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Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue

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olhar sem expressão volveu-se apenas, para mim, ao aproximarme.<br />

Em duas palavras expus o fim da visita, dizendo-lhe da parte<br />

de quem vinha; e no falar, dando à voz a mais suave vibração<br />

para vencer melhor a desconfiança que transparecia no olhar do<br />

velho; evitando a forma interrogativa para desobrigá-lo de qualquer<br />

resposta, tomei-lhe as mãos que mal se destacavam da<br />

alvura dos lençóis. Obtive, assim, naturalmente, uma relação<br />

que, pouco a pouco, pôs o meu doente em confiança e permitiume,<br />

alguns minutos depois, colocar uma de minhas mãos sobre o<br />

seu epigástrio.<br />

Concentrando-me então energicamente, com o intenso desejo<br />

de aliviá-lo, apoderei-me insensivelmente da sua vontade hesitante:<br />

alguns instantes depois, seu olhar vago flutuou de minhas<br />

mãos para o meu rosto silencioso, como se procurasse compreender<br />

o que eu fazia; depois, suas pálpebras baixaram, a contração<br />

do semblante dissipou-se, a respiração menos brusca deixou<br />

de ser um lamento.<br />

Desse modo apoderei-me dele, e estava por insinuação neste<br />

lugar, sem ter sido constrangido a pronunciar a famosa palavra:<br />

magnetismo. Esta palavra, por vezes tão mal compreendida, teria<br />

talvez inquietado o doente; pelo menos tê-lo-ia prevenido e nesta<br />

circunstância, mais do que em qualquer outra, eu não desejaria<br />

de forma alguma entrar em explicações teóricas.<br />

Já sentia pesar instintivamente sobre mim o olhar inquisitorial<br />

do enfermeiro, que não havia mudado de lugar e seguia, com um<br />

misto de curiosidade e admiração, todos os meus movimentos,<br />

sem atinar com a razão pela qual eu me detinha assim, em frente<br />

ao patrão, com os braços e mãos estendidos para ele. Quando me<br />

viu traçar, muito lentamente, da cabeça aos pés, longos passes a<br />

distância, e que, puxando o cobertor para os pés, comecei a<br />

fazer-lhe insuflações sobre o epigástrio e o cécum, não mais se<br />

conteve. Pelo espelho colocado sobre a mesa de cabeceira,<br />

surpreendi-lhe um sorriso e um erguer de ombros, que significavam<br />

incontestavelmente: “Se é isto que vai curá-lo, quero que o<br />

diabo me carregue!” Depois, retirou-se na ponta dos pés, como<br />

se estivesse satisfeito com o juízo que fizera a meu respeito.

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