Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
Finalmente, os dois hemisférios cerebrais, afetando a forma de uma lentilha convexa, cuja concavidade estaria voltada interiormente para o corpo, completam o encéfalo, que pode considerar-se como a sede das percepções e o instrumento das volições. Digamos, de passagem, que ráquis, medula alongada, cerebelo e cérebro, órgãos de concentração, são aparelhos de luxo que só pertencem aos organismos superiores, contentando-se toda a vida rudimentar com a dispersão nervosa ganglionar, com suas ações inconscientes e reflexas. Tal o esboço sucinto do instrumento das ressonâncias vitais; esta exposição rápida bastará para tirar as considerações que nos restam deduzir. O ser, em relação obrigatória e constante com o meio onde é chamado a viver, haure, por todas as radículas nervosas periféricas, os elementos difusos do movimento que o cerca; congrega esses elementos, canaliza-os e os diferencia por meio dos nervos; estes, em vez de agirem eletricamente, como se poderia julgar, preenchem o simples papel de condensadores, condutores, modificadores das correntes, e é do choque, cuidadosamente ponderado, das ressonâncias externas e internas, transmitidas ao cérebro, de um lado pela corrente sensorial, e do outro pela corrente visceral, que nasce o equilíbrio enorme; é sob o influxo combinado desses dois impulsos antagônicos, um externo e outro interno, que o eretismo nervoso se acentua ou se distende, fazendo subir ou descer o diapasão do enormon (este estímulo-luz da tonalidade) que leva diante do espelho cerebral a imagem mais ou menos nítida do tronco orgânico e dos sentidos, e vai estimular esses atos de retorno espécie de reflexos luminosos a que chamamos juízo, pensamento, volição e movimento. Os sentidos, o cérebro e o tronco formam, assim, um conjunto harmônico de ressonâncias de que são solidários todos os elementos, e dos quais dá Louis Lucas uma idéia justa pela comparação analógica seguinte: “Os sentidos e o tronco representam alternadamente, uns frente aos outros, o papel de ocular ou de objetiva, conforme se considerem de um ponto de vista diferente; quanto ao cé-
ebro, representa a lente de campo, colocada no centro focal.” Toda a filosofia do sistema nervoso ali se acha, e a solução do problema que estudamos reside na questão do ponto de preparo; para o físico, esse preparo é a saúde; para o moral, é a consciência e a razão. Se as forças centrífugas e centrípetas não se equilibram, se há desigualdade de sucessão ou de intensidade nas dispersões e condensações, os elementos de eliminação e nutrição não mais se compensam; há flutuação nas funções orgânicas e a moléstia aparece; ao mesmo tempo, a lente cerebral, insuficientemente iluminada, não mais reproduz senão formas vagas e confusas, contornos indecisos, cuja falta de nitidez e de proporções engendra a alucinação, a inconsciência e o sonho, que são um caminho para a loucura. A conservação da personalidade, a salvaguarda física e moral do ser, dependem desse ponto de preparo, qualquer processo capaz de manter esse equilíbrio é benéfico; toda causa que dele se afaste torna-se nociva. Ora, se nos referirmos aos processos hipnóticos e magnéticos, eis o que verificamos: Os hipnotistas e os fascinadores, atuando diretamente sobre os sentidos da vista e do ouvido por processos violentos ou contínuos, produzem o eretismo desses sentidos; e, como toda a tensão, toda a força acumulada provocam um antagonismo correspondente, resulta desses vivos ataques sensoriais uma reação centrífuga; o impulso nervoso se acentua dos centros à periferia e traz, por dispersão, um abaixamento sensível da produção da força; do mesmo modo como, por meio dum comutador, quando se abre bruscamente uma corrente elétrica, a excessiva intensidade no ponto da partida pode comprometer o trabalho das pilhas; de um lado, a perturbação trazida aos órgãos da vista e do ouvido, sustando e diminuindo a ação metral dos sentidos, do outro lado, o abaixamento tensional do enormon cessando de pôr todos os pontos da rede nervosa em relações suficientes com os centros receptores, dão à lente cerebral uma espécie de vaporização que, produzindo na sensação uma falta
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Finalmente, os dois hemisférios cerebrais, afetando a forma<br />
de uma lentilha convexa, cuja concavidade estaria voltada interiormente<br />
para o corpo, completam o encéfalo, que pode considerar-se<br />
como a sede das percepções e o instrumento das volições.<br />
Digamos, de passagem, que ráquis, medula alongada, cerebelo e<br />
cérebro, órgãos de concentração, são aparelhos de luxo que só<br />
pertencem aos organismos superiores, contentando-se toda a vida<br />
rudimentar com a dispersão nervosa ganglionar, com suas ações<br />
inconscientes e reflexas.<br />
Tal o esboço sucinto do instrumento das ressonâncias vitais;<br />
esta exposição rápida bastará para tirar as considerações que nos<br />
restam deduzir.<br />
O ser, em relação obrigatória e constante com o meio onde é<br />
chamado a viver, haure, por todas as radículas nervosas periféricas,<br />
os elementos difusos do movimento que o cerca; congrega<br />
esses elementos, canaliza-os e os diferencia por meio dos nervos;<br />
estes, em vez de agirem eletricamente, como se poderia julgar,<br />
preenchem o simples papel de condensadores, condutores,<br />
modificadores das correntes, e é do choque, cuidadosamente<br />
ponderado, das ressonâncias externas e internas, transmitidas ao<br />
cérebro, de um lado pela corrente sensorial, e do outro pela<br />
corrente visceral, que nasce o equilíbrio enorme; é sob o influxo<br />
combinado desses dois impulsos antagônicos, um externo e outro<br />
interno, que o eretismo nervoso se acentua ou se distende, fazendo<br />
subir ou descer o diapasão do enormon (este estímulo-luz da<br />
tonalidade) que leva diante do espelho cerebral a imagem mais<br />
ou menos nítida do tronco orgânico e dos sentidos, e vai estimular<br />
esses atos de retorno espécie de reflexos luminosos a que<br />
chamamos juízo, pensamento, volição e movimento.<br />
Os sentidos, o cérebro e o tronco formam, assim, um conjunto<br />
harmônico de ressonâncias de que são solidários todos os elementos,<br />
e dos quais dá Louis Lucas uma idéia justa pela comparação<br />
analógica seguinte:<br />
“Os sentidos e o tronco representam alternadamente, uns<br />
frente aos outros, o papel de ocular ou de objetiva, conforme<br />
se considerem de um ponto de vista diferente; quanto ao cé-