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Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue

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Durante a subida dos quatro andares, preparei-me para o acolhimento<br />

que aquelas palavras faziam prever. Mas não me passava<br />

ainda pela idéia a cena trágico-cômica que me aguardava.<br />

Encontrei o doente sentado, porém muito superexcitado; já<br />

não era a atonia prostrada e choramingas dos primeiros dias; sob<br />

as mechas rebeldes dos cabelos brancos, o olhar brilhava com o<br />

fogo, com o ardor da febre; o sangue tingia levemente a região<br />

saliente do seu rosto; o pescoço estava agitado dum tremor<br />

convulso e ele, com os braços tensos para mim, parecia querer<br />

fulminar-me com a sua maldição. Com a voz que, pelo esforço<br />

visível que fazia para dominar-se, tornava-se sepulcral, dirigiume<br />

as mais acerbas censuras, acusando-me de haver muito<br />

liberalmente aberto à Natureza as saídas desde muito fechadas, e<br />

por ter desse modo abusado, por vaidade, sem dúvida, da minha<br />

força magnética, para pôr nesse estado um pobre velho que só<br />

tinha respiração.<br />

Por mais que me defendesse desta imputação, explicando-lhe<br />

que a Natureza, ao chamar a si os seus direitos, age como lhe<br />

apraz e que nenhuma autoridade possuímos para regularizar o<br />

curso das coisas, ele não me quis atender.<br />

“Sim, senhor, repetia ele; sim, abusastes dos vossos meios. E<br />

fizestes mal. Não podíeis contentar-vos com o maravilhoso<br />

resultado obtido em duas sessões? Não vos bastava ter sustado<br />

esses vômitos horríveis, que não conseguíamos parar? As dejeções<br />

naturais não estavam restabelecidas? Os meus conhecidos,<br />

o próprio Dr. X., todos finalmente faziam-vos justiça, assim<br />

como ao vosso tratamento, reconhecendo-lhe a eficácia incontestável!<br />

Que queríeis mais?<br />

“Por que razão escravizar-me a esta perpétua necessidade<br />

que, dia e noite, não me deixa tréguas nem repouso? Já não<br />

posso mais, estou extenuado e sinto-me morrer.”<br />

E, deixando cair a cabeça no travesseiro: “Não, é demais, é<br />

demais!” repetia com voz dolente.<br />

Não era oportuno pensar em lutar contra essa excitabilidade<br />

nervosa e injustas prevenções; o alvitre mais prudente, no próprio<br />

interesse do doente, era retirar-me. Foi o que fiz.

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