12.04.2013 Views

¥ KIT EDUCATIVO 3 - Museu Lasar Segall

¥ KIT EDUCATIVO 3 - Museu Lasar Segall

¥ KIT EDUCATIVO 3 - Museu Lasar Segall

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MATERIAL DIDÁTICO<br />

ÁREA DE AÇÃO EDUCATIVA<br />

MUSEU LASAR SEGALL<br />

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E<br />

ARTÍSTICO NACIONAL - IPHAN<br />

MINISTÉRIO DA CULTURA - MinC<br />

2005<br />

1


2<br />

APOIO:<br />

ÍNDICE<br />

Apresentação ........................................................................................ 4<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>: uma breve biografia.................................................................... 5<br />

Algumas notas sobre o expressionismo ............................................................ 7<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e o expressionismo .................................................................... 8<br />

Notas sobre o modernismo .......................................................................... 9<br />

Proposta de aplicação em sala de aula ............................................................ 10<br />

Lista das reproduções de obras ...................................................................... 11<br />

Lista de fotografias .................................................................................. 12<br />

Unidades didáticas<br />

Unidade didática 1 - Leitura ................................................................ 14<br />

Unidade didática 2 - Vilna e eu .............................................................. 16<br />

Unidade didática 3 - Aldeia russa .......................................................... 18<br />

Unidade didática 4 - Eternos caminhantes.................................................. 20<br />

Unidade didática 5 - Interior de pobres II .................................................. 22<br />

Unidade didática 6 - Família .............................................................. 24<br />

Unidade didática 7 - Encontro .............................................................. 26<br />

Unidade didática 8 - Menino com lagartixas................................................ 28<br />

Unidade didática 9 - Paisagem brasileira.................................................... 30<br />

Unidade didática 10 - Velho ex-escravo ...................................................... 32<br />

Unidade didática 11 - Mangue .............................................................. 34<br />

Unidade didática 12 - Os Eternos caminhantes.............................................. 36<br />

Unidade didática 13 - Casal do Mangue .................................................... 38<br />

Unidade didática 14 - Natureza-morta com três vasos de cactos .......................... 40<br />

Unidade didática 15 - Casa na floresta ...................................................... 42<br />

Unidade didática 16 - Maternidade.......................................................... 44<br />

Unidade didática 17 - Retrato de Lucy I ...................................................... 46<br />

Unidade didática 18 - Navio de emigrantes ................................................ 48<br />

Unidade didática 19 - Dois torsos inclinados ................................................ 50<br />

Unidade didática 20 - Floresta crepuscular .................................................. 52<br />

Bibliografia de referência .......................................................................... 54<br />

Créditos .............................................................................................. 55<br />

3


4<br />

APRESENTAÇÃO<br />

ESTE INSTRUMENTO TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO AUXILIAR professores na preparação de visitas à exposição de<br />

longa duração <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> – construção e poética de uma obra.<br />

A primeira edição deste Material Didático foi lançada em 1998, e agora, com apoio da Secretaria Estadual<br />

da Educação (SEE), foi possível reeditá-la, com revisões e ampliações.<br />

Este material é dirigido principalmente a professores de Artes. No entanto, professores das demais áreas,<br />

como Línguas, Literatura e História também poderão fazer uso dele, integrando-o com a obra de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>,<br />

que teve intensa participação na construção do modernismo brasileiro.<br />

O material compreende três módulos: 1. Textos históricos (<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>: uma breve biografia; Algumas notas<br />

sobre o expressionismo; <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e o expressionismo e Notas sobre o modernismo); 2. Propostas de<br />

aplicação em sala de aula e 3. Bibliografia básica de referência.<br />

Na primeira parte, antes de introduzir os textos históricos, são colocadas algumas perguntas dirigidas aos<br />

professores, para que seja feita uma reflexão anterior às leituras. Não há respostas fixas para estas questões,<br />

uma vez que seu objetivo é justamente problematizar as relações entre os textos teóricos e a prática de sala<br />

de aula. Dessa forma, busca-se fazer da leitura um gesto crítico, visando a um objetivo esclarecedor no<br />

momento da apreciação e reflexão sobre as obras.<br />

A segunda parte foi estruturada a partir de uma seleção de vinte imagens do acervo do <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>/<br />

IPHAN-MinC, que representa o percurso e a diversidade técnica e temática da obra do artista. A maioria delas<br />

compõe a mostra <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> – construção e poética de uma obra, de maneira que, ao entrar em contato com as<br />

obras originais, no momento da realização das visitas, os alunos poderão ter resultados mais profícuos.<br />

A terceira parte apresenta uma bibliografia de referência, que pode ser complementada com vasta bibliografia<br />

disponível na Biblioteca Jenny Klabin <strong>Segall</strong>, do <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>.<br />

Questões para o professor: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

1) Na sua opinião, as informações biográficas sobre um artista devem vir antes ou<br />

depois da apreciação de sua obra? Por quê?<br />

2) Até que ponto a biografia é realmente relevante para a apreciação da obra de um artista?<br />

3) Após a leitura das informações biográficas abaixo, selecione aquelas que você considerar<br />

mais relevantes para a compreensão da obra do artista.<br />

LASAR SEGALL: UMA BREVE BIOGRAFIA<br />

LASAR SEGALL NASCEU EM 1891, NA CIDADE DE VILNA, CAPITAL DA LITUÂNIA,<br />

país que na época pertencia ao Império Russo.<br />

Sua família era de origem judaica e, desde cedo, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> habituouse<br />

a uma profusão de diferentes línguas faladas em sua casa, na escola e<br />

nas ruas da cidade. Passou sua infância em um gueto - bairro especialmente<br />

destinado aos judeus - e desde então já começava a sofrer os efeitos<br />

do anti-semitismo que, mais tarde, iria dominar grande parte da Europa.<br />

Seu pai Abel <strong>Segall</strong> era escriba da Torá, o texto sagrado dos judeus, e<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> observava as páginas em que o pai copiava as letras, ambos<br />

com profundo sentido de rigor e respeito religiosos. Tudo isso, desde cedo,<br />

viria a marcar profundamente a vida do futuro artista, que sempre se destacou por sua meticulosidade.<br />

Em 1906, aos quinze anos de idade, tendo já perdido sua mãe e com as escassas possibilidades que a cidade<br />

de Vilna oferecia para seu desenvolvimento artístico, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> vai para Berlim, na Alemanha, onde cursa<br />

primeiramente a Escola de Artes Aplicadas e em seguida a Academia Imperial de Belas Artes.<br />

O aluno dificilmente consegue se adaptar ao rigor quase militar da Academia, pois suas aspirações<br />

humanistas e seu ímpeto de independência o afastam do dogmatismo secular daquela escola. O artista se<br />

desliga da Academia e, em 1910 parte para Dresden, onde encontra um ambiente artístico muito mais livre e<br />

compatível com suas percepções sobre a arte e sobre o mundo.<br />

Em Dresden, <strong>Segall</strong> é aceito como aluno-mestre e começa a produzir obras muito diferentes daquelas que<br />

vinha realizando em Berlim. Aproxima-se dos artistas que integravam o movimento expressionista, cuja origem<br />

se deu naquela cidade em 1905, a partir do grupo A Ponte [Die Brücke].<br />

Em 1912, ainda vivendo na Alemanha, <strong>Segall</strong> vem pela primeira vez ao Brasil. Alguns de seus irmãos já residiam<br />

aqui e, através deles, surge a oportunidade de expor em São Paulo e Campinas, em 1913. Essas mostras<br />

são consideradas dentre as primeiras de arte moderna realizadas no país. No final desse mesmo ano, <strong>Segall</strong><br />

volta para Dresden, passando por Paris, onde se dedica a visitar o Louvre.<br />

Em Dresden, conhece Margarete Quack, com quem se casaria em 1918. Na Primeira Guerra, os judeus são<br />

todos confinados na cidade de Meissen, mas a intervenção de um conhecido professor permite ao artista que<br />

permaneça em Dresden.<br />

Em 1917, durante a Primeira Guerra, <strong>Segall</strong> volta a Vilna para visitar sua família, onde presencia o enorme<br />

sofrimento dos habitantes da cidade destruída e as mudanças na paisagem provinciana que tinham marcado<br />

sua memória.<br />

Entre 1919 e 1922, <strong>Segall</strong> tem importante participação no movimento expressionista, realizando várias<br />

exposições por toda a Alemanha. Desde essa época, no entanto, já se percebiam algumas diferenças entre<br />

sua pintura e a de outros expressionistas, sendo as obras de <strong>Segall</strong> mais marcadas pelo lirismo e por um<br />

5


6<br />

esforço constante de denúncia social pautada pela compaixão humanista.<br />

No final de 1923, emigra para o Brasil, fixando-se em São Paulo. Separa-se de Margarete e, em 1925, casase<br />

com Jenny Klabin, sua antiga aluna de desenho, com quem tem os filhos Mauricio e Oscar.<br />

Sua chegada ao Brasil deflagra o início de um novo momento em sua produção, marcado pela paisagem,<br />

pelos tipos humanos e pela luz tropical. “O Brasil me revelou o milagre da luz e da cor”, diz <strong>Segall</strong> mais tarde,<br />

comentando as obras desse período. Suas telas tornaram-se mais luminosas e coloridas, representando a<br />

paisagem e os tipos humanos brasileiros. O artista rapidamente trava amizade com alguns dos mais importantes<br />

modernistas brasileiros, como Mario de Andrade e Tarsila do Amaral.<br />

Em 1927, <strong>Segall</strong> naturaliza-se brasileiro e, no ano seguinte, vai para Paris, onde vive com a família até 1932.<br />

É lá que começa a fazer esculturas, linguagem a que iria se dedicar por muitos anos.<br />

Ao retornar ao Brasil, instala-se na residência concebida por seu cunhado, o arquiteto Gregori Warchavchik.<br />

A casa, no bairro de Vila Mariana, que hoje abriga o museu <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, é um projeto de arquitetura<br />

moderna, de linhas geométricas, sem as ornamentações florais ou figurativas comuns nas construções da<br />

época. Parte da mobília é desenhada pelo próprio <strong>Segall</strong>, que também se empenha no projeto e construção<br />

de seu ateliê, localizado no jardim ao lado da casa.<br />

Nesse mesmo ano de 1932, <strong>Segall</strong> é um dos fundadores da SPAM (Sociedade Pró Arte Moderna), cujo objetivo<br />

principal era divulgar a arte moderna, “com um fim altamente educativo e de esclarecimento amplo das<br />

questões contemporâneas da arte”. A SPAM promove diversas atividades culturais como exposições, palestras e<br />

concertos, além de bailes de carnaval com painéis e figurinos desenhados e confeccionados pelos próprios artistas,<br />

vários deles de autoria de <strong>Segall</strong>. A alegria das festas promovidas pela SPAM chegou a provocar reações inflamadas<br />

da parte das alas mais conservadoras da imprensa, como a seguinte declaração, feita pelo jornalista José<br />

Bonifácio de Souza Amaral no artigo Os fins secretos da Spamolândia:“Da obscuridade do meu reduto de jornalista,<br />

ergo um brado reacionário e intimorato porque ainda creio em Deus, creio na Pátria, creio na Família e creio<br />

na suprema força de costumes”. Além desse tipo de conservadorismo, <strong>Segall</strong> também foi alvo de alguns ataques<br />

anti-semitas como pertencente da Sociedade, o que, entre outras coisas, ocasionou sua saída em 1934.<br />

Em 1935, <strong>Segall</strong> inicia duas séries de trabalhos: as paisagens de Campos de Jordão e os retratos da pintora Lucy<br />

Citti Ferreira. Paralelamente, dedica-se aos grandes temas universais, que se tornam ainda mais veementes com<br />

o início da Segunda Guerra. É a época das pinturas Pogrom (1937), Navio de Emigrantes (1939/41) e Guerra(1942).<br />

Na década de 1950, <strong>Segall</strong> retoma alguns dos temas já trabalhados anteriormente. As pinturas da série<br />

erradias referem-se ao tema da prostituição, já abordado na série de desenhos e gravuras sobre o Mangue,<br />

dos anos 1920. O conjunto de trabalhos sobre as florestas representa a paisagem de Campos do Jordão e as<br />

favelas retomam a paisagem do Rio de Janeiro.<br />

Durante sua trajetória artística, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> realiza várias exposições individuais no Brasil, Estados Unidos,<br />

Alemanha, Itália e França. É homenageado com sala especial pela Bienal de São Paulo, na primeira e na terceira<br />

edições; na quarta e na quinta Bienal recebe homenagens póstumas. Também se destacam a sala especial<br />

a ele dedicada na XXIX Bienal de Veneza, em 1958, e a exposição no <strong>Museu</strong> de Arte Moderna de Paris, em 1959.<br />

Em agosto de 1957, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> falece em sua residência em São Paulo. Jenny Klabin <strong>Segall</strong> idealiza um<br />

museu em homenagem ao marido. Após sua morte, em 1967, seus filhos criam o <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, no local<br />

da antiga residência e ateliê do artista.<br />

Questões para o professor: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

1) Na sua opinião, qual é a importância e quais podem ser os problemas de se conhecer as<br />

características de um movimento artístico?<br />

2) É possível afirmar que os movimentos artísticos são conseqüência dos acontecimentos históricos?<br />

E o inverso?<br />

3) Como se explica o surgimento de tantas vanguardas simultâneas na Europa do início do século XX?<br />

ALGUMAS NOTAS SOBRE O EXPRESSIONISMO<br />

“O Expressionismo está vinculado ao que a terra, a vida e o homem contêm de essencial<br />

e não pode entregar-se a um jogo abstrato de formas que os separe da existência terrestre.<br />

Faz parte da humanidade e da vida e procura instintivamente o ‘humano’ na arte.”<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

O TERMO EXPRESSIONISMO SURGIU NA ALEMANHA, NO INÍCIO DO SÉCULO XX,para designar a arte que resulta não<br />

diretamente da observação da natureza, como o Impressionismo, mas de reações subjetivas à realidade. “A<br />

linha diluída e a atmosfera fluida não satisfazem mais as necessidades de expressão psicológica e dramaticidade”,<br />

segundo as palavras de Claudia Valadão de Mattos, e, em lugar dela, são utilizados a distorção e o<br />

exagero cromático e linear, para a expressão de sentimentos como a dor, o medo e “as terríveis paixões do<br />

homem”, segundo dizia Van Gogh.<br />

Se antes da Primeira Guerra o Expressionismo pode ser definido como uma vanguarda interessada na<br />

superação das idéias de objetividade e observação, próprias do Impressionismo, buscando em seu lugar formas<br />

mais diretamente vinculadas à expressividade e à abstração e retomando as formas de culturas primitivas,<br />

depois da guerra há uma geração também preocupada com o engajamento político e social da arte.<br />

O movimento expressionista alemão, nas artes plásticas, se inicia em 1905, em Dresden, com o grupo<br />

A Ponte (Die Brücke) e inclui diversas outras tendências, como O Cavaleiro Azul (Blaue Reiter) e a Nova Objetividade<br />

(Neue Sachlichkeit). O pintor Franz Marc dava a esses grupos o nome de “selvagens”, pois não se<br />

adaptavam à ordem estabelecida, à idéia do belo na arte, à técnica pela técnica, típicas do bom gosto<br />

pequeno-burguês. Essa inadaptação justifica, entre outras coisas, o clima constante de ironia, quando não<br />

escárnio, nas obras expressionistas. Os artistas pertencentes ao grupo A Ponte são influenciados por pintores<br />

como Van Gogh, Cézanne e Munch, considerados como precursores do Expressionismo, e também<br />

pela arte primitiva da África e da Oceania. Demonstram assim seu interesse pelo primitivo e pelo exótico<br />

e procuram ressaltar os valores emocionais através de cores gritantes, do uso de planos e linhas tensas e<br />

da simplificação de formas.<br />

Na mesma época, os fovistas franceses (fauves,em francês, significa feras, animais selvagens) cujo mentor<br />

é Henri Matisse, pintam empregando cores fortes e desprezando as formas da natureza.<br />

O grupo O Cavaleiro Azul, fundado em Munique, em 1911, por Wassily Kandinsky, Franz Marc e Paul Klee,<br />

marcados pelo fovismo, também rejeita as regras tradicionais da pintura. O programa dá nova ênfase à arte<br />

infantil, às formas abstratas e aos aspectos simbólicos da linha e da cor. O grupo dispersa-se em 1914.<br />

Durante os anos 1920, na Alemanha, uma nova tendência, chamada Nova Objetividade, reage às distorções<br />

exploradas pelos primeiros expressionistas, propondo uma maneira mais objetiva de encarar a situação<br />

política e economicamente conturbada da época. Desenvolve-se um estilo claro e impiedoso, atento aos<br />

detalhes, que dá ênfase aos aspectos grotescos e satíricos da realidade.<br />

7


8<br />

O crítico de arte E. H. Gombrich afirma que o termo Expressionismo pode não ter sido uma escolha feliz,<br />

pois sabemos que há expressão em tudo o que se faz, mas a palavra torna-se um rótulo conveniente por seu<br />

contraste com o termo Impressionismo, ao qual o Expressionismo se opõe.<br />

O Expressionismo marcou o modernismo brasileiro, principalmente a partir da exposição de Anita<br />

Malfatti, realizada em São Paulo, em 1917. Diversos artistas, como Osvaldo Goeldi (1895-1961), Lívio Abramo<br />

(1903-1992) e Candido Portinari (1903-1962) também foram influenciados pelo Expressionismo.<br />

LASAR SEGALL E O EXPRESSIONISMO<br />

“Falar em expressionismo sóbrio significa, por certo, incorrer num paradoxo.<br />

No entanto, é essa a sensação que a obra de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> termina por afirmar”.<br />

Rodrigo Naves<br />

LASAR SEGALL FAZ SUA FORMAÇÃO NA ALEMANHA, ENTRE OS ANOS DE 1905 E 1923.Esse período é fortemente<br />

marcado pelo Expressionismo, a mais importante manifestação das vanguardas germânicas contra o conservadorismo<br />

das academias de arte.<br />

Desde logo, <strong>Segall</strong> se identifica com os princípios expressionistas. Ele rejeita os padrões acadêmicos de<br />

‘harmonia’ e ‘beleza’, para realçar, “com a distorção deliberada do traço, o sofrimento e a pobreza, a violência<br />

e a paixão”, como escreve Celso Lafer. O mesmo autor assinala também que os propósitos pacifistas e humanitários<br />

do artista “acharam na técnica da deformação que caracterizou o Expressionismo como movimento<br />

artístico, um meio de exprimir os duros fatos da existência humana no século XX, para articular, assim, uma<br />

arte de protesto.”<br />

Entretanto, mesmo afinado com a estética expressionista, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> introduz algumas diferenças que<br />

o singularizam. “As superfícies e formas articuladas meticulosamente por pinceladas sutis e transparentes<br />

mostram uma perseverança que a irrascibilidade expressionista dificilmente haveria de tolerar”, como diz o<br />

crítico Rodrigo Naves. O próprio artista chegou a denominar seu trabalho como “expressionismo construtivo”,<br />

já que, segundo diz,“meu expressionismo sempre teve uma estruturação mais firme e definida que a de<br />

meus colegas, os quais tendem mais para a dissolução das formas”.<br />

Vários críticos interpretaram o expressionismo bastante particular de <strong>Segall</strong>, dando destaque à sua arte<br />

impregnada dos problemas humanos. Germain Bazin escreveu sobre o artista em 1946:“Pintor do sofrimento<br />

humano, exprime este sofrimento pela resignação.”; Herbert Read disse que <strong>Segall</strong> “é o grande pintor cuja<br />

preocupação principal foi retratar o destino trágico da humanidade.”; Waldemar George escreveu: <strong>Segall</strong> “não<br />

pinta para colorir uma superfície, para decorá-la ou para organizá-la. Cumpre um destino.”; e Jorge Amado:<br />

“Para este homem sua arte era mais importante do que tudo e ele bem sabia que uma arte é poderosa e imortal<br />

quando cresce em função do povo.” Em “Arte para Quê”, Aracy Amaral ressalta que a problemática humana<br />

foi uma constante na obra de <strong>Segall</strong> e que “após um breve namoro com a luminosidade tropical visível em<br />

obras como Menino com lagartixas e Bananal, <strong>Segall</strong> retorna a sua habitual temática do drama social”.<br />

Questões para o professor: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

1) O que você conhece sobre as relações mantidas entre o Modernismo brasileiro<br />

e as vanguardas européias?<br />

2) Quais são as características especificamente nacionais do modernismo brasileiro?<br />

3) Após a observação dos trabalhos de <strong>Segall</strong>, verifique de que forma seu trabalho se<br />

modificou após sua primeira viagem ao Brasil e, em seguida, após sua imigração definitiva.<br />

NOTAS SOBRE O MODERNISMO<br />

COSTUMA-SE DATAR O INÍCIO DO MODERNISMO NO BRASIL A PARTIR DA SEMANA DE ARTE MODERNA,ocorrida no Teatro Municipal de<br />

São Paulo, em fevereiro de 1922. Na realidade, o movimento já vinha sendo elaborado, pelo menos desde a conhecida<br />

exposição de Anita Malfatti, em 1917 e, alguns dizem, desde a exposição de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, realizada em São Paulo,<br />

em 1913. O fato é que em 1922, um grupo de intelectuais e artistas inconformados com o conservadorismo então<br />

vigente em todas as formas de expressão artística e cultural do país e que se mantinha, ao mesmo tempo, muito<br />

informado sobre as vanguardas que aconteciam na Europa, reuniu-se e realizou a Semana de Arte Moderna. Os<br />

principais pressupostos do modernismo então nascente no Brasil, podem ser sintetizados a partir da busca de uma<br />

linguagem mais autenticamente nacional, da incorporação das inovações estéticas das vanguardas européias e do<br />

desejo de democratização da arte e da cultura. Entretanto, a valorização de manifestações populares como o folclore,o<br />

circo, as canções e a fala do povo, não deveria restringir-se a uma concepção idealizada e xenófoba, mas, ao contrário,<br />

deveria acolher transformações e novidades de várias outras culturas. Trata-se da conhecida antropofagia.<br />

Mistura do nacional e do estrangeiro, do novo e do velho, do popular e do erudito, do simples e do complexo.<br />

Todas estas inovações ocorreram em praticamente todos os campos das artes e da cultura:na literatura,nas artes<br />

visuais, na música, na dança, no teatro e até mesmo nos estudos etnográficos e antropológicos. Vários manifestos e<br />

publicações foram produzidos naquele período, à moda dos manifestos futuristas, cubistas e expressionistas que<br />

vinham ocorrendo na Europa: a apresentação da Revista Klaxon (Mário de Andrade, 1922), o Manifesto da Poesia Pau-<br />

Brasil (Oswald de Andrade, 1924) e o Manifesto Antropófago (Oswald de Andrade, 1928), são alguns exemplos dentre<br />

vários outros. Paralelamente, foram surgindo divisões dentro do próprio movimento com manifestos como o<br />

Nhengaçu Verde Amarelo (Plínio Salgado e Menotti Del Picchia, 1929) e o Manifesto Regionalista (1926).<br />

Nas artes plásticas destacam-se nomes como os de Anita Malfatti (1889-1964), Tarsila do Amaral (1886-<br />

1973) e Victor Brecheret (1894-1955). <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> manteve fortes vínculos de amizade com vários modernistas,<br />

particularmente com Mario de Andrade (1893-1945). Além disso, o pintor também partilhava em grande<br />

parte do programa estético e cultural adotado pelo grupo.<br />

<strong>Segall</strong> também manteve contato, quando de sua chegada ao Brasil, em 1923, com algumas personalidades<br />

da sociedade paulistana que apoiavam o movimento modernista, tais como Paulo Prado (1869-1943), José<br />

de Freitas Valle (1870-1958) e Olívia Guedes Penteado (1872-1934).<br />

Nas décadas de 1930 e 1940, uma segunda geração de artistas segue conquistando espaços para a arte moderna<br />

em São Paulo, através da criação de sociedades como o CAM (Clube dos Artistas Modernos), a SPAM (Sociedade<br />

pró Arte Moderna), que teve grande participação de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e de mostras representativas (Exposições da Família<br />

Artística Paulista, Salões de Maio, Salões dos Sindicatos dos Artistas Plásticos de São Paulo, etc.) que ajudaram a fortalecer<br />

o movimento e a configurar os artistas modernos como uma coletividade. A fundação do <strong>Museu</strong> de Arte<br />

Moderna de São Paulo, em 1948, é um marco no processo de aproximação da arte moderna com o grande público.<br />

PROPOSTAS DE APLICAÇÃO EM SALA DE AULA<br />

9


10<br />

PARA ESTE MATERIAL DIDÁTICO FOI FEITA UMA SELEÇÃO DE VINTE OBRAS DE LASAR SEGALL, reproduzidas em papel,<br />

que estão apresentadas em seqüência cronológica. No entanto, não é necessário que o professor as utilize<br />

nessa ordem, nem que todas as imagens sejam trabalhadas ao mesmo tempo.<br />

As propostas de aplicação em sala de aula apresentam uma unidade didática para cada imagem, estruturada<br />

em quatro itens: apreciação, contextualização, reflexão/discussão e atividades.<br />

O item apreciação apresenta algumas sugestões de perguntas, que visam ampliar a capacidade dos alunos<br />

de descrever, analisar, interpretar e julgar imagens, em diversos contextos. O professor deve utilizá-las como<br />

ponto de partida e orientar a discussão, sempre tomando as respostas como apoio para a elaboração de<br />

questões mais complexas, que serão fundamentais para uma leitura mais aprofundada da imagem.<br />

O item contextualização apresenta informações que situam a importância da obra analisada no contexto<br />

de época e de vida de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. Muitas destas informações podem ser aprofundadas nos textos <strong>Lasar</strong><br />

<strong>Segall</strong>: uma breve biografia, Algumas notas sobre o expressionismo, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e o expressionismo e Notas sobre<br />

o modernismo.<br />

O item reflexão/discussão apresenta informações que possibilitam um exercício verbal de análise, reflexão<br />

e construção de idéias sobre conteúdos e temas relativos à obra e suas possíveis associações com aspectos<br />

estéticos que estariam sendo experimentados e compartilhados pelo grupo, durante a atividade.<br />

O item atividades é composto por idéias que envolvem o fazer artístico, gerando uma produção por intermédio<br />

da qual os professores podem avaliar se os conteúdos foram aprendidos. Aqui há também propostas<br />

de elaboração de textos analíticos ou poéticos que, em alguns casos, poderiam estar situados nos itens de<br />

contextualização ou reflexão/discussão, dependendo da maneira como o professor quiser inseri-los.<br />

As idéias aqui apresentadas poderão ser alteradas e ampliadas, de acordo com os interesses e faixa etária<br />

dos alunos, e segundo as necessidades de cada professor em adaptá-las às suas realidades.<br />

LISTA DAS REPRODUÇÕES DE OBRAS<br />

Imagem 1<br />

Leitura,c.1910.<br />

Pintura a óleo sobre papelão,<br />

66 x 56 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 2<br />

Vilna e eu,1910 (?).<br />

Litografia, 40 x 27,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 3<br />

Aldeia russa,1912 (?).<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

62,5 x 80,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 4<br />

Eternos caminhantes,1919.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

138 x 184 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 5<br />

Interior de pobres II,1921.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

140 x 173 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 6<br />

Família, 1922.<br />

Aquarela, 44,8 x 43,7 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 7<br />

Encontro,1924.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

66 x 54 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 8<br />

Menino com lagartixas,1924.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

98 x 61 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 9<br />

Paisagem brasileira,1925.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

64 x 54 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 10<br />

Velho ex-escravo,1925.<br />

Grafite, 43,8 x 33,8 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 11<br />

Mangue,1927.<br />

Ponta-seca, 28 x 32,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 12<br />

Os Eternos caminhantes,1929.<br />

Relevo em gesso policromado,<br />

39 x 55,5 x 7 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 13<br />

Casal do mangue,1929.<br />

Xilogravura, 24 x 18 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 14<br />

Natureza-morta com<br />

três vasos de cactos, 1929.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

47 x 40 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 15<br />

Casa na floresta,1931.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

52,5 x 56,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 16<br />

Maternidade,1931.<br />

Pintura a óleo sobre tela,<br />

54 x 73 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 17<br />

Retrato de lucy I, 1935.<br />

Pintura a óleo com areia sobre<br />

tela, 36 x 28 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 18<br />

Navio de emigrantes,1939/41.<br />

Pintura a óleo com areia<br />

sobre tela, 230 x 275 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 19<br />

Dois torsos inclinados,1943.<br />

Mármore cinza, 55 x 50 x 52,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Imagem 20<br />

Floresta crepuscular,1956.<br />

Pintura a óleo com areia<br />

sobre tela, 131 x 97,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

11


12<br />

LISTA DE FOTOGRAFIAS<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, com 5 anos de idade,<br />

entre seus pais e irmãos.<br />

Vilna, 1896.<br />

Fotógrafo não identificado.<br />

Arquivo Fotográfico <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> em seu ateliê pintando Lucy.<br />

São Paulo, 1947.<br />

Fotógrafo não identificado.<br />

Arquivo Fotográfico <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, com cerca de 29 anos de idade.<br />

Local não identificado, por volta de 1920.<br />

Fotógrafo não identificado.<br />

Arquivo Fotográfico <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, com sua esposa Jenny Klabin <strong>Segall</strong><br />

e seus filhos Mauricio e Oscar.Paris, 1931.<br />

Fotógrafo não identificado.<br />

Arquivo Fotográfico <strong>Lasar</strong> Segal<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> pintando Navio de emigrantes em seu ateliê.<br />

São Paulo, 1939/1941.<br />

Fotografia de Hildegard Rosenthal.<br />

Arquivo Fotográfico <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

13


UNIDADE DIDÁTICA 1<br />

14<br />

APRECIAÇÃO<br />

Olhe atentamente para esta imagem e peça aos alunos que descrevam o que estão vendo.<br />

Sem apresentar o título da obra, pergunte o que esta pessoa está fazendo.<br />

Como são as pinceladas?<br />

De onde vem a luz?<br />

Como é a textura?<br />

As cores são homogêneas?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta pintura foi elaborada no período em que <strong>Segall</strong> vivia em Berlim, e pintava sob a influência de artistas como<br />

Max Liebermann, cuja orientação era impressionista e mais voltada aos temas sociais.<br />

O Impressionismo foi o primeiro grande movimento de arte moderna. Antes de seu surgimento, dominava a<br />

estética conservadora proposta pelas academias de Arte. A Arte Acadêmica privilegiava os modelos da Arte<br />

Clássica - os alunos copiavam, por exemplo, modelos em gesso de esculturas famosas. O tratamento dos<br />

assuntos - retratos, naturezas-mortas, cenas de batalha e etc. - buscava o ideal ilusionista, onde as representações<br />

poderiam ser confundidas com fotografias.<br />

Embora também partissem da observação da natureza, os artistas impressionistas romperam com estes<br />

padrões, e transformaram a pintura “lisa” das academias numa pintura de pequenas pinceladas múltiplas e<br />

fragmentadas. Com essa técnica realizaram paisagens que estudavam as mudanças de luz, nos diversos<br />

momentos do dia.<br />

Ao invés de misturar as cores homogeneamente na palheta, os impressionistas pintavam com pinceladas<br />

multicoloridas, que reproduziriam a decomposição da luz, e que seriam “misturadas” pelo olho humano a<br />

longa distância. Seus temas preferidos eram cenas do cotidiano e paisagens.<br />

A primeira exposição impressionista ocorreu em Paris, em 1874. O líder do Movimento era Claude Monet<br />

(1840-1926). Entre seus contemporâneos destacam-se Camile Pissaro (1831-1903), Alfred Sisley (1839-1899),<br />

Pierre Auguste Renoir (1841-1919).<br />

Leitura foi exposta na primeira exposição de <strong>Segall</strong> no Brasil, em 1913, em São Paulo e Campinas.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Leitura,c.1910.<br />

Pintura a óleo sobre papelão, 66 x 56 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

Compare as pinceladas e a textura deste retrato com as do quadro Encontro, de 1924 (Imagem 7).<br />

Em qual deles a pintura é mais lisa?<br />

Qual a mais texturizada?<br />

Em qual delas é possível identificar de onde vem o foco de luz?<br />

Qual é feito segundo uma orientação impressionista?<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que construam uma imagem com os elementos da poética impressionista, utilizando guache,<br />

ou qualquer tinta semelhante, sobre papel ou qualquer outro suporte encorpado, como por exemplo,<br />

canson, cartolina, sulfite grosso, tela.<br />

•Peça aos alunos que façam uma cena do próprio cotidiano utilizando as orientações impressionistas.<br />

•Peça que construam, individualmente ou em grupo, uma cena tridimensional do cotidiano e depois transformem-na<br />

numa pintura impressionista bidimensional.<br />

15


UNIDADE DIDÁTICA 2<br />

16<br />

Vilna e eu, 1910.<br />

Litografia, 40 x 27,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta cena e descrevam o que estão vendo.<br />

Quem é a pessoa na frente da imagem?<br />

Por que ela está na frente?<br />

Como é a expressão da pessoa?<br />

Quem está do lado esquerdo?<br />

Como é a cidade representada?<br />

O que há no meio da imagem?<br />

E do lado esquerdo, além do personagem em tamanho pequeno?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Nesta litografia de 1920, o forte contraste entre o preto e o branco, as zonas de luz e sombra, a expressão dura<br />

do auto-retrato e o pequeno personagem à esquerda compõem uma imagem tipicamente expressionista,<br />

da época em que o pintor viveu em Dresden.<br />

A litografia é uma técnica de gravura feita sobre uma placa de pedra calcária plana e regular. A imagem é desenhada<br />

na pedra com lápis ou tinta gordurosos. Após o desenho, a pedra é preparada a partir de um processo<br />

químico que estabiliza as partes desenhadas para a impressão. Em seguida, a pedra é entintada úmida, em um<br />

processo baseado na repulsão da gordura e da água em que apenas as partes desenhadas absorvem a tinta.<br />

A imagem entintada na pedra é impressa sobre papel utilizando-se uma prensa litográfica.<br />

Como técnica de gravura, a litografia é uma das formas que oferecem maiores possibilidades cromáticas,<br />

permitindo tons que vão do preto intenso ao cinza mais delicado. Ela também permite a simulação dos efeitos<br />

do lápis, caneta ou do crayon. As gravuras se diferenciam das pinturas, entre outras razões, justamente<br />

por não serem objetos únicos, embora ainda muito longe da técnica da fotografia, em que a reprodutibilidade<br />

é praticamente infinita.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Como o forte contraste de tons na imagem se relaciona com a expressão do personagem central?<br />

Como seria essa imagem, se tivesse sido pintada ou desenhada?<br />

Há semelhanças entre o rosto do personagem e a cidade atrás dele? Por quê?<br />

Quem é o personagem à esquerda e por que ele é tão pequeno?<br />

Quais são as características expressionistas dessa imagem?<br />

É possível conhecer uma cidade a partir de seus telhados?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça aos alunos que busquem alguma lembrança marcante de sua infância<br />

e criem alguma imagem que misture o seu passado e o presente.<br />

•Compare o formato dos telhados dessa imagem com os telhados da tela Aldeia<br />

russa e com os telhados que se encontram nessa foto de Vilna. Em seguida, faça<br />

um desenho destacando os telhados de São Paulo, com suas cores, suas características,<br />

sua “personalidade”.<br />

17


UNIDADE DIDÁTICA 3<br />

18<br />

Aldeia russa, 1912.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 62,5 x 80,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

O que estas pessoas estão fazendo?<br />

Qual é a posição das pessoas?<br />

Como são as formas? Orgânicas ou geométricas?<br />

Que formas geométricas predominam?<br />

Como são as pinceladas?<br />

Como é a textura?<br />

As cores são uniformes?<br />

Qual é o clima entre as pessoas?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta é a tela que inaugura a fase da triangulação expressionista na obra de <strong>Segall</strong>. Não há mais nenhum resquício<br />

da influência impressionista que marcou sua pintura de 1909 a 1912.<br />

Em 1910, <strong>Segall</strong> havia se mudado de Berlim para Dresden. É em contato com o ambiente de Dresden que a<br />

produção de <strong>Segall</strong> passa a identificar-se com o Expressionismo. Veja a Imagem 01 e os textos Algumas notas<br />

sobre o expressionismo e <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e o expressionismo.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Qual é a diferença entre as formas orgânicas da natureza e as formas geométricas criadas pelo Homem?<br />

Se as figuras humanas estão representadas como figuras geométricas, como podemos saber que são figuras<br />

humanas, se na natureza elas não são assim?<br />

Na sua opinião, por que os artistas podem fazer imagens deste tipo?<br />

Nesta pintura, <strong>Segall</strong> utilizou alguns recursos para dar uma sensação de dinamismo e movimento.<br />

Como a imagem deveria ter sido feita ou como as figuras deveriam ter sido colocadas para não dar esta<br />

sensação de movimento?<br />

ATIVIDADE<br />

• Peça aos estudantes para dividir uma folha ao meio e criar dois espaços. No primeiro, peça para criarem<br />

uma imagem em movimento, e no segundo uma imagem estática.<br />

19


UNIDADE DIDÁTICA 4<br />

20<br />

Eternos caminhantes,1919.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 138 x 184 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para a reprodução e descrevam o que estão vendo.<br />

O que estas pessoas estão fazendo?<br />

Em que posição estão?<br />

Estão equilibradas no chão?<br />

Que formas geométricas predominam?<br />

De que cor é o fundo?<br />

Quais são as cores das pessoas?<br />

O que há de semelhante entre as figuras?<br />

Quais são as diferenças?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> era judeu, nasceu em Vilna, o centro da cultura judaica européia. Lá existiam escolas para formação<br />

de rabinos e de estudos religiosos. <strong>Segall</strong> tinha muita identidade com os temas judaicos.<br />

Retratava os judeus em oração ou nas ruas de Vilna.<br />

Eternos caminhantes é um termo que se refere à natureza nômade do povo judeu que, por razões históricas,<br />

esteve sempre se deslocando, emigrando de seus países para outros. <strong>Segall</strong> mesmo era emigrante. Saiu de<br />

sua cidade natal em 1906 e nunca mais viveu lá.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Qual seria o sentido do termo “eternos caminhantes”?<br />

As figuras parecem estar caminhando ou parecem paradas?<br />

Esta imagem se refere à origem e mudança de destino das pessoas. Peça aos alunos que falem a origem geográfica,<br />

social, profissional, cultural de seus pais e avós, bisavós ou de um outro membro de sua família.<br />

Por que é importante que um povo tenha sua história expressa e documentada por intermédio da arte?<br />

Quantas nacionalidades você conhece entre os imigrantes que vivem no Brasil?<br />

Quantos tipos de imigrantes você conhece? E de emigrantes?<br />

Nesta classe qual é a origem das famílias?<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que desenvolvam uma pesquisa sobre a origem de suas famílias. De que países vieram seus<br />

antepassados? Como era a vida antes da viagem? Como eram os hábitos, a alimentação, a língua? Conseguiram<br />

preservar seus objetos pessoais, fotos, documentos? Peça que recolham estes vestígios e também<br />

as recordações e depoimentos para formar a memória de suas famílias.<br />

•Depois desta coleta, peça que organizem uma mostra na escola a partir da pesquisa.<br />

21


UNIDADE DIDÁTICA 5<br />

22<br />

Interior de pobres II,1921.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 140 x 173 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e que criem uma história sobre o que eles imaginam<br />

estar acontecendo.<br />

Faça perguntas como as sugeridas abaixo e outras que você julgue necessárias para explorar todos os<br />

campos da pintura.<br />

Qual seria a relação entre as pessoas nesta pintura?<br />

Observe a figura masculina de chapéu. Para onde ele está olhando? Como são seus olhos? E a boca?<br />

Em que posição ele está?<br />

Quais são os objetos que estão à sua frente? O que eles podem representar?<br />

Faça a mesma observação em relação às outras pessoas da pintura.<br />

O que há de semelhante entre as pessoas? E quais são as diferenças entre elas?<br />

O que há no centro do quadro?<br />

O que há sobre a mesa? O que estes objetos podem simbolizar?<br />

Qual é a cor predominante da pintura?<br />

Para onde as linhas das tábuas do chão conduzem o olhar?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta pintura foi realizada por <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, em 1921, em Dresden, na Alemanha, onde vivia desde 1910.<br />

Nos anos 20, <strong>Segall</strong> pintava a realidade social de maneira mais crítica, influenciado por artistas ligados a vertente<br />

do movimento expressionista chamada Nova Objetividade que apresentava pinturas, desenhos e gravuras<br />

pormenorizados, altamente realistas, exprimindo suas desilusões com a realidade social.<br />

O termo Nova Objetividade foi inventado na Alemanha em 1923, para descrever as pinturas de Max Beckman,<br />

Otto Dix e George Grosz. O termo realismo mágico também era utilizado para descrever as obras destes<br />

artistas. Pinturas e desenhos satíricos nítidos, por vezes grotescos, que exprimem desilusão e constituem<br />

uma forma de realismo social, são características desses artistas que reagiam contra a violenta distorção de<br />

outros expressionistas. Houve uma exposição com este nome em 1925.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

•Peça aos alunos que discutam o que há de particular e o que há de universal nessa obra.<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça para que eles façam um desenho ou uma pintura que represente uma cena de impacto social.<br />

23


UNIDADE DIDÁTICA 6<br />

24<br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Qual é a expressão predominante nos olhares das pessoas?<br />

O que elas estão fazendo?<br />

Qual é a atmosfera que se estabelece entre as três pessoas?<br />

E entre as pessoas e o espectador?<br />

Quais são os recursos técnicos de pintura que reforçam as expressões das pessoas?<br />

As cores dos rostos são iguais?<br />

Há algum recurso geométrico na pintura?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Família, 1922.<br />

Aquarela, 44,8 x 43,7 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

A família retratada no quadro é a própria família de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. Mas mesmo tendo sido pintada em 1922, a aquarela<br />

remete a um período anterior a 1905, quando sua mãe faleceu. Embora o rosto da figura central seja o de uma<br />

criança, pode-se observar que suas feições são as de um adulto, no caso, o próprio <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. Nessa imagem pode<br />

ser observada a estrutura triangular que o pintor também utiliza nos dois relevos com o mesmo nome, um em gesso<br />

policromado e outro em bronze, em 1934.<br />

A aquarela é uma técnica de pintura em que se utiliza tinta translúcida, cuja diluição é feita em água e cuja<br />

aplicação é geralmente sobre papel. O efeito provocado pela aquarela é diferente daquele causado por tinta<br />

a óleo ou por tinta guache; não há tanto volume, as cores são mais opacas e, conseqüentemente, o resultado<br />

expressivo é mais suave, por vezes lembrando até uma atmosfera infantil. A aquarela é utilizada há milênios,<br />

já tendo sido empregada no Egito antigo, em pinturas orientais sobre papel de seda e de arroz e nas iluminuras<br />

da Europa medieval.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Como é possível saber que se trata de uma aquarela e não de uma pintura a óleo?<br />

Por que as cores dos rostos são tão diferentes?<br />

As figuras estão paradas ou em movimento? Por quê?<br />

Compare esta pintura com os relevos sobre o mesmo tema. Há diferenças na expressão?<br />

Repare que o rosto da criança não é um rosto infantil. Por quê?<br />

ATIVIDADE<br />

•Divida a classe em grupos e oriente um grupo a desenvolver o retrato da própria família, e o outro a fazer<br />

uma família imaginária. Em seguida peça para observarem as diferenças.<br />

•Peça aos alunos que façam uma seleção de fotos antigas da família e localizem diferentes expressões nos<br />

rostos das pessoas. Peça a eles que façam um desenho ou uma colagem montando um auto-retrato com<br />

várias expressões do próprio rosto.<br />

25


UNIDADE DIDÁTICA 7<br />

26<br />

Encontro,1924.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 66 x 54 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Que lugar é este?<br />

Quantas pessoas você vê?<br />

Para onde estão olhando?<br />

O que estão fazendo?<br />

Observe a mulher: Qual é a sua posição?<br />

Como são seus olhos?<br />

Para onde está olhando?<br />

Como está sua boca?<br />

Qual a cor do seu cabelo e pele?<br />

O que ela parece estar fazendo e pensando?<br />

Observe o homem e compare com a foto 2: Qual é a posição do homem?<br />

Como é o seu rosto?<br />

Que idade aparenta ter?<br />

Que roupa ele está usando?<br />

Quais as diferenças entre o homem da fotografia e o da pintura?<br />

Você acha que <strong>Segall</strong> utilizou esta sua foto para fazer a pintura?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta pintura marca o encontro de <strong>Segall</strong> com o Brasil em 1924, e faz parte da fase brasileira de sua obra.<br />

Aqui no Brasil o artista identifica-se com o negro brasileiro representando a si mesmo como tal.<br />

O retrato é um gênero de pintura muito antigo. Os egípcios já faziam retratos dos deuses e faraós, mas esse<br />

gênero tornou-se popular nos séculos XVII e XVIII. Quando não existia a fotografia, a pintura cumpria a função<br />

de documentar pessoas ilustres. Além do seu caráter artístico, um retrato pode representar também um<br />

dado momento da sociedade. Pode apenas representar os traços fisionômicos de um modelo, mas pode também<br />

revelar a personalidade das pessoas.<br />

Com o surgimento da fotografia, os artistas deixaram de se preocupar com os aspectos fisionômicos do<br />

modelo, podendo retratá-lo com formas e cores que só eram possíveis através da pintura.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Discuta com os alunos as diferenças entre um retrato feito por um fotógrafo e um retrato feito por um pintor.<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que escolham um parente próximo (pai, mãe, irmã), e façam uma lista com cinco características<br />

fisionômicas (por exemplo, magra, sobrancelha fina, alta) e cinco características pessoais (tímida,<br />

inteligente, mal humorada).<br />

•Peça aos alunos uma reprodução de fotografia deste parente para a construção de um “novo retrato” com<br />

colagem, desenho ou pintura desta pessoa; discuta com eles as transformações que podem ser feitas, que<br />

características da foto eles pretendem manter e quais pretendem modificar.<br />

27


UNIDADE DIDÁTICA 8<br />

28<br />

Menino com lagartixas, 1924.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 98 x 61cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Quem seria esta pessoa?<br />

Que parte do seu corpo pode se ver?<br />

Onde ele está?<br />

Qual a cor predominante na imagem?<br />

O que chama mais a atenção nesta pintura: as folhas, o menino ou as lagartixas?<br />

Podemos ver o céu?<br />

Está quente ou frio? Que horas serão? Manhã, tarde ou noite?<br />

Como é a expressão do menino?<br />

Por que as lagartixas são amarelas?<br />

O que as lagartixas estão fazendo?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

O Menino com Lagartixas é um dos quadros da chamada fase brasileira de <strong>Segall</strong>. Essa fase vai de cerca de 1924<br />

a 1928, período em que a pintura de <strong>Segall</strong> acusa o impacto recebido da luz tropical. No dizer de Mário de Andrade,<br />

o artista, depois de passar pelos tons ocres e acinzentados do expressionismo alemão, adota uma<br />

“palheta nova de luzes claras e cômodas”. O desenho também tem função importante nessa fase, e pode-se<br />

ver nessa tela que a linha detém-se na decoração das folhas das bananeiras, tranqüilizando a composição.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Imagine o que está atrás do bananal e qual é o papel do menino nesse lugar?<br />

Compare esta pintura com Interior de pobres II (Imagem 5) pintura da fase alemã de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>.<br />

Quais são as semelhanças e diferenças?<br />

Há alguma semelhança entre os telhados de Vilna e Eu (Imagem 2) e as folhas dos bananais?<br />

Imagine que tirássemos a imagem do rosto do menino e colocássemos em seu lugar a de um adulto.<br />

O fundo seria adequado? Por quê?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça para que os alunos escrevam uma redação relatando como seria um dia da vida deste menino: como<br />

seria a sua rotina, a sua família, a sua casa? Do que ele gosta de brincar?<br />

•Peça aos alunos para construírem um retrato de menino, onde o fundo ajude a revelar o tipo de vida que<br />

vive. Como seria, por exemplo, o retrato de um menino que mora na cidade?<br />

•Peça aos alunos que decalquem a figura do menino e coloquem outro fundo e vice-versa.<br />

29


UNIDADE DIDÁTICA 9<br />

30<br />

Paisagem brasileira, 1925.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 64 x 54 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>.<br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Esta paisagem é urbana ou rural?<br />

Como as casas estão distribuídas nesta paisagem?<br />

Qual é a forma das casas?<br />

Quais são as cores predominantes das casas?<br />

Como é a forma das montanhas na parte superior?<br />

De que cores são?<br />

O que há no canto superior direito acima das montanhas?<br />

Quantas pessoas há nesta cena?<br />

Quantos animais?<br />

Quantas árvores ou plantas é possível identificar?<br />

São todas do mesmo formato?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta pintura é uma paisagem e faz parte da Fase Brasileira.<br />

Paisagem é um gênero de pintura, desenho ou fotografia que representa um lugar ao ar livre. Uma paisagem<br />

pode ser rural (do campo), urbana (da cidade) ou marinha (de cenas de mar e praia). <strong>Segall</strong> fez paisagens ao<br />

longo de toda a sua carreira.<br />

Fase brasileira é uma denominação dada pelo escritor e crítico Mário de Andrade, para se referir à produção<br />

de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> logo após sua chegada ao Brasil (1923) até o ano em que vai viver em Paris (1928).<br />

A forte luz tropical causa grande impacto na pintura do artista. Esta fase caracteriza-se por apresentar cores<br />

vibrantes e uma grande luminosidade, opostas às cores sombrias do período expressionista.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Peça aos alunos que opinem se <strong>Segall</strong> teria feito esta pintura a partir da observação, da imaginação ou da memória.<br />

Ele teria usado essas três formas de gerar imagens separadas ou combinadas entre si?<br />

O que é característico do Brasil nesta paisagem?<br />

O que a torna uma paisagem urbana?<br />

ATIVIDADES<br />

Peça aos alunos que façam três imagens de paisagens brasileiras, rurais ou urbanas:<br />

a) a partir de observação (da natureza, de uma pintura ou de uma fotografia);<br />

b) a partir da memória;<br />

c) a partir da imaginação.<br />

Em seguida, peça aos alunos que separem as paisagens rurais das urbanas e tentem identificar quais são de<br />

observação, de memória e de imaginação.<br />

31


UNIDADE DIDÁTICA 10<br />

32<br />

Velho ex-escravo,1925.<br />

Grafite, 43,8 x 33,8 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Olhe atentamente para este desenho e peça aos alunos que descrevam o que estão vendo.<br />

Como é este homem? Seu cabelo? Seu nariz? Sua boca? Sua testa? Seus olhos?<br />

Para onde está olhando?<br />

Qual a expressão do seu rosto?<br />

Que idade ele aparenta ter?<br />

Você identifica áreas de sombra? Onde?<br />

Que recurso <strong>Segall</strong> utilizou para indicar as áreas mais claras? Qual é a cor do fundo?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Para registrar rapidamente idéias, cenas ou pessoas, <strong>Segall</strong> muitas vezes fazia desenhos que originavam<br />

outros desenhos, gravuras, pinturas ou esculturas. Foi na fazenda da família Silvia Telles em Araras, interior<br />

paulista, que <strong>Segall</strong> realizou o retrato de um antigo escravo, Olegário. <strong>Segall</strong> transformou o rosto deste negro<br />

em uma máscara expressionista, em que o olhar perdido e os traços fisionômicos deformados denunciam o<br />

sofrimento dos tempos de escravidão. Dois anos depois, <strong>Segall</strong> utilizou a imagem deste desenho para fazer<br />

a figura central da pintura Bananal, que pertence ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Os retratos expressionistas e a caricatura têm em comum o fato de que o artista exagera e deforma os traços<br />

essenciais do retratado. Discuta com os seus alunos a diferença da intenção do artista ao fazer uma caricatura<br />

ou um retrato expressionista.<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça aos seus alunos que selecionem e analisem caricaturas de jornais e/ou revistas para analisarem o que<br />

está exagerado ou deformado.<br />

•Peça para que façam uma caricatura de alguma pessoa conhecida a partir de fotografias ou de memória.<br />

•Peça que observem uma colher no lado côncavo e no lado convexo. Que diferenças encontram em suas imagens<br />

refletidas?<br />

33


UNIDADE DIDÁTICA 11<br />

34<br />

Mangue,1927.<br />

Ponta seca, 30 x 24 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Quem são essas mulheres?<br />

O que se pode ver da mulher deitada?<br />

O que há sob a cama?<br />

A mulher da frente é branca ou negra?<br />

De que ponto de vista o artista está observando esta cena?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta gravura faz parte da série sobre o Mangue, antigo bairro de prostituição do Rio de Janeiro. As personagens<br />

desta série são sempre flagradas em momentos de seu cotidiano, numa ambientação que funde sensualidade<br />

e mistério. Aqui se mostra um outro lado do Brasil, não tão iluminado e colorido, mas que também<br />

atrai o olhar de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>.<br />

Na gravura em metal a matriz é uma placa de cobre, latão ou zinco, onde se desenha com instrumentos pontudos<br />

ou com a ajuda de ácidos corrosivos que criam sulcos em sua superfície. Depois de receber uma camada<br />

de tinta, a placa é limpa para a retirada do excesso e a tinta só fica na parte rebaixada. Para imprimir é<br />

necessário utilizar uma prensa que exerça uma pressão muito grande para que o papel incorpore a tinta que<br />

está dentro dos sulcos da placa. A imagem sai invertida.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Por que não se pode ver todo o rosto da mulher deitada?<br />

Qual é a expressão no rosto da mulher em pé? Por quê?<br />

O que significa o título da imagem?<br />

Essa imagem se passa na Rússia, Alemanha ou no Brasil?<br />

Como é possível saber?<br />

O fato de ela ser negra tem algum significado?<br />

Por que há uma janela ao fundo?<br />

Compare essa gravura com a imagem Vilna e Eu (Imagem 2). Quais são as semelhanças e diferenças?<br />

O que há em comum entre essas personagens e as personagens do Navio de Emigrantes (Imagem 18)?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça aos alunos que pesquisem sobre as diferentes técnicas de gravura, buscando as semelhanças e diferenças.<br />

•Peça aos alunos para desenharem a paisagem que se veria pela janela entreaberta.<br />

35


UNIDADE DIDÁTICA 12<br />

36<br />

Os Eternos caminhantes,1929.<br />

Relevo em gesso policromado, 39 x 55,5 x 7cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

O que as pessoas estão fazendo?<br />

Como são os corpos das pessoas?<br />

As pessoas estão caminhando?<br />

Por que não aparecem os pés?<br />

Como são as cores?<br />

As cores indicam alguma coisa sobre o ambiente em que se encontram as pessoas?<br />

Elas são pobres ou ricas?<br />

Há alguma diferença entre o efeito provocado por um relevo ou por uma pintura?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta é a primeira escultura de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, realizada em Paris. Retoma o tema dos eternos caminhantes,<br />

aliando a história da peregrinação existencial do homem à dispersão do povo judeu. Esse relevo ainda contém<br />

a estrutura triangular e as cabeças aumentadas desproporcionalmente das obras do período expressionista.<br />

As cores estão circunscritas em áreas definidas, quase monocromáticas, o que suaviza a dramaticidade<br />

da cena.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Qual é o efeito provocado pela desproporção no tamanho das cabeças?<br />

Quem são as pessoas e por que são eternos caminhantes?<br />

Qual é a diferença entre realizar o mesmo trabalho em forma de<br />

pintura ou de escultura?<br />

Por que há tão poucas variações de cor na escultura?<br />

Qual é a relação entre as cores e o tema abordado?<br />

Compare esta obra com a gravura Emigrantes,de 1929.<br />

Há alguma semelhança?<br />

Qual a relação entre os Emigrantes, os Eternos caminhantes<br />

e a vida de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça aos alunos que comparem esta imagem com a outra imagem também chamada Eternos caminhantes<br />

(Imagem 04). Quais as semelhanças e diferenças?<br />

•Divida os alunos em grupos, peça a eles que pesquisem sobre a idéia de nomadismo e identifiquem alguns<br />

povos nômades. Em seguida, os grupos devem compartilhar suas pesquisas.<br />

•Cada grupo deve modelar em argila uma cena referente ao povo nômade de sua pesquisa.<br />

37


UNIDADE DIDÁTICA 13<br />

38<br />

Casal do Mangue,1929.<br />

Xilogravura, 24 x 18 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Olhe atentamente para esta imagem e peça aos alunos que descrevam o que estão vendo.<br />

Quantas pessoas você vê?<br />

Como são seus rostos?<br />

Em que posição estão?<br />

Parecem estar próximas?<br />

O que estão fazendo?<br />

Para onde estão olhando?<br />

Em que lugar estão?<br />

Parece um lugar fechado ou aberto?<br />

Onde está totalmente escuro?<br />

De onde está vindo a luz?<br />

Onde <strong>Segall</strong> usou linhas pretas? E linhas brancas?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Esta obra é uma xilogravura. Neste caso a imagem é gravada sobre uma placa de madeira com o auxílio de<br />

um objeto cortante (goiva, formão, buril). O artista deve “cavar” a madeira nas áreas onde quer que o resultado<br />

seja branco e não cavar nas áreas onde quer que apareça cor. A gravura possibilita a impressão de inúmeras<br />

imagens, praticamente idênticas, a partir de uma mesma matriz.<br />

A xilogravura Casal do Mangue foi feita na época em que <strong>Segall</strong> estava morando em Paris. Integra a série sobre<br />

o Mangue - um antigo bairro de prostituição do Rio de Janeiro. As possibilidades de contrastes entre o<br />

preto e branco, oferecidas pela xilogravura, foram aqui bastante exploradas por <strong>Segall</strong>, que utilizou linhas<br />

precisas somente para delinear as figuras de frente e de costas.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Discuta com seus alunos os contrastes que podemos conseguir em um trabalho feito em preto e branco.<br />

contrastes técnicos: linhas finas/linhas grossas; claro/escuro;<br />

contrastes temáticos: homem/mulher; guerra/paz; fim/começo; frio/quente, nascimento/morte.<br />

Que contrastes técnicos aparecem nessa obra? Que contrastes temáticos?<br />

Pergunte ao grupo se a presença de contrastes aumenta a dramaticidade da obra. Por quê?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça para os alunos construírem uma imagem usando alguns contrastes levantados por eles na atividade anterior.<br />

•Peça que criem uma matriz (podendo usar os mais diferentes materiais - madeira, argila, papel, pedra e isopor)<br />

e invente um procedimento técnico para reproduzir a imagem.<br />

•Peça que elaborem um texto descrevendo o procedimento utilizado.<br />

39


UNIDADE DIDÁTICA 14<br />

40<br />

Natureza-morta com três vasos de cactos,1929.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 47 x 40cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Quais as formas geométricas e quais as formas orgânicas do quadro?<br />

Que cores predominam?<br />

Onde estão os vasos?<br />

O que é o círculo branco na frente do quadro?<br />

Como são as formas dos vasos?<br />

Como são as linhas: definidas ou indefinidas?<br />

Há exagero ou economia na composição?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

A primeira natureza-morta de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> é de 1910, e chama-se Vaso com Flores. O pintor realizou várias<br />

outras com a mesma temática. Suas últimas naturezas-mortas são de 1950, última fase de sua produção<br />

artística. Nesta obra pode-se observar que há uma forte preocupação formal e um cuidado especial no uso<br />

das cores. Formam a composição vários tons de verdes, ocres e terras, cores que passam a ser marcantes nos<br />

quadros desse período. Outras características típicas de <strong>Segall</strong> neste quadro são as linhas limpas, bem definidas<br />

e a economia de traços.<br />

A natureza-morta é o nome que se dá a uma representação visual de objetos inanimados: plantas, flores, frutas<br />

e objetos sobre uma superfície. É um dos gêneros da pintura, como a paisagem e o retrato. Na naturezamorta<br />

são enfatizados a composição, as cores e as formas dos objetos, e não a expressividade, como nas pinturas<br />

com seres animados. Por essa mesma razão, as naturezas-mortas de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> dificilmente<br />

poderiam ser denominadas expressionistas.<br />

<strong>Segall</strong> realizou aproximadamente 50 pinturas de naturezas-mortas ao longo de sua vida. Seus elementos<br />

mais comuns são garrafas, cachimbos e cigarros, frutas, flores, mesas, bules, xícaras, violão e tecidos. Ao chegar<br />

ao Brasil, <strong>Segall</strong> registrou também elementos desconhecidos para um europeu, como o cacto.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Você diria que esse é um quadro expressionista? Por quê?<br />

O que é uma natureza-morta?<br />

Qual é o tema central de uma natureza-morta?<br />

Observe a Imagem 17. Quais são as diferenças e semelhanças entre um retrato e uma natureza-morta?<br />

O fato de serem cactos e não flores modifica alguma coisa?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça aos alunos que tragam objetos para a classe, montem uma natureza-morta e pintem. Por que escolheram<br />

aqueles objetos? Quais são as dificuldades e diferenças entre pintar uma natureza-morta e pintar outros temas?<br />

•Peça aos alunos que façam uma pesquisa, selecionem várias naturezas-mortas feitas ao longo dos séculos<br />

e depois façam uma colagem, utilizando partes de várias naturezas-mortas diferentes.<br />

41


UNIDADE DIDÁTICA 15<br />

42<br />

Casa na floresta,1931.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 52,5 x 56,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Como é a casa?<br />

Parece ser habitada?<br />

Como é o telhado?<br />

E as janelas? E a porta?<br />

Com que material você imagina que essa casa tenha sido construída?<br />

O que há atrás da casa?<br />

Como é a região em torno da casa?<br />

Como parece ser o clima?<br />

E os sons do ambiente?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

A paisagem na obra de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> surge como um contraponto às questões voltadas aos temas sociais. Esta<br />

paisagem, Casa na Floresta, foi realizada quando o artista vivia em Paris e revela muito lirismo e quietude.<br />

A partir de 1935, cenas de Campos de Jordão, cidade do interior de São Paulo, também vão compor suas pinturas<br />

de maneira lírica e revelar sua íntima ligação com a natureza.<br />

Paisagem é um gênero de pintura, escultura, desenho ou fotografia que representa um lugar ao ar livre. Uma<br />

paisagem pode ser rural (do campo), urbana (da cidade) ou marinha (de cenas de mar e de praia).<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Discuta com os alunos os recursos de pintura utilizados pelo artista para transmitir o clima de tranqüilidade<br />

e silêncio.<br />

Como é possível representar o silêncio em pintura?<br />

ATIVIDADE<br />

•Peça para que os alunos elaborem uma pintura onde se “veja” o silêncio.<br />

•Peça para que eles construam uma casa com caixinhas de sucata e que façam uma pintura de maneira a<br />

transmitir um clima semelhante ao de Casa na floresta.<br />

43


UNIDADE DIDÁTICA 16<br />

44<br />

Maternidade,1931.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 54 x 73 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Quantas pessoas você vê?<br />

O que elas estão fazendo?<br />

Observe a mulher. Qual é a sua posição?<br />

Como estão seus braços?<br />

Como é seu rosto?<br />

Para onde ela olha?<br />

Observe a criança. Qual é a sua posição?<br />

O que ela está fazendo?<br />

O que há sobre a mesa à direita?<br />

Como é o fundo?<br />

Qual é a cor predominante?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

O tema maternidade é freqüente na obra de <strong>Segall</strong>, desde o período em que vivia na Alemanha. Esta pintura<br />

foi realizada em Paris, em 1931, quando <strong>Segall</strong> e sua esposa Jenny passavam por uma fase de muito recolhimento,<br />

por estarem vivendo no exterior e com dois filhos pequenos. Maurício, de 5 anos e Oscar, de 1 ano<br />

de idade. Esse tema também está presente nas esculturas que começa a produzir nesse período.<br />

Maternidade é um termo muito utilizado em arte para referir-se a temas relativos à qualidade ou condição de mãe.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Procure discutir com os alunos a relação entre criação artística e maternidade.<br />

Discuta também como os fatos da vida de um artista podem afetar sua produção.<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que elaborem uma maternidade em argila, procurando estabelecer relações entre formas<br />

circulares e a posição da mãe e da criança.<br />

•Utilizando material de desenho ou pintura, como eles representariam uma mãe com um filho adulto?<br />

45


UNIDADE DIDÁTICA 17<br />

Retrato de Lucy I,1935.<br />

Pintura a óleo sobre tela, 36 x 28 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Como é esta pessoa?<br />

Que partes do seu corpo podemos ver?<br />

Como é o seu cabelo?<br />

Como são seus olhos?<br />

Para onde está olhando?<br />

E suas sobrancelhas?<br />

Como é a sua pele?<br />

Em que posição está a sua mão?<br />

O que você vê na margem esquerda do quadro?<br />

Existe algo atrás da pessoa? E no fundo?<br />

Em que tipo de lugar ela parece estar?<br />

O que parece estar fazendo?<br />

Compare esta figura com a mulher da foto 05.<br />

O que a mulher da foto está fazendo?<br />

A mulher da foto se parece com a mulher da pintura?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Em 1935, <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> conheceu uma jovem pintora chamada Lucy Citti Ferreira, que foi apresentada a ele pelo<br />

escritor e crítico Mário de Andrade. Lucy passou a freqüentar sua casa, trabalhando com ele como modelo e auxiliando-o<br />

na organização de sua obra por aproximadamente doze anos, até 1947, quando ela foi viver na Europa.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Discuta com seus alunos as várias maneiras de se pintar um retrato observando um modelo, uma fotografia<br />

e/ou a memória. Ao realizar um retrato, <strong>Segall</strong> utilizava-se destes três recursos. Discuta com os alunos as<br />

vantagens e desvantagens destes procedimentos. Discuta o conceito de modelo.<br />

Como uma modelo pode se colocar diante de um artista?<br />

Quanto tempo ela pode suportar uma pose numa mesma posição?<br />

Sob que ângulos o artista pode retratá-la?<br />

Apenas pessoas podem servir de modelo?<br />

ATIVIDADE<br />

•Fazer desenhos rápidos ou esboços a partir da observação de modelos (humanos e objetos).<br />

•Escolher um deles e utilizá-los como esboço para realizar uma pintura.<br />

•Realizar desenhos de modelos a partir de desenho cego (desenho que se faz olhando apenas para o modelo,<br />

sem olhar para o papel) e complementá-lo em seguida com desenho de observação.<br />

46 47


UNIDADE DIDÁTICA 18<br />

48<br />

Navio de emigrantes,1939/41.<br />

Pintura a óleo com areia sobre tela, 230 x 275 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que olhem atentamente para esta imagem e descrevam o que estão vendo.<br />

Quem são estas pessoas?<br />

Onde elas estão?<br />

O que elas estariam fazendo nesse lugar?<br />

Porque elas estão viajando?<br />

Como elas estão vestidas?<br />

O que elas usam na cabeça e nos pés?<br />

Elas viajam confortavelmente?<br />

O que elas carregam como bagagem?<br />

Este é um navio turístico ou cargueiro?<br />

Que parte do navio pode-se ver?<br />

Que figura geométrica você pode associar à forma do navio?<br />

Qual seria a função das vigas de madeira que cruzam o navio?<br />

Há diferença de cor entre o navio e o mar?<br />

Qual é a cor predominante do navio? E do mar?<br />

Observe o mar: Como são as pinceladas?<br />

O mar parece tranqüilo ou agitado?<br />

Como o artista passa a idéia de movimento, do balanço do navio?<br />

Como é a linha do horizonte?<br />

Como está o céu?<br />

O que se poderia identificar no canto superior esquerdo, atrás das cordas?<br />

O que você sente em relação a esta pintura?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

A pintura Navio de Emigrantes foi feita entre 1939 e 1941, quando se iniciava a Segunda Guerra Mundial. Sua<br />

grande dimensão reflete a amplidão do tema abordado, mostra um convés de navio, onde as pessoas da terceira<br />

classe se acomodam para a longa viagem. Muitas dessas pessoas parecem olhar para a terra que estão<br />

deixando, mas o navio segue rumo ao encontro de um destino incerto.<br />

Mostre para os alunos a foto 04.<br />

O que <strong>Segall</strong> está fazendo?<br />

O que você identifica atrás dele?<br />

É possível identificar que trabalhos são estes que <strong>Segall</strong> realiza?<br />

O que ele tem nas mãos?<br />

Para fazer esta pintura <strong>Segall</strong> baseou-se em fotografias e em desenhos que fez de navios.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Por que algumas pessoas emigram?<br />

Por que abandonam sua terra natal?<br />

Que aspectos são os mais difíceis para a adaptação do emigrante em um “novo país”: a língua, a comida, o clima,<br />

os hábitos cotidianos?<br />

O que os emigrantes esperam encontrar na nova terra?<br />

Problemas sociais e/ou políticos foram muito representados por <strong>Segall</strong>, que se preocupava com a situação<br />

dos dramas humanos universais.<br />

Discuta com os alunos que temas <strong>Segall</strong> estaria pintando hoje.<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que escolham um dos temas acima discutidos e recolham em jornais e revistas tudo o que<br />

encontrarem sobre ele para fazer um trabalho de desenho e/ou colagem.<br />

•Peça que escrevam um texto sobre o que consideram ser um dos grandes problemas sociais da atualidade.<br />

49


UNIDADE DIDÁTICA 19<br />

50<br />

Dois torsos inclinados,1943.<br />

Mármore cinza, 55 x 50 x 52,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que observem atentamente a escultura e descrevam o que estão vendo.<br />

Qual o sexo desses torsos?<br />

Por que não há cabeças?<br />

Por que eles estão inclinados?<br />

O que eles estão fazendo?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Mesmo sem as cabeças, essa escultura traduz questões formais semelhantes àquelas exploradas por<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> na pintura, na gravura e no desenho: sensualidade, expressividade e mistério.<br />

Segundo o crítico Sérgio Milliet, é “curioso notar como o grande artista consegue emprestar ao granito duro<br />

e frio essa marca sensível e sensual que lhe caracteriza a personalidade toda”.<br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> começou a produzir esculturas na França, no período em que viveu em Paris, entre 1928 e 1932.<br />

Esta escultura, no entanto, foi realizada em São Paulo e também apresenta uma versão de dimensões reduzidas<br />

em bronze.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Por que as figuras não possuem cabeças?<br />

Como seria a expressão no rosto das personagens?<br />

O que se pode ver e o que não se pode ver na<br />

escultura?<br />

Qual é o efeito provocado pelo fato de ser uma<br />

escultura?<br />

Como é possível provocar movimento e delicadeza<br />

com um material tão duro?<br />

Compare essa obra com as esculturas<br />

Maternidade e Fusão.<br />

Qual o tema presente nas três obras?<br />

ATIVIDADE<br />

•Pesquise sobre as diferenças entre o processo de escultura em argila, mármore e bronze.<br />

•Proponha uma atividade de produção de escultura em dois processos distintos: modelagem em argila e outro<br />

de esculpir em um bloco de isopor ou gesso, de modo que os alunos possam comparar as características<br />

de cada processo.<br />

51


UNIDADE DIDÁTICA 20<br />

52<br />

Floresta crepuscular, 1956.<br />

Pintura a óleo com areia sobre tela, 131 x 97,5 cm.<br />

Acervo <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong><br />

APRECIAÇÃO<br />

Peça aos alunos que observem atentamente a escultura e descrevam o que estão vendo.<br />

Como são as pinceladas?<br />

Em que sentido elas foram pintadas?<br />

Quantas cores você identifica?<br />

Há regiões mais claras? Onde?<br />

Há áreas mais escuras? Quais?<br />

Há profundidade nesta pintura?<br />

Como é possível identificar cada uma das listas?<br />

CONTEXTUALIZAÇÃO<br />

Nos anos 1950 <strong>Segall</strong> retoma vários temas de seu repertório, dentre os quais destacam–se erradias,<br />

favelas e florestas.<br />

Esta pintura compõe a série de florestas, realizada nos últimos anos de sua vida e remete às florestas de<br />

eucaliptos de Campos do Jordão.<br />

Segundo Vera d’Horta,“a série de florestas tornou–se polêmica, porque nelas a liberdade plástica é tão grande<br />

que torna inevitável a aproximação com a Arte Abstrata. Mas o abstrato nas florestas de <strong>Segall</strong> não significa<br />

uma adesão repentina ao último grito da moda, mas à maturação de um percurso mental (...) As primeiras<br />

florestas são vistas de fora, as últimas de dentro. Os troncos aproximam-se cada vez mais uns dos outros<br />

e do observador”.<br />

Arte Abstrata é a arte que não limita nem representa diretamente a realidade externa: alguns escritores restringem<br />

o termo à arte não figurativa, enquanto outros o utilizam relativamente à arte que não faz representação,<br />

ainda que derive da realidade.<br />

Erradias é o termo que se refere às pessoas perdidas, desnorteadas, mas que foi empregado por <strong>Segall</strong> para<br />

referir–se ao tema da prostituição.<br />

REFLEXÃO / DISCUSSÃO<br />

Discuta com seus alunos, se não fosse o título desta pintura, como seria possível identificá–la como floresta.<br />

Por que ela se aproxima da Arte Abstrata?<br />

Discuta se uma pintura abstrata pode ser considerada uma paisagem.<br />

ATIVIDADES<br />

•Peça aos alunos que pintem uma floresta com galhos bem espaçados, de maneira que se possa ver os troncos<br />

nos primeiros e nos últimos planos.<br />

•Peça que eles façam uma floresta no plano horizontal e que comparem as diferenças com a Floresta<br />

Crepuscular de <strong>Segall</strong>.<br />

53


54<br />

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA<br />

AMARAL, Aracy. Arte para quê? São Paulo: Nobel, 1987. II.<br />

BARDI, Pietro Maria. <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. São Paulo: <strong>Museu</strong> de Arte de São Paulo, 1952. II.<br />

(BECCARI). Vera d’Horta. <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> e o Modernismo paulista. São Paulo: Brasiliense, 1984. II.<br />

BRITO. Mário da Silva.História do Modernismo brasileiro: antecedentes da Semana de Arte Moderna<br />

de 1922. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira/MEC, 1971.<br />

CARNEIRO, Maria Luiza Tucci; LAFER, Celso. Judeus e Judaísmo na obra de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. 1ª ed. São Paulo:<br />

Ateliê Editorial, 2004.<br />

CENTENÁRIO de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>.Material instrucional da Videoteca Arte na Escola, organizado por<br />

Maria Helena Wagner Rossi. Patrocínio Vitae e Fundação Iochpe, 1994.<br />

CHIPP, H.B. Teorias da Arte Moderna.Martins Fontes, São Paulo, 1988.<br />

O DESENHO de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. São Paulo: <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, 1991. 169 p. II.<br />

GOMBRICH.E.H.História da arte. São Paulo: Círculo do Livro, 1972. II.<br />

A GRAVURA de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. São Paulo: <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, 1988. 183 p. II.<br />

LAFER. Celso. Particularismo e universalidade:o judaísmo na obra de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. Rio Grande do Sul:<br />

MARGS, 1986. (catálogo)<br />

LASAR SEGALL. São Paulo: Círculo do Livro, 1985. 72 p. II. (Grandes Artistas Brasileiros)<br />

LASAR SEGALL:antologia de textos nacionais sobre a obra do artista. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. 158 p.<br />

MARCONDES, Luis Fernando. Dicionário de Termos Artísticos.Edições Pinakotheke, Rio de Janeiro, 1998.<br />

MATTOS. Cláudia Valladão de. <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. São Paulo: EDUSP, 1997. 192 p. II.<br />

MATTOS. Cláudia Valladão de. <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>: expressionismo e judaismo. São Paulo: Perspectiva/FAOESP, 2000.<br />

(Estudos. 165).<br />

NAVES, Rodrigo. Expressão e Compaixão in O Desenho de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>/ IBPC/Secretaria<br />

da Cultura da Presidência da República, São Paulo (s/d). pp. XI a XXIII.<br />

O MUSEU <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. São Paulo: Banco Safra, 1991. 319 p. II.<br />

READ. Hebert. Dicionário de arte e dos artistas.Rio de Janeiro: Edições 70, 1990.<br />

SEGALL, <strong>Lasar</strong>. Minhas recordações.In:<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>:textos, depoimentos e exposições. São Paulo: <strong>Museu</strong><br />

<strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>. 2ª ed., 1993.<br />

STILL More Distant Journeys: The Artistic Emigrations of <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> (Por caminhadas ainda mais distantes:<br />

as emigrações artísticas de <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>). Chicago: The David and Alfred Smart <strong>Museu</strong>m of Art/São<br />

Paulo: <strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong>, 1997. 284 p. II.<br />

TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro.Editora Vozes, Petrópolis, 1976.<br />

Sites consultados<br />

<strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> - www.museusegall.org.br<br />

Itaú Cultural - www.itaucultural.org.br<br />

Site sobre cinema expressionista - www.expressionismo.pro.br<br />

CRÉDITOS<br />

Este Material Didático é uma ampliação feita a partir da 1ª edição, realizada em 1998.<br />

Alguns textos foram mantidos na íntegra e outros foram ligeiramente alterados.<br />

Por isso, mantêm-se os créditos da 1ª Edição.<br />

Realização<br />

<strong>Museu</strong> <strong>Lasar</strong> <strong>Segall</strong> - IPHAN/MinC<br />

Área de Ação Educativa<br />

Concepção<br />

Denise Grinspum<br />

Elaboração<br />

1ª Edição<br />

Denise Grinspum e Luciana Arslan Mourão<br />

2ª Edição<br />

Anny Christina Lima, Noemi Jaffe e Roberta Saraiva Coutinho<br />

Textos históricos e edição de textos<br />

1ª e 2ª edições<br />

Vera D’Horta<br />

Supervisão pedagógica<br />

1ª Edição - Rosa Iavelberg<br />

2ª Edição - Anny Christina Lima<br />

Colaboração<br />

Ana Migotto, Elaine Cristina Carvalho, Fabiola Bastos Notari, Marina A. S. Herling de Oliveira,<br />

Paula Yurie Torelli Hijo, Paulo Camillo Penna, Pierina Camargo e Rosa Esteves<br />

Reproduções fotográficas<br />

Luiz Hossaka<br />

Projeto Gráfico<br />

Kiko Farkas / Máquina Estúdio<br />

Designer assistente: Caio Campana / Máquina Estúdio<br />

MUSEU LASAR SEGALL - IPHAN/MINC<br />

Rua Berta, 111. Vila Mariana 04120-040 São Paulo SP<br />

Tel.: (11) 5574 7322.<br />

Fax: (11) 5572-3586.<br />

www.museusegall.org.br<br />

e-mail: mlsegall.info@mls.gov.br<br />

Este volume foi inspirado no material didático produzido pelo<br />

Departamento de Educação do The Art Institute of Chicago – EUA.<br />

55


CRÉDITOS MLS<br />

Presidência da República<br />

Luis Inácio Lula da Silva<br />

Ministério da Cultura<br />

Gilberto Gil Moreira<br />

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional<br />

Antonio Augusto Arantes Neto<br />

Departamento de <strong>Museu</strong>s e Centros Culturais - IPHAN/MinC<br />

José do Nascimento Júnior<br />

MUSEU LASAR SEGALL<br />

Conselho Deliberativo<br />

Celso Lafer presidente<br />

Sergio <strong>Segall</strong> vice-presidente<br />

Diretoria<br />

Denise Grinspum diretora<br />

Roberta Saraiva chefe da Divisão Técnica<br />

Área de Ação Educativa<br />

Anny Christina Lima chefe da Área de Ação Educativa<br />

Educadoras:<br />

Elaine Cristina Carvalho<br />

Paula Yurie Torelli Hijo<br />

Estagiárias:<br />

Fabiola Bastos Notari<br />

Marina Almeida Salles Herling de Oliveira<br />

CRÉDITOS SEE<br />

Governador do Estado de São Paulo<br />

Geraldo Alckmin<br />

Secretário da Educação<br />

Gabriel Chalita<br />

Secretário-Adjunto<br />

Paulo Alexandre Barbosa<br />

Chefe de Gabinete<br />

Mariléa Nunes Vianna<br />

Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas<br />

Sonia Maria Silva<br />

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE<br />

Diretor Executivo<br />

Miguel Haddad<br />

Diretora de Projetos Especiais<br />

Leila Rentroia Iannone<br />

Gerente de Projetos Pedagógicos<br />

Devanil Tozzi<br />

EQUIPES TÉCNICAS<br />

CENP<br />

Suzana Santos Rigo<br />

Roseli Cassar Ventrella<br />

FDE<br />

Deisi Romano<br />

Fernanda Lorenzani<br />

Maristela Lima<br />

Marta Marques Costa<br />

Nilva Rocha Manosso<br />

Colaboradores<br />

Silvio Sano<br />

Thiago Alexandre Nunes<br />

Thiago Honório<br />

Apoio Administrativo<br />

Vanderli Domingues

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!