Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
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Dois anos depois da sua captura, apesar dos tratamentos seguidos<br />
nos hospitais militares, o infeliz achava-se sempre em<br />
deplorável estado; o pé, os maléolos, toda a base da perna tinham-se<br />
avolumado enormemente; a articulação já não tinha<br />
movimento e, no meio dessa massa inerte, a circulação, indubitavelmente<br />
obstada, tinha ocasionado supurações na planta dos<br />
pés. Miavril acabava de passar uma estação nas águas, quando<br />
em meados de agosto encontrei-o no pátio do hospital, obrigado<br />
a usar um calçado especial, pálido, desfeito, arrastando-se com<br />
dificuldade seguro a uma bengala grossa; causava lástima vê-lo;<br />
interroguei-o sobre a saúde; disse-me com tristeza que não lhe<br />
restava nenhuma esperança e que, como última tentativa (bem<br />
aleatória) propunham-se os médicos experimentar no pé os<br />
efeitos da cauterização transcorrente.<br />
Eu nutria a maior fé no poder da Natureza; mas, à vista de um<br />
mal que resistia há dois anos a todos os esforços da Ciência, em<br />
presença de uma deformação tão completa, não sabia verdadeiramente<br />
o que augurar. Como ter a ousadia de conceber alguma<br />
esperança? Entretanto, o caso parecia-me interessante por muitos<br />
títulos; propus a Miavril magnetizá-lo e, para fortificar-me na<br />
decisão que acabava de tomar, resolvi pedir a opinião dum dos<br />
veteranos mais dedicados à causa magnética, o Sr. Perreau,<br />
antigo oficial de Marinha, meu conhecido do tempo em que<br />
seguia o curso da Escola de Cavalaria; acabava de saber que o<br />
Sr. Perreau (apesar de nonagenário), continuava, por amor à<br />
ciência e à caridade, a espalhar os benefícios do <strong>Magnetismo</strong> em<br />
Saumur; escrevi-lhe desde logo, submetendo-lhe o caso do meu<br />
subordinado: eis a resposta que recebi.<br />
Cito este documento interessante, que conservei, porque me<br />
parece de natureza a forçar as convicções hesitantes, como era<br />
então a minha:<br />
“Saumur, 5 de agosto de 1872.<br />
Senhor. Escrevo com dificuldade, por isso peço-vos desculpeis<br />
a brevidade da minha resposta à vossa carta, ontem à<br />
noite recebida. É-me impossível entrar em detalhes relativamente<br />
à afecção de que me falais, mas estou convencido