Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue

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CAPÍTULO V Só há um Remédio O que se deve entender pela expressão: “Só há um remédio”. – O mesmerismo está de completo acordo com o aforismo hipocrático: “Natura Medicatrix”. – A primeira noção de qualquer terapêutica é saber de que maneira se comporta a moléstia fora da ação do medicamento. – Ignorância em que se está acerca da oportunidade dos meios curativos e do seu valor real. – Da tolerância orgânica para os medicamentos. – Vegetais. – Minerais. – Antitérmicos. – Anestésicos. – Anti-sépticos. – O remédio varia na razão da idéia que se faz da vida e das causas de desorganização vital. – Método derivativo ou antagonista. – Método excitante. – Analépticos. – Administração dos medicamentos. – Injeções hipodérmicas. – Paliativos. – Emissões sangüíneas. – Operações cirúrgicas. – Necessidade de respeitar a integridade da epiderme. – Impotência da Ciência. – Erros de diagnóstico. – Da expectação. – A moléstia nada tem de material; é de pura essência dinâmica. – Vantagens do magnetismo sobre os outros agentes terapêuticos. – Sua ação estimulante sobre as mutações nutritivas. – O organismo obedece a uma lei de Morfologia geral, sob cujo influxo se reconstitui a tonalidade viva. Se existe uma lei que rege soberanamente os fenômenos, se é da realização restrita dessa lei, no funcionamento orgânico, que dependem a vida e a saúde, é de toda a lógica admitir que só existe um modo de remediar a moléstia, que é chamar o organismo ao cumprimento integral da lei. Eis o que cumpre entender por estas palavras: Só há um remédio. Eis o que Mésmer quis dizer quando avançou essa proposição; e nunca esteve no pensamento do mestre, nem mesmo em o nosso, apresentar o Magnetismo como panacéia universal ou remédio único que se pode opor à moléstia. Todo processo suscetível de chamar segura e prontamente o organismo ao cumprimento da lei, qualquer higiene capaz de preparar e favorecer a reação vital, eis, propriamente falando, o que se pode chamar o remédio. A ação magnética, pela influência dinâmica poderosa que exerce sobre o sistema nervoso e consecutivamente sobre a mate-

ialidade dos órgãos é, evidentemente, para quem quer que tenha procurado prova sob o ponto de vista experimental, o meio mais seguro de favorecer as reações vitais; e eis porque Mésmer procurou demonstrar as virtudes curativas do seu método, colocando-se, neste ponto, de completo acordo com o aforismo hipocrático que, com razão, se pode considerar o ponto fundamental da arte: É a Natureza que cura, com a condição de ser ajudada, sustentada e dirigida para os seus admiráveis fins. Ser o ministro da Natureza, que é o nosso primeiro soberano; procurar conhecer as leis que regem o organismo e empregar os seus melhores esforços para colocar o organismo, o mais depressa possível, sob o império dessas leis; nunca substituir a ação do clínico à da Natureza: tal é o segredo da verdadeira ciência médica, da ciência que cura: fora disto só há empirismo tacanho, cego e nefasto. Ora, apesar da afirmação bem explícita de Hipócrates, o pai da Medicina, que entretanto deveria servir de ponto de partida para Patologia, para a matéria médica e a Terapêutica, em vez de estudarem as leis dinâmicas que regem o organismo vivo e de procurarem as aplicações práticas que podem fazer dessas leis, muitos se entregaram às hipóteses mais fantasistas e contraditórias, e assim se têm flutuado, há vinte e três séculos, entre o prejuízo e o niilismo. Todos deploram esse estado de coisas; as próprias notabilidades médicas, compenetradas da insuficiência da Ciência, não desdenham e assinalar-lhes as lacunas, mas ninguém ousa romper francamente com os prejuízos rotineiros da escola; temem, assim nos parece, tocar com a mão na arca sacrossanta; entretanto, mais de uma voz autorizada aponta, desde muito tempo, o caminho a seguir: “A primeira coisa para o médico que deve experimentar, e cuja ciência completa é constituída pela experiência bem feita – diz o célebre professor Trousseau na introdução da sua Clínica médica – é saber qual a afeição natural da moléstia; porém a maioria dos médicos, influenciados pela educação teórica que receberam, impacientes em excesso, que-

CAPÍTULO V<br />

Só há um Remédio<br />

O que se deve entender pela expressão: “Só há um remédio”. – O<br />

mesmerismo está de completo acordo com o aforismo hipocrático:<br />

“Natura Medicatrix”. – A primeira noção de qualquer terapêutica é<br />

saber de que maneira se comporta a moléstia fora da ação do<br />

medicamento. – Ignorância em que se está acerca da oportunidade<br />

dos meios curativos e do seu valor real. – Da tolerância orgânica<br />

para os medicamentos. – Vegetais. – Minerais. – Antitérmicos. –<br />

Anestésicos. – Anti-sépticos. – O remédio varia na razão da idéia<br />

que se faz da vida e das causas de desorganização vital. – Método<br />

derivativo ou antagonista. – Método excitante. – Analépticos. –<br />

Administração dos medicamentos. – Injeções hipodérmicas. –<br />

Paliativos. – Emissões sangüíneas. – Operações cirúrgicas. –<br />

Necessidade de respeitar a integridade da epiderme. – Impotência<br />

da Ciência. – Erros de diagnóstico. – Da expectação. – A moléstia<br />

nada tem de material; é de pura essência dinâmica. – Vantagens<br />

do magnetismo sobre os outros agentes terapêuticos. – Sua ação<br />

estimulante sobre as mutações nutritivas. – O organismo obedece<br />

a uma lei de Morfologia geral, sob cujo influxo se reconstitui a<br />

tonalidade viva.<br />

Se existe uma lei que rege soberanamente os fenômenos, se é<br />

da realização restrita dessa lei, no funcionamento orgânico, que<br />

dependem a vida e a saúde, é de toda a lógica admitir que só<br />

existe um modo de remediar a moléstia, que é chamar o organismo<br />

ao cumprimento integral da lei.<br />

Eis o que cumpre entender por estas palavras: Só há um remédio.<br />

Eis o que Mésmer quis dizer quando avançou essa proposição;<br />

e nunca esteve no pensamento do mestre, nem mesmo em<br />

o nosso, apresentar o <strong>Magnetismo</strong> como panacéia universal ou<br />

remédio único que se pode opor à moléstia. Todo processo<br />

suscetível de chamar segura e prontamente o organismo ao<br />

cumprimento da lei, qualquer higiene capaz de preparar e favorecer<br />

a reação vital, eis, propriamente falando, o que se pode<br />

chamar o remédio.<br />

A ação magnética, pela influência dinâmica poderosa que exerce<br />

sobre o sistema nervoso e consecutivamente sobre a mate-

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