Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
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dificilmente adquiridas, não cheguem a perder-se ou desviar-se.<br />
Isto constitui assunto que exige cuidados; um sonâmbulo exercitado<br />
por diversos magnetizadores não sente a vontade de nenhum,<br />
nem tão pouco se pertence; se tiver, desde o começo<br />
algumas qualidades, em breve as perde; seu espírito de concentração<br />
enfraquece, exterioriza-se e perde as faculdades sintéticas.<br />
Conseqüentemente, um sonâmbulo se aperfeiçoa ou se transvia,<br />
conforme a direção que recebe; e se fizerem do sonambulismo<br />
um emprego diuturno, objetivando um lucro qualquer, não<br />
tardará chegar à simulação consciente ou inconsciente.<br />
O sonâmbulo é suscetível de receber também impressões morais,<br />
que podem modificar, até certo ponto, o seu caráter; recebe<br />
o que se chama sugestões, e estas persistem após o despertar.<br />
Em geral, o sonâmbulo perde completamente a memória dos<br />
seus atos; quando desperta, está numa ignorância absoluta de ter<br />
visto, agido e falado. Entretanto, certos sonâmbulos, fazendo<br />
exceção a esta regra, conservam, senão a lembrança, ao menos<br />
uma impressão vaga e instintiva do que experimentaram durante<br />
o sono.<br />
Finalmente, no estado sonambúlico, há este fato muito importante,<br />
a saber: a maior parte dos sonâmbulos sensitivos vêem as<br />
irradiações magnéticas.<br />
A árvore nervosa com seus centros, verdadeiros acumuladores<br />
da força livre, com seus cruzamentos, seus gânglios, seus<br />
plexos, suas inúmeras vias que se entrecruzam em todos os<br />
sentidos e vão perder-se em filamentos capilares infinitos, na<br />
massa de nossos tecidos, aparece nos sensitivos como o ponto de<br />
apoio de uma força essencializada, que corre luminosa, vibrátil,<br />
radiante, ao longo de todos esses canais, desenhando um regato<br />
de fogo, uma carpintaria ideal, espécie de fosforescência vaporosa,<br />
em cujos contornos a matéria obediente parece modelar-se<br />
por atração. Nossa forma material na aparência tão pesada, tão<br />
grosseira, tão opaca, lhes aparece tão luminosa como a poeira de<br />
fogo que branqueia a Via-Láctea; a nossa sombra destaca-se no<br />
espaço, não menos vaporosa e diáfana, qual o tecido que forma a<br />
cauda dos cometas.