade deve ser constante em todos<br />

os nossos atos.<br />

O lavrador não se preocupa com a semente que foi<br />

lançada ao solo; ele sabe que, quando chegar o tempo<br />

oportuno, ela eclodirá num tênue rebento que se alongará<br />

num prolongamento capaz de suportar a força do vento, o<br />

calor do Sol e a saraivada de pingos de chuva.<br />

Quando a semente germinou, ela foi condicionada a um<br />

tratamento cuidadoso pelos elementos que a circundavam.<br />

As pessoas, que desejam crescer, devem fazer como a<br />

semente. Primeiro, entregar–se à Providência Divina que a<br />

tudo estabelece o seu modus vivendi. Depois, sabendo que<br />

está subordinado a esta Força Maior, buscar, no íntimo, a<br />

força individual, reflexo daquela Força, a fim de que a<br />

unidade dessas forças se apresente, no mesmo instante.<br />

Quando o Cristo disse que “eu e o Pai somos um” quis<br />

nos dar o exemplo de que a Força Divina pode estar dentro<br />

de nós e nós junto a ela, se buscarmos a harmonia, a paz,<br />

o amor e a caridade.<br />

Tudo segue um curso determinado, partindo sempre do<br />

ponto de origem que estabelece as condições inerentes a<br />

cada forma e os meios de progredir. Os peixes evoluem nas<br />

águas, o homem nas ondas mentais, criadas por ele mesmo<br />

como bem lhe apraz.<br />

Toda Criação é emanação do Criador, desenvolvida nas<br />

sementes e nos ninhos.<br />

Mesmo sabendo que o Pai a tudo e a todos ampara, não<br />

devemos esquecer que todo o nosso trabalho consiste dentro<br />

de nós, como a semente, fazendo esforço para brotar e<br />

crescer.


A SARÇA ARDENTE – p. 34<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O terreno e as circunstâncias em que fomos colocados<br />

foram de acordo com o nosso merecimento e possibilidades<br />

de nos engrandecer, cada vez mais.<br />

Agradecemos sempre a Deus por esta oportunidade valiosa<br />

em que apreciamos o brotar da vida, como a semente.


A SARÇA ARDENTE – p. 35<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

QUANDO o coração sentir vontade de amar a pessoa<br />

que tanto nos enternece, devemos sempre aproveitar a<br />

oportunidade.<br />

Compreender que os cuidados dos responsáveis pela<br />

condução para o bem da pessoa a quem amamos fazem<br />

parte da missão que eles trouxeram aqui na Terra.<br />

Deixar sempre os fatos acontecerem, com a nossa<br />

participação à parte, quando o momento adequado da<br />

manifestação do amor não se fizer presente.<br />

Confiar sempre no amor que sentimos, entregando a<br />

Deus a consequência de nossa atitude no relacionamento a<br />

dois.<br />

A ausência física serve para verificarmos se realmente<br />

há de nossa parte interesse afetivo em mantermos aquilo<br />

que sentimos nos doces momentos acompanhados.<br />

Todos têm o direito de buscar a felicidade ao lado da<br />

pessoa amada, principalmente quando já se vislumbra reais<br />

possibilidades de êxito na realização dos sonhos acalentados.<br />

As dificuldades, hoje, são apenas momentos de reflexão<br />

para o nosso posicionamento posterior. Temos muito tempo<br />

para escolhermos a situação em que gostaríamos de estar,<br />

algum dia, no futuro.<br />

Se o amor não acompanhar as realizações pessoais da<br />

moça amada, sustentadas pelos pais que visam o futuro<br />

da filha dentro do prisma em que enxergam, poderá<br />

desmanchar–se como a poeira solta pelo vento.<br />

Em qualquer circunstância, devemos estar com a<br />

consciência tranquila pelo bem que espalhamos, pelo amor<br />

que doamos, sem causar nenhum desconforto emocional à<br />

pessoa a quem amamos.


A SARÇA ARDENTE – p. 36<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Só Deus sabe o futuro de Seus filhos. Mas, aqueles que<br />

buscarem o aconchego de um lar com a participação da pessoa<br />

amada, um dia, no decorrer do tempo, o encontrarão.<br />

Há sempre o fator merecimento justificando o esforço<br />

e a vontade de alcançar o ideal que nutrimos no nosso<br />

coração.<br />

Confiemos em Deus e façamos que nossos desejos<br />

estejam sempre em sintonia com a harmonia que procede<br />

dEle, a nos estimular para o aperfeiçoamento espiritual.


A SARÇA ARDENTE – p. 37<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NA aproximação dos companheiros que nos chegam<br />

a fim de integrar o grupo de trabalho a que pertencemos,<br />

devemos manter intacto o modo como eles são.<br />

Aprendizes de uma formação familiar diferente da nossa,<br />

com passagem por um templo religioso onde aprenderam a<br />

amar o próximo, eles esperam de nós a confirmação desse<br />

amor.<br />

A princípio, sentem–se admirados com a forma com que<br />

os irmãos cultuam os ensinamentos do Mestre Jesus.<br />

É desnecessário repetir que o Pai, sendo Espírito, deve<br />

ser adorado em espírito, conforme instruções deixadas pelo<br />

Mestre amado.<br />

As cerimônias religiosas devem ser reduzidas a zero,<br />

eximindo–se da exibição de rituais que pertenciam aos<br />

povos primitivos.<br />

Hoje, após vinte séculos, com a lição deixada no exemplo<br />

daquele que veio ao mundo para servir, unindo–nos com o<br />

Pai Celestial, já não há mais razão do homem moderno, ainda,<br />

ficar submetido às regras ancestrais que o passado gastou.<br />

Quando o profeta dos antigos quebrou as tábuas<br />

da lei, havia nele uma revolta íntima contra os adoradores<br />

do ídolo de ouro.<br />

Mais tarde, com a presença física do profeta maior,<br />

os dez itens da conduta humana receberam o merecido<br />

apoio, ampliando a dimensão da vontade de Deus,<br />

representada pelo amor.<br />

O rigor pela observância dos preceitos dos profetas<br />

cedeu lugar à tolerância e ao perdão.


A SARÇA ARDENTE – p. 38<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

MECANISMO complexo, que nos ensina a vida, se<br />

resume na simplicidade das palavras do Mestre Jesus:<br />

“onde colocarmos o nosso coração, aí estará o nosso<br />

tesouro”.<br />

O estágio evolutivo, em que nos encontramos, decorre<br />

do resumo de todas as ações praticadas e dos desejos que<br />

buscamos em pensamento.<br />

Falando com clareza, o Mestre, em tom elucidativo,<br />

colocou o coração como a fonte onde nascem todas nossas<br />

aspirações. Na conclusão do pensamento, realçou a palavra<br />

tesouro como riqueza daquilo que acumulamos.<br />

A nossa participação na vida reflete no nosso<br />

conteúdo interior, mas há também a interferência das vibrações<br />

alheias que tendem a nos modificar, se assim quisermos.<br />

O modo como dispomos nossos pensamentos<br />

estabelecem–se ligações afins. Os vínculos dos interesses<br />

interligam–se formando cadeias que se solidificam ou se<br />

destroem em repulsão.<br />

Estabelecer a ordem – somente a apuração dos efeitos<br />

determina a posição que deve percorrer o espírito em sua<br />

escalada progressista.<br />

Nas ligações da família, o interesse maior que Deus<br />

nos dá, a fim de que o amor se perpetue através das provas<br />

ou das missões, conforme as necessidades espirituais de<br />

cada um.<br />

O ambiente do lar deve ser higienizado pelos nossos<br />

pensamentos de amor, para que não haja a presença de<br />

irmãos que têm em mente a destruição de nossa paz.


A SARÇA ARDENTE – p. 39<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NOS postulados espíritas, onde se encontra o<br />

ensinamento do Mestre Jesus, observamos a vida estuante em<br />

beleza e movimento.<br />

O reflexo de nós mesmos sempre surge para comprovar<br />

o que sentimos e fizemos.<br />

Ação e reação se interligam, formando cadeias que<br />

aprisionam a consciência ou a libertam para os conhecimentos<br />

da Vida Superior.<br />

O tempo para o espírito é eterno, mas na Terra há um<br />

limite específico para o cumprimento de tarefas previamente<br />

estabelecidas.<br />

Descuidar–se, no passar das horas, significa adiar o<br />

compromisso assumido. É claro que não há no plano<br />

espiritual fiscalização rigorosa de nossos atos, pois estamos<br />

entregues a nós mesmos.<br />

Sempre os erros daqueles que nos rodeiam vêm comprovar<br />

uma situação desagradável de difícil erradicação.<br />

No decorrer das provas alheias que fracassaram diante das<br />

ilusões passageiras, o nosso íntimo absorve as vibrações<br />

repercutidas.<br />

É tão simples compreender a vida, basta que nos<br />

adaptemos com as matrizes que saem do seio da Natureza. A<br />

música que se expressa nas sinfonias, a elasticidade que se<br />

expande no corpo do ginasta, configurando movimentos<br />

coordenados e precisos, onde o equilíbrio das forças aparece em<br />

todo o vigor.<br />

Na carícia dos olhares que se amam, nas mãos que se<br />

tocam, reaparecendo a vibração amorosa que sai do coração,<br />

há estímulos à apreciação da vida que nos desperta para os<br />

momentos mais felizes.<br />

E, assim, uma imensidão de movimentos que saem da<br />

Natureza a nos estimular no comércio sublime de dar e<br />

receber.


A SARÇA ARDENTE – p. 40<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A RELIGIOSIDADE não está na forma, embora<br />

as religiões adotem a cerimônia como base de seus<br />

fundamentos.<br />

A essência da religião, conforme o seu nome diz, é<br />

religar as criaturas humanas ao seu Criador.<br />

Como os homens não conseguem vislumbrar o mundo<br />

espiritual com seus grotescos cinco sentidos, é necessário<br />

materializar as formas que inspiram a beleza espiritual.<br />

Mas, essa manifestação está subordinada às limitações da<br />

matéria.<br />

Quando o desejo humano ganha conotações profundas<br />

de fraternidade e suas atribuições que pedem esforço,<br />

doação e renúncia eliminam–se todos os cultos exteriores.<br />

Aí, aparece a mão direita sem ser notada pela esquerda.<br />

No agrupamento de aprendizado, a base é a unidade<br />

que se obtém no esforço em comum, voltado à manifestação<br />

do amor.<br />

O principal é absorver as inspirações oriundas dos<br />

planos de luz, mantendo dentro de nós as vibrações<br />

inalteráveis do amor.<br />

O particularismo que aprendemos de nossa<br />

experiência física é apenas um acidente que passa rápido,<br />

não servindo, portanto, como aprendizado àqueles que<br />

transitam por outra trilha.<br />

Mestre por excelência, Jesus conhecia as necessidades<br />

transitórias das criaturas humanas e prossegue em sua<br />

lição irretorquível de beleza espiritual como a dizer–nos que<br />

só o amor permanece, diante da transitoriedade de todas<br />

as formas do comportamento humano, religiosas ou não.


A SARÇA ARDENTE – p. 41<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

APROXIMANDO–NOS de entes amados, conhecidos<br />

em outras circunstâncias, sentimos suas necessidades e<br />

buscamos o meio mais agradável para transmiti–los a<br />

nossa mensagem.<br />

Apreciamos os recursos que a Natureza adota para<br />

que o meio ambiente adquira o equilíbrio, nem o excesso<br />

nem a falta e pensamos quanto será valioso se o homem<br />

compreender tudo que o cerca, as vibrações sutis de<br />

várias procedências, os fluídos que se combinam formando<br />

imagens ideoplásticas que se identificam para nós do plano<br />

espiritual.<br />

O pensamento, emitindo energia, plasma circunstâncias<br />

de variadas espécies, diferenciadas pelo sentimento que o<br />

impulsiona.<br />

O homem, desconhecendo as leis harmoniosas que o<br />

envolvem, oriundas da Natureza, preocupa–se em manifestar<br />

os impulsos negativos da vaidade, do ciúme, do orgulho e<br />

outros males que o afligirá, posteriormente.<br />

Mas, se ele se dispuser a pensar no bem, de imediato<br />

a harmonia que o envolvia sem que ele a percebesse,<br />

conseguirá atingí–lo no íntimo de seu ser pelo campo<br />

receptivo da igualdade das forças.<br />

E uma vez conhecedor desse poder que a Natureza<br />

lhe confere, pela misericórdia divina, terá maiores razões<br />

para prosseguir avançando no caminho do bem.<br />

Aos meus companheiros de jornada, o meu estímulo<br />

para nunca desfalecer, qualquer que seja a circunstância,<br />

pois o poder divino é maior e está à disposição de todos, basta<br />

que haja de vocês a predisposição desejada por Deus.


A SARÇA ARDENTE – p. 42<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

MOMENTO de júbilo quando os entes queridos se<br />

reencontram, depois de uma longa ausência aparente.<br />

O coração palpita mais intensamente, em compasso<br />

controlado pela emoção sublimada, antes já sentida e<br />

ligeiramente reconhecida no momento atual, o sangue<br />

correndo pelas veias evidenciando que há vida no corpo,<br />

ainda, jovem.<br />

As circunstâncias são favoráveis para o avivamento<br />

desta chama interior que lampeja irradiando claridade,<br />

exteriorizada num sorriso, no olhar impregnado de ternura<br />

e amor.<br />

Há, no reencontro de pessoas amadas, um pressentimento<br />

de ter–se reconhecido mutuamente, desde antes...<br />

E essa vibração espalhada ao redor do ambiente,<br />

envolvendo esses amores do passado que voltam pela força<br />

magnética da atração, como o imã, para respirar o mesmo<br />

ar, deixando que a alegria de viver lhes mostre um novo<br />

caminho.<br />

Há esperanças nos corações que se amam, como o<br />

broto de hoje será a rosa de amanhã.<br />

Não é preciso apresentação, os amores se conhecem<br />

no silêncio, no menor gesto de carinho e amor.<br />

O amor, desconhecendo barreiras, preconceitos e idade,<br />

envolve dois entes queridos, unificando dois mundos<br />

diferentes, no mesmo mundo, o mundo dos amores que<br />

prosseguem sentindo o mesmo amor antes já vivido em<br />

seus corações.<br />

Almas que se amam, atravessando tempo e espaço,<br />

para viver o presente que Deus lhes deu.


A SARÇA ARDENTE – p. 43<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

MESMO que não tenhamos mais obrigação em ajudar<br />

aqueles que a vida colocou perto de nós, sentimos ainda<br />

a necessidade de fazer algo em benefício deles.<br />

A distância impede–nos a nossa presença, embora haja<br />

motivo justificável de ausência em respeito ao livre–arbítrio<br />

da companheira que se recusou a aceitar a convivência de<br />

amor.<br />

Em decorrência da decisão propositadamente deliberada,<br />

que culminou com a separação, não podemos nos<br />

responsabilizar pelas atitudes isoladas.<br />

Entreguemos a Deus o destino que ela buscou, nos<br />

momentos em que não soube avaliar seus próprios deveres<br />

de mulher.<br />

Haverá sempre remédio para qualquer enfermidade, com<br />

a melhora do estado clínico em que se encontra a pessoa.<br />

Sem decréscimo da confiança em nosso Pai, procuremos<br />

renovar nossos clichês mentais com pensamentos de<br />

otimismo e muito amor.<br />

Como há ligação entre os planos físico e o espiritual,<br />

onde transitam os mentores encarregados da evolução do<br />

planeta, busquemos a inspiração da sabedoria que nos chega<br />

da fonte criadora, a fim de que, em qualquer circunstância,<br />

sejam dissipadas todas nossas dúvidas e incertezas.<br />

A receita é amar, amar confiando que o nosso amor<br />

tem forças suficientes em despertar os mais empedernidos<br />

corações.<br />

Entreguemos a Deus o nosso cuidado, embora distantes<br />

das pessoas que foram do nosso convívio, confiantes de que<br />

Deus por elas fará sempre o melhor.<br />

Nós sabemos que seria maravilhoso se nossos sonhos<br />

fossem todos realizados. Mas, sem que possamos tomar<br />

conhecimento da integralidade da verdade que vivemos, a vida,


A SARÇA ARDENTE – p. 44<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

podemos sentir que a nossa parte foi cumprida<br />

integralmente, embora o conjunto desfeito, por um<br />

determinado tempo.<br />

Como a meta universal é a união da família que se<br />

expande de inúmeras maneiras, de acordo com as obrigações<br />

que se permitiram fazer, peçamos ao nosso Pai a felicidade<br />

de estarmos sempre reunidos, em pensamento ou presença<br />

tangível.


A SARÇA ARDENTE – p. 45<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

TUDO acontece com a permissão do Pai.<br />

Os enredos que envolvem o relacionamento das pessoas<br />

decorrem logicamente do mecanismo causa–efeito.<br />

Os interesses em comum se interligam, buscando em<br />

seu objetivo um ponto de apoio onde melhor possa se<br />

desenvolver em plenitude satisfatória.<br />

O reencontro de pessoas que buscam o preenchimento<br />

de lacunas, no campo do sentimento, é processado de<br />

inúmeras formas, em variadas circunstâncias.<br />

Não se pode querer que, em determinada situação,<br />

haja definição de pessoas por nós queridas, quando ainda<br />

estão em busca de esclarecimentos maiores para que haja<br />

um firme posicionamento de ideias e atitudes.<br />

Tudo está em modificação constante até que haja a<br />

reta final do caminho que muito tem de ser percorrido, a<br />

fim de que as paisagens que se debruçam ao lado possam<br />

ser apreciadas.<br />

A beleza das formas materiais ou a materialização dos<br />

desejos mais íntimos servem–nos para alegrar o nosso viver.<br />

Mas, isto não nos isenta de presenciar a responsabilidade<br />

que nos chega para aliviar o fardo pesado daqueles que<br />

possuem força que se extingue pela falta da confiança em<br />

Deus.<br />

O nosso trabalho visa o bem–estar da criatura<br />

humana, renovando paisagens íntimas de desencanto pela<br />

beleza que esplende na Natureza, estimulando–nos a<br />

aproximar de nosso Pai.<br />

Cada um deve conhecer suas necessidades íntimas,<br />

sem ter a preocupação em buscar em alguém aquilo que já<br />

sentimos.<br />

No decorrer das etapas compostas por circunstâncias<br />

variadas, observa–se a modificação de atitudes que visam<br />

sempre o bem estar.


A SARÇA ARDENTE – p. 46<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Querer que essas pessoas adotem decisão no campo<br />

emocional, antes dos fatores que se interligam cheguem ao<br />

final, é o mesmo que esperar o fruto antes das flores.<br />

O tempo é o melhor recurso, quando a recomendação<br />

do plano espiritual prescreve o silêncio diante das situações<br />

que, ainda, não compreendemos.<br />

Os amanheceres de alegria estão a se suceder, numa<br />

roda giratória, inclinando–se sempre àqueles que, por<br />

afinidade, buscam suas irradiações.


A SARÇA ARDENTE – p. 47<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

TUDO que aprendemos vem da Natureza. As vibrações<br />

harmoniosas são o resultado que se desprende dos agentes<br />

cósmicos em movimento. Por essa razão, dizemos que a<br />

beleza é movimento.<br />

A morte, na ortodoxia religiosa, quer dizer a presença do<br />

pecado.<br />

A evolução dos conceitos humanos, na área religiosa,<br />

vem desmistificar os dogmas ancestrais.<br />

A revisão das ciências sociais, notadamente o Direito,<br />

isenta do preconceito religioso, ajuda a sociedade a se<br />

posicionar nas mutações periódicas que o mundo atravessa.<br />

Certo e errado sofrem alterações viscerais nos organismos<br />

que regulamentam o comportamento humano.<br />

Os dez itens contidos na tábua insculpida no Monte<br />

Sinai, ainda, são a base de toda a regulamentação social.<br />

O Evangelho de Jesus, luz maior que desceu à Terra,<br />

é a sabedoria que orienta todos os povos, apesar de haver<br />

credos religiosos diferentes.<br />

Cultuar os ensinamentos do Mestre amado, uma vez<br />

por semana, no recinto tranquilo do lar, é receber forças<br />

revitalizantes do plano espiritual.<br />

Sem aparatos da cerimônia religiosa, que pode prender a<br />

atenção a coisas materiais, o recolhimento, a prece, a leitura<br />

das mensagens evangélicas constituem o ponto essencial<br />

da reunião religiosa em família que deve ser composta, em<br />

princípio, somente dos integrantes do convívio diário.


A SARÇA ARDENTE – p. 48<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

QUANDO surge a oportunidade de sermos felizes,<br />

usufruindo da presença a pessoa amada, devemos aproveitá–la,<br />

de imediato.<br />

Uma atmosfera de confiança nos envolve em doces afagos.<br />

Sentimos a vontade de viver crescer sem tamanhos. Desejamos<br />

conservar no recesso de nosso coração tudo aquilo que<br />

acalentou nossos sonhos mais sublimes, com o cuidado de<br />

não deixar escapar nenhum fragmento dessa felicidade.<br />

O importante é amar, doando sempre esse amor á pessoa<br />

que veio cobrir de ternura o espaço vazio em que estávamos<br />

antes de conhecê–la.<br />

A mocidade, desconhecendo o passar dos dias, é um<br />

estímulo à efervescência de sentimentos que fazem vibrar o<br />

nosso coração.<br />

Os atributos do amor – ternura, paciência, singeleza,<br />

espontaneidade – anulam os possíveis agentes de perturbação<br />

que vêm revestidos em inúmeras formas, quando, ainda,<br />

começam a nascer.<br />

O amor consegue dominar o ambiente íntimo, sem receios<br />

de mal algum, porque é alimentado pelas energias mais puras<br />

do espírito.<br />

Na permuta dessas energias, há o conforto que nos banha,<br />

levando as últimas impurezas que cresceram à sombra da<br />

desconfiança e da incerteza.<br />

Sentindo a felicidade que nos envolve, estamos confiantes<br />

de que o nosso amor está acima de qualquer incerteza e possa<br />

mos caminhar satisfeitos em usufruir da felicidade que<br />

merecemos.


A SARÇA ARDENTE – p. 49<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A CAMINHADA prossegue. Os passos se adiantam. Os<br />

acidentes vão ficando para trás.<br />

Surgindo novas paisagens, onde se configura a beleza<br />

transparecendo nos reinos da Natureza, chegando até aos<br />

homens, aumenta a alegria de viver.<br />

No estágio em que nos encontramos, é imensa a<br />

movimentação dos sons harmoniosos, combinada com as<br />

cores que plasmam imagens de comovente beleza.<br />

Nesse enlevo paradisíaco, a nossa alma se reveste da<br />

sonhada túnica inconsútil que envolveu o nosso Mestre<br />

amado.<br />

Os reflexos do movimento da Natureza estão à disposição<br />

de todos, independentemente das diferenças existentes entre<br />

aqueles que se distanciam de seus irmãos, acenados pela<br />

influência generalizada do orgulho e do egoísmo.<br />

Festa perene é a movimentação dos sons e cores<br />

que transbordam dos mananciais da vida. No reino mineral,<br />

a solidez das pedras mantém firme as paisagens que<br />

se estendem nas areias e nas águas. No vegetal, a seiva<br />

movimenta os agentes nutritivos que o sustentam. No<br />

animal, o sangue estimula as funções dos órgãos. No homem,<br />

a inteligência engendra situações que movimentam o<br />

destino.<br />

O estímulo à harmonia e à beleza provenientes da<br />

Natureza é imenso. Quanto mais nos predispomos a<br />

recebê–lo, mais o recebemos.


A SARÇA ARDENTE – p. 50<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS pessoas vão aprendendo a se posicionar na vida, de<br />

acordo com as suas necessidades.<br />

O aprendizado é de natureza pessoal. Ninguém pode<br />

aprender por outrem, embora a influência de conceitos e<br />

atitudes seja predominante no convívio em comum.<br />

Situações análogas servem para nos estimular a tomar<br />

atitudes que passam a ser convenientes ao nosso aprendizado.<br />

O necessário é distinguir a parte que nos diz respeito.<br />

As experiências que temos no trabalho, no lar e nos lares<br />

em que somos convidados a entrar, situam–nos a posição<br />

que merecemos.<br />

Embora haja circunstâncias desagradáveis no testemunho<br />

de amor que temos de prestar, não implica em dizer que<br />

somos integrantes dessas circunstâncias. A nossa participação<br />

decorre do “eu” que exteriorizamos e nunca do que já foi<br />

exteriorizado por aqueles que se conluiem, sem nos ouvir.<br />

Como o tempo é divisor de águas, não podemos condenar<br />

hoje o que amanhã poderá ser um grande benefício.<br />

Situações de mal–estar oscilam até que haja o ponto de<br />

equilíbrio.<br />

Aqueles que se detêm observando as partes danificadas<br />

do conjunto, sem a disposição do trabalho construtivo, se<br />

lembrarão do tempo perdido com muitas saudades.<br />

Como o tempo prossegue espalhando oportunidades,<br />

numa vida perecível da matéria, a revisão das tarefas a nós<br />

atribuída tem que ser levada com muito cuidado.<br />

Peçamos a Deus que nos oriente os passos, na caminhada<br />

que se cruza com outros caminhos, a fim de que possamos<br />

reconhecer a posição em que estamos.


A SARÇA ARDENTE – p. 51<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

DEIXAR a naturalidade fluir de nosso íntimo, sem a<br />

preocupação do resultado imediato dos gestos de amor.<br />

A tarefa a nós atribuída é sempre semear. Semear a<br />

bondade, a harmonia, a alegria, o amor em todas as<br />

oportunidades do convívio diário com as pessoas que o<br />

destino colocou em nosso caminho. Esse mesmo destino<br />

será modificado, em grande parte, de acordo com o que<br />

fizermos no momento atual.<br />

Sempre reencontramos pessoas queridas de um passado<br />

distante. Algumas já trazem o compromisso conjugal com<br />

os parceiros das mesmas circunstâncias que estabeleceram<br />

a ligação.<br />

A união se fará presente, quer através do<br />

reaquecimento das energias estimulantes do amor ou,<br />

então, pela necessidade de refazimento dessas mesmas<br />

energias, desperdiçadas em vão.<br />

A euforia se manifesta diante daqueles que veem e<br />

não compreendem a razão única da atração dos impulsos<br />

de seus corações. E, assim, surge a oportunidade aguardada<br />

por esses espíritos, temporariamente esquecidos do que<br />

foram no passado, a fim de se refazerem pelo bem diante<br />

das leis sábias que se estabelecem na Natureza.<br />

As amizades que fomos buscar do outro lado do mar<br />

são liames afetivos que adquirimos há muito tempo, no<br />

decorrer de muitos passar de anos.<br />

Grupo homogêneo pela tarefa comum que escolheu no<br />

campo da caridade, fazendo–a com alegria, cantando e<br />

dançando com gestos de amor.<br />

Sem alarde, cumprindo o preceito da Lei Maior, a<br />

caridade é feita sem comentários pessoais.<br />

O Pai é magnânimo e distribui as dádivas preciosas<br />

de múltiplas formas, nas inúmeras atividades do<br />

comportamento humano.


A SARÇA ARDENTE – p. 52<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS experiências, no campo afetivo, são necessárias a<br />

fim de que a criatura humana possa adquirir o equilíbrio<br />

emocional.<br />

Primeiro é a busca, a indagação daquilo que lhe convém<br />

ou não, depois vem a vivência da escolha. Entre uma e<br />

outra, há um longo caminho a percorrer. Sonhos, esperanças<br />

são acalentados em nossos corações como um estímulo<br />

maior do viver.<br />

Os nossos pensamentos flutuam nesse imenso mar de<br />

desejos, onde colocamos a nossa própria vida. Sacrifícios<br />

são doados como forma de sentir a experiência que tende<br />

a se transformar, à proporção que sentimos a esperança ser<br />

mais real.<br />

Dificuldades são comuns em todas as relações de amizade,<br />

até que chegue, entre as partes que procuram mutuamente<br />

se identificar, a compreensão da importância do amor.<br />

As amizades que nos chegam aos ambientes de trabalho<br />

vêm sempre nos dar aquilo de que necessitamos.<br />

Nem todos aqueles que nos procuram o fazem por amor,<br />

mas sempre há a evidência da necessidade de recomposição<br />

de ideias, pois a apreciação do interlocutor é muito<br />

importante. Não é que devemos depender da opinião dele,<br />

mas toda a incompreensão que ele tiver, haverá sempre a<br />

indagação se não somos, igualmente, responsáveis.<br />

Somente o nosso pensamento voltado ao bem poderá<br />

estabelecer a posição adequada diante daqueles que nos<br />

rodeiam.


A SARÇA ARDENTE – p. 53<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NO convívio diário com os nossos companheiros de<br />

trabalho, temos apreciado a modificação que muitos passam.<br />

O modo de agradar parece a retórica comum a todos.<br />

Aquilo que lhes parece agradável desejam, não raro, aos seus<br />

companheiros. Quando a receptividade é adversa, pensam<br />

logo que há excentricidade naqueles que não compreenderam<br />

os seus discursos afetivos.<br />

O certo e o errado sofrem alterações, sob o ponto de<br />

vista pessoal, de acordo com a nossa capacidade de apreciar<br />

a vida.<br />

Como foi largamente explicitado, em tudo há beleza,<br />

interna e externamente.<br />

A beleza que fizermos no íntimo será a mesma beleza<br />

que espalharmos ao nosso redor.<br />

O negrume é simplesmente a ausência da luz, sem<br />

comentários pessoais. A luz é o nosso habitat nos infindáveis<br />

caminhos que temos a percorrer.<br />

A simplicidade de nossos gestos, a espontaneidade de<br />

nossas atitudes e a sinceridade de tudo aquilo que fazemos<br />

é o espelho que refletirá aos outros aquilo que somos.<br />

Permanecer mantendo essa leveza que vem e vai, em<br />

fluxo contínuo, banhando o nosso íntimo é o modo mais<br />

agradável que podemos usufruir.<br />

Nem sempre aquilo que as pessoas amigas pensam ser<br />

agradável será para aquelas que já sentem a beleza que<br />

nos chega dos planos de luz.<br />

Elogios pessoais podem ser prejudiciais àquelas pessoas<br />

que possuem o negrume, em forma de vaidade, em seus<br />

corações.


A SARÇA ARDENTE – p. 54<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O encorajamento vem de muitas formas, às vezes sem<br />

a necessidade de uma palavra articulada.<br />

O silêncio dos mártires, nos variados hortos da vida, é<br />

o melhor testemunho que devemos aprender daqueles que<br />

vieram ao mundo em missão redentora do Pai Celestial.


A SARÇA ARDENTE – p. 55<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NO planeta há milhões de tarefas entregues pelo Senhor<br />

da Vida àqueles que se comprometeram a cumpri–las.<br />

Todas elas são importantes, variando nas formas em que<br />

se apresentam, visando sempre o bem inquestionável.<br />

Riqueza e pobreza, autoridade coletiva e serviço pessoal,<br />

relação de parentesco, habitando ou não o mesmo teto, são<br />

disposições que a vida nos oferece para estimularmos as<br />

energias do espírito que produzem a luz.<br />

Não há pequenez nessas situações, a menos para aqueles<br />

que as verificam nos parâmetros delineados pelos preconceitos<br />

sociais que estabelecem a desunião fraternal.<br />

Nas galerias e salões sociais brilha o nome daqueles<br />

que se sobressaíram no mundo dos negócios, puramente<br />

utilitaristas.<br />

A ética profissional, o ideal que sublima o esforço daquele<br />

que serve e os sonhos por um mundo melhor são apagados<br />

por aqueles que adotam o utilitarismo imediato.<br />

Os humildes investidos em funções de servidores, tanto<br />

na base como no vértice da pirâmide social, são os únicos<br />

capazes de compreender a missão que o destino (reflexo da<br />

causa) lhes deu.<br />

Quantas decepções surgem após a destituição de cargos<br />

temporários, quanta falta de ânimo diante da aposentadoria<br />

compulsória que o tempo não adia, quanta incompreensão no<br />

relacionamento de pessoa a pessoa, no convívio do trabalho.<br />

Passam apavorados esses que não reconheceram o lugar<br />

que lhes foi reservado pelo Poder Maior.<br />

Como o equilíbrio é a tônica constante da Natureza, os<br />

primeiros serão os últimos e, consequentemente, na elucidação<br />

do profeta maior, os últimos serão os primeiros.


A SARÇA ARDENTE – p. 56<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Ainda na lembrança dos ditos do Senhor Jesus, os<br />

brandos e pacíficos herdarão a Terra. Sem dúvida, a<br />

herança não será dos bens transitórios, mas o bem eterno,<br />

característica do Criador dos mundos infinitos.<br />

A lei da gravitação que se estabelece nos sistemas<br />

planetários, posicionando o mundo das formas em seus<br />

lugares, essa mesma lei, que articula os efeitos de nossos<br />

pensamentos, marca o lugar em que estamos, no processo<br />

evolutivo.


A SARÇA ARDENTE – p. 57<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A TAREFA mediúnica é sagrada. Incompreendida por<br />

aqueles que se apegavam ao mundo das formas, vem<br />

ultrapassando os tempos, desde a mais remota Idade até os<br />

nossos dias, como a atestar a natureza imortal dos espíritos.<br />

À semelhança do Criador, a imortalidade é testada nas<br />

inúmeras etapas migratórias no plano físico.<br />

O enfraquecimento das energias surge quando a fonte<br />

que as vitaliza é alimentada pelo combustível que entrou em<br />

atrito com a harmonia da Natureza.<br />

Assim, o orgulho, a presunção, a inveja, a descrença<br />

no Poder Maior, a maledicência, a intriga injuriosa têm o<br />

mesmo ponto de partida.<br />

O bem sempre procede do Criador que o distribui<br />

indistintamente a todos que fazem parte do Universo.<br />

O homem, adormecido pelos prazeres fugazes, não<br />

percebe toda a beleza dos sons e cores que o envolve. Aos<br />

poucos, vai se apercebendo da bondade do Pai Celestial e<br />

substitui os sentimentos egoístas pelo amor ao próximo.<br />

O sofrimento alheio passa a ser parte integrante do seu<br />

mundo interior.<br />

A figura do bom samaritano ainda é o exemplo daquele<br />

que entendeu quem é o nosso próximo.<br />

O serviço da caridade ocupa, no planeta que servimos,<br />

a principal atividade.<br />

Como a fase atual é de profunda mudança no<br />

comportamento humano, é necessário que as provas e<br />

expiações tenham preferências sobre as missões sublimes<br />

que ainda estamos a caminho.<br />

Onde houver uma lágrima, uma dor, um desencanto,<br />

aí haverá sempre um serviço a fazer.


A SARÇA ARDENTE – p. 58<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A atenção nas tarefas a nós atribuídas é muito<br />

importante para que nenhuma delas se perca.<br />

A caridade prestada é luz que nos chega da<br />

Espiritualidade Sublime pela sintonia de movimentos do<br />

mesmo teor vibratório.<br />

A ligação dos dois planos sempre ocorrerá. A nossa<br />

preferência se dá no cumprimento das tarefas que recebemos<br />

da sabedoria que vem do Alto.<br />

A paz do nosso Mestre amado Jesus.


A SARÇA ARDENTE – p. 59<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AQUELES que já receberam o esclarecimento da vida<br />

espiritual não podem mais desfrutar dos deleites terrenos a<br />

nível puramente material.<br />

O sentimento, quando sublimado, não pode mais<br />

retroceder à condição de instinto grosseiro, característica dos<br />

animais selvagens.<br />

Como a ascese espiritual é lenta, é natural que ainda<br />

se veja resquícios de animalidade nos seres humanos.<br />

O tempo, carreando oportunidades de soerguimento a<br />

todas as criaturas, dissipa as marcas danificadas do passado<br />

pela movimentação incessante do espírito que agita a luz.<br />

Lesões corporais têm a matriz correspondente no campo<br />

mental que é a zona de exteriorização do próprio espírito.<br />

A saúde, em síntese, é a manifestação da luz oriunda<br />

da prática do bem.<br />

Enquanto o homem duvidar de seu comportamento,<br />

vacilando entre o bem e o mal, terá sempre, em consequência,<br />

o reflexo manifestado em seu corpo.<br />

Dizemos que a doença, resultado do mal, é passageira,<br />

servindo apenas para atestar o efeito de uma ação.<br />

Na movimentação constante, a luz, que vem dos planos<br />

salutares, elimina os focos maléficos.<br />

Quando sentirmos a nossa luz pequena para eliminar<br />

todas as mazelas do corpo, peçamos ao Senhor da Vida<br />

que ilumine o nosso ser, a ponto de sermos integralmente<br />

saudáveis.


A SARÇA ARDENTE – p. 60<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A REALIZAÇÃO de nossos sonhos está subordinada, antes<br />

mesmo dos nossos desejos, ao estado em que nos posicionamos<br />

na vida.<br />

E não adianta querer, lutar, quando as circunstâncias não<br />

são favoráveis. Quando não compreendemos os fatores que nos<br />

impedem a obtenção daquilo que almejamos, ficamos frustrados.<br />

As pessoas, observando os acontecimentos ao redor, vão<br />

discernindo aquilo que mais lhes convém.<br />

Nem sempre aqueles que estão perto conseguem penetrar no<br />

íntimo das pessoas que sentem a importância de um amor ardente.<br />

Embora não estando presente em pessoa, sabe que o halo espiritual<br />

que a envolvia, em poucos minutos, continua sendo alimentado<br />

pela vontade de sentir–se amada por seu ente amado.<br />

É necessário que haja a presença da pessoa amada, tanto<br />

quanto o coração em ímpetos desejar, mas na ausência ele se<br />

manterá ardente pela lembrança incessante.<br />

A aproximação ruidosa atrapalha o discernimento da<br />

mensagem de quem é possuidor. O silêncio, o sorriso confiante e<br />

discreto traduzem a fidelidade de um amor que espera a<br />

oportunidade para se expandir muito mais do que por palavras<br />

escritas ou faladas onde não houve a mesma vibração amorosa.<br />

Não interferir no andamento normal da vida das pessoas que nós<br />

amamos, deixando a elas a busca das companhias que mais lhes<br />

agradar nem pretendermos que sejamos nós a escolhida preferida.<br />

Em toda a decisão é necessário que haja conscientização.<br />

Deixemos que a pessoa amada nos observe, nos aprecie da forma que<br />

mais lhe agradar.<br />

Permaneçamos demonstrando o sentimento que vibra no<br />

nosso ser para que o amor, desconhecendo obstáculos, seja o<br />

mesmo refletido da pessoa amada por nós.


A SARÇA ARDENTE – p. 61<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A REVELAÇÃO espiritual é destinada a todos,<br />

independente de convicção religiosa, classe social ou<br />

condicionamento de situações adversas.<br />

A comunicação espiritual foi autorizada pelo inigualável<br />

galileu quando subiu o monte Tabor. O fenômeno de rara<br />

beleza mereceu a contribuição de Moisés que, na época<br />

em que se cobriu da roupagem carnal, proibira o comércio<br />

nefasto das informações espirituais.<br />

A transfiguração do Mestre amado é apreciada pelas<br />

religiões como o ponto culminante de ascese espiritual de<br />

que se tem notícia.<br />

É claro que nem todos os seus discípulos estiveram lá<br />

no aclive do monte. A indagação de Tomé seria inoportuna<br />

e a curiosidade infrutífera de Judas Iscariotes não teria<br />

razão.<br />

Somente aqueles que já possuíam a mediunidade<br />

santificada pelo amor puderam presenciar o diálogo que<br />

Jesus manteve com os chamados mortos, veneráveis pais da<br />

raça judia, Moisés e Elias.<br />

Até quando o planeta terá difamadores condenando o<br />

exemplo e a aprovação da comunicação dos espíritos revelada<br />

pelo conhecedor de todas as causas?<br />

Quem poderá deter o pensamento que sai do espírito,<br />

tanto na esfera espiritual, onde se encontra livre, ou preso<br />

pelas vibrações reduzidíssimas da matéria carnal?<br />

Pobre homem, arrogante pelos títulos transitórios de um<br />

saber momentâneo, depois o vazio, a sombra, a ignorância<br />

pelas leis sábias do Criador da Vida.<br />

A mesquinhez do caráter, incrustada em seu coração,<br />

foi obtida por tudo aquilo que corre fácil, a luxúria, a intriga,<br />

a maledicência, a presunção de ser superior ao humilde


A SARÇA ARDENTE – p. 62<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

e, ainda, recusa o único meio capaz de tirá–lo das furnas<br />

obscuras em que se encontra, a proteção espiritual.<br />

Quantas doenças, pestes, inundações, mortes coletivas,<br />

perdas de entes familiares nas mais sanguinolentas situações,<br />

dores inenarráveis, tudo isto é o reflexo da cultura ateísta<br />

em que o planeta está mergulhado.<br />

Quando a luz chega dos planos celestes, o homem se recusa<br />

a recebê–la. Prefere ser escravo de teorias materialistas que<br />

ganharam cidadania nos antros dos erros.<br />

É necessário que a dúvida se estabeleça diante da teologia<br />

que sevicia tudo que é sagrado, inclusive o livre–arbítrio. Nem<br />

mesmo os escravos, no passado, executados ao sofrimento<br />

e à morte, tiveram suas consciências violentadas.<br />

Os vendilhões do templo não querem sair da mordomia de<br />

alto luxo. Há, em suas teologias, verdades fragmentadas que<br />

poderiam ser adotadas pelo exemplo. Quanta responsabilidade<br />

eles assumiram perante os seus fiéis seguidores. Há, entre eles,<br />

legítimos servos de Deus que se recolhem, em preces e<br />

meditações para receberem o amparo do plano espiritual.<br />

Quando o homem colocar amor em seu coração, verá<br />

que os fenômenos contidos na Natureza são sábios de uma<br />

sabedoria superior à sua e não haverá mais razão para<br />

menosprezar o que está à sua volta.


A SARÇA ARDENTE – p. 63<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A VIDA é a dádiva preciosa, concedida por Deus, a<br />

fim de que todas as situações, que nos envolvem, tenham o<br />

resultado proveitoso.<br />

Tudo nos chega como lição. A edificação das palavras<br />

e gestos decorre sempre da necessidade que temos de<br />

participar da harmonia do Universo.<br />

Seres pensantes de um mundo em renovação, refletimos<br />

nas nossas possibilidades de engrandecimento, esquecendo–nos<br />

a pequenez do egoísmo para lembrarmos sempre do amor<br />

que sublima o relacionamento entre as pessoas.<br />

A dor do irmão é a nossa dor pelo carinho e amor que<br />

temos por tudo aquilo que nos chega em forma de trabalho.<br />

Sabemos que o reflexo de suas atitudes, na maioria<br />

das vezes, surge na deteriorização dos tecidos sutis do espírito<br />

que refletem no corpo. Este expurgo de vibrações deletérias<br />

é a melhor forma que passa a criatura humana para se<br />

ajustar diante do erro.<br />

Mas, até quando dura a dor e o sofrimento do doente?<br />

Só Deus sabe. Nesse tempo necessário à retificação, há<br />

sempre um reflexo das atitudes assumidas no passado, com<br />

vistas a entender o caminho que buscamos.<br />

Quando sentimos alguém sofrendo por não saber sair<br />

do próprio sofrimento, depois do período de tempo ter<br />

passado, então, é mais fácil o nosso trabalho em nome da<br />

caridade.


A SARÇA ARDENTE – p. 64<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NAS anotações de Jeremias, há a referência comovedora:<br />

“e como flauta, soará meu coração pelos seres humanos”.<br />

Partindo do silêncio, a música se expande<br />

harmoniosamente, chegando aos ouvidos daqueles que a<br />

sentem, desejosos de penetrá–la na intimidade de sua doce<br />

magia.<br />

Quando nos interpenetramos na harmonia da Natureza,<br />

proveniente da fonte criadora, vivemos conscientemente com<br />

toda a grandeza que nos envolve.<br />

O vento forte afugentando miasmas, tanto da poluição<br />

material quanto daquela oriunda de mentes enfermiças, traz<br />

a chuva benfazeja.<br />

Em todos os instantes, através dos fenômenos da<br />

Natureza, Deus nos dá meios de despertarmos a nossa<br />

sensibilidade, a fim de compreendê–Lo melhor.<br />

Quantas vezes, desejamos que nossos irmãos de jornada<br />

tenham a força que sentimos a se espalhar naqueles que<br />

buscam a luz que ilumina o mundo: Jesus.<br />

Se a música, com a sua bagagem de harmonia, consegue<br />

nos sensibilizar, por que não deixar que o sentimento do<br />

amor puro vivencie em nossos corações?


A SARÇA ARDENTE – p. 65<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS irmãos que vivem na espiritualidade sentem<br />

necessidade de manter contato com a esfera física.<br />

Como a maioria volta ao plano espiritual sem completar<br />

as tarefas de redenção, é natural que eles queiram o alívio<br />

para suas dores e o esclarecimento para suas dúvidas.<br />

Vinculados a irmãos do mesmo enredo trágico, buscam<br />

neles o recurso capaz de identificar suas individualidades.<br />

Aquilo que permaneceu incompleto ou incompreendido é<br />

motivo de preocupação daqueles que se sentem endividados<br />

com a Lei Maior.<br />

Todas as manifestações espirituais são válidas. Elas<br />

nos trazem uma lição.<br />

A incompreensão das ligações espirituais, notadamente<br />

aquelas em que ocorre o acoplamento dos círculos energéticos<br />

onde se exterioriza o espírito, decorre sempre do<br />

desconhecimento das causas que as justificam.<br />

Com direito a resplandecer na luz, os chamados<br />

obsessores são irmãos que merecem de nós o maior carinho<br />

que o nosso coração pode doar.<br />

Vítimas de si mesmos, julgam–se no direito de reivindicar<br />

atributos que não lhes pertencem.<br />

Circulam nas células espiritistas, que apareceram no<br />

mundo para realçar o Evangelho redivivo do Senhor, onde<br />

são amparados pelo poder divino.


A SARÇA ARDENTE – p. 66<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O CORAÇÃO vibra diante da emoção. Um gesto no<br />

olhar, nos movimentos dos ombros e dos pés, é o suficiente<br />

para dar expansão ao sentimento que estava guardado no<br />

nosso íntimo.<br />

Quando identificamos na pessoa amada o sonho que<br />

acalentamos, queremos expressar o amor em todos os<br />

instantes.<br />

As horas parecem longas na ausência física e, perto da<br />

mulher amada, elas voam como os ventos que antecedem à<br />

chuva.<br />

Compreender as dificuldades da distância é o meio mais<br />

seguro para evitar que a impaciência venha diminuir o nosso<br />

equilíbrio emocional.<br />

Esperar quando sentirmos que o momento é de espera<br />

e agir ativamente quando for a hora da aproximação dos<br />

desejos sublimes.<br />

As ligações amorosas são atraídas e congregadas nos<br />

impulsos idênticos, na transparência da simplicidade dos<br />

fatos que nos rodeiam.<br />

O coração é sempre o marco que determina a posição<br />

que devemos tomar.<br />

Aqueles que observam a harmonia dos movimentos que<br />

ele faz no peito, podem sentir o tempo contado em passos<br />

marcados.<br />

No lado sentimental, o coração é o abrigo do amor<br />

como o Sol é a casa de luz que ilumina o planeta.<br />

O amor, que se expande como os ventos das tardes<br />

ensolaradas, ganha distância espalhando suavidade em todos<br />

aqueles que o sentem.


A SARÇA ARDENTE – p. 67<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O AMOR que espalhamos reconforta sempre aqueles que<br />

o recebem.<br />

Nada fica sem finalidade própria. Em tudo há a presença<br />

do autor das atitudes que determinam as circunstâncias.<br />

Os afetos que nos são caros, pelos princípios da afinidade,<br />

estimulam–nos a sentir o bem–estar que se derrama dos<br />

mananciais da vida.<br />

A alegria, nesses casos, é constante e interminável. Ela<br />

nos refaz nos momentos difíceis, quando a incompreensão<br />

tenta nos surpreender nas horas solitárias.<br />

Entregar sempre ao Senhor da Vida todos os benefícios<br />

que resultam das ações desinteressadas que praticamos.<br />

Há um convívio de amores entre aqueles que semeiam<br />

doação e renúncia. É imensa a amplidão de luzes e cores<br />

que embelezam as moradas de nosso Pai Celestial.<br />

O estado de plenitude e bonança, que conservamos em<br />

nosso coração, será mantido quando estivermos em outro<br />

plano de luz.<br />

Semear sempre, confiantes no nosso trabalho como<br />

colaboradores do bem comum.<br />

A alegria da doação é sempre superior àquela que<br />

busca a retribuição sem méritos.<br />

Como num fluir de águas dos rios e dos mares e,<br />

também, dos ventos que deslizem suavizando caminhos,<br />

devemos seguir o destino que criamos com a autorização do<br />

Pai, buscando nos integrar com a harmonia da Natureza.


A SARÇA ARDENTE – p. 68<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A VIDA é um sopro. As oportunidades de aproveitamento<br />

surgem–nos com o tempo contado.<br />

Enquanto se avolumam as necessidades urgentes dos<br />

pobres irmãos carentes de reconforto e paz, as nossas mãos<br />

pequeninas se estendem em súplica ao Senhor da Vida,<br />

a fim de que Suas bençãos cheguem até eles.<br />

Diante da inflexibilidade da lei que coordena os efeitos<br />

de nossos pensamentos, devemos persistir na prática do<br />

amor, confiantes de que todo mal–estar é transitório. O bem<br />

ressurge esplêndido na frente. Basta ter esperança.<br />

Os desafetos, que tentam atrapalhar a nossa caminhada,<br />

desaparecem quando o amor chega.<br />

Considerar todos aqueles que nos testam a capacidade de<br />

tolerância como irmãos inconscientemente necessitados de<br />

muito amor e carinho. Mais tarde, irão reconhecer a grandeza<br />

do convívio repleto de paz.<br />

Enquanto as dores e lágrimas estiverem fazendo o seu<br />

papel regenerador, estaremos esperando que esse tempo de<br />

aprendizado ceda à era do amor universal, quando o planeta<br />

estiver em outro estágio de evolução


A SARÇA ARDENTE – p. 69<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS vibrações suaves, que saem do nosso íntimo,<br />

sensibilizam aqueles que estão em contato conosco.<br />

Na música clássica, notadamente os acordes que<br />

envolvem a sinfonia, o prelúdio e os movimentos de adágio<br />

nos concertos, embalam–nos como num colo de mãe.<br />

Aqueles que adquiram o costume de ouvir os clássicos da<br />

música aprimoram a capacidade de distinguir os sons.<br />

A beleza, que vem desses movimentos, estimula–nos à<br />

doação dos impulsos que sentimos nos momentos de<br />

prece.<br />

Quanto mais nos dispomos a ouvir a música inspirada<br />

na genialidade dos grandes compositores mais sublimaremos<br />

a harmonia que temos conosco.<br />

Manter esse enlevo paradisíaco ajuda–nos a enfrentar<br />

as emanações deletérias que saem das mentes em desalinho<br />

dos companheiros que espalham a perturbação.<br />

Com o estímulo das vibrações da música erudita,<br />

podemos adquirir o hábito da meditação, sentindo a harmonia<br />

que já vibra dentro de nós.<br />

Exercitando a mente nessa terapia sublime, fortaleceremos<br />

a nossa aura espiritual, criando uma camada de luz<br />

impenetrável aos pensamentos revestidos de desamor.<br />

Predispondo–nos à sintonia com a suavidade da<br />

música, peçamos ao Senhor, nosso Pai, que guie os nossos<br />

pensamentos em direção à ressonância dos movimentos de<br />

beleza que ela encerra.


A SARÇA ARDENTE – p. 70<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

TODOS almejam a saúde para o corpo. Buscam<br />

assistência médica e medicamentos para erradicar seus<br />

males físicos.<br />

Preocupam–se com os resultados positivos dos exames,<br />

sem lembrarem de que todo o mal procede do espírito.<br />

De consultório em consultório, caminham em peregrinação<br />

errante sem acharem a solução definitiva para seus males.<br />

Depois de muito sofrer, experimentando inúmeras formas<br />

de tratamento, aceitam o convite para assistir a reuniões de<br />

caráter espiritual.<br />

Enxameiam no mundo milhares de congregações<br />

religiosas, nos mais diversificados campos de trabalho, com<br />

o objetivo de despertar essas criaturas à sua origem<br />

espiritual.<br />

Mas, influenciadas pela sugestão do ambiente social que<br />

estimula o apego aos interesses da matéria, não dispõem<br />

de forças suficientes para viverem suas próprias vidas, com<br />

a integralidade dos seus próprios pensamentos.<br />

Como no nascer das plantas e animais, é necessário que<br />

a naturalidade também envolva essas criaturas, deixando a<br />

elas o direito de escolherem a terapia que lhes agradar.<br />

Os desencantos que espalham são o reflexo de suas<br />

descrenças em Deus, em Sua manifestação e no fluído<br />

cósmico universal que derrama miríades de cores e nuances,<br />

proporcionando o equilíbrio do Universo.


A SARÇA ARDENTE – p. 71<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A LEVEZA que sentimos ao redor decorre sempre daquela<br />

que está no íntimo de nosso ser.<br />

O equilíbrio das emoções é mantido firme em todas as<br />

circunstâncias. Aquilo que nos chega, em forma de embaraço,<br />

serve–nos de estudo e apreciação.<br />

Uma vez identificado o ponto de origem, surgem as<br />

providências que deveremos adotar. A nossa posição é<br />

imperturbável, portanto não é admissível a aceitação dos pontos<br />

de vista daqueles que estão situados em outras circunstâncias.<br />

A leveza dos sentimentos é a marca que deixamos perante<br />

aqueles que se assustam na oscilação da experiência que passam<br />

seus companheiros de jornada.<br />

A norma é seguir em frente, acompanhando à distância os<br />

passos intocáveis desses companheiros, entregando a Deus todo o<br />

cuidado que eles merecem.<br />

A observação do caminho é o direito do caminhante.<br />

Assim como na vida material, o bebê necessita usar seus<br />

próprios pés para caminhar, o novo discípulo do Mestre da<br />

Espiritualidade Maior precisa ver a luz que está incrustada em<br />

seu ser e seguir adiante com seus próprios pés.<br />

O aprendizado diz respeito às horas vivas e ás horas mortas,<br />

de noite e de dia, na escuridão e na claridade.<br />

Tudo é válido para aquele que está aprendendo. Ministrar<br />

a lição, diferente daquela de que o aprendiz necessita, é dificultar<br />

o aprendizado.<br />

Estamos atentados ao serviço da caridade, quando for a<br />

hora adequada.<br />

As plantas nascem e crescem ao influxo dos movimentos<br />

harmoniosos da Natureza, assim são todos aqueles que fazem<br />

resplandecer a sua luz, diante das provas redentoras.<br />

Abençoadas são as horas em que compreendemos a vida<br />

que Deus nos deu, a fim de sentirmos a beleza do Universo<br />

que nos cerca.


A SARÇA ARDENTE – p. 72<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

RESPLANDECER a luz do íntimo de nosso ser é, antes<br />

de tudo, atender a recomendação do Mestre Jesus feita aos<br />

seus discípulos, quando de passagem física no plano terrestre.<br />

As vibrações que saem dos nossos pensamentos vêm<br />

revestidas de coloração, movimento e peso. À medida que<br />

nos integramos nos movimentos harmoniosos da Natureza<br />

mais obtemos recursos para exteriorizar de nosso íntimo a<br />

luz.<br />

A coloração e nuances das vibrações que emitimos<br />

modificam–se em efeitos luminosos, fortalecendo primeiramente<br />

o nosso espírito, pois, de igual modo, quem conduz a luz<br />

é o primeiro a se beneficiar. Em seguida, ao redor imanta–se<br />

uma camada brilhante que serve de proteção contra as<br />

investidas dos companheiros que vibram em movimentos<br />

diferentes dos nossos.<br />

Escolher uma hora da semana para desenvolver a luz<br />

divina dentro de nós é o primeiro passo para nos aproximar<br />

do Criador.<br />

Os impulsos que damos ao nosso pensamento se<br />

irradiam no espaço buscando agentes cósmicos do mesmo<br />

teor vibratório, estabelecendo uma ligação.<br />

O amor que vibra em nosso íntimo interliga–se a<br />

inteligências extracorpóreas que nos assistem e nos<br />

acompanham os passos na caminhada de lutas que<br />

empreendemos.


A SARÇA ARDENTE – p. 73<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS reflexões acerca de nossa conduta diária devem ser<br />

feitas com muito cuidado e carinho.<br />

Pensar em todas as circunstâncias que nos envolvem<br />

e reter o bem, pedindo ao Senhor da Vida que nos inspire<br />

a fim de que possamos identificá–Lo em tudo aquilo que<br />

nos chega em forma de serviço.<br />

Como o momento em que vivemos é de profunda<br />

mudança de costumes e hábitos entre os habitantes do<br />

planeta, devemos fazer de nossa parte toda a reflexão que<br />

vise o esclarecimento de nosso roteiro de trabalho.<br />

Há muitas formas de sermos instrumentos nas mãos<br />

de Deus, desde o silêncio diante da impossibilidade da<br />

palavra ser revelada até nos menores gestos em que nossas<br />

vibrações vêm revestidas de ternura e amor.<br />

Deixar a humildade ter o predomínio diante de outros<br />

sentimentos no contato que mantemos com aqueles que<br />

participam de nosso convívio, quer na esfera doméstica quer<br />

no trabalho tanto material quanto espiritual.<br />

Aqueles que se impõem, por vaidade pessoal, mais tarde<br />

reconhecerão que o trabalho em comum, erguido em bases<br />

sólidas do bem, pertence exclusivamente ao Doador da<br />

Vida.<br />

A participação, que temos doado de nosso coração, em<br />

reuniões de beleza espiritual, visa o nosso aprimoramento<br />

interior. Nos estudos doutrinários, há assistência dos<br />

mentores de luz que nos estimulam a caminhar em direção<br />

do Supremo Bem.


A SARÇA ARDENTE – p. 74<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A MULHER de beleza helênica, que viste em teu recinto<br />

de trabalho, foi uma daquelas que te cercou de ternura,<br />

quando ainda não tinhas capacidade de notá–la no meio da<br />

vida agitada que levavas naquele país que se celebrizou por<br />

seus jogos olímpicos, teatro e filosofia.<br />

É bom recordar que, nesse mesmo lugar, foi onde<br />

plantaste a tua amizade mais pura, o teu filho.<br />

O teu companheiro de jornada de trabalho, unido por<br />

laços consanguíneos com a moça que te sensibilizou a alma,<br />

foi o amigo sincero que te buscou a compreensão, quando<br />

estavas numa posição social superior à dele.<br />

Como a sabedoria divina estabelece disposições<br />

circunstanciais a fim de que haja um mesmo nível de<br />

igualdade, os acertos ou o preenchimento de lacunas passadas<br />

voltam para demonstrar que aquele mesmo sentimento de<br />

solidariedade é mais forte que qualquer indiferença.<br />

Agora, no decorrer dos séculos, onde o teu espírito<br />

adquiriu qualidades nobres, tens a oportunidade concedida<br />

por esta força incoercível, que chamamos destino, de sentir<br />

a presença daquilo que tanto almejas da vida.<br />

A ternura que se expande do coração daquela moça é<br />

muito suave. A beleza interior que ela possui é muito maior<br />

do que aquela que viste com os teus olhos.<br />

O reencontro dos amores é uma dádiva concedida<br />

por Deus àqueles que merecem ser felizes, usufruindo<br />

dos atrativos da matéria e, principalmente, do amor que<br />

sonhamos.<br />

Confiar sempre no amor que sentimos é muito melhor do<br />

que averiguar as probabilidades de êxito em circunstâncias<br />

que nos chegam a fim de serem realizadas por nossos desejos,<br />

no campo afetivo.


A SARÇA ARDENTE – p. 75<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O DESTINO, força que impulsiona a causa, gera<br />

circunstâncias, a fim de que os acontecimentos e fatos<br />

ocorram.<br />

As ligações de amizade e inimizade passadas voltam<br />

sempre com um fim proveitoso. A lacuna de ontem e o<br />

preenchimento de hoje. Nada fica por incompleto no<br />

relacionamento pessoa a pessoa.<br />

Por esta razão, recomendamos plantar o amor em todas<br />

as oportunidades que temos com pessoas diferentes.<br />

Nos momentos de dificuldades e aparente solidão,<br />

sentimos a necessidade da aproximação de pessoas amigas<br />

que nos compreendam.<br />

No mecanismo causa–efeito, há de prevalecer o mérito<br />

que veio do passado do espírito e prossegue buscando<br />

afirmação dos ideais que se tornam a razão de nossa<br />

vida.<br />

As horas amenizadas pelo amor são as melhores horas<br />

depois do cansaço pela luta dos testes diários que<br />

aprimoram o nosso aspecto interior.<br />

Encontrar pessoas que possam nos oferecer esse lenitivo,<br />

às vezes se torna motivo de ansiedade quando diminui a<br />

confiança na Espiritualidade de Luz que nos assiste com<br />

tanto amor, muito maior do que daqueles que passam por<br />

suas provas redentoras.<br />

É claro que espírito é espírito e carne é carne. Mas,<br />

onde está o desprendimento quando as circunstâncias não<br />

favorecem ainda a realização de uma vida em comum?<br />

É necessário avaliar e saber a lição que nos vem das<br />

horas aparentemente solitárias sublimando as energias que<br />

saem do nosso coração.


A SARÇA ARDENTE – p. 76<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

As tarefas de aperfeiçoamento interior têm que ser<br />

cumpridas, pois ninguém avança em direção da sabedoria<br />

sem o devido preparo.<br />

Estamos em perfeita sintonia com os movimentos que<br />

estabelecem o destino, a fim de que nosso coração vibre<br />

diante da pessoa que sonhamos tê–la junto a nós, em<br />

presença física e emocional.


A SARÇA ARDENTE – p. 77<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS hábitos pessoais interferem–se na formação da<br />

composição etérica de cada um.<br />

A beleza ou a fealdade é sempre o efeito daquilo que<br />

buscamos.<br />

As sugestões de atitudes que fazem despertar o interesse<br />

pelas necessidades reais do espírito ou o desperdício de<br />

oportunidades, nas horas de leviandade, ocorrem a cada<br />

instante.<br />

Quando percorremos o caminho que nos facilita o<br />

entendimento da vida, naquilo que devemos fazer, não mais<br />

somos suscetíveis ao engano das aparências que passam<br />

longe de nossos passos.<br />

Caminhar confiantes naquilo que entendemos dá–nos o<br />

conforto que refrigera o nosso íntimo.<br />

Saber que todas as pessoas, coisas e circunstâncias<br />

estão em seus devidos lugares, seguindo a rota delineada<br />

por uma força poderosa que a impulsiona.<br />

Aquilo que nos chega a fim de ser cumprido por<br />

nossas ações tem de passar, primeiramente, pela nossa<br />

compreensão.<br />

Na certeza de que nossos passos seguem a direção que<br />

escolhemos, não podemos mais dar ouvidos à sugestão<br />

daqueles que nos acompanham de longe.<br />

A tarefa de amor que recebemos da bondade divina<br />

merece o melhor carinho de nosso coração.<br />

O reflexo daquilo que sentimos se fará de modo suave,<br />

sem o ruído de uma aproximação ostensiva.<br />

O olhar, o gesto terno e doce, mesmo em silêncio,<br />

alcança os corações daqueles que se sentem imantados pelo<br />

mesmo sentimento.


A SARÇA ARDENTE – p. 78<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NA literatura védica está escrito que há duas maneiras<br />

do ser humano deixar o mundo material: uma na luz<br />

e outra na escuridão. Quando ele vai na luz, não volta;<br />

mas, se ele partir na escuridão, volta.<br />

Vemos que vem de há muito tempo a ideia do ciclo<br />

dos renascimentos.<br />

O povo indiano, ampliando os limites do campo mental,<br />

reflete sobre a consciência do Ser Supremo, buscando a<br />

autorrealização dos desejos.<br />

A meditação transcende ao mundo da matéria. A<br />

devoção ao misticismo das entidades que governam o fogo,<br />

a água, o ar, o éter, compondo elementos da Terra, é<br />

mantida no rigor da religiosidade indiana.<br />

A prática da ioga alcança pontos elevados no<br />

comportamento desse povo, pois os deveres sagrados estão<br />

acima dos interesses fruitivos.<br />

Como tudo pertence ao Senhor Supremo, a preocupação<br />

acerca dos problemas materiais fica completamente esquecida.<br />

É claro que as energias que vêm dos mananciais da<br />

Natureza são absorvidas com sofreguidão, embora haja<br />

passividade em seus gestos exteriores.<br />

O Ganges, rio sagrado, é adorado em louvor da entidade<br />

responsável por todas as águas. As plantas, os animais,<br />

principalmente a vaca, merecem todo o respeito e admiração<br />

desse povo.<br />

Quantas lições de beleza vinda dessa região milenar,<br />

estimulando ao resto do mundo a meditação e o amor a<br />

todas as criações do Supremo Ser!


A SARÇA ARDENTE – p. 79<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A BUSCA do plano espiritual é o objetivo de todos nós.<br />

Em todas as tentativas ao reajuste com a harmonia divina,<br />

sofremos a influência daqueles que nos acompanham os<br />

passos.<br />

Aprendemos, no currículo humano, as matérias escolares<br />

que nos habilitam a ter uma profissão. A parte espiritual<br />

é quase esquecida.<br />

As religiões desvirtuadas das necessidades reais do<br />

espírito enveredam por caminhos onde se erguem construções<br />

meramente humanas, realçando valores transitórios sem<br />

repercussão nos páramos celestiais. O que é da Terra fica<br />

na Terra.<br />

É claro que o reconhecimento do fato espírita terá<br />

importância vital em todas as religiões que pregam o<br />

Evangelho pela letra que mata. Só o espírito vivifica, no<br />

conceito do vidente de Damasco, em suas epístolas.<br />

O médium de Deus, Jesus, está acompanhando, nas<br />

esferas resplandecentes, o trabalho de renovação no planeta,<br />

a fim de que as ovelhas de seu imenso rebanho não se<br />

desviem mais do caminho que conduz ao Pai Celestial.<br />

Não haverá destruição total dos organismos sociais que<br />

servem a Deus na teoria e a ídolos transitórios na prática.<br />

Haverá, sim, a extinção das doutrinas que enganaram o<br />

mundo, com suas pompas e extravagâncias desnecessárias.<br />

A era do espírito está chegando ao planeta, através<br />

dos abnegados intermediários da luz que cura e dissipa a<br />

ignorância dos mandamentos humanos.<br />

Só Deus sabe o caminho das estrelas, o destino do<br />

espírito imortal e a orientação que cabe a cada um.<br />

O caminho que enxergamos à nossa frente vem<br />

antecedido por Sua luz, Sua presença.


A SARÇA ARDENTE – p. 80<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O TRABALHO mediúnico é o mais sublime que existe<br />

na esfera física.<br />

Por essa razão, a sabedoria que vem dos páramos de<br />

luz deve encontrar um ambiente propício, com características<br />

puramente santificadas.<br />

O medium deve vivenciar o amor que espalhamos,<br />

deixando de lado toda influência humana, mesmo que tenha<br />

bons propósitos.<br />

Os homens comuns, comprometidos com as aparências<br />

externas, esquecem–se de sua origem divina e não podem<br />

indicar caminhos.<br />

Os orientadores da humanidade, sob o olhar amoroso<br />

do Mestre Jesus, transmitem a sua mensagem de milênios,<br />

ressoando os apelos que fez naqueles recantos do Oriente<br />

Médio.<br />

A mensagem da Espiritualidade de Luz é doce como o<br />

favo de mel, benfazeja como o sol da manhã e suavizante<br />

como as noites de luar.<br />

Temos a atenção voltada à expansão do reino dos céus<br />

nos corações dos irmãos que passam pela Terra influenciados<br />

por uma educação meramente humana.<br />

O conhecimento transitório da matéria não pode<br />

apresentar guia de orientação para o espírito imortal, nem<br />

tampouco tem condições de consolar os corações aflitos.<br />

Só a vibração que procede da luz pode dissipar<br />

as trevas incrustadas nas almas das pessoas que<br />

são enganadas pelas sugestões descabidas daqueles que<br />

disseminam interesses puramente pessoais.<br />

Separar o que é da Terra e o que é da Espiritualidade<br />

Maior é a missão redentora que Deus nos deu.


A SARÇA ARDENTE – p. 81<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A VIDA, estuante em beleza que se movimenta, coloca<br />

em nossas mãos as oportunidades de servir.<br />

Participantes do Reino da Criação, temos a satisfação<br />

de usufruir das primícias que o Senhor da Vida nos oferece<br />

desde os tempos em que a nossa consciência não recorda,<br />

como uma criança amada por seus pais desde os primeiros<br />

vagidos.<br />

Como o vento varre os ambientes pestilenciais, os<br />

arautos do Senhor Jesus levam a mensagem purificadora<br />

que higieniza as mentes conturbadas pelos costumes de uma<br />

sociedade permissiva.<br />

Enquanto houver doentes, haverá sempre a necessidade<br />

do remédio e da cura. O médico divino, conhecedor de<br />

todos os males que afligem esta humanidade, sabe a hora e<br />

a indicação necessária.<br />

Como as experiências mundanas são vastas no campo<br />

da ilusão, o espírito, receptor e transmissor de energias,<br />

é o primeiro a se danificar. O reflexo é imediato no corpo<br />

somático.<br />

É tão difícil a humanidade sofredora compreender as<br />

palavras “cura primeiro o espírito”, talvez por desconhecer<br />

que em cada um existe esta fagulha divina.<br />

Enquanto isto, desfilará pelos hospitais e casas de saúde<br />

um cortejo fúnebre de pacientes preocupados unicamente<br />

com a parte lesada do corpo.<br />

A maioria estagia nos leitos hospitalares sem nenhuma<br />

reflexão acerca da vida, apegando–se exclusivamente à<br />

preocupação dos interesses imediatistas da matéria, sequiosa<br />

por voltar à rotina donde se originaram seus males físicos.<br />

Assim como o vento brando nos toca o corpo deixando<br />

uma sensação de bem–estar, podemos buscar na inspiração<br />

divina a fonte luminosa de recursos que nos clareia o espírito.


A SARÇA ARDENTE – p. 82<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Em cada criatura humana há um coração criado para<br />

amar e, consequentemente, para servir àqueles que as<br />

circunstâncias nos entregaram.<br />

Tudo está delineado por ações. As nossas geram<br />

circunstâncias que nos situam diante da vida que merecemos.<br />

A escolha é sempre nossa.<br />

Os médicos da matéria tratam apenas dos efeitos dos<br />

males. A causa, que procede do espírito, é de responsabilidade<br />

exclusiva do possuidor temporário do corpo material.<br />

As pessoas se afligem diante da gravidade de seus<br />

males físicos porque desconhecem as leis naturais que as<br />

circundam num processo de interação. O que consideram<br />

mal é apenas o desconhecimento de si mesmas.<br />

O socorro é prestado de inúmeras formas, até mesmo<br />

naquelas consideradas incompreendidas por aqueles que<br />

não sabem sair do sofrimento.<br />

Como as leis que gravitam no Universo são sábias,<br />

o negrume da noite será substituído pela luz em cada<br />

amanhecer, criando clima de festa para nossos corações.


A SARÇA ARDENTE – p. 83<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NOS instantes de reflexão, sentimos como é importante<br />

a vida.<br />

As circunstâncias variadas que se sucedem, diariamente,<br />

tendem a se modificar de acordo com a nossa vontade,<br />

permanecendo a parte fixa que, no passado, os poetas a<br />

chamavam de destino, suscetível de alteração somente<br />

quando chegar a hora adequada.<br />

Nas mutações do tempo – o passageiro que não volta –<br />

são colhidas as nossas emanações psíquicas (pensamentos<br />

e atos) e ajustadas às circunstâncias próprias que geram<br />

mudanças dos acontecimentos que somos compelidos a<br />

vivenciar pela consequência das atitudes que tomamos. O efeito<br />

é a causa, variando apenas o tempo em que o fato ocorreu.<br />

Nesses termos, hoje somos nós mesmos o que fomos<br />

ontem. Circunstâncias, aparências, roupagens dos tipos<br />

humanos não conseguem desfazer o que permanece íntegro, nós<br />

mesmos.<br />

Criado pelo Senhor da Vida, o homem tem por objetivo<br />

ser livre. Mas, a liberdade, que tanto almeja, tem conotações<br />

profundas no seu íntimo, conhecimento existencialista de<br />

seu viver e daqueles companheiros que a vida lhe reservou a<br />

tarefa de conduzi–los ou ser conduzido por eles, dependendo<br />

das posições transitórias em que se encontrem.<br />

A liberdade, em sua acepção própria, quer dizer<br />

consequência do amor espalhado, sabedoria das causas<br />

nobres exteriorizadas pelo exemplo, consciência desataviada<br />

dos grilhões do remorso, capacidade de ir adiante sem<br />

deixar ser atraído pelas tarefas do recomeço, uma vez que<br />

elas foram cumpridas integralmente.<br />

Na caminhada do nosso viver, desfazendo as impressões<br />

negativas que deixamos nos companheiros de outras jornadas,<br />

diferenciadas daquelas que decorrem da incapacidade


A SARÇA ARDENTE – p. 84<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

que eles têm de nos compreender, estamos conseguindo a<br />

nossa tão almejada liberdade.<br />

Liberdade, eximir–se do compromisso de recomeçar tarefas<br />

inacabadas ou realizadas diferentes daquelas que, na<br />

erraticidade, nos propusemos a fazer.


A SARÇA ARDENTE – p. 85<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A IRRADIAÇÃO de nossos pensamentos envolve as<br />

pessoas que sentem uma atmosfera que caracteriza os<br />

sentimentos guardados no nosso íntimo.<br />

A natureza desses impulsos íntimos é identificada por<br />

aqueles que mantêm a sensibilidade ligada no mesmo padrão<br />

vibratório. A afinidade é uma atração, embora haja a<br />

denominada atração dos opostos. Nesse caso, um ponto de<br />

apoio é comum entre ambas as partes.<br />

Dessa forma, ocorre a ligação de pessoas ou<br />

circunstâncias onde prevalece o cumprimento da determinação<br />

divina, a fim de que o reajuste harmonioso de suas leis seja<br />

mantido.<br />

E por essa razão que vemos a euforia dos recém–casados<br />

ou casais ligados por injunções de carência afetiva ser<br />

desmanchada no primeiro confronto de suas individualidades.<br />

Só o amor, força mantenedora da vida, pode revitalizar<br />

a união dos casais incompreendidos.<br />

Aqueles que colocarem em seus corações a sublimação<br />

dos sentimentos terão a vantagem de atrair espíritos de<br />

beleza angelical capazes de distribuir irradiações salutares,<br />

reconfortando–os por dentro.<br />

Enfatizando novamente, a atmosfera que criamos com<br />

nossos pensamentos envolve as pessoas a quem estamos<br />

interessados em transmitir a mensagem que trazemos no<br />

íntimo.<br />

O acolhimento ou a rejeição dessas vibrações é de<br />

exclusividade da pessoa escolhida, uma vez que o efeito daquilo<br />

que espalhamos tem característica peculiar, dependendo do<br />

grau de simpatia ou antipatia como é recebido.<br />

Cada um traz consigo uma identificação do aprendizado<br />

aos inumeráveis comportamentos humanos.<br />

Um sentimento de beleza espiritual é identificado por<br />

aqueles que mantêm essa mesma beleza.


A SARÇA ARDENTE – p. 86<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Busquemos a fonte de todas as causas, onde está o<br />

entendimento de nossos obstáculos, a fim de que o amparo<br />

divino esteja na frente de nossas lacunas, no campo<br />

afetivo.<br />

Já sentimos como é grande o mérito que vem a<br />

caminho de nossos passos nos sonhos que acalentamos no<br />

coração.<br />

Os amores reconhecidos pelo nosso carinho, embora<br />

distantes em caminhos diversos, formam uma corrente<br />

invisível que liga a outros amores que nos auxiliam na<br />

jornada terrena.


A SARÇA ARDENTE – p. 87<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A GAROTA, que tens a intenção de conhecê–la, veio<br />

numa hora adequada para os teus momentos de aparente<br />

solidão.<br />

Ela está disposta a te ouvir, saber deste teu lado bonito,<br />

pouco compreendido por aqueles que estão começando a<br />

crescer na espiritualidade.<br />

O amor do teu coração, que se expande em doação<br />

espontânea, atinge até mesmo as pessoas que não acreditam<br />

na magia de um poema e nas mensagens oriundas dos<br />

planos de luz.<br />

Com maior facilidade, essa moça conseguiu sentir a<br />

vibração de paz que muito a comoveu, porque, no primeiro<br />

reencontro, houve, no seu coração, sentimento idêntico.<br />

O desejo de aproximação íntima é de ambas as partes.<br />

Há um mundo novo que precisa ser descoberto, onde as<br />

experiências adquiridas estão aí para serem manifestadas, a<br />

fim de que cada um acrescente, em sua bagagem evolutiva,<br />

outros conhecimentos importantes.<br />

Há o cuidado recíproco em conduzir o romance de amor<br />

voltado às mais belas aspirações do corpo e da alma.<br />

Há, também, uma compreensão predisposta a encarar os<br />

obstáculos da vida material e, sobretudo, o amparo divino<br />

doado a todos aqueles que desejam vivenciar o amor.<br />

Todas as condições para dar certo estão em tuas mãos.<br />

Se o destino colocou à tua frente uma garota que pode<br />

te dar tranquilidade, numa possível vida a dois, é porque<br />

o teu merecimento é muito grande.<br />

Tudo está delineado para que ela te aceite. Há um clima<br />

de expectativa emocionante, mesmo assim a tua vontade é<br />

soberana para decidir o caminho da escolha.


A SARÇA ARDENTE – p. 88<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Nós somos, apenas, os observadores dos teus passos,<br />

onde colocamos todo o nosso apoio em todas as tuas<br />

decisões.<br />

O futuro está em tuas mãos. Cabe a ti conduzi–lo na<br />

direção que desejares, isto porque as circunstâncias que<br />

nos chegam vêm sempre do resultado que fizemos perante a<br />

vida que nos estimula a viver em contínua harmonia.


A SARÇA ARDENTE – p. 89<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O AMOR é aspiração de todos. Em qualquer circunstância<br />

em que se encontrem, as pessoas buscam o amor como<br />

forma de suavizar seus dias tumultuados.<br />

A percepção deste sentimento varia de pessoa a pessoa.<br />

Aqueles que estão ligados mais à parte da matéria,<br />

tendem a desenvolver a gratificação dos sentidos em<br />

detrimento das qualidades nobres do espírito.<br />

O contato da parte sensorial é importante quando<br />

revestido do amor e suas formas como os casais foram<br />

envolvidos para que a compreensão dos liames afetivos não<br />

venha a se desfazer em consequências de arrependimento.<br />

Todas as ligações espontâneas têm uma finalidade<br />

específica. Cultivá–las, com carinho, é a tarefa intransferível<br />

daqueles que estão comprometidos com o trabalho de<br />

aperfeiçoamento emocional. Quando há afinidade de gostos,<br />

o relacionamento é mais suave.<br />

É por isso que aqueles que não têm débitos perante a<br />

lei cósmica de causa e efeito conseguem aproximação dos<br />

entes que vibram na mesma emoção, embora tenham<br />

outros compromissos menores nos agrupamentos sociais.<br />

Há casais envolvidos em doce magia, usufruindo dos<br />

deleites do corpo e da alma, mas também há outros que<br />

estão jugulados a parceiros que exigem renúncia, silêncio<br />

e compreensão de suas atitudes inseguras que tendem a<br />

se afirmar nas mais duras provas.<br />

Em qualquer circunstância, aqueles que estão vinculados<br />

a compromissos do passado, embora não tendo o conhecimento<br />

de suas origens, devem doar–se inteiramente, a fim de que<br />

esta doação seja a felicidade do outro que convive sob o<br />

mesmo teto.<br />

Os amores, que se encontram, trazem, em suas raízes, a<br />

força que os anima a viver radiante de alegria, confiança por<br />

dias melhores, ao influxo do amor do Pai de todos nós.


A SARÇA ARDENTE – p. 90<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

CONHECER a verdade, eis a finalidade da criatura<br />

humana.<br />

Há muitas formas de buscá–la, na intensidade em que<br />

a desejamos.<br />

O homem, na sua ânsia de conhecer a vida, busca as<br />

mais variadas experiências. No íntimo, rotula de felicidade<br />

tudo aquilo que lhe dá prazer.<br />

Quando surgem as consequências desagradáveis do seu<br />

proceder, esquece–se de sua participação nesses enredos que<br />

o envolve, transferindo ao que chama de azar, a fim de que<br />

sua vaidade prevaleça.<br />

Depois de tanto passar pelo infortúnio, nos mais variados<br />

matizes, volta–se ao seu santuário íntimo e pede, em súplicas,<br />

o amparo divino.<br />

É neste exato momento que caem todos os véus que lhe<br />

cobria as aparências dissimuladoras. Não mais terão forças os<br />

ditames sociais que entronizam a hipocrisia. Em consequência,<br />

a mentira, a presunção do ser e ter, os preconceitos que<br />

afastam a presença das pessoas simples se extinguem em<br />

seus corações.<br />

Como todo o homem possui a chama divina dentro<br />

de si, ele se volta para o seu íntimo, em atitudes religiosas ou<br />

não, a fim de descobrir o que lhe interessa nas experiências<br />

do dia–a–dia.<br />

Há estímulos ao sorriso e à alegria que transcendem a<br />

todas as fases do aprendizado, boas ou aparentemente ruins.<br />

Descobrir onde está a fonte desses estímulos deve ser a<br />

busca que devemos ter, em qualquer circunstância. O<br />

aprendizado é sempre pessoal e intransferível.<br />

O retorno à origem divina, em estado de purificação,<br />

conhecendo as verdades exemplificadas pelo Mestre Jesus,<br />

é a finalidade comum destinada a todas as criaturas que um<br />

dia a alcançarão, umas mais cedo e outras mais tarde.


A SARÇA ARDENTE – p. 91<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A AMIZADE, que vem de experiências passadas,<br />

envolve–nos com suavidade que nos toca o coração.<br />

Embora cada um traga consigo um roteiro de trabalho<br />

que dá brilho ao nosso espírito, o reencontro nos felicita<br />

como prêmio às horas de provação.<br />

Os deveres e compromissos individuais e sociais são<br />

executados nos seus devidos lugares, em conjunto com<br />

as pessoas que fazem parte do enredo romanesco que<br />

estabeleceu liames afetivos.<br />

Se não fazemos parte, no campo físico, da convivência<br />

amorosa com entes queridos, que ora nos enternece o<br />

coração, isto não diminui o nosso sentimento.<br />

Compreendemos a necessidade que têm de por em<br />

prática os ensinamentos inspirados em sua busca do<br />

plano espiritual, quer estejam no lar ou em reuniões de<br />

caráter religioso.<br />

Os deveres perante a família, colocados pela mão divina,<br />

são os primeiros que temos à nossa frente. A disposição do<br />

lugar que cada um ocupa no lar e na sociedade vem da<br />

sabedoria divina que coleta as circunstâncias que tiveram<br />

uma causa puramente humana, embora esteja em outros<br />

ciclos do tempo.<br />

Assim como a rosa exala o perfume, o coração dos entes<br />

amados, embora em circunstâncias momentaneamente<br />

afastadas do círculo carnal, vibra na faixa da ternura que<br />

comove a todos que a identificam.


A SARÇA ARDENTE – p. 92<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

É SEMPRE bom pedir ao plano espiritual a proteção<br />

aos políticos, necessária ao desempenho de suas funções.<br />

Eles já trazem, em seus roteiros terrestres, o amparo divino<br />

para suas missões, como acontece a todos aqueles que<br />

estão vivendo na indumentária carnal.<br />

A nossa súplica ao Alto é, apenas, uma demonstração<br />

de carinho para com aqueles que desempenharam funções<br />

públicas, como assessores diretos do governo brasileiro.<br />

Independentemente dos cargos temporários que os homens<br />

exercem na crosta terrestre, o nosso amor se expande a todos<br />

aqueles que Deus colocou em nosso caminho.<br />

Apegada ao conceito transitório de grandeza, muita<br />

gente não a vê naqueles que desempenharam tarefas com<br />

humildade, quer sejam pessoas que passam despercebidas,<br />

quer sejam homens públicos.<br />

Como o Senhor da Vida é o possuidor de todas as<br />

riquezas, Ele as distribui aos candidatos que se habilitam,<br />

a fim de que esses recursos gerem prosperidade.<br />

Nos resquícios da animalidade, instinto que, um dia,<br />

cederá lugar ao sentimento, a grande maioria dos homens<br />

pensa que os políticos desempenham funções personalistas<br />

com os mesmos sentimentos de vaidade, inveja, desrespeito<br />

ao próximo e vacuidade dos grandes sonhos que ela mesma<br />

possui.<br />

Toda missão redentora é árdua. Não há, nos planos<br />

de luz, a discriminação de tarefas humanas. Todas são<br />

importantes para Deus.<br />

Como é grande o número de pessoas que vibra contra<br />

os dirigentes dos povos, devemos fazer que essa onda<br />

devastadora não desvie os propósitos benéficos que eles<br />

possuem arquivados em seus espíritos que precisam dessa<br />

luta para se recomporem diante das leis sábias que governam<br />

o Universo, nas quais estamos todos submetidos.


A SARÇA ARDENTE – p. 93<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

PRESERVANDO a paz íntima, inspirada nos postulados<br />

sublimes de nossa vida espiritual, ficamos resguardados do<br />

contágio das influências suscetíveis de diminuir a nossa<br />

confiança nos desígnios superiores.<br />

A nossa presença junto àqueles que disseminam o<br />

desencanto das experiências humanas é, apenas, de auxílio<br />

sem retribuições e nunca de cumplicidade.<br />

Como existem múltiplas maneiras de agir no bem, sem<br />

dúvida, a simples aproximação às pessoas amadas já denota<br />

uma ligação que necessita ser definida.<br />

A pretexto de praticar o bem, não usemos de subterfúgios<br />

para obtermos vantagens meramente materiais.<br />

Exemplifiquemos o bem, em sua pureza de cristal invisível,<br />

doando–nos da melhor forma que o coração determinar,<br />

pensando nos entes queridos e nunca em nós mesmos.<br />

Se a pessoa que estamos ajudando tiver algo que<br />

possa contribuir na nossa felicidade e se essa mesma<br />

ajuda depender daquilo que ela pode nos oferecer, então é<br />

hora de esquecer esse interesse transitório e exemplificar<br />

a renúncia, o desprendimento como a melhor forma de<br />

ajudá–la e, consequentemente, ajudando a nós mesmos.<br />

Se já nos sentimos abastecidos de energias revitalizantes,<br />

capazes de transferi–las àquelas pessoas que as possuem<br />

em quantidades inferiores, então não deverá haver dúvidas<br />

como devemos empregá–las.<br />

Aquilo que pensamos ser lacuna no campo emotivo,<br />

poderá vir a ser preenchido, se reconhecermos a força que<br />

possuímos, no nosso íntimo, capazes de apagar a flama<br />

bruxuleante da carência afetiva.


A SARÇA ARDENTE – p. 94<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Na distribuição das energias revitalizantes, somos<br />

simultaneamente abastecidos por novas energias do mesmo<br />

teor vibratório, oriundas das regiões onde a harmonia reina<br />

soberana.<br />

A força inexaurível da beleza, do amor e da sabedoria<br />

não deixa os canais distribuidores vazios, uma vez que a<br />

corrente é mantida intacta no fluxo das vibrações que se<br />

interligam.


A SARÇA ARDENTE – p. 95<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS dias passam, as oportunidades vêm, aumentando<br />

a nossa confiança naquilo que antes tínhamos do futuro.<br />

A esperança é certeza.<br />

Quando o homem compreender que a semente antecede<br />

ao fruto, ele não hesitará em plantar.<br />

A vida, mecanismo que coordena o passado, o presente<br />

e o futuro, está em nossas mãos, a fim de escolhermos o<br />

modelo que nos convém.<br />

O momento presente traz–nos as circunstâncias que<br />

nos chegam com o resultado daquilo que devemos ter para<br />

o nosso aprimoramento interior.<br />

É por isso que há sempre uma lacuna a ser preenchida,<br />

quer no campo pessoal, quer nas áreas onde a nossa<br />

influência irá ensejar um comportamento nas pessoas de<br />

nosso conhecimento.<br />

Saber avaliar os valores de vida, que nos chegam de<br />

variadas procedências e saber transmiti–los aos interessados,<br />

é tarefa que nos cabe executar.<br />

A prudência é fio de prumo que determina a posição<br />

de nossas atitudes.<br />

Observar as circunstâncias, a capacidade de aprendizado<br />

daqueles que nos pedem uma palavra, a fim de que o lado<br />

divino, que temos em nós, prevaleça sobre o lado humano.<br />

As amizades, que o nosso coração elegeu, devem ser<br />

mantidas alimentadas na singeleza que as animou a crescer.<br />

Daí, não poderá haver nenhuma possibilidade de desilusão<br />

de ambas as partes.<br />

Andamos tanto para estarmos neste ponto e não serão<br />

as sombras da distância do passado que nos impedirão de<br />

descortinar os véus de um novo amanhecer.


A SARÇA ARDENTE – p. 96<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Perspectivas de bem–estar se abrirão em sucessivas<br />

repetições, renovando a paisagem íntima de conforto que<br />

mantemos conosco.<br />

Passamos, então, a compreender que somos donos do<br />

destino, criado por nossas mãos, que irá nos entregar aquilo<br />

que doamos, em nosso benefício e daqueles que buscamos<br />

nos momentos de inspiração.


A SARÇA ARDENTE – p. 97<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

TODA mensagem tem um código. A ênfase decorre do<br />

conteúdo. Quanto mais nos aproximamos do cerne dos<br />

assuntos espirituais, vai diminuindo a excentricidade de<br />

nossa maneira de pensar e agir.<br />

O ponto central da vida é sabedoria que vem dos<br />

planos de luz a nos esclarecer os enigmas inexplicáveis pelo<br />

conhecimento humano.<br />

Assim como a ignorância é o foco do erro e da sombra,<br />

a sabedoria é a fonte da luz e a resposta a todas as<br />

perguntas, principalmente aquelas que falam da vida.<br />

Deus, em Sua infinita sabedoria, colocou em nosso<br />

caminho aquilo de que precisamos para a nossa jornada<br />

evolutiva. Cada um traz consigo uma mensagem reveladora<br />

que permite àqueles que estão vinculados entre si um<br />

identificação de seus roteiros de trabalho.<br />

O exemplo vem a constituir o melhor ensino. Aquilo que<br />

fizermos será motivo de apreciação para tomada de decisão<br />

daqueles que nos questionam ou nos observam de longe.<br />

Por este motivo, é de suma importância o modo como<br />

exteriorizamos nossos pensamentos e atitudes, a fim de que as<br />

pessoas que nos chegam pelo mecanismo dos encontros,<br />

possam obter resultados benéficos para seus problemas.<br />

Buscar sempre o motivo que nos liga a entes queridos,<br />

de modo que esta busca esteja sempre nos parâmetros<br />

delineados pela sabedoria divina, evitando, assim, a influência<br />

dos interesses transitórios da matéria.<br />

O objetivo das amizades do nosso coração é prosseguir<br />

adiante, num futuro que se estende aos nossos pés, sem<br />

razão alguma para um desfecho final. Os amores são eternos.<br />

Não importam as circunstâncias.<br />

Os amores, que semeamos com carinho, prosseguirão<br />

em suas jornadas, aqui e no mais além de nossas limitações<br />

físicas, alegrando o nosso viver na força que nos une.


A SARÇA ARDENTE – p. 98<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

SÃO poucos os momentos de leveza que sentimos no<br />

nosso íntimo que precisa ser abastecido a todo instante<br />

com as energias benéficas dos páramos de luz.<br />

A sensação de bem–estar é permanente, mas como<br />

temos de participar dos movimentos de beleza da Natureza,<br />

pois é de grande importância para nosso espírito, carregamos<br />

o fardo pesado das responsabilidades dos irmãos, que nos<br />

foram entregues por Deus, como forma de auxílio.<br />

Ninguém pode permanecer feliz diante da infelicidade<br />

de outrem. O espaço que ocupamos não se limita apenas<br />

à atmosfera que circula a nossa aura espiritual.<br />

Temos necessidade de expandir nosso raio de ação,<br />

à medida de nossas forças, incorporando nele o espaço<br />

de sombras extintas, deixadas por aqueles que foram<br />

contemplados pela luz que corre o mundo cósmico.<br />

Aquele que vive só para si, tem a sua paz bem pequenina,<br />

desde que não tenha ônus a pagar. Mas, se ele pensar no<br />

próximo, terá maiores possibilidades de sentir sua paz ser<br />

bem maior.<br />

O serviço de assistência aos necessitados é uma constante<br />

em nossa vida.<br />

O reino de Deus, que está se expandindo nos corações dos<br />

homens, começa primeiramente naqueles que abandonaram<br />

as fantasias e as ilusões passageiras.<br />

Saber discernir o que é momentâneo e o que é eterno<br />

deve ser a principal atenção daqueles que não se satisfazem<br />

apenas de alguns instantes de leveza, mas a euforia<br />

permanente pela expansão do bem nos corações dos irmãos<br />

que sofrem.<br />

Quando enxugamos as lágrimas do próximo, sorrisos<br />

se afloram de nosso semblante, porque a alegria dele é a<br />

nossa alegria.


A SARÇA ARDENTE – p. 99<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A CADA passo que damos, encontramos situação nova.<br />

O panorama que descortinamos, composto por atitudes e<br />

circunstâncias, dá–nos a prova daquilo que constitui o nosso<br />

destino.<br />

O roteiro desses fatos já é estabelecido desde o início do<br />

nascimento, passando pelo crescimento, nas fases da infância,<br />

juventude e terceira idade, até chegar ao declínio e extinção<br />

das forças físicas, nas fases de senectude e morte.<br />

Em todas elas, o espírito humano luta tentando mudar<br />

o curso de sua vida. O que é essencialmente marcado pela<br />

lei de causa e efeito permanece irretorquível, até que o<br />

desgaste das forças que a impulsionam tenham chegado ao<br />

final. Antes da hora, o fato não ocorre.<br />

Aqueles que compreendem as vicissitudes em que se<br />

encontram, à custa de exercícios de paciência e meditação,<br />

trabalham mais arduamente para vencer suas limitações do<br />

que aqueles outros que se revoltam com tais situações.<br />

As provas que passamos são missões, quer sejam de<br />

natureza pública, com destaque honroso na sociedade ou<br />

de caráter individual com sacrifícios difíceis de receberem<br />

solidariedade por parte daqueles que estão comprometidos com<br />

a mentira e a ilusão.<br />

Em qualquer circunstância em que se encontra, o<br />

homem está sempre amparado por Deus que o anima a<br />

superar suas deficiências, a fim de que possa caminhar em<br />

direção a Ele, Criador de todas as forças cósmicas que<br />

envolvem o Todo Universal.


A SARÇA ARDENTE – p. 100<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS fatos conturbados nos chegam com muito vigor.<br />

Ocorrências dramáticas e, às vezes, sanguinolentas já<br />

fazem parte do noticiário dos meios de comunicação.<br />

Os nossos olhos as veem com certo pesar,<br />

impossibilitados de fazer cessar a avalanche de dores<br />

e tristezas que tais ocorrências arrastam.<br />

Embora não sejamos diretamente responsáveis pelas<br />

tragédias que se alastram na Terra, elas nos chegam em<br />

proporções reduzidas, como o efeito de uma bomba mortífera<br />

lançada ao longe.<br />

O nosso trabalho diante das leis cósmicas é manter<br />

a nossa paz interior numa movimentação constante que<br />

alcance aqueles que estão mais suscetíveis de serem<br />

atingidos pela perturbação que vem revestida de inúmeras<br />

formas e circunstâncias.<br />

O pensamento humano vai em direção do objetivo que<br />

o seu manifestante deseja, aglutinando nos semelhantes<br />

afins.<br />

Quando o homem compreender que o amor é o único<br />

sentimento que gera a luz, ele se iluminará nas cores que<br />

desejar, espalhando aos seus irmãos que também podem<br />

resplandecer essa luz.<br />

O planeta está envolvido em vibrações que caracterizam<br />

a vida animal (mesmo que seja a nível superior, o homem)<br />

que seus habitantes vivem.<br />

É necessário que a criatura humana se volte para<br />

a sua vida espiritual, qualquer que seja a sua atividade<br />

religiosa ou filosófica, a fim de que seus males sejam extintos,<br />

aliviando a carga pesada que sobrecarrega o planeta.


A SARÇA ARDENTE – p. 101<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NA busca de um aconchego afetivo, encontramos a<br />

pessoa que chama a nossa atenção num detalhe qualquer<br />

que nos faz enternecer o coração.<br />

A ternura e a meiguice da mulher são gestos fortes que<br />

nos sensibilizam por completo. As formas delicadas do corpo<br />

feminino também agitam a nossa sensibilidade.<br />

Todos esses meios de atração justificam o enlevo<br />

amoroso de pessoas que necessitam conhecer o lado íntimo<br />

de uma vida em comum.<br />

A espontaneidade, que começou na singeleza de gestos<br />

e atitudes, flui suavemente em busca de um ponto de apoio<br />

que será revelado na afinidade de um proceder.<br />

A particularidade, que cada um traz de caminhos<br />

percorridos, deve ser mantida intocável à qualquer influência<br />

alheia.<br />

É por essa razão que o silêncio e a meditação<br />

constituem–se fatores indispensáveis à apreciação de<br />

circunstâncias que se desenrolam aos nossos pés.<br />

Fazer destino é a nossa meta, sem interferir no curso<br />

que flui da espontaneidade de gestos alheios que vêm<br />

contribuir na formação de situações que almejamos.<br />

Nossos anseios por uma vida de carinho e afeto serão<br />

os mesmos da pessoa amada, se houver uma afinidade que<br />

se manifesta na mesma intensidade.<br />

Enquanto um deles sentir mais do que o outro, haverá<br />

sempre uma pequenina distância de aproximação que será<br />

encurtada à medida que a vontade crescer no íntimo<br />

daquele que não percebeu toda a doação que recebe.<br />

Afastamento momentâneo ou aproximação constante são<br />

situações que vêm caracterizar o nosso querer, analisada e<br />

escolhida a parte que nos convém.


A SARÇA ARDENTE – p. 102<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A SINGELEZA em nossos atos facilita o entendimento<br />

das pessoas que buscam a nossa participação nos assuntos<br />

que nos interligam.<br />

A singeleza é a demonstração do lado autêntico de toda<br />

situação que nos envolve.<br />

Quando exteriorizamos as vibrações do nosso íntimo,<br />

elas vêm surgindo, naturalmente, tal como as sentimos e<br />

recebem o impacto das impressões alheias que filtram de<br />

acordo com as suas conveniências pessoais.<br />

Às vezes, para agradar essas pessoas, fragmenta–se a<br />

singeleza daquilo que sentimos, com o decréscimo da<br />

autenticidade que deu origem a vibração emotiva.<br />

Não importa se, ainda, não compreendem o nosso sim<br />

e o nosso não. O que deve permanecer dentro de nós é a<br />

singeleza de nossos atos, autenticidade de tudo aquilo que<br />

sentimos. Mais tarde, os incompreendidos de hoje serão os<br />

compreendidos de amanhã.<br />

Como é agradável observarmos a expansão da harmonia<br />

que se manifesta na Natureza. Desde a nascente das águas<br />

debaixo do solo, permanecendo intacta aos micróbios, até<br />

os eflúvios de amor manifestados pelos guias espirituais,<br />

isentos de influências deletérias, observa–se a predominância<br />

da singeleza.<br />

No relacionamento pessoa a pessoa, há de sobressair<br />

o que sentimos e não aquilo que poderia ser agradável às<br />

pessoas que nos observam. O engano alheio não pode<br />

prevalecer na verdade que acreditamos.<br />

No relacionamento a dois, deixar sempre a naturalidade<br />

fluir. As conveniências que buscamos encontrar nas pessoas<br />

que amamos deverão ser sempre o que elas podem doar e<br />

nunca aquilo que idealizamos no nosso sonho isolado.


A SARÇA ARDENTE – p. 103<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Como os pensamentos viajam com destino certo, a<br />

reciprocidade se dará, se houver interesse e doação plena<br />

daqueles que desejam doar. Enquanto isto não ocorrer, a<br />

solução é confiar, cientes de que a nossa vibração amorosa<br />

foi feita com singeleza.


A SARÇA ARDENTE – p. 104<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS sonhos, que se manifestam dentro do sono,<br />

são posições estabelecidas pelo nosso proceder que nos<br />

identificam.<br />

Há muitas formas de manifestação dos sonhos, de<br />

acordo com a nossa capacidade de aprendizado.<br />

Aqueles que nos chegam, em forma de símbolo,<br />

representam situações de nosso interesse que devem ser<br />

interpretadas na fidelidade da forma como foi revelada.<br />

Mesmo nessas circunstâncias, os sonhos nos chegam<br />

revelando ao exterior a imagem íntima de que somos<br />

possuidores.<br />

Em todo instante, o livre–arbítrio, que vem das mãos<br />

de Deus, permanece inviolável. Os sonhos não distorcem a<br />

nossa vontade, nem nos induzem a tomar decisões que não<br />

ganharam corpo.<br />

A reflexão, que vem dos momentos dos sonhos, é<br />

sempre uma oportunidade para verificarmos a importância<br />

dos caminhos que nos rodeiam.<br />

Há muitas formas de solucionarmos os problemas<br />

diários. O caminho mais fácil para atingirmos a meta<br />

desejada é, sem dúvida, aquele que nasce de nosso íntimo. Os<br />

sonhos estão nestas nascentes.<br />

Nem mesmo o anjo do Senhor ensina melhor do que a<br />

revelação dos sonhos, pois daí surge o momento inicial para<br />

que a criatura sonhadora possa tomar a iniciativa que lhe<br />

cabe, em cumprimento ao livre–arbítrio, direito sagrado<br />

destinado a todos os homens.


A SARÇA ARDENTE – p. 105<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

SABER escolher a parte boa do lado sentimental,<br />

incluindo a pessoa que possa alegrar o nosso viver, denota<br />

que já existe um conhecimento de nossas aspirações.<br />

Se a pessoa vem a ser o melhor que nos convém,<br />

dentro daquilo que idealizamos, então não haverá mais receios<br />

nem reservas pela escolha.<br />

Enquanto isto não ocorrer plenamente, a solução é<br />

pensar no papel que exercemos diante da vida, a fim de que<br />

possamos ficar satisfeitos o tempo todo.<br />

Às vezes, sem compreendermos as nossas necessidades,<br />

damos tanto valor por aquilo que nos chama a atenção, mas<br />

com o passar dos dias, conhecendo um pouco mais, chegamos<br />

à conclusão de que foi mais a nossa imaginação criando<br />

sonhos do que a presença do fato em si.<br />

A mulher, possuidora de atrativos de sensualidade e<br />

encantos, é também um espírito em luta pelo aperfeiçoamento,<br />

com possibilidades de atrair desencantos ou descortinar um<br />

horizonte claro e limpo, se compreender a tarefa sublime que<br />

lhe foi entregue.<br />

Alegria inefável é acompanhar os movimentos íntimos do<br />

coração, deixando que gestos espontâneos, que nascem de<br />

nossa vontade, sigam adiante na caminhada que entregamos<br />

ao Senhor de nossas vidas.<br />

Os pensamentos de amor, que emitimos em direção da<br />

pessoa de nosso coração, cercam–na plasmando situações que<br />

podem ser as mesmas que as nossas, se houver idêntico<br />

propósito.<br />

Mesmo que não tenhamos o resultado daquilo que<br />

buscamos, o que deixamos plantado nos corações alheios será<br />

de estímulos a futuros reencontros, se o interesse persistir.


A SARÇA ARDENTE – p. 106<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A SIMPATIA estimula–nos ao sorriso e à alegria.<br />

As vibrações suaves, que vêm estimuladas por esse<br />

sentimento, envolvem–nos num banho onde ficam mergulhadas<br />

as nossas inquietações.<br />

Tudo passa, então, a ficar estável e permanente. As<br />

energias harmoniosas se avolumam na aproximação das<br />

pessoas que se expressam nesse ritmo, numa recíproca<br />

verdadeira.<br />

O elo é mantido coeso pelos pensamentos de lembrança<br />

das horas juntas, mesmo que haja depois um afastamento<br />

momentâneo.<br />

O enlevo inebriante prossegue numa interminável<br />

trajetória, no decorrer das horas, dos dias, dos anos e dos<br />

séculos sem fim, mesmo que venha estimulado em outro<br />

campo vibratório.<br />

Este suave bem–estar enternece–nos totalmente e, numa<br />

linguagem dos dias de hoje, é grande demais.<br />

Assim como os pássaros se alegram entre as plantas, o<br />

nosso coração canta, sem palavras, a melodia que fala da<br />

simpatia que envolve as pessoas que se amam.<br />

Há sempre um estímulo para se guardar os momentos<br />

em que nos sentimos felizes.<br />

Os reencontros dos amores nascem da simpatia como<br />

o ponto inicial de uma ligação que possui os extremos<br />

revestidos da mesma afinidade.<br />

A simpatia se desenvolve nos campos férteis de inúmeras<br />

frentes de trabalho, proporcionando uma ligação amorosa<br />

indestrutível ou o estabelecimento de um círculo que visa<br />

o bem–estar de muitos daqueles que buscam um pouco de<br />

alívio para suas dores.


A SARÇA ARDENTE – p. 107<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O silêncio é um recurso valioso, que temos à nossa<br />

disposição, a fim de que possamos apreciar as situações<br />

que nos envolvem.<br />

Como sempre temos um objetivo na vida, em<br />

cumprimento de tarefas entregues pelo destino que elegemos,<br />

é necessário que os olhos acompanhem os passos.<br />

Em cada sequência de atitudes, as circunstâncias<br />

vão se alternando, como as nuvens do céu, compondo<br />

formas variadas.<br />

Os pensamentos que emitimos têm um fluxo de<br />

movimento que estabelece ligações de nosso interesse.<br />

É importante sabermos avaliar esse mecanismo, pois<br />

a forma de vida, que pretendemos ter, nasce daí.<br />

Se acompanharmos o desenrolar de nossos desejos, em<br />

qualquer setor da vida, evitaremos as surpresas que podem<br />

nos assustar e, principalmente, estaremos sempre confiantes<br />

nos fatos que surgem pelos movimentos da realidade.<br />

É necessário seguir adiante, nos sonhos que acalentamos<br />

no coração. A lacuna de hoje será o preenchimento de<br />

amanhã, basta começar a andar em frente.<br />

O silêncio ajuda–nos a sentir a nossa possibilidade<br />

de trabalho na seara em que fomos chamados, sem<br />

decréscimo de desfrutarmos da vida material, sublimando<br />

nossos sentimentos.


A SARÇA ARDENTE – p. 108<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A sinfonia tem um fluxo de harmonia como as<br />

correntes d´água que correm para o mar. Nesse percurso,<br />

estendem–se acidentes de relevo que modificam o panorama.<br />

Assim é o mesmo na sinfonia. O compositor descreve<br />

em notas musicais seus sentimentos envolvidos em enredos<br />

da vida cotidiana.<br />

Muitas das vezes, aparecem recordações de amores<br />

que vibram em sua alma, pois, em última análise, é a<br />

alma que ama.<br />

Como nem sempre a pessoa humana sabe o tempo<br />

certo para colher, há uma euforia contagiante pelo plantio,<br />

sem a avaliação completa do tempo de espera. Daí,<br />

decorre o desencontro do desejo com aquilo que vem por aí.<br />

A esperança, que nasce da certeza daquilo que virá,<br />

é o sentimento que dá estabilidade emocional para aquele<br />

que aguarda a germinação das sementes, a caminho da<br />

frutificação.<br />

Nos sentimentos e na sinfonia há variações de<br />

movimentos, embora o tema–base permaneça do começo<br />

ao fim.<br />

Apesar dos acidentes da caminhada, a preservação<br />

da identidade é a busca do compositor que deixa traços<br />

reconhecidos de sua obra.<br />

O ser humano é descrito nas sinfonias compondo uma<br />

variedade enorme de atitudes paradóxicas e outras de<br />

senso comum, repletas de paixões e frustrações, de virtudes<br />

e pecados, realçando a posição oscilante em que ele está,<br />

até encontrar–se a si mesmo, o seu objetivo na vida.<br />

A partir desse encontro, tudo que vibrava em<br />

oscilação passa a ser dirigido por um impulso coordenado<br />

para a meta desejada.


A SARÇA ARDENTE – p. 109<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O VENTO forte que antecede à tempestade traz<br />

mudança. A poluição dos gases ofensivos à saúde é<br />

substituída pelo oxigênio que vem das camadas de ar que<br />

transitam na atmosfera.<br />

Os acontecimentos de mudança radical, que decorrem<br />

de atitudes alheias, servem–nos de apreciação a respeito dos<br />

resultados obtidos.<br />

Quantos desencantos temos evitados, em decorrência<br />

do fracasso de pessoas que não conseguiram aproveitar a<br />

chance de realizar uma tarefa proveitosa.<br />

Estamos caminhando na jornada evolutiva, observando<br />

a determinação dos desígnios superiores que nos chegam<br />

através da inspiração e da certeza daquilo que sentimos.<br />

Nestes passos, estamos seguros de que não<br />

desperdiçaremos tempo no aprendizado rude daqueles que<br />

sofrem sem saber a causa de seus sofrimentos.<br />

O nosso estudo acerca da vida prossegue numa escala<br />

infinita, nos estágios que se distinguem dos demais pela<br />

movimentação constante dos serviços da caridade.<br />

É necessário que haja mudança de situações com as<br />

pessoas que não se sensibilizaram com a dor do próximo, pois,<br />

de igual modo, necessitarão da ajuda que não deram.<br />

O equilíbrio é a norma de vida que todos buscam,<br />

mais cedo ou mais tarde.<br />

É comovente observarmos a caravana de caminhantes<br />

que seguem em rumo do destino que escolheram.<br />

Cada participante traz disposição de caminhar, como<br />

regra geral, mas a forma de manifestá–la, integralmente ou<br />

em partes, depende da necessidade que cada um sente.<br />

As posições são múltiplas nos caminhos que conduzem<br />

ao Criador, numa viagem de volta, pois todos nós saímos<br />

de Suas mãos que não têm formas humanas.


A SARÇA ARDENTE – p. 109<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

TENHAMOS compreensão daquilo que nos rodeia,<br />

esperando, sem anseios, que os outros venham a fazer o<br />

trabalho que já compreendemos.<br />

As dificuldades alheias são aceitáveis porque os recursos<br />

de que dispõem, ainda, são escassos e pequenos.<br />

Mas, se a pessoa quiser, poderá fazê–los crescer e se<br />

agigantar ante os obstáculos que crescem à medida em que<br />

há decréscimo da confiança em si mesmo, reflexo da<br />

descrença em Deus.<br />

Esperança por dias melhores pressupõe–se o<br />

conhecimento de causas refletindo fatos e pessoas interligadas.<br />

Daí, a compreensão de acontecimentos que, em desencontro<br />

com aquilo que gostaríamos que acontecesse, vieram<br />

comprovar o uso do livre–arbítrio.<br />

É dito que o futuro só Deus sabe. Nós, relativamente,<br />

podemos conhecer a causa que irá gerar o efeito. Mas, no<br />

meio de tudo isto, há o livre–arbítrio do homem, embora<br />

limitado, acrescentado com as possibilidades, já conhecidas,<br />

do passado que irá posicioná–lo no lugar adequado.<br />

Em todo este mecanismo, passado–presente, há sempre<br />

a misericórdia divina ajudando–nos a crescer, aproveitando<br />

os momentos felizes em que decidimos fazer o bem, amando<br />

o próximo, respeitando seus direitos idênticos aos nossos<br />

que não devem ter o reconhecimento da recíproca, uma vez<br />

que já sabemos quais são.<br />

Conhecedores, então, daquilo que diz respeito ao nosso<br />

aprendizado espiritual, não devemos ter ansiedade em ver<br />

realizado nos outros o trabalho que nos compete fazer.<br />

Esperemos que um dia possam valorizar o que sentimos<br />

no presente, a dadivosa oportunidade que Deus nos concedeu<br />

para que nos amemos uns aos outros, de todo o coração.


A SARÇA ARDENTE – p. 111<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

É UMA festa para o nosso coração a emoção que<br />

nos chega com a presença das pessoas nos recintos que<br />

frequentamos.<br />

Pouco a pouco, sentimos que algo está acontecendo para<br />

que o mecanismo dos encontros se movimente. É nesse instante<br />

que a naturalidade começa a fluir, como o vento correndo<br />

às distâncias, deixando uma sensação de leveza.<br />

A busca, nesses casos, é substituída pela presença<br />

daquilo que não esperávamos contar.<br />

Mais uma vez, o esquema que a vida nos oferece foge à<br />

nossa percepção nas rotinas costumeiras. O plano divino está<br />

acima do plano humano.<br />

Tudo, que pedimos, fica registrado no espaço cósmico. O<br />

momento da resposta desses apelos vem sempre vem sempre<br />

na hora adequada.<br />

Saber analisar nossas necessidades é tarefa gratificante<br />

que nos estimula a compreender a vida que nos rodeia.<br />

A hora em que a flor desabrocha, os pássaros voltam<br />

aos seus ninhos, o Sol que se agasalha no crepúsculo entre<br />

nuvens avermelhadas são sinais de que tudo cumpre uma<br />

missão.<br />

A nossa vida é um conjunto de fatos e ocorrências que<br />

se interligam compondo circunstâncias.<br />

Alegra–nos saber que temos merecimento nas ocorrências<br />

que nos brindam com a presença de pessoas que nos<br />

sensibilizam.<br />

Quando sentimos que a busca não nos atormenta mais,<br />

no instante em que temos a certeza de que o momento<br />

transcorre tranquilo, então compreendemos que estamos no<br />

caminho certo.


A SARÇA ARDENTE – p. 112<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A POSIÇÃO em que estamos diante da vida é muito<br />

importante. Sempre é motivo de regozijo para nosso coração<br />

tudo aquilo que nos é destinado.<br />

Quando observamos que o vizinho ou o companheiro<br />

de trabalho possui atributos que possibilitam o convívio de<br />

uma vida em comum, pensamos que ele não tem problemas<br />

sentimentais.<br />

Mas, nas reentrâncias do ser, onde estão arquivadas as<br />

nossas aquisições e ideais, refletem aquilo que somos.<br />

Somente o espírito designado pelo Senhor da Vida pode<br />

conhecer esses segredos, reveláveis aos interessados, quando<br />

o momento for oportuno.<br />

E, assim sendo, não podemos ficar detidos no regozijo<br />

do próximo, numa determinada área social, quando existem<br />

outras lacunas que passam despercebidas.<br />

O importante é vislumbrar possibilidades de êxito<br />

nos cometimentos que estamos realizando, mesmo no<br />

desconhecimento do desfecho final de nossos objetivos.<br />

Quantas dores e tristezas são abafadas pelos sorrisos<br />

que fluem por força de imposição, para não serem arrastados<br />

pela parte dolorosa que disputa, com fragilidade, um lugar<br />

em nosso coração!<br />

Na nossa apreciação atual, pensamos que deveríamos<br />

possuir algo no terreno sentimental, sem compreendermos que<br />

há disposições legítimas para a posse transitória. Mais tarde,<br />

teremos aquilo que nos falta, num ritmo de equilíbrio.<br />

A alegria é a razão de nosso viver, porque compreendemos<br />

os embaraços que passam em nossa vida.<br />

O Senhor da Vida distribui as sementes, a exemplo da<br />

parábola do semeador, nas mais variadas posições do caminho.<br />

Felizes são aqueles que recebem a boa semente e a planta<br />

no terreno fértil. Os frutos serão a recompensa do semeador.


A SARÇA ARDENTE – p. 113<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS trabalhos que nos chegam, em forma de caridade, são<br />

prestados dentro das normas do equilíbrio em que vivemos.<br />

As pessoas que nos procuram na esperança de que<br />

seus males sejam eliminados sempre trazem um vínculo que<br />

os une aos seus desafetos.<br />

Quase sempre nos pedem a libertação dessas amarras,<br />

sem compreenderem a razão do infortúnio que recebem de<br />

mãos alheias. Na ligação devedor e credor, há uma cobrança<br />

compulsória daquele que se atribui o direito de cobrar.<br />

A incompreensão dos gestos de insensatez acompanha<br />

o decorrer dos tempos, passando de uma fase evolutiva a<br />

outra, independentemente da vontade do devedor, até que<br />

seja pago o último centavo da dívida.<br />

O estímulo à renovação de conduta é destinado tanto a<br />

um quanto a outro, pois ambos merecem ser felizes.<br />

O cuidado com que tratamos os casos intrincados dos<br />

desafetos é muito grande. Há proteção divina naqueles<br />

irmãos que ajudam a recompor, no plano espiritual, esses<br />

desencontros de amor.<br />

A solução que sugerimos é a prece, como início de<br />

recomposição de gestos e atitudes, a fim de que possamos<br />

compreender a dificuldade que nos envolve. A partir daí,<br />

teremos forças para extinguir as energias negativas que nos<br />

poderiam prejudicar.<br />

Se, ainda, estamos envolvidos por situações embaraçosas<br />

é porque, de alguma forma, contribuímos para isto.<br />

Cientes de nossos embaraços, nas ligações humanas,<br />

peçamos ao Senhor deste mundo que nos dê forças para<br />

compreender o valor da afeição que devemos ter para com<br />

aqueles que não nos compreendem, por enquanto.<br />

Mais tarde, nesses passos, haverá sorrisos e alegrias a nos<br />

estimular a viver melhor nos caminhos que percorremos.


A SARÇA ARDENTE – p. 114<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A harmonia é a vibração que sai dos ritmos coordenados.<br />

A música, que vem dos ventos, das quedas d´água,<br />

do cantar dos passarinhos e das vozes humanas, guarda<br />

a harmonia, assim como o mar guarda o sal.<br />

Em nós mesmos essa sensação de perenidade dá–nos<br />

o estímulo de continuarmos seguros no roteiro de evolução,<br />

espalhando–a a todos que encontramos.<br />

Como já temos a certeza de que a harmonia procede<br />

dos planos de luz, movimentando os sistemas planetários,<br />

nebulosas e galáxias com uma força grandiosa, esse<br />

movimento nos envolve no mesmo ritmo.<br />

Aqueles que quebram a harmonia do Universo, com<br />

os pensamentos desvirtuados do amor, não podem nos<br />

atingir porque há divergências de vibrações.<br />

Pelo fato de sabermos que os focos fragmentados da<br />

desarmonia são tão pequeninos diante da grandeza da<br />

harmonia universal, trabalhamos com os recursos que nos<br />

chegam da sabedoria que está acima de tudo e de todos.<br />

Nesses trabalhos, há o cuidado de mantermos inviolável<br />

a vontade dos irmãos que buscam experiências do amor,<br />

nos campos do interesse transitório.<br />

Assim como o homem é o responsável por seus atos,<br />

de igual modo, as consequências desastrosas, que podem<br />

surgir, deverão ser eliminadas num proceder contrário, nos<br />

embates pela recomposição de sua saúde física e espiritual.<br />

Daí, concluímos que a cura deve partir daqueles que<br />

se destruiu parcialmente, tentando prejudicar o próximo.<br />

A nossa ajuda é o estímulo à pessoa necessitada<br />

buscar a essência divina implantada em seu ser e<br />

resplandecê–la diante de todas as dificuldades que surgem<br />

para serem superadas.


A SARÇA ARDENTE – p. 115<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

DEUS, em Sua sabedoria infinita, faz girar os sistemas<br />

planetários, as nebulosas e as galáxias. Em toda parte, esse<br />

movimento é constante. Somente o homem quebra a<br />

harmonia do Universo, porque não sabe a gravidade daquilo<br />

que pratica levianamente. Como tudo está em movimento,<br />

somos designados por uma força superior para compor o<br />

trabalho de recomposição daquilo que se desfigura do Todo<br />

Universal.<br />

As leis que fazem girar os corpos celestes são as<br />

mesmas que envolvem o homem. Mas, ele, no íntimo,<br />

desconhece o valor dessas leis de harmonia e, por um<br />

instinto de conservação desfigurado, destrói aquilo que foi<br />

criado com sabedoria e que faz crescer as plantas, os peixes,<br />

as aves e o próprio homem.<br />

A proteção divina está ao alcance de todos. Mas, o<br />

milagre imerecido da transformação da doença em saúde não<br />

existe. Assim como o homem é responsável pelos seus atos,<br />

ele mesmo é, também, o responsável por sua cura ou não,<br />

dependendo de seus atos, tenham ou não consequências<br />

desastrosas.<br />

Deus não comete a injustiça de proteger a criatura<br />

humana sem que ela tome conhecimento de seus atos. O<br />

privilégio isolado só está na mente dos vaidosos, porque<br />

todos são iguais perante a Deus, com a possibilidade de<br />

se engrandecer com a luz por Ele criada, para também<br />

fazerem parte do cenário do Cosmo.


A SARÇA ARDENTE – p. 116<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

QUANDO existe algo no ar, um gesto de simpatia que<br />

veio num sorriso, denota que houve a identificação daquilo<br />

que esperamos.<br />

A postura no andar gracioso de uma jovem, que desfila<br />

diante de nossos olhos, sensibiliza–nos intensamente, a ponto<br />

de querermos que haja uma repetição prolongada.<br />

É a vontade de estarmos juntos da pessoa que passa<br />

a morar no coração, despontando paisagens íntimas nunca<br />

antes conhecidas.<br />

Uma suave euforia percorre o nosso caminho, completando<br />

um vazio que não tínhamos a ideia como era grande.<br />

A beleza dos gestos femininos que nos chega, no silêncio<br />

de nossa solidão de minutos, envolve–nos numa doce magia<br />

que nos estimula a retribuir aquilo que sentimos.<br />

O tempo parece detido. Os minutos, as horas e os dias<br />

ficam num só instante. É o instante da beleza do sonho.<br />

É daí que nasce um novo alento em nossa vida que<br />

nos coloca à frente de todas as dificuldades que passarão<br />

a ser pequeninas demais para crescerem diante daquilo que<br />

suplanta tudo.<br />

Haverá outra força maior que nasce do amor? A beleza<br />

feminina contribui muito para isto.<br />

Não é propriamente o gesto da mulher que vemos,<br />

que nos toca, mas aquilo que o faz movimentar, atrás das<br />

cortinas das aparências, no íntimo do coração.


A SARÇA ARDENTE – p. 117<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O NAMORO dos casais é uma experiência necessária<br />

àqueles que pretendem se conhecer, com vistas à permanência<br />

de uma ligação duradoura.<br />

Os sorrisos que se afloram da boca, os olhos que<br />

adormecem semi–abertos, os lábios que articulam palavras<br />

de ternura emocionam–nos intensamente.<br />

A mulher traz consigo o encanto das formas e dos gestos.<br />

Tudo nela inspira sedução. Quanto mais nos aproximamos<br />

dela mais sentimos vontade de senti–la mais próximo.<br />

Há belezas íntimas em que a maioria delas não se deixa<br />

mostrar porque não encontra alguém capaz de apreciá–la<br />

no seu valor total.<br />

Às vezes, na doação parcial, em que julga encontrar o<br />

escolhido de suas preferências, colhe desencantos. Uma<br />

lágrima rola em seu rosto e uma pequenina ruga mostra<br />

as marcas da ilusão.<br />

São tantas as moças que procuram o amor em<br />

parceiros desligados do interesse maior. De queda em queda,<br />

elas resvalam a um abismo de difícil acesso àqueles que<br />

buscam salvá–las.<br />

Mas, como em toda expansão de gestos humanos há<br />

um limite chegará a hora em que, sem forças nem mesmo<br />

para implorar ajuda, do fundo do abismo não passarão.<br />

As experiências amorosas têm um objetivo útil. Ninguém<br />

pode enganar a outrem, usando indevidamente o coração,<br />

sem receber de volta, algum dia, em algum lugar, aquilo<br />

que prejudicou a pessoa enganada.<br />

Aproveitemos a hora dos encontros que nos chega a<br />

fim de ser vivida, apreciando as atitudes da ligação amorosa<br />

em que estamos envolvidos.


A SARÇA ARDENTE – p. 118<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A escolha do lazer, no fim de semana, é muito<br />

importante.<br />

Nos passeios pela floresta, o contato com o ar puro, nas<br />

caminhadas a pé, a respiração ofegante movimenta o ar, nos<br />

pulmões, que impede a formação de focos de enfermidade.<br />

Nos banhos de mar, a corrente de ar, que passa no<br />

meio do oceano, chega ate à praia carregando vibrações<br />

que dão forças as pessoas que se sentem enfraquecidas<br />

do corpo e da mente.<br />

Nos recintos fechados, onde há exibição de filmes ou<br />

apresentação de peças teatrais, também existe a oportunidade<br />

de refazimento interior, quando o roteiro apresentado<br />

nos estimula a apreciar experiências humanas, nos mais<br />

variados campos da emoção.<br />

A nossa sensibilidade colhe as impressões, que nos<br />

chegam como sugestão de conduta, aceitáveis ou não.<br />

A grande maioria das pessoas se deixa influenciar<br />

por aquilo que é moda. Essas buscas não se afirmam,<br />

no decorrer dos tempos, porque servem, apenas, para<br />

um aprendizado transitório.<br />

Aqueles que conseguem tirar proveito das experiências<br />

monótonas de um passatempo de pouco valor espiritual,<br />

estarão aptos a escolher outras onde se configura melhor<br />

consistência.<br />

Embora haja mercado consumidor, a violência, o<br />

sexo em desalinho, no uso desfigurado do amor, o choque<br />

de imagens de horror e pavor não ajudam a criatura<br />

humana a ter a paz.


A SARÇA ARDENTE – p. 119<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A vivência do amor, a alegria que vem dos espetáculos<br />

de música, a lição que se manifesta nos palcos encenados<br />

estimulam–na a encontrar aquilo que lhe falta.<br />

Mas, a principal necessidade da criatura humana<br />

não é aquela que vem das sugestões externas, mas a<br />

que está no seu íntimo. O autoconhecimento é o mais<br />

importante de todos os conhecimentos.


A SARÇA ARDENTE – p. 120<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EXISTEM amores que acompanham nossos passos,<br />

desde os tempos de um passado feliz.<br />

Estão sempre a nos estimular ao sorriso e à alegria.<br />

Envolvem–nos com atenção delicada em que não há sinal<br />

algum de espera de reciprocidade.<br />

Esses amores podem estar no círculo da parentela ou<br />

entre aquelas pessoas que nos chegam trazendo algo agradável<br />

que não compreendemos a razão de tanta delicadeza e<br />

espontaneidade.<br />

Eles nos acompanham de perto e de longe, dependendo<br />

de nossa capacidade de aceitação de suas presenças.<br />

Seguem, também, suas vidas voltadas aos interesses de<br />

um convívio familiar, onde possuem a aspiração maior. Às<br />

vezes, podem estar acompanhados de pessoas que fazem<br />

passar o tempo em passeios ou afazeres de participação<br />

conjunta.<br />

Mas seus pensamentos estão, ainda, ligados a nós por<br />

aquilo que sentiram de nossa presença, embora a nossa<br />

ausência contribua para que haja outras experiências com<br />

pessoas que não despertaram nelas o interesse de seus<br />

corações.<br />

Mais cedo ou mais tarde, o recrudescimento da saudade<br />

será inevitável. Seremos, outra vez, chamados a participar<br />

de suas vidas, de seus anseios.<br />

Os amores verdadeiros poderão ser os últimos na<br />

cronologia dos fatos, mas serão os primeiros que sustentam<br />

a esperança de uma vida em comum feliz.<br />

Os fatores que impedem a união dos amores verdadeiros<br />

são múltiplos, desde uma pequenina desatenção numa<br />

oportunidade rara, até nos caprichos do destino que aproxima<br />

pessoas de idades desiguais ou em situações de estado civil<br />

diferentes.


A SARÇA ARDENTE – p. 121<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Esses amores verdadeiros, que se encontram, nem<br />

sempre trazem a marca da união física. São conhecidos<br />

companheiros de ideal que já estiveram juntos participando<br />

dos mesmos anseios por uma vida feliz.<br />

Daí, podemos concluir que encontramos sempre os<br />

amores que sensibilizaram o nosso coração, quer seja no lar,<br />

no trabalho ou em reuniões sociais, sem a preocupação de<br />

termos conosco, o tempo todo, as suas presenças junto de<br />

nós.<br />

Teremos sempre os amores que buscamos, na força em<br />

que empreendemos e na medida de nosso merecimento.


A SARÇA ARDENTE – p. 122<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

CERCADO de vibrações de variadas procedências, o<br />

homem tem à sua disposição a escolha de sugestões que<br />

lhe convém. Em todos os instantes, de dia e de noite,<br />

a sua mente engendra pensamentos que podem ser<br />

influenciados pelo bem ou pelo mal.<br />

Qualquer manifestação do homem nasce do seu livre–<br />

arbítrio. A influência, que recebe dos outros, é de sua total<br />

responsabilidade.<br />

Assim como o ato dá conta de sua existência, o seu<br />

praticante não fica isolado. Onde há ação, há o autor ligado<br />

intrinsecamente.<br />

Atribuir a outrem a responsabilidade de seus atos, quando<br />

há dano moral, é fugir de si mesmo, numa demonstração<br />

autêntica de leviandade.<br />

A recusa do infrator, em reconhecer externamente seus<br />

atos, não o exime da corrigenda que terá de fazer para<br />

eliminar as distorções marcadas em seu corpo espiritual.<br />

As vibrações que saem das palavras distorcidas do amor<br />

ou das músicas destoantes, ou ainda, das cenas brutais<br />

dos filmes são algumas das milhões que nos chegam com<br />

frequência.<br />

O fato de estarmos nos recintos, onde se evidência baixo<br />

teor vibratório, não implica em dizer que necessariamente<br />

teremos de absorver aquilo que rejeitamos.<br />

Podemos ter necessidade de entrar em cinemas,<br />

restaurantes, estádios, bancos ou em outros lugares públicos<br />

sem nos ligarmos com aquilo que pode ter de pior neles.<br />

Não devemos nos isolar do mundo, quando há tantas<br />

tarefas de caridade a serem feitas para aqueles que estão<br />

necessitados em recompor suas vidas.<br />

A chama acessa está rodeada de trevas, sem receber<br />

nenhuma influência. Assim são aqueles que caminham no<br />

mundo dando testemunho da luz que recebem.


A SARÇA ARDENTE – p. 123<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O AMOR, que sai do nosso coração, movimenta nossos<br />

gestos. Ele se expande suavemente espontâneo e livre. Temos<br />

prazer em doá–lo em todas as situações em que vivemos.<br />

Sabemos que ele é o único recurso capaz de modificar<br />

panoramas sombrios desenhados na alma dos sofredores.<br />

É por essa razão que estamos sempre trabalhando em<br />

benefício deles, conduzidos pelo poder magnânimo que nos<br />

guia.<br />

Em tudo vemos uma festa de júbilos louvando o Criador.<br />

Os benfeitores espirituais, possuidores de sabedoria universal,<br />

espalham o amor que vem dos planos mais elevados, na<br />

hierarquia infinita da perfeição.<br />

Aqueles outros, que se acham em níveis um pouco<br />

mais abaixo, por desconhecerem a grandeza da bondade<br />

do Pai, pensam unicamente em tirar vantagens pessoais em<br />

detrimento dos seus semelhantes.<br />

Quantas luzes a se espalharem em todos aqueles que<br />

caminham em busca de um refúgio de paz.<br />

O estudo e o trabalho, nos planos da matéria, por mais<br />

edificantes que sejam, sem a presença do amor, assemelham–se<br />

a um vazio revestido de bolhas coloridas de sabão.<br />

Somente sentindo o amor no nosso coração é que<br />

podemos compreender os enigmas do relacionamento<br />

humano, aparentemente complicados.<br />

Amando, amando, sempre amando, estaremos<br />

caminhando em direção da Luz Maior onde se abriga a<br />

perfeição que estimula tudo aquilo que é imperfeito a se<br />

integrar no Todo Universal que sentimos ao nosso redor.


A SARÇA ARDENTE – p. 124<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A JUVENTUDE é uma quadra risonha da vida. Os<br />

anseios surgem com força de sobressair diante das dificuldades<br />

que trazemos do passado.<br />

Os sonhos aparecem com vivacidade, desejando<br />

converterem–se em realidade.<br />

O amor dos enamorados, balada sublime que embeleza<br />

a vida, surge e ressurge com ímpeto de ir para frente,<br />

ganhando espaço, encurtando distâncias entre dois entes<br />

amados que desejam estar juntos.<br />

Durante a juventude, as oportunidades de ser feliz<br />

aparecem constantemente, convidando–nos a compreender a<br />

dadivosa bondade de Deus.<br />

Sempre que surge a vontade de ser feliz ao lado da<br />

pessoa amada, o amparo divino se manifesta de várias<br />

formas, acompanhando o impulso sublime do amor. E<br />

como o amor é feito da mais pura essência de vibração<br />

harmoniosa, temos que nos adaptar a essa mesma<br />

vibração.<br />

A apreciação do amor não se restringe às formas<br />

materiais. Aproveitando a beleza física, usufruindo do que<br />

melhor ela pode nos apresentar, elevemos o nosso sentimento<br />

deixando que a força espiritual tenha predominância sobre<br />

a força dos atrativos da matéria.<br />

Quando o amor toma conta do nosso coração, estamos<br />

nos predispondo à chegada da felicidade, reflexo do amor<br />

que ofertamos.


A SARÇA ARDENTE – p. 125<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A ALEGRIA, que nasce da simpatia dos corações que<br />

se amam, é como um sol de verão. Seus raios, que se<br />

agregam num facho de luz, nos envolvem por inteiro.<br />

Sentimos um calor na pele que repercute no nosso íntimo.<br />

Nos reinos dos minérios e dos vegetais, a luz solar é<br />

um estimulante à preservação da vida. No reino humano,<br />

ela ultrapassa as fronteiras da matéria, se incorporando em<br />

outro estágio vibratório.<br />

Tudo que é impuro se dissolve, ao se aproximar do Sol.<br />

As irradiações revestidas de pureza, que os emissários do<br />

Senhor emitem, vêm impulsionadas pelos raios solares, desde<br />

a sua nascente que forma uma gigantesca sarça ardente.<br />

A alegria é a luz que fazemos dentro de nós. Os motivos<br />

que nos estimulam a ficar alegres são muitos, desde os<br />

acontecimentos felizes que nos chegam comprovando o<br />

mérito de nosso trabalho até aqueles que esquecemos o<br />

aspecto negativo para compreendermos as consequências<br />

desagradáveis que não tiveram a nossa participação.<br />

A todo instante, é tempo de alegria. Gestos de pessoas<br />

queridas nos enternecem o coração. O silêncio dos amores,<br />

que nos seguem de longe, faz–nos pensar como é bonito o<br />

que sentem.<br />

Se as pessoas compreendessem a vida, pensariam que<br />

há sempre motivos de alegria, porque tudo vale a pena ser<br />

vivido. Aqueles que não podem andar seguros, uma queda<br />

irá espelhar a realidade em que se encontram. Daí, surge a<br />

necessidade de se recomporem, com vistas ao prosseguimento<br />

da caminhada.<br />

Os estímulos da alegria, que saem dos corações que<br />

amamos, ajudam–nos a caminhar com mais disposição, para<br />

podermos ficar mais perto deles, assim como eles estão<br />

perto de nós.


A SARÇA ARDENTE – p. 126<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

POR mais oscilante que seja a situação do ambiente<br />

em que vivemos, devemos manter firme o equilíbrio que já<br />

sentimos.<br />

Tudo passa obedecendo aos ciclos do tempo. Todo<br />

mundo está submetido às injunções do momento. O que tem<br />

de ser vivido, terá de ser vivido.<br />

As nossas ações rascunham um perfil que irá refletir<br />

em acontecimentos que teremos de passar, queiramos ou<br />

não, pois o rascunho foi traçado por marcas indeléveis.<br />

Querer mudar o curso das horas desagradáveis, antes<br />

do término de sua manifestação, é o mesmo que atribuir a<br />

outrem aquilo que praticamos.<br />

A recomendação que podemos dar, é encarar a realidade<br />

tal qual ela se apresenta, sem retoques nem adaptações ao<br />

nosso modo de ser.<br />

Buscar sempre a solução dos problemas que nos<br />

chegam pela força do destino que colocou um roteiro de vida<br />

nas mãos de cada um.<br />

Esse roteiro tem um curso de tempo. Saber quando ele<br />

começa e quando ele acaba requer sabedoria. Isto, em geral,<br />

os homens da Terra não conhecem. Somente aqueles que<br />

Deus escolheu, por terem muito amado, podem entender os<br />

caminhos da vida.<br />

É por essa razão que realçamos a importância do amor<br />

na solução de todos os problemas. O amor é a sintonia<br />

com as vibrações das esferas que espalham a luz.<br />

A nossa saúde e a nossa alegria, que nascem no<br />

coração, vêm refletidas daquilo que praticamos com amor.<br />

Os acontecimentos desagradáveis, que se constituem em<br />

horas inevitáveis, surgiram para comprovar aquilo que é<br />

nosso, embora seja de um passado em que não podemos nos


A SARÇA ARDENTE – p. 127<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

lembrar, assim como a bagagem pertence ao passageiro de<br />

qualquer viagem.<br />

Mesmo que não possamos compreender aquilo que nos<br />

parece desagradável, devemos sempre agradecer a Deus tudo<br />

que nos acontece, pois Ele derrama Suas bençãos em nosso<br />

trabalho pessoal que visa o nosso aperfeiçoamento como<br />

seres em evolução.


A SARÇA ARDENTE – p. 128<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS pessoas não se encontram em vão. O determinismo<br />

das leis divinas, estabelecendo o posicionamento das criaturas,<br />

é taxativo quanto à hora e lugar.<br />

Sempre a uma determinada ação ocorre idêntica reação,<br />

daí a explícita resposta ao questionamento de como ocorreu<br />

o evento.<br />

O impulso íntimo, que se exterioriza em evidência de<br />

grande realce, teve suas raízes naquele élan de sintonia do<br />

mesmo teor vibratório.<br />

Identificada a necessidade de doar–se, abertas as<br />

comportas do coração, já não há mais que estabelecer limites<br />

do que será permitido.<br />

O amor, em forma de carinhos, é igualmente belo, se for<br />

revestido da intenção verdadeira. A leviandade fica somente<br />

para aqueles que não o conhecem, mais profundamente, em<br />

sua forma mais autêntica, mais intrínseca. Mas, se houve<br />

necessidade de dulcificar o impulso apaixonado, chegará aos<br />

poucos no mesmo ponto em que se encontra aquele que já<br />

sabe da importância da autenticidade do amor.<br />

Embora minha irmã não acredite na veracidade da<br />

minha existência, em outro campo da matéria, posso lhe<br />

garantir que a sua vez de ser mãe ainda não chegou, será<br />

somente quando Deus quiser.<br />

Quero–lhe um bem enorme, na condição de filha<br />

querida do meu coração a quem almejo sempre vê–la feliz, na<br />

felicidade que tanto merece.<br />

Não se preocupe com aquilo que não deveria existir: o<br />

medo de não ser feliz.<br />

Tudo é claro e limpo para quem busca a claridade<br />

maior, a luz de Jesus.


A SARÇA ARDENTE – p. 129<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

“RESPLANDEÇA a vossa luz”, convite amorável do<br />

Mestre suscitando–nos a espalhar o que de bom tivermos em<br />

nossos corações. Isto porque o bem necessita de expansão<br />

como a corrente d´água que revigora o solo, propiciando<br />

reflorestamento da vegetação.<br />

A mediunidade, à semelhança da luz do velador na<br />

parábola, não pode ficar escondida, porque é exteriorização<br />

de uma luz que vem da fonte criadora. E como tudo que<br />

vem de Deus não pode ficar retido.<br />

Logicamente, aquele que detém este movimento terá de<br />

responder a si mesmo aquilo que lhe parece claro e simples.<br />

É evidente que se pudermos evitar o remorso que poderia<br />

vir mais tarde, seria muito melhor.<br />

A mediunidade é uma concessão divina visando o<br />

nosso aprimoramento espiritual.<br />

Todo o cuidado é necessário.<br />

O pensamento, que determina o posicionamento de<br />

nosso equilíbrio emocional, deve ser empregado na direção<br />

do bem, não nos esquecendo do outro convite do Mestre:<br />

orai e vigiai.<br />

A todos que estão ingressando no caminho de luz da<br />

mediunidade, o nosso estímulo para nunca desfalecer diante<br />

dos obstáculos facilmente contornáveis pela boa vontade de<br />

servir ao Senhor.<br />

Paciência, muita paciência aos nossos irmãos que,<br />

ainda, não sabem como começar, mas se confiarem no Poder<br />

Maior que vem do Alto, tudo será resolvido como Deus<br />

quer.


A SARÇA ARDENTE – p. 130<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS situações difíceis são–nos apresentadas a fim de<br />

que possamos tirar bom proveito. Elas sempre nos trazem<br />

uma lição que deve ser aprendida, sem necessidade de haver<br />

repetição.<br />

A solidão é apenas aparente, pois aquele que confia<br />

em Deus sempre terá ao seu lado um amigo invisível que<br />

lhe transmitirá serenidade, harmonia, a fim de que não se<br />

perca aquilo que já se conseguiu obter em oportunidades<br />

anteriores.<br />

É necessário o encontro consigo mesmo para poder<br />

avaliar as necessidades da vida espiritual, suas possibilidades<br />

de expansão nas atividades caritativas.<br />

Sem prévia consulta do andamento dos trabalhos é<br />

difícil se obter uma resposta precisa e clara. Há que se<br />

observar todos os pormenores do conjunto para que uma<br />

peça só não venha derrubar a construção.<br />

Tudo segue um curso determinado, sempre se<br />

aproximando do ponto de chegada. A lacuna hoje será o<br />

preenchimento de amanhã.<br />

Tenhamos paciência diante daquilo que ainda não<br />

completou o nosso sonho. Após o término do aprendizado e,<br />

uma vez aprovados no exame, temos a certeza de que Deus irá<br />

nos dar aquilo de bom que merecemos. Assim, virão os sonhos<br />

realizados: melhor posicionamento na vida, principalmente<br />

na vida interior e a presença da pessoa amada.<br />

Tudo será resolvido na hora determinada por Deus. Não<br />

há motivo para preocupação quando ocorrerá o dia de<br />

sermos realmente felizes. Sintamo–nos como se hoje fosse o<br />

esperado dia.


A SARÇA ARDENTE – p. 131<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EM nossa caminhada, encontramos companheiros que<br />

nos indagam, por meio de um olhar, uma súplica, a<br />

melhor maneira de nos posicionarmos na vida.<br />

Como há diferentes estágios de evolução, devemos saber<br />

como podemos transmitir aquilo que sentimos para que a<br />

oportunidade seja aproveitada.<br />

Aos companheiros que se encontram comprometidos<br />

com a decantada ilusão de gozar a vida, não devemos<br />

estimular seus instintos grosseiros com elogios descabidos<br />

e inoportunos, mas fazendo–lhes ver, com o nosso proceder,<br />

que a melhor maneira de desfrutar a vida que Deus nos deu<br />

é–nos aproximar a Ele, a Quem tudo devemos.<br />

É dito que tudo passa, permanecendo somente aquilo<br />

que vem do Alto, o amor distribuído pela Espiritualidade<br />

Superior.<br />

Busquemos sempre o aprimoramento interior, fazendo<br />

que o nosso coração, cheio de amor, esteja sempre em todas<br />

as decisões, mesmo que as pessoas que mais amamos não<br />

compreendam o nosso amor.<br />

Tenhamos confiança naquele Amor que a todos ama,<br />

a fim de que possamos permanecer nEle e Ele em nós, como<br />

Ele sempre quis.<br />

A todos os companheiros, que buscam maior clareza da<br />

espiritualidade, o meu abraço, estimulando–os a perseverar<br />

neste caminho que lhes trará, cada vez mais, muita luz.


A SARÇA ARDENTE – p. 132<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AQUELE que têm confiança em Deus tem a seu favor<br />

todas as possibilidades de obter êxito no empreendimento<br />

que lhe diz respeito.<br />

É claro que devemos esperar sempre o que de melhor<br />

pode acontecer, nunca permitindo que o pessimismo se<br />

intrometa na nossa vontade.<br />

Saber aguardar, confiante, sem incertezas nem receios.<br />

Em algumas vezes, deparamos com fatos aparentemente<br />

tristes ao ponto de situar–nos em posições suscetíveis à<br />

queda iminente. Mas, se, nessas circunstâncias, houver uma<br />

súplica ao Alto, a resposta virá, de imediato.<br />

Frisamos, com veemência, a necessidade de se confiar<br />

sempre na misericórdia divina, amparando–nos em todos os<br />

instantes de nossa vida.<br />

Acompanhamos atentamente os embaraços que surgem<br />

em tua caminhada, necessários ao cumprimento de obrigações<br />

assumidas na espiritualidade, como meio de aprimoramento<br />

interior.<br />

Amemos sempre aquilo que se nos afigura de difícil<br />

solução, pois a nossa predisposição ao bem favorecem–nos<br />

a compreensão, quando o resultado positivo, ainda, está a<br />

caminho.<br />

Se tiveres o pensamento em Jesus, estaremos presentes,<br />

a fim de inspirar–te nas horas difíceis que a vida exige a<br />

tua participação.


A SARÇA ARDENTE – p. 133<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A MUDANÇA no ambiente de trabalho de uma sala<br />

para outra, psicologicamente sugere a mudança de nosso<br />

comportamento.<br />

O dia de hoje é muito mais estimulante à revisão de<br />

conceitos e adoção de novas normas de viver do que a<br />

continuação monótona das experiências em tarefas de pouca<br />

realização pessoal.<br />

Assim como Deus muda a direção dos ventos, a fim de<br />

que o meio–ambiente adquira o equilíbrio ecológico, nós<br />

também precisamos de mudança de atitudes suscetíveis de<br />

nos proporcionar o bem–estar.<br />

Seres pensantes que somos da criação sublime do<br />

Doador da Vida, temos o impulso da inteligência que<br />

deslinda os enigmas intrincados das leis da Natureza, uma<br />

vez compreendidas, passam a ser, no nosso entender<br />

conclusivo, simples e sábias.<br />

Como pensamos, automaticamente nessas leis, assim<br />

seremos. E aonde colocarmos o nosso pensamento, colocaremos<br />

a nossa vida, o nosso tesouro.<br />

É sempre agradável observarmos as possibilidades de<br />

nos engrandecer, doando, sempre o que de bom tivermos no<br />

nosso íntimo, pois a recíproca, integrada em outros agentes<br />

cósmicos, nos dará, de volta, o mesmo que dermos.<br />

A maneira de agir no bem vai depender de nossa<br />

vontade. Um pouco hoje, um pouco mais amanhã, conforme<br />

a necessidade que sentimos.<br />

O importante é reconhecer que não há leis sábias que<br />

nos obriguem a andar sem querermos e essas mesmas leis<br />

nos esperam o tempo que for preciso, tanto nesta como em<br />

outras vidas terrenas, até que nos conscientizemos da<br />

oportunidade valiosa de praticar o bem, única forma de<br />

resolver os nossos problemas.


A SARÇA ARDENTE – p. 134<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EM todas as circunstâncias, encontramos pessoas<br />

preocupadas em sobressair–se das demais. Ainda vitimadas<br />

pelos conceitos errôneos de levar vantagem em tudo,<br />

esquecem–se que o próximo é tão importante quanto elas.<br />

Cercadas de vantagens que proporcionam o avanço<br />

no conhecimento das verdades eternas, desconsideram as<br />

qualidades nobres do sentimento cristão, porque não<br />

admitem que o outro conseguiu se livrar dos regimes<br />

teocráticos que os homens adotam.<br />

Ser livre, na essência, quer dizer libertar–se das<br />

influências humanas e ligar–se unicamente a Deus. Apesar<br />

de estar imantado em tudo e em todos – Deus sempre esteve<br />

com o homem – este nunca se comunicou diretamente com<br />

Ele, simplesmente porque a pequenez do finito não pode<br />

conter a grandeza do Infinito.<br />

Em todas as dimensões do espaço que percorremos,<br />

encontramos nas esferas resplandecentes, a harmonia<br />

reinando soberana. As leis do ambiente fazendo–se cumprir<br />

por fatores comandados por inteligências sublimadas pelo<br />

amor e justiça. Naquelas onde o clima é carregado de<br />

vibrações das paixões aviltantes, próximas ao planeta,<br />

sentimos a necessidade imperiosa da presença do amor.<br />

Visitamos irmãozinhos nossos, temporariamente com<br />

pouca ou nenhuma energia vitalizante, anestesiados e embrutecidos<br />

por instintos animalescos, com aspecto desolador.<br />

Afastados deliberadamente da luz, nos aproximamos deles,<br />

ainda nessas circunstâncias incapazes de raciocinarem, com<br />

cuidado de não violar o uso do livre–arbítrio que será<br />

manifestado, quando despertarem, demonstrando que,<br />

apesar das consequências de seus atos, o amor do Pai nos<br />

une sempre.<br />

Sentimos o estado deplorável desses irmãozinhos,<br />

comprometidos por ações praticadas onde houve danificações<br />

do duplo etérico. Não nos detemos nesse aspecto transitório e


A SARÇA ARDENTE – p. 135<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

buscamos a essência divina implantada neles, estimulando–a<br />

para que ela resplandeça e se incorpore no cenário das<br />

inteligências que participam do movimento renovador da<br />

Criação.<br />

Aqueles que estão em melhores condições,<br />

temporariamente numa roupagem carnal, pedimos que<br />

aproveitem todas as oportunidades de exemplificar a renúncia<br />

e o silêncio, quando a palavra reconfortante e esclarecedora<br />

ainda não possa vigorar no íntimo dos irmãos que não<br />

conseguem, por mais que se esforcem, acreditar em nós.<br />

Temos certeza de que os recursos que a Providência<br />

Divina adota são os melhores, adequados ao estágio evolutivo<br />

de cada criatura, dosando a medida exata, a fim de que,<br />

uma vez conscientizados da proteção do Alto, possam<br />

distribuir do que receberam àqueles que mais precisam.<br />

Às vezes, a nossa participação na melhoria de uma<br />

pessoa difícil de amar é muito mais meritória do que muitas<br />

outras onde já existe a facilidade do entendimento.<br />

Não devemos avaliar o resultado dos trabalhos pelo<br />

número de casos atendidos, e sim o nosso esforço na tarefa<br />

realizada no determinado tempo que o caso específico<br />

requer.<br />

O que pode parecer pouco, no trabalho que realizamos,<br />

diante de Deus será sempre grande.<br />

Esta abordagem de pensamento é dirigida àqueles que,<br />

iniciantes na Seara do Mestre, não se sintam tranquilos<br />

diante do resultado dos trabalhos que lhes são destinados.<br />

Sentindo a presença de Jesus, podemos ter a certeza de<br />

que a sabedoria iluminará o nosso ser esparzindo o que<br />

recebemos, em forma de bençãos e clareza da Espiritualidade<br />

Superior.


A SARÇA ARDENTE – p. 136<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

DISCERNINDO aquilo que nos convém, aproveitemos<br />

a oportunidade valiosa que Deus nos concede para<br />

compreendê–Lo melhor e, integrados nessa Unidade Absoluta,<br />

podemos vivenciar a nossa individualidade no todo que<br />

participamos.<br />

Queremos dizer com isto que, embora libertos do jugo<br />

infracionário, a necessidade do próximo é a nossa necessidade.<br />

Vinculados, ainda, ao planeta pelos laços afetivos de<br />

pessoas a quem dedicamos todo o nosso amor, transmitimos<br />

os ensinamentos necessários à evolução espiritual.<br />

O nosso Mestre nos ensinou que as anotações de Moisés<br />

e os profetas estavam resumidas no “amarás o Senhor, teu<br />

Deus, de todo o teu coração e ao próximo, com a ti mesmo”<br />

e que os seus discípulos seriam conhecidos pelo muito que<br />

houverem amado.<br />

Não basta saber, é necessário sentir, deixando que o<br />

coração vibre ternamente, a fim de que nos possibilite a<br />

compreensão dos embaraços que a vida impõe aos nossos<br />

irmãos como cobrança inadiável de responsabilidade não<br />

assumida.<br />

Aqueles que já estão começando a entender o mecanismo<br />

da causa e do efeito e persistem, atavicamente, a cometer<br />

enganos que os levaram a situações embaraçosas, muito será<br />

exigido porque deles mesmos não poderão fugir nem buscar<br />

evasivas ou desculpas para aquilo que lhes parece claro e<br />

simples. A fuga ou o descaso seria um inevitável conflito.<br />

Aos nossos irmãos que já sabem discernir aquilo que<br />

lhes convém, em termos transcendentais, o nosso estímulo e<br />

apoio para prosseguir na caminhada redentora que escolheram<br />

muito bem, antes mesmo de se agruparem nos círculos<br />

da matéria transitória.


A SARÇA ARDENTE – p. 137<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

É necessário conservar a amizade entre os companheiros<br />

de jornada, sem que nos influenciemos com suas opiniões,<br />

compreensíveis do ângulo em que enxergam, mas sem valor<br />

algum diante da verdadeira vida que nos espera.<br />

Não seremos nós seus orientadores, mesmo que a<br />

Providência Divina já determinou que cada um terá a<br />

orientação que merece. A forma e o meio variarão conforme a<br />

necessidade de cada um. Certamente, aqueles que buscarem<br />

a sabedoria, a encontrarão, independente da opinião daqueles<br />

que pensam não ser possível.<br />

O importante é dar ouvidos à nossa consciência<br />

resguardada nos ensinamentos que nos inspiram o amor, forma<br />

de respeitar aqueles que, ainda, não nos compreendem.<br />

Que a luz de Jesus ilumine sempre os nossos<br />

passos.


A SARÇA ARDENTE – p. 138<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A MENTE deve se habituar sempre com pensamentos<br />

benévolos. Não é que havia pensamentos malévolos em<br />

tua mente, mas é necessário o abastecimento de novos<br />

pensamentos, anteriormente adquiridos nas casas de caridade<br />

onde frequentas.<br />

Cultive o hábito da leitura edificante, principalmente dos<br />

instrutores espirituais, a fim de que tua mente esteja sempre<br />

ocupada pelas manifestações da Espiritualidade Superior.<br />

No ambiente de trabalho, não se deixar levar por<br />

comentários maledicentes acerca de tua conduta espiritual,<br />

ainda incompreensível pelos teus companheiros de jornada.<br />

Não contemporizar o mal–entendimento desses<br />

irmãozinhos; invectivar o erro, em forma de aparência<br />

correta, sem causa impacto nem admiração naqueles que,<br />

inconscientemente, precisam da tua orientação. Silenciar<br />

sempre quando o ambiente se tornar inadequado a um<br />

esclarecimento maior.<br />

Há pessoas confusas que não se permitem receber senão<br />

a resposta adequada à sua maneira de agir e pensar, a fim<br />

de que a leviandade não se desprenda do seu íntimo.<br />

Os recursos da sabedoria do Alto não devem ser<br />

desperdiçados. Há outras formas de aprendizado e Deus<br />

conhece a melhor maneira de tocar os Seus filhos amados,<br />

embora a correção, temporariamente, não pareça ser a mais<br />

agradável no conceito humano.<br />

Deixemos que as pessoas do nosso agrupamento social<br />

busquem aquilo que almejam, sem que, nessa busca confusa<br />

e irrefreada, venham atrapalhar o andamento normal do<br />

nosso viver.<br />

Defendamos o nosso raio de ação no bem, como o<br />

corpo soberanamente ocupa o espaço que lhe é devido, sem<br />

nos preocupar com os caprichos daqueles que tencionam<br />

nos influenciar.


A SARÇA ARDENTE – p. 139<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Amemos sempre. Não importa a incompreensão alheia.<br />

Eles buscam, de forma errada, aquilo que lhes falta: o<br />

amor.<br />

Vivenciemos o amor sempre no nosso coração e a<br />

vibração harmoniosa que dele se desprende atingirá aqueles<br />

que, de maneira confusa, nos buscam.<br />

Peçamos a eles a proteção divina que lhes acompanhe<br />

sempre, qualquer que seja a circunstância em que se<br />

encontrem.


A SARÇA ARDENTE – p. 140<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

FELIZES são aqueles que podem crer no Poder Maior<br />

supervisionando a harmonia se estabelecendo em todos os<br />

departamentos da vida.<br />

Movimento incessante da Criação, a vida prossegue<br />

espalhando os elementos estimulantes da evolução.<br />

Em todas as fases em que passa o ser vivo, animado e<br />

pensante, há sempre o despertamento para o ponto de apoio<br />

que o posiciona na sua adequada localização.<br />

Desde os elementos microssomos, invisíveis a olho<br />

desnudo, ante os gigantescos sistemas de corpos celestes<br />

espalhados pelas incomensuráveis aglomerações de galáxias,<br />

domina a presença de algo vitalizante que denota a confiança<br />

na sabedoria de Deus.<br />

No ser humano, subordinado às mesmas leis que regem<br />

os infinitos mundos a se espalharem como poeira solta à<br />

ventania, há sempre a existência, em caráter latente ou exposto,<br />

de algo que o desperta à confiança naquilo que o movimenta.<br />

A força que o homem se vangloria ter, embora em muitos<br />

casos não queira aceitar, é o reflexo da força maior que o criou.<br />

E se o homem se desprender das influências de mentes que,<br />

ainda, não se identificaram como participantes da Criação<br />

incessante do Pai, logicamente terá oportunidade de sentir que<br />

algo renovador lhe anima a viver com maior satisfação.<br />

Foi definido por um amigo nosso da espiritualidade, a<br />

que o médium possui admiração por seus gestos de<br />

humildade, que “homem sem fé é como uma planta sem raiz;<br />

logo murcha e desvanece o seu vigor”<br />

A esperança existe porque e a exatidão do tempo<br />

necessário programado pelas sábias leis da Natureza para que<br />

algo aconteça. Exemplificando esse argumento, podemos<br />

dizer que temos esperança no novo amanhecer, mesmo que<br />

em dado momento seja noite.


A SARÇA ARDENTE – p. 141<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Assim no homem, qualquer que seja a circunstância em<br />

que ele se encontra, se existir a confiança em Deus e naqueles<br />

arautos que trazem a Sua mensagem de sabedoria, poderá<br />

contar que suas dores se acalmarão, suas dúvidas se<br />

dissiparão, desde que a exatidão do tempo seja cumprida,<br />

subordinada à lei de causa e efeito.<br />

A esperança é, sobretudo, vale frisar novamente, a<br />

compreensão que se manifesta da sabedoria que vem do<br />

Alto.<br />

O homem é livre para pensar e agir. Logicamente, não<br />

poderá esperar o reflexo da ação benévola no ato menos<br />

digno. Colherá, sem dúvida, aquilo que plantou. Mas, se<br />

confiar na sabedoria que nos orienta, compreenderá os<br />

percalços transitórios que ele criou para si mesmo.<br />

Busquem sempre a confiança em Deus, assim como o<br />

tempo determina, em cada minuto, a hora em que nos<br />

encontramos.<br />

Um abraço afetuoso a todos aqueles que estão<br />

começando a entender as verdades eternas, ditas e não<br />

aprendidas, de todo, em outros avatares.


A SARÇA ARDENTE – p. 142<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A PAZ é sempre bem–vinda para aqueles que a<br />

aguardam.<br />

Manifestação sublime das ações praticadas no bem, a<br />

paz nos brinda com a euforia de vitória permanente.<br />

Com esse enlevo emotivo, temos maior capacidade<br />

de compreender a vida real e transcendente aos apelos<br />

transitórios da maioria de pessoas anestesiadas pelo<br />

hedonismo vigente.<br />

A preservação da paz é importante porque é a própria<br />

manutenção de nossa saúde mental, com reflexos positivos<br />

na roupagem carnal.<br />

A psicosfera de que somos revestidos depende<br />

exclusivamente de nós mesmos, razão pela qual afirmamos<br />

que nossos pensamentos testificam a nossa identidade<br />

cósmica.<br />

Emitindo correntes fluídicas do pensamento, emitimos<br />

simultaneamente os nossos sentimentos, identificados pela<br />

coloração, vibração, velocidade, peso e densidade.<br />

No hábito sadio da leitura edificante e meditação<br />

correspondente e, sobretudo, na prece singela, os nossos<br />

pensamentos, estimulados pela paz a que fizemos jus,<br />

cria fulgurações de beleza que enternece aqueles que podem<br />

ajudar, possibilitando o intercâmbio das mais belas<br />

manifestações espirituais.<br />

É necessário prosseguirmos sempre tendo bons<br />

pensamentos, voltados estoicamente ao amor e caridade,<br />

refletidos na paz que sentimos.<br />

A exortação da prática da vigilância dos pensamentos,<br />

recomendada pelo Mestre amado Jesus, seja sempre o<br />

resultado da paz que ele nos deixou e nos doou.


A SARÇA ARDENTE – p. 143<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AQUELE que deseja uma informação do plano espiritual,<br />

por intermédio de terceiros, decerto desconhece o valor que<br />

ele mesmo tem, sua capacidade de emitir, pelo pensamento,<br />

vibrações sutis de incomparável beleza.<br />

Basta se concentrar, esvaziar da mente os pensamentos<br />

revestidos de preocupação material e ligar–se à Força Maior,<br />

imantada em tudo, buscando a sintonia. Na Lei da Afinidade,<br />

é necessário manter–se em perfeito equilíbrio, a fim de<br />

corresponder ao mesmo teor vibratório que emana da<br />

Natureza.<br />

Sem dúvida, há o correspondente efeito vibratório do<br />

outro campo quintessenciado da matéria. Emitindo eflúvios<br />

de amor, há sempre a resposta idêntica e imediata.<br />

Se há um ponto de origem, na emissão das bençãos e<br />

luzes oriundas do Plano Superior da Vida, sempre haverá<br />

outro que o interligue, conservando–se o mesmo diapasão<br />

de harmonia, vibração e efeitos luminosos.<br />

O homem dotado de inteligência, vislumbrando o efeito<br />

da energia que transcende à matéria visível, poderá buscar<br />

outros pensamentos de inteligências desprendidas do jugo<br />

carnal e obter informações precisas ao seu modo de viver.<br />

A inspiração sempre esteve ligada ao homem, desde os<br />

mais remotos tempos da Antiguidade até à atualidade dos<br />

nossos dias. Em todos esses momentos, havia sempre a<br />

presença divina despertando–o para os objetivos sublimes<br />

da vida.<br />

O ensino é e sempre será transmitido de acordo com<br />

a capacidade de entendimento do homem e conforme suas<br />

reais necessidades transcendentais, no campo evolutivo em<br />

que se encontra.


A SARÇA ARDENTE – p. 144<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NO decorrer das horas, observamos a situação em que<br />

nos encontramos. Sempre há a indagação acerca do resultado<br />

favorável ao nosso objetivo.<br />

Se não alcançamos, no momento, aquilo que almejamos<br />

é porque as circunstâncias, ainda, não são propícias.<br />

Há que se acompanhar o andamento normal dos<br />

acontecimentos, sem deixar que fatores adversos anulem a<br />

nossa capacidade de participação.<br />

A espera, além do tempo permitido, pode se converter na<br />

perda preciosa de uma oportunidade. É claro que não pode<br />

haver violação na conduta de pessoas por nós interessadas,<br />

como também não se pode deixar a inércia nos envolver.<br />

Se há convicção naquilo que acreditamos, dedicação à<br />

causa que abraçamos, não há mais o que se questionar<br />

sobre o que virá depois, mesmo que isto independa de<br />

nossa vontade.<br />

Na aplicação dos recursos honestos na obtenção da<br />

companhia amada, há de prevalecer aquilo que ela ponderou<br />

acerca de nossos atos. Se a nossa parte foi cumprida, não<br />

mais deverá existir questionamento do bom relacionamento<br />

a dois.<br />

Muitos, antecipadamente, querem saber de como seria<br />

tal reação, sem antes mesmo tentar fazer a correspondente<br />

ação. Em idêntica circunstância, querem colher o fruto que,<br />

ainda, não apareceu.<br />

Na vivência do dia–a–dia cristaliza–se a experiência<br />

necessária ao amadurecimento de ideias e atos unificando<br />

o mesmo ideal em busca da felicidade esperada.<br />

Sejamos coerentes com aquilo que acreditamos, sem<br />

receio da descrença pelo mesmo sentimento, fazendo sempre


A SARÇA ARDENTE – p. 145<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

o que gostaríamos de fazer, mesmo que as circunstâncias<br />

não nos favoreçam.<br />

Mas, nesse questionamento, a prudência nos ensina<br />

não perdermos tempo quando não sabemos a hora oportuna.<br />

Não importa, a manifestação do coração deve prevalecer<br />

acima de todas as probabilidades de sucesso, porque já é,<br />

em si mesma, a expressão maior da certeza que virá.


A SARÇA ARDENTE – p. 146<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

QUANDO as pessoas desejam continuar fazendo suas<br />

rogativas ao Alto, sem dúvida, o amparo será mantido pelo<br />

merecimento já, anteriormente, adquirido no decorrer das<br />

sucessivas reuniões.<br />

A paz que se mantém no reencontro com os amigos<br />

da espiritualidade é prolongada em outros momentos de<br />

atividades profissionais e horas de lazer.<br />

Conservando o nível equilibrado das emoções, estamos<br />

aptos a nos defrontar com as mais complicadas experiências<br />

humanas. Desde a simples alteração de voz do companheiro<br />

incompreendido até a exaustão mórbida de qualquer<br />

sentimento negativo, há de prevalecer o que sentimos dentro<br />

de nosso íntimo.<br />

Por essa razão, realçamos o valor da preservação da<br />

paz que conseguimos obter através de atos benfazejos,<br />

mantendo–se a mesma posição em todas as multifárias<br />

participações que a vida exige de nós.<br />

A segurança na nossa caminhada terrena resplandece, de<br />

dentro para fora, diante do companheiro, ainda, incapacitado<br />

para manter constante a tranquilidade que deveria ter. E<br />

a nossa presença, sem alarde de superioridade, contribui<br />

bastante para que ele descubra o exemplo que demonstramos.<br />

Se houver, por parte dele, aproveitamento de nossa<br />

atitude, façamos silêncio, dando a entender a ele que o mérito<br />

é somente seu, pois expressou as qualidades excelentes que<br />

estavam arquivadas no seu íntimo, prestes a aparecer à<br />

tona, impulsionadas por um leve gesto de vontade.<br />

Não podemos nos considerar completamente felizes,<br />

se, ainda, existirem bem perto de nós pessoas amadas<br />

que precisam de um estímulo para prosseguir em suas<br />

caminhadas de evolução.<br />

A paz de Jesus, nosso mentor da Espiritualidade de Luz<br />

e Amor.


A SARÇA ARDENTE – p. 147<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NA quietude do ambiente do lar, onde reina a paz,<br />

há oportunidade valiosa de espalharmos o bem, acalentando<br />

esperanças por dias melhores.<br />

O estágio em que passamos, aprendendo a lição do<br />

nosso viver, tem de ser apreciado em todos os pormenores,<br />

a fim de que tudo aquilo que a vida nos oferece não venha<br />

a se perder, por momentos de carência afetiva.<br />

É necessário atentarmos a elucidação da mensagem de<br />

Francisco de Assis: “Senhor, não permita que eu procure ser<br />

tão consolado quanto consolar, ser amado quanto amar”. Nela<br />

encontramos a afirmação do modo de amar, realçando a<br />

necessidade da doação sem pedir retorno do bem espalhado.<br />

É melhor esperarmos, por mais algum tempo, a realização<br />

de nossos sonhos do que, precipitadamente, decidirmos<br />

levar uma vida em comum com a pessoa que não venha<br />

corresponder aos nossos reais anseios.<br />

A busca da melhor pessoa que possa nos fazer felizes<br />

deve ser constante até o dia em que as barreiras sejam<br />

completamente destruídas e o caminho livre de todos os<br />

obstáculos, ensejando–nos a vivência do amor acalentado em<br />

nossos corações.<br />

É necessário confiar sempre no amor que sentimos, sem<br />

deixar lacunas que podem ser, inadequadamente, preenchidas<br />

por amores fugazes e passageiros.<br />

A hora será sempre de aprendizado, desde a espera do<br />

momento inebriante do amor vivido sem receios do futuro,<br />

até a continuação prolongada deste amor que nunca se<br />

acaba com o tempo e o espaço.<br />

Feliz daquele que espera, conscientemente, a chegada<br />

da hora de ser feliz.


A SARÇA ARDENTE – p. 148<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Há sempre o amparo da Espiritualidade Superior<br />

ajudando–nos a caminhar.<br />

Às vezes, sem compreender a situação em que nos<br />

defrontamos, cheia de percalços, ficamos a imaginar que,<br />

em tudo isto, algo desagradável está acontecendo.<br />

Se há comentários de uma notícia sem perspectiva de<br />

melhoria, possivelmente ainda não foi apurado, com dados<br />

concretos, o diagnóstico que estabelece a situação do quadro<br />

clínico.<br />

É claro que todos gostariam de estar completamente<br />

sadios, sem nenhuma enfermidade que lhes afetasse os órgãos.<br />

Observamos que nada acontece para nos prejudicar. Os<br />

transtornos que nos vêm, apenas servem de identificação<br />

com os atos inerentes ao mesmo impulso emotivo que<br />

expendimos aos outros. No efeito, a recíproca dos outros<br />

é a mesma que foi nossa.<br />

Sem que haja testemunhas, juiz, promotor, advogado de<br />

defesa, jurados do Conselho de Sentença, assistência de<br />

pessoas, o ato surte o efeito correspondente à mesma<br />

intensidade que identificará a veracidade do autor.<br />

Sempre os efeitos danosos serão amainados pela<br />

recuperação do infrator, nas diversas estâncias de<br />

aprendizado, amparado pelo amor incessante do Pai.<br />

Como na imensidão do Universo, há diferentes maneiras<br />

de aprendizagem, segundo as necessidades de cada um,<br />

nos inumeráveis estágios em que se encontram, logicamente<br />

as circunstâncias estão sempre se modificando.<br />

Assim, aquilo que se nos afigura infortúnio hoje,<br />

poderá ser o motivo de nossa felicidade amanhã, dependendo,<br />

lógico, do modo com que passamos por ele.


A SARÇA ARDENTE – p. 149<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Apreciando a Natureza que nos cerca, vemos que em<br />

tudo há beleza. Lágrimas sofridas convertendo–se em pérolas<br />

santificantes, invisíveis, mas reais; distúrbios orgânicos<br />

plasmando nova forma de beleza no espírito; saudades de<br />

variados matizes recrudescendo a importância da vivência<br />

do amor, propositadamente rejeitado por aqueles que não<br />

quiseram amar.<br />

Nos acidentes da caminhada, aprendemos a apreciar<br />

a beleza que nos rodeia, com urzes ou flores, neblina ou<br />

claridade, conforme a disposição que fizermos no íntimo,<br />

na alma, criada pela Luz e destinada a viver sempre na<br />

Luz, quando assim quisermos.


A SARÇA ARDENTE – p. 150<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

No transcurso de toda uma existência, prosseguimos a<br />

caminhada confiantes de que atingiremos o nosso objetivo,<br />

previamente estabelecido de acordo com a nossa capacidade<br />

evolutiva marcada pelo proceder anterior.<br />

Os liames afetivos, fazendo parte das emoções<br />

deliberadamente buscadas, ora como refúgio apaziguante<br />

das horas amargas, ora como enternecimento emocional,<br />

ajudam–nos a ser mais felizes.<br />

Momentos de ternura, doce envolvimento, apagam–nos<br />

da memória as horas fatigantes que passamos, fazendo–nos<br />

cumprir a reação compulsória naqueles que não soubemos<br />

amor.<br />

Assim como sentimos a beleza irradiar–se de dentro de<br />

nosso coração, numa festa perene e incansável, a evidência<br />

leva–nos a crer na importância desse sentimento na vivência<br />

de nossos dias.<br />

Momentos menos felizes, basta–nos aqueles que somos<br />

compelidos a viver, a fim de apagar o efeito danoso nas<br />

pessoas do nosso convívio.<br />

Não nos detemos nos óbices do caminho, observando<br />

paragens que ficaram para trás com o nosso caminhar,<br />

nem tampouco valorizamos, em demasia, aquilo que já<br />

conseguimos alcançar.<br />

Na Seara imensa e fecunda, há muito trabalho a<br />

realizar, sem que haja tempo para comentários do passado,<br />

restando–nos, apenas, a oportunidade valiosa que deve ser<br />

aproveitada da melhor maneira de que dispomos.<br />

Uma vez compreendida a lição, busquemos outra na<br />

qual o aprendizado se faça, de imediato, sem prejuízo da<br />

anterior.<br />

A caminhada prossegue sempre. Em cada faceta, o<br />

aspecto apresenta–nos de modo diferente.


A SARÇA ARDENTE – p. 151<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O fato de haver trabalho na Messe do Senhor não<br />

implica desânimo naqueles que não sabem como começar.<br />

Basta que a vontade desperte no íntimo de cada um e<br />

deixar ser levado por este impulso que, certamente, será<br />

conduzido pelos mentores encarregados de levar a sabedoria<br />

que vem do Alto.<br />

Caminhemos sempre confiantes na proteção divina<br />

estimulando–nos a crescer em luz, sabedoria e amor.


A SARÇA ARDENTE – p. 152<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NA paisagem que se estende a nossos olhos, vemos<br />

pessoas aprendendo lições de vida que se resumem numa<br />

dor, numa lágrima ou num desencanto.<br />

A princípio, parece tristonho o desvanecer da ilusão que<br />

alimentamos por muito tempo e, esquivando–nos da aurora,<br />

o novo despertar vem nos surpreender, na hora em que<br />

nunca poderíamos imaginar.<br />

Ocorrências, alternando disposições na carreira funcional,<br />

muitas delas com perdas substanciais nos ganhos mensais,<br />

servem–nos como reflexões sobre a importância do nosso<br />

trabalho em relação ao conjunto em que estamos interligados.<br />

A apreciação das circunstâncias inerentes a mudanças,<br />

deslocamentos, nos cânones do direito divino, demonstra a<br />

nossa disposição em desempenhar o papel que nos foi<br />

entregue.<br />

Como a verdadeira justiça, a que todos os seres humanos<br />

estão submetidos, é insubornável por qualquer artifício ou<br />

poder dos homens, ela nos atinge exatamente quando o<br />

tempo estabelecido requer o surgimento das consequências<br />

de nossos atos, eliminando, assim, a suposição de que não<br />

teríamos a responsabilidade do desengano cometido.<br />

Aqueles acostumados, no passado, a levar uma vida num<br />

dolce far niente não sabiam como a vida é boa, nos variados<br />

departamentos, se acompanhassem o ritmo vibrante do exemplo<br />

daqueles que sentem o quanto é importante caminhar.<br />

Como nem tudo são flores e nem todas as decisões<br />

superiores, oriundas do poder humano, são revestidas de<br />

sabedoria, vê–se, então, que uma parte está sendo cumprida<br />

e a outra por cumprir, em oportunidades futuras.<br />

Em qualquer circunstância, com o pensamento voltado à<br />

manifestação do bem, devemos estar longe de qualquer ato<br />

que venha prejudicar o próximo.


A SARÇA ARDENTE – p. 153<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Às vezes, o direito de defesa, quando exercido além do<br />

limite permitido, pode gerar vítimas. Como as posições vítima<br />

versus algoz se invertem, no decorrer dos evos, parecendo<br />

que uma injustiça virou justiça ou vice–versa, dada a<br />

incapacidade de compreensão dos liames de responsabilidades<br />

que a vida os uniu, a fim de que a verdadeira justiça se<br />

fizesse soberana.<br />

Assim como o antídoto contra o ódio é o amor, libertemos<br />

as energias de nosso coração e ofereçamos bondade,<br />

paciência, carinho e respeito a todos aqueles que nos<br />

buscam, sejam de que forma for, para que não haja mais<br />

vínculo obrigatório de reajuste, tanto no presente como no<br />

futuro que nos espera, quando formos realmente livres.


A SARÇA ARDENTE – p. 154<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

“SENHOR, que queres que eu faça?” A interrogativa do<br />

rabino Saulo às portas de Damasco tem ressonância em<br />

todo aquele que, diante dos intricados problemas, sente a<br />

necessidade de caminhar.<br />

Momento de reconhecimento da precariedade da situação<br />

em que se encontra, mesmo que seja adornada de lauréis<br />

e exuberante nos faustos do poder e da glória transitória,<br />

o homem busca a sabedoria que seja capaz de deslindar<br />

os enigmas que o aflige.<br />

Circunstâncias, relacionamento de pessoas de seu<br />

convívio, diversificado por inúmeros caracteres e tendências<br />

profissionais, culturas variadas de procedências distantes, tanto<br />

no desenrolar dos costumes de pessoas inconstantes como<br />

aquelas radicalmente conservadores, servem de apreciação<br />

para aqueles que buscam o equilíbrio de suas emoções.<br />

Criticar o desconhecido é ridicularizar a si próprio,<br />

mostrar–se como um néscio diante das pessoas simples que<br />

sabem discernir aquilo que lhes convém.<br />

A reflexão pertence ao dono do pensamento e não<br />

àquele que tenta, inadvertidamente, influenciá–lo, logo não<br />

adianta indicar caminhos quando o momento diz respeito<br />

somente ao aprendizado pelo próprio aprendiz.<br />

Forças criativas, em fluxo harmonioso, afloram da mente<br />

sadia em busca de canalização adequada sem haver repressão.<br />

Criar obstáculos, imaginando suposições incompreensíveis,<br />

é deter–se no avanço já alcançado.<br />

Simplificar o raciocínio, dando curso coordenado que se<br />

estende nas explanações elucidativas acerca da vida e seus<br />

atributos que a acompanham.<br />

Quando a ideia é exposta sem discernimento dos fatos<br />

reais que a comprovam, há uma mistura de correntes<br />

filosóficas na apreciação do interlocutor que não sabe onde<br />

termina uma e começam as outras. E nessa confusão, não pode


A SARÇA ARDENTE – p. 155<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

definir–se numa posição, emaranhando–se, sem propósito<br />

maldoso, sem encontrar clareza de seus argumentos.<br />

Em outras palavras, vê–se a presunção do saber<br />

falecendo ante a evidência da simplicidade das pessoas que<br />

não se preocupam em expor aquilo que lhes parece tão<br />

claro.<br />

Sabedoria é o entendimento da vida. É amá–la para<br />

compreendê–la. Saber que nos menores gestos existem<br />

expressivas manifestações de despertamento que não devem<br />

ser esquecidas. Em todos os minutos, todas as oportunidades<br />

devem ser aproveitadas, nas variadas situações em que nos<br />

encontramos.


A SARÇA ARDENTE – p. 156<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

EM nenhum instante, o movimento renovador das<br />

forças criativas da Natureza deixa de cessar.<br />

Impulsionado pela força que o criou, o homem desperta,<br />

no outro campo vibratório da matéria, conservando os<br />

mesmos atributos que o caracterizam.<br />

A lucidez dos fatos compreensíveis que o cercam depende,<br />

logicamente, da mesma lucidez que mantém dentro de si.<br />

De igual modo, o negrume que o envolve é o mesmo que<br />

permaneceu, no seu íntimo, durante o estágio de sua vida<br />

terrena.<br />

Luz ou sombra, amizades ou desafetos, sabedoria ou<br />

ignorância é sempre a sementeira que cultivamos no nosso<br />

viver.<br />

A cada um é dado a oportunidade de se engrandecer<br />

diante de Deus. Como sempre, o panorama, suave e ameno, é<br />

ofertado pelo Senhor dos caminhos infinitos. Os obstáculos,<br />

configurados de pedras e espinhos, são o resumo das ações<br />

desvirtuadas do amor.<br />

Nem a tristeza pela partida do ente amado nem<br />

tampouco o desânimo em prosseguir na caminhada evolutiva<br />

que o nosso Pai nos outorgou.<br />

Aqueles que partiram, em busca de novos ninhos,<br />

continuam desempenhando tarefas de acordo com o estado<br />

evolutivo em que se encontram.<br />

É necessário compreendermos a realidade que nos<br />

envolve, sem o apego desnecessário por aqueles que, ausentes<br />

na matéria, estão presentes, em pensamento, pela vontade e<br />

pelo consentimento que Deus dá àqueles que se amam.<br />

Quando a criatura humana entender a vida, o fantasma<br />

da morte se evolará dos recintos familiares.


A SARÇA ARDENTE – p. 157<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A CARIDADE acima de tudo. Os enredos que envolvem<br />

as pessoas por nós queridas não podem ser divulgados<br />

abertamente. Há peculiaridades que devem ser mantidas<br />

intactas.<br />

No plano espiritual, a revelação dos enigmas tem um<br />

fim proveitoso e nunca, simplesmente, comprovar um ato que<br />

veio repercutir num mal–estar atual.<br />

Todos nós somos caminheiros da experiência evolutiva.<br />

Os acidentes do caminho não podem ser revelados, se houver<br />

resquícios de curiosidade.<br />

Há compromisso naqueles que participam dos trabalhos<br />

de caridade, mas nem todos da assistência, que observam<br />

superficialmente esses trabalhos, têm essa mesma<br />

compreensão.<br />

Daí a necessidade do silêncio acerca daquilo que, ainda,<br />

não compreendemos totalmente.<br />

Os comentários devem ser feitos somente com vistas ao<br />

aperfeiçoamento de atitudes, em decorrência do depoimento<br />

prestado.<br />

Quando tivermos o amor suficiente para nos reconhecer<br />

como integrantes da mesma família, então as dificuldades<br />

dos irmãos serão nossas, embora não sejamos autores das<br />

ações que deram consequências dessas dificuldades.<br />

Como o amor do Pai é maior a tudo aquilo que pode<br />

dificultar a nossa aproximação, devemos nos aproximar a Ele<br />

trazendo no coração aqueles que servimos em Seu nome.


A SARÇA ARDENTE – p. 158<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

NAS circunstâncias inquietantes do nosso viver, ficamos<br />

a imaginar como seria bom usufruir dos deleites que a vida<br />

em comum possui.<br />

O envolvimento da mulher amada, em febril emoção,<br />

alenta o nosso despertar para um doce viver.<br />

Necessário é aproveitar desse enlevo amoroso, deixando<br />

todo o querer da mulher ser manifestado sem cortes na<br />

espontaneidade e, sobretudo, retribuir sentindo o quanto é<br />

essencial manter essa ligação afetiva.<br />

No cumprimento de obrigações, às vezes com ausência<br />

oportuna, é importante conservar aquilo que foi vivido<br />

intensamente, quando nas horas em que foram passadas<br />

juntos.<br />

Buscar outras mulheres, sem ser nas mesmas<br />

circunstâncias em que o coração sentiu um grande amor,<br />

apenas com o propósito de preencher horas vazias, é descrer<br />

de si mesmo e acreditar naquilo que pouco sente.<br />

Como a solidão é a carência de forças revitalizantes, o<br />

encontro com pessoas destituídas de vibração amorosa irá<br />

agravar, ainda mais, a própria solidão.<br />

O tempo decorre mudando calendários, alternando<br />

circunstâncias e, nesse enredo, nos questionamos acerca<br />

das oportunidades que se nos apresentam.<br />

Mulheres são desfiladas em nossa mente, numa sucessão<br />

variada de aspectos importantes, sobressaindo a beleza, a<br />

graça e a conveniência para uma vida em comum feliz.<br />

Quando diminui o amor, aumenta a dúvida na escolha<br />

que pode nos confundir, se não tivermos forças suficientes<br />

para revelar aquilo que o coração sente.<br />

Basta sentir o que se passa dentro de nós e saber que<br />

outro coração bate por nós, na mesma intensidade, disposto<br />

a manter intenso o calor flamejante de um amor fecundo.


A SARÇA ARDENTE – p. 159<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

As horas passam, logo passarão as circunstâncias<br />

aparentemente impossíveis, com a chegada da oportunidade,<br />

porque assim foi desejada, perseguida e conquistada com<br />

todas as forças dos corações que se amam.<br />

É difícil falar da espera, quando já estamos agindo e<br />

vivendo intensamente o enlevo amoroso, embora haja saudades<br />

em momentos passageiros.


A SARÇA ARDENTE – p. 160<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

ENQUANTO alguns sofrem as agruras da vida, nos<br />

múltiplos aspectos, com a exacerbação da dor e do sofrimento,<br />

outros se reúnem em grupos, a fim de obter as informações<br />

oriundas dos planos de luz.<br />

O estudo e a apreciação das palavras, revestidas dos<br />

ensinamentos do Mestre Jesus, têm por finalidade elucidar<br />

as dúvidas e estimular a prática do bem, às vezes mal<br />

compreendido por aqueles que só pensam em si, esquecendo–se<br />

as dificuldades e problemas daquelas pessoas que a vida<br />

colocou perto de nós.<br />

Quanta dor, quanta angústia pode ser aliviada pela<br />

nossa participação! Ainda necessitado de passar pelas<br />

inúmeras provas de reabilitação, o homem precisa de apoio e<br />

ajuda para lograr êxito.<br />

A cada minuto, as vibrações saídas de nosso íntimo<br />

interligam–se com as daqueles que comungam das mesmas<br />

necessidades que também nos pertencem. E, assim, formam–se<br />

elos de ligação a exigir resposta.<br />

Aqueles que têm a ventura de ligar–se por amor aos seus<br />

entes familiares e colegas de trabalho, logicamente dispõem<br />

de recursos onde se caracteriza a sabedoria.<br />

Aqueles outros que não entendem a finalidade da vida,<br />

só nos resta pedir a Deus que lhes dê forças para superar<br />

as vicissitudes do dia–a–dia, para que possam dar preferência<br />

as reais necessidades do espírito à transitoriedade de todas<br />

as coisas.<br />

Os irmãos que passaram pela prova do fogo, num edifício<br />

no centro da cidade, obtiveram, dentro das possibilidades<br />

que eles mesmos criaram, a proteção divina.<br />

Além do compromisso devidamente resgatado, foi intensa<br />

a repercussão de seus atos àqueles que nunca poderiam<br />

supor que, além da preocupação mórbida do dinheiro, existe


A SARÇA ARDENTE – p. 161<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

o destino, o final da existência terrena e, sobretudo, a<br />

indagação sobre Deus.<br />

Deus, bondade infinita, não pode ser lembrado como<br />

responsável pelos acontecimentos puramente humanos.<br />

Sua lei, expressando–se na causa e efeito, é justiça,<br />

revestida de sabedoria, inquestionável pelas fraquezas<br />

humanas.


A SARÇA ARDENTE – p. 162<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A LEVEZA de nossos passos é o reflexo da harmonia<br />

que trazemos dentro de nós.<br />

As oscilações circunstanciais do momento não conseguem<br />

nos intimidar. A nossa caminhada é firme, isenta de<br />

influências externas.<br />

O nosso íntimo, manancial de energias em movimento,<br />

está em contato direto com as forças que estabelecem a<br />

harmonia no Universo.<br />

Essa sensação de perenidade, pois só o bem é eterno,<br />

é a manifestação de Deus que nos envolve na certeza de<br />

que tudo que acontece está nos planos da evolução.<br />

Assim como o homem respira e se alimenta para<br />

sustentar o seu corpo físico, nós flutuamos nessa atmosfera ao<br />

influxo do Criador que nos concede o direito de caminhar.<br />

Para aqueles que possuem, apenas, a visão física, as<br />

estrelas do céu, à exceção do Sol, são pequeninos focos<br />

luminosos, assim somos nós diante da grandeza do<br />

Universo, mas resplandecendo a luz que Deus nos deu.<br />

Todos possuem essa luz, pois o espírito, criado pelo<br />

Senhor da Vida, possui essa característica intrínseca de<br />

natureza imortal.<br />

A intensidade dessa luz vai depender da evolução que<br />

cada um traz consigo.<br />

A harmonia do Universo é revestida pela luz divina<br />

que envolve a todos, embora muitos não a percebem,<br />

assemelhando–se aquelas pessoas, anestesiadas por drogas<br />

alucinógenas, que não sentem o calor do Sol.<br />

A nossa vida, sustentada por uma força inimaginável<br />

pelo homem ignorante, faz parte do movimento incessante<br />

da Criação que nos interliga, formando uma família<br />

inumerável.


A SARÇA ARDENTE – p. 163<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AQUELES que amam a tudo e a todos vivem usufruindo<br />

do equilíbrio das emoções.<br />

Um gesto de amor da mulher que nos emociona não<br />

nos surpreende, quando compreendemos a importância do<br />

relacionamento a dois.<br />

A experiência afetiva é necessária ao enriquecimento de<br />

nossas atitudes que se defrontam com as daquela pessoa<br />

que sente necessidade de se manifestar.<br />

Os interesses afins se interligam. A vontade de um<br />

passa a ser a vontade do outro. Os sonhos, que acalentamos,<br />

passam a ser acalentados pela pessoa que sente o que<br />

sentimos.<br />

Nesse suave enlevo, é necessário acompanharmos as<br />

reações que se processam do outro lado da ligação.<br />

As vibrações que movimentam nossos gestos são<br />

acolhidas carinhosamente pela pessoa que vibra na mesma<br />

emoção.<br />

Não é, apenas, o ar que está ao redor, indo e vindo nos<br />

pulmões das pessoas que passam horas juntas, mas também<br />

as energias que se trocam, os sonhos acompanhando os<br />

passos, a alegria de nos sentirmos leves, pairando acima de<br />

tudo, criando novos sonhos.<br />

O amor, que circula espontâneo, está nos planos de<br />

nossa vida, pelo merecimento que nos chega recompondo a<br />

lacuna que está sendo preenchida.<br />

Os movimentos de amor, que sentimos ao lado da pessoa<br />

amada, estimulam–nos a compreender que a vida é uma<br />

incessante troca de vibrações, a afinidade é a consequência.


A SARÇA ARDENTE – p. 164<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

AS pessoas que buscam uma palavra de conforto<br />

espiritual, perante os momentos em que estão afastadas dos<br />

recintos tumultuados, no íntimo, sentem a necessidade de<br />

estarem a sós com seus pensamentos.<br />

Nesse encontro com elas mesmas, há uma descoberta da<br />

face oculta que estava diante de seus olhos, sem nenhuma<br />

condição de ser vista, anteriormente.<br />

A ponta do véu do mistério começa a subir, então, o<br />

cenário da situação em que estão vivendo lhes é mostrado<br />

numa aquiescência total.<br />

A resposta do questionamento das circunstâncias é<br />

dada com clareza transparente, eliminando suas dúvidas e<br />

receios.<br />

Aquilo que lhes parecia difícil de ser visto, à luz da<br />

razão, comprova a existência de laços de interesses mútuos,<br />

atados por pessoas que buscaram em seus momentos de<br />

solidão.<br />

Ainda sem compreenderem a finalidade dos encontros,<br />

essas pessoas satisfazem o ego vaidoso que não aceita a<br />

sua condição intrínseca de transitoriedade.<br />

Como houve idêntico posicionamento, a ligação se<br />

mantém sustentada pelos impulsos desordenados que se<br />

expressam nas pessoas que buscam outras afins, sem se<br />

encontrarem consigo mesmas.<br />

Nesses casos, a solidão é a saída para seus desencontros<br />

e fracassos.<br />

Somente quando tomarem conhecimento de seus reais<br />

anseios e metas é que podem partir ao encontro das pessoas<br />

que lhes podem completar.<br />

O aprendizado, nas horas mortas, é lento e volumoso<br />

como rio que corre para o mar.


A SARÇA ARDENTE – p. 165<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

À medida em que a compreensão vier surgindo em<br />

seus raciocínios, outras soluções acertadas começarão a ser<br />

adotadas nas oportunidades para o refazimento dos caminhos<br />

tortuosos.<br />

Todos os recursos da evolução, Deus os concede às<br />

criaturas humanas, como tudo que sai de Suas mãos, sem<br />

deter o movimento intrínseco de cada um.<br />

A vida é sempre a beleza em movimento. Naquilo que<br />

parece estagnado, há criações invisíveis que estão modificando<br />

panoramas sombrios em busca da harmonia do Universo.


A SARÇA ARDENTE – p. 166<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A NOSSA presença aqui não implica condicionamento<br />

de hábitos, pois estaria errado se vivêssemos a vida dos<br />

outros.<br />

A nossa intenção é sugerir que a própria pessoa se<br />

liberte das amarras que prendem, ainda, ao passado. A<br />

menor desatenção, na observância do exercício do amor, irá<br />

refletir um mal–estar posterior.<br />

A cada instante é uma oportunidade, concedida por Deus,<br />

para reparação dos infortúnios que causamos àqueles que<br />

sentem muita dificuldade em amar.<br />

Não é fácil convencer esses espíritos, que ora estão na<br />

roupagem carnal, com o duplo etérico estigmatizado pelos<br />

traumas que lhes causamos, a acreditar na sinceridade de<br />

nosso amor e, assim, toda a nossa boa intenção pode ser<br />

mal compreendida.<br />

Somente o amor, repetimos, partindo do íntimo, numa<br />

vibração harmoniosa, alimentada pela humildade, paciência<br />

e ternura, poderá fazê–los modificar a impressão que têm<br />

de nós.<br />

Quando nos prejudicam, não vamos revidar o mal, mas<br />

também não devemos ficar parados, dando a entender que<br />

apoiamos a agressão.<br />

Se há determinação de posicionamento, numa vida que<br />

era em comum, então, vamos procurar seguir o caminho<br />

que nos resta, sem olhar para trás, esquecendo o passado<br />

que já ficou distante.<br />

O que tinha de ser feito, foi feito. Entreguemos a Deus<br />

o fruto de nosso trabalho e confiemos em Sua Infinita<br />

Bondade que irá nos dar aquilo que temos direito.


A SARÇA ARDENTE – p. 167<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O CENÁRIO das necessidades humanas é imenso. A<br />

grande maioria das pessoas se preocupa na solução de suas<br />

dificuldades de sobrevivência.<br />

Há tarefas de pouca remuneração que obrigam muitos<br />

povos a usufruir de parcelas mínimas de conforto material.<br />

A alimentação passa a ser a sua principal necessidade.<br />

Os celeiros de alimentos estão escassos; o desperdício<br />

dos gastos públicos, na defesa dos territórios ricos, realça,<br />

ainda mais, a situação de penúria do Terceiro Mundo.<br />

As correntes migratórias dos espíritos, que viajam ao<br />

mundo material, são feitas numa alternativa: quem esteve<br />

desperdiçando tempo e recursos, numa oportunidade,<br />

em outra irá aprender o valor dessas aquisições, em<br />

circunstâncias difíceis.<br />

Nas ruas transitam rostos preocupados com o amanhã,<br />

o medo é alimentado como repasto envenenador. O terror e o<br />

horror têm acesso às telas do cinema e televisão e, ainda,<br />

tem gente que compra vídeos para rever cenas de péssimo<br />

gosto.<br />

Vamos abrandar essa onda avassaladora de costumes<br />

em declínio ético, com nossos pensamentos e gestos revestidos<br />

de singeleza e espontaneidade.<br />

Há muitos que passam por nós confusos em sua busca<br />

no ideal de servir. Em alguns falta, apenas, um toque de<br />

bondade como estímulo para que possam exteriorizar o que<br />

sentem de bonito da vida.<br />

Sempre ajudamos aqueles que nos solicitam uma palavra<br />

de conforto, sem a necessidade de espalharmos nossos gestos<br />

à curiosidade humana.<br />

Seguimos o nosso caminho, compreendendo o valor do<br />

silêncio na repercussão dos frutos da bondade que pertencem<br />

a Deus.


A SARÇA ARDENTE – p. 168<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

A ACEITAÇÃO de nossas palavras é fundamental àqueles<br />

que desejam receber do plano espiritual o apoio necessário<br />

às tarefas que lhes competem.<br />

Os desencantos que surgem, em decorrência de um<br />

desajuste psíquico, servem para comprovar a existência de<br />

algo superior à ciência dos homens.<br />

A mente, por essa razão, transcende às limitações da<br />

matéria, incorporando fenômenos, ainda, não esclarecidos<br />

totalmente pela ortodoxia científica.<br />

A pesquisa do conhecimento humano, de modo geral,<br />

prossegue no sentido contrário onde se encontra o espírito.<br />

As correntes de estudo, que pesquisam as antigas<br />

teorias orientais, estão mais perto para compreender os<br />

enigmas que envolvem o homem.<br />

É necessário que cada um faça um estudo introspectivo<br />

de suas forças, o mecanismo que engendra a forma de<br />

pensar, estabelecendo situações.<br />

Quando essa descoberta surge, a criatura humana<br />

compreende que é dona de seus pensamentos, direcionando–os<br />

no caminho que desejar.<br />

Nesse envolvimento, descobre também que há uma rede<br />

de pensamentos afins que lhe chega pelo mesmo campo<br />

vibratório.<br />

Nesse círculo, formam–se as amizades que enternecem<br />

nossos corações ou, se houver desamor, surgirão consequências<br />

desastrosas.<br />

Revitalizar a mente, com bons pensamentos, é a melhor<br />

receita que podemos prescrever.<br />

A orientação dos costumes é feita generalizada,<br />

primeiramente vem da Fonte Criadora, passando por Seus<br />

instrumentos imediatos, até chegar a nós, revestida de<br />

pureza, como as águas da fonte.


A SARÇA ARDENTE – p. 169<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Os grupos religiosos, nas mais variadas formas, oferecem<br />

soluções que ajudam a recompor aquilo que está incompleto.<br />

Mas, é necessário descobrirmos qual deles corresponde ás<br />

nossas tendências.<br />

Em qualquer dúvida, pedir ajuda ao Criador do<br />

Universo, que tem condições de elucidar o nosso roteiro de<br />

trabalho.<br />

Se pudermos estar nEle como Ele está em nós, a luz,<br />

que cura e balsamiza, nos dará a saúde para o nosso corpo<br />

e à nossa mente.


A SARÇA ARDENTE – p. 170<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

CADA criatura humana tem condições específicas em<br />

sentir a vida. O mesmo sentimento pode ser manifestado<br />

de formas diferentes, mesmo que a essência permaneça<br />

invariável, a intensidade varia de pessoa a pessoa.<br />

O amor é sentido por todos, mais cedo ou mais tarde.<br />

Quanto mais a pessoa sublima suas emoções, no campo<br />

social, mais tem condições de distinguir nos outros aquilo que<br />

sente.<br />

Os nossos sentimentos sempre atraem as circunstâncias<br />

que almejamos. Se não conseguimos, no momento, aquilo<br />

que buscamos, isto não anula a ligação que mantemos.<br />

O tempo e o espaço humano se interligam em<br />

movimentação constante, formando circunstâncias favoráveis<br />

para que o fato ocorra, nem antes nem depois, mas no<br />

momento oportuno.<br />

Saber quando é a nossa hora de agir, numa determinada<br />

decisão, constitui o ponto central de nossa atenção no<br />

caminho que se cruza com os outros, sempre com um fim<br />

específico.<br />

Aceitar os encontros de difícil relacionamento, quando<br />

surgem de forma espontânea, é tarefa que nos compete<br />

realizar, mesmo à custa de incompreensão momentânea.<br />

Mais tarde, o esclarecimento virá.<br />

O estímulo ao sorriso e à alegria deve ser dado não<br />

somente às pessoas que enternecem o nosso coração, mas<br />

também àquelas que têm poucas possibilidades em acreditar<br />

na beleza que as envolve.<br />

Conferir a nossa participação nesses encontros,<br />

aparentemente difíceis, é mantermos a vigilância nos<br />

trabalhos, sabiamente traçados, que nos foram entregues pelo<br />

destino.


A SARÇA ARDENTE – p. 171<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

OS nossos sonhos parecem nuvens brancas no<br />

horizonte. Ainda distantes de nós, elas vêm vindo, sopradas<br />

pelo vento, até chegar à altura do lugar onde nos encontramos.<br />

Nesse instante, podemos ver o que nos parecia tão<br />

distante, reafirmando a certeza daquilo que veio no momento<br />

adequado.<br />

Tudo que pensamos realizar, um dia, fica registrado no<br />

campo astral, formando círculos magnéticos que plasmam<br />

circunstâncias de nosso interesse.<br />

Atrair essas circunstâncias, que nascem de nossas<br />

aspirações, ao campo material em que nos encontramos, é<br />

tarefa que muitos chamam de ideal.<br />

Por essa razão, dizemos que o ideal nasce do sonho,<br />

até chegar à realidade do fato em si mesmo.<br />

Todos nós temos um objetivo na vida que se estende<br />

aos nossos pés numa grande caminhada. A cada passo<br />

que damos, vemos que se aproxima aquilo que, um dia,<br />

pensamos ter.<br />

No percurso desse roteiro, é necessário observarmos o<br />

que está próximo de nós, a fim de sabermos colher o que<br />

foi plantado não deixando que os frutos apodreçam.<br />

A oportunidade não usufruída gera infortúnio, pois tudo<br />

que empregamos inicialmente desaparece, sem retorno. Daí<br />

pode nascer um clima de arrependimento, consequentemente<br />

arrastando tristezas.<br />

Devemos sempre pedir ao plano espiritual a orientação<br />

de nossos passos, a fim de que nenhuma oportunidade de<br />

nossas realizações se perca.


A SARÇA ARDENTE – p. 172<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

HÁ momentos na vida em que desejamos ter em nossa<br />

companhia pessoas que passam por nós.<br />

Algumas tão–somente vemos, por alguns instantes, outras<br />

nos chegam, em encontros ocasionais, deixando–nos com<br />

pensamentos que marcam a nossa existência.<br />

Tantas vezes pensamos nesses encontros, tantas vezes<br />

desejamos que isto nunca se acabe.<br />

O sonho transcende à realidade tangível, predispondo–nos<br />

à situação de enlevo amoroso.<br />

Queremos vivenciar daquilo que enternece nosso<br />

coração, sem mesmo avaliar as possibilidades que nos<br />

circundam.<br />

Aqueles que percebem a nossa disposição, sem nos<br />

conhecer por dentro, julgam–nos como ingênuo e sonhador.<br />

A nossa vontade, sublimada pelo amor, é deixar que<br />

nossos sonhos tomem conta de nós, envolvendo–nos numa<br />

doce magia.<br />

No passado, os poetas simbolizavam seus sentimentos<br />

nas chamadas musas inspiradoras.<br />

Nessas circunstâncias, é necessário distinguirmos onde<br />

estão os nossos sonhos e as pessoas que desejamos estar<br />

juntos, estudando–as para que não haja uma ilusão que<br />

poderíamos criar, num momento de ingenuidade.<br />

As pessoas possuem lacunas a serem preenchidas, no<br />

campo da sublimação, precisando, dessa forma, de outras<br />

que tenham condições de completá–las.<br />

Muitas se iludem diante dos acontecimentos fugazes que<br />

parecem ter um brilho que imaginam.


A SARÇA ARDENTE – p. 173<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O AMOR tem raízes profundas. Vem sempre de um<br />

passado<br />

vividas.<br />

remoto, evidenciando ocorrências anteriormente<br />

As injunções do momento, em decorrência de<br />

compromissos de ordem pessoal, podem separar duas<br />

criaturas humanas que se amam. Mas isto não invalida o<br />

sentimento que cada um traz consigo. O pensamento as une<br />

sempre, apesar da distância de ambientes diferentes.<br />

Quando há o encontro desses amores, em circunstâncias<br />

posteriores em que a consciência na carne não recorda,<br />

há um clima enigmático em que cada um sente atração pelo<br />

outro.<br />

Um olhar que é manifestado, um gesto que vem depois,<br />

acrescenta um ponto a mais a ser observado.<br />

Como há oscilação no comportamento humano que gera<br />

circunstâncias diversas, os mesmos amores, comprometidos<br />

com terceiros, sofrem as influências que lhes dizem respeito.<br />

De cada pensamento que emitimos, em todos os<br />

minutos, há elaboração de nosso estado emocional<br />

projetando–se em circunstâncias que nos rodeiam.<br />

Em muitas vezes, ficamos em frente a possibilidades que<br />

nos acenam à realidade de nossos sonhos. Mesmo assim,<br />

nos indagamos quais delas é mais conveniente.<br />

A nossa preocupação se dissipa ao sabermos que aquilo<br />

que sentimos no coração tem mais condições de ser tangível<br />

do que as aparências de fatos dos quais não conhecemos<br />

suas raízes.<br />

Muitas vezes, os fatos que se desenrolam ao nosso<br />

redor sobrepõem aquilo que desejamos ter.


A SARÇA ARDENTE – p. 174<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

O mecanismo dos efeitos é inexorável. A nossa vontade<br />

do momento apenas consegue ligações para o futuro. O<br />

presente já foi estabelecido anteriormente, dentro dos<br />

desígnios superiores que não se deixam subornar pelos<br />

interesses momentâneos dos homens.<br />

Compreender o destino de nossas ligações, entre muitas<br />

que se nos apresentam, requer observação minuciosa em<br />

todos os pormenores que podem passar despercebidos.


A SARÇA ARDENTE – p. 175<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

SEMPRE recorremos ao Pai, quando das dúvidas acerca<br />

de nossas tarefas.<br />

Nos cuidados que mantemos com as nossas amizades<br />

mais queridas, deixamos sempre a espontaneidade dos gestos<br />

alheios chegar a nós com toda a liberdade que lhes são<br />

possíveis.<br />

O nosso gesto de amor, visando contribuir na felicidade<br />

de alguém, sempre com o esquecimento de nós mesmos,<br />

ainda que sentindo breves momentos de solidão, é a forma<br />

mais bela do sentimento humano.<br />

A vibração suave de nosso querer–de–amor dissipa todas<br />

as desconfianças, incertezas e dúvidas que a pessoa querida<br />

tem de nós.<br />

Sentimento impulsionado pela compreensão, o amor sabe<br />

expandir–se em doação plena quando há aceitação espontânea,<br />

ao mesmo tempo em que aguarda a hora certa para se<br />

manifestar, quando as circunstâncias não forem favoráveis.<br />

Como o discernimento dos fatos requer tempo e análise<br />

dos sentimentos que se expressam determinando a posição<br />

em que a pessoa se encontra, lógico é admitir–se a espera.<br />

A confiança que se desprende do amor é como aroma<br />

de lavanda campesina, envolvendo a todos numa suavidade<br />

agradável.<br />

Os miasmas que estavam incrustados na aura<br />

espiritual vão, aos poucos, diluindo–se, dando lugar ao bem–<br />

estar que muito reconforta.<br />

A amizade que nos chega, livre e espontânea, com a<br />

finalidade de enriquecer nossos corações com sentimentos<br />

benéficos, é uma oferenda que o destino, que um dia pedimos<br />

a Deus, nos dá.<br />

Examinemos com carinho aquilo que nos chega com<br />

jeito de já ser nosso, pela afinidade e correspondência de<br />

nossa escolha pelo melhor que desejamos na vida.


A SARÇA ARDENTE – p. 176<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Quando sentirmos certeza do bem que pode nos trazer<br />

essa amizade, então é hora de decidirmos pelo nosso bem–<br />

estar.<br />

A determinação do posicionamento, na relação a dois,<br />

será feita no decorrer do envolvimento que decidirem<br />

adotar.<br />

As conveniências, de variadas origens, serão colocadas<br />

à exame e apreciação de cada um. Nenhum dos dois pode<br />

ser induzido a aceitar aquilo que vier no decorrer do<br />

relacionamento, até mesmo numa singela amizade, será de<br />

livre e espontânea vontade o leve gesto de cumprimento.<br />

Como em ambas as partes, há ligações afetivas com<br />

outras pessoas que podem ser reativadas, essa amizade, que<br />

ora se inicia, pode permanecer simplesmente de amigos.<br />

O importante é pensar na felicidade que a outra busca,<br />

juntos em presença física ou não, conforme a escolha que<br />

seus corações decidirem.<br />

Sempre observamos um número tão grande de pessoas<br />

que buscam de nós uma palavra amiga, uma doação sem<br />

recompensa e um carinho espontâneo, a fim de lenir suas<br />

horas menos felizes.


A SARÇA ARDENTE – p. 177<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

ORGANIZAR a nossa vida íntima é fundamental. São<br />

tantas as opções que temos de modificar aquilo que sentimos<br />

não estar indo bem.<br />

A revisão de nossos passos, nos caminhos que<br />

percorremos, possibilita o reconhecimento daquilo que<br />

trazemos conosco.<br />

Muitos, ainda, não sentem a necessidade de avançar<br />

nos conhecimentos que trazem a compreensão da vida.<br />

Querem continuar assim desse jeito, não se importando se<br />

estão doentes ou sadios.<br />

Com o passar dos dias, sentem que algo está lhes<br />

causando incômodo, apesar do conforto material que lhes<br />

rodeia. É daí que nasce a busca interna.<br />

A dificuldade é saber localizar o foco de suas<br />

preocupações. Aparentemente, nada lhes falta, mas sentem<br />

um vazio, e não sabem por quê.<br />

Assim como a água, de pingo em pingo, pode modificar<br />

a estrutura de um concreto de sustância sólida, os<br />

pensamentos de melhoria, em ondas paralelas, podem<br />

estabelecer circunstâncias novas.<br />

A busca é sempre interna, pois atinge os alicerces onde<br />

a personalidade está estruturada. O apelo às formas externas<br />

é, apenas, superficial.<br />

A força que movimenta os cinco sentidos é a mesma<br />

que engendra os meios que o faz feliz, na harmonia que vem<br />

da Natureza.<br />

Sentir a forma proveitosa como endereçamos nossos<br />

apelos, aos caminhos que desejamos percorrer, já demonstra<br />

um passo decisivo.


A SARÇA ARDENTE – p. 178<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

Assim são todos os apelos. Há um clima de reciprocidade.<br />

A pergunta terá sempre a resposta adequada, nos moldes<br />

em que foi realizada.<br />

Se não há, ainda, o resultado desses apelos, nos<br />

variados momentos da vida, é porque foram feitos sem a<br />

força que alcança o objetivo, a fim de obter o retorno.


A SARÇA ARDENTE – p. 179<br />

<strong>Fernando</strong> <strong>Pinheiro</strong><br />

HÁ sempre um significado envolvido no sorriso das<br />

pessoas que nos chegam para alegrar o nosso viver.<br />

Parece simples um olhar ingênuo. Mas, atrás dele há<br />

um convite que nos estimula a indagar de sua finalidade.<br />

O enigma é, apenas, aparente. A aproximação que temos<br />

para com estes entes amados vai, aos poucos, dissipando<br />

a dúvida e a incerteza dos encontros que o destino nos<br />

brindou.<br />

É importante acompanhar os gestos espontâneos que<br />

nos chegam nos sorrisos que desabrocham à nossa frente.<br />

Em cada um deles, há o sentimento revelado no<br />

momento. E, no decorrer dos dias, a sucessão das revelações<br />

toca–nos o coração de variadas formas.<br />

Na demonstração espontânea dos gestos íntimos, há<br />

sempre uma doação que nos marca por dentro.<br />

Independentemente das condições sociais, a recíproca é<br />

sempre a resposta adequada.<br />

O receio em corresponder a esses gestos é em<br />

decorrência, muitas vezes, do estado civil que limita os<br />

sorrisos ao respectivo parceiro.<br />

Os amores possuem ligações escondidas que os<br />

estimulam ao sorriso e á alegria, sem que haja nenhuma<br />

desaprovação nos planos de luz.<br />

Os homens, acostumados aos preconceitos da união<br />

física, desconhecem as conveniências de um amor verdadeiro,<br />

fora dos recintos fechados.<br />

Desprendamos de nosso íntimo a emoção que sentimos<br />

quando recebemos sorrisos que nos tocam a sensibilidade,<br />

retribuindo–os para que haja a satisfação nas pessoas que<br />

se doam, pensando em nós.

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