Magnetismo Curativo Psicofisiologia / Alphonse Bue
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Foi por esse lado incerto e perturbador que procuraram tornar<br />
popular o <strong>Magnetismo</strong>, foi por essas questões complexas, onde o<br />
acaso representa um papel tão importante, que eles atraíram a<br />
atenção das Academias.<br />
Forçados a saírem do seu verdadeiro papel, o de curadores,<br />
para formarem sonâmbulos, que entregavam-se depois a todos os<br />
azares das experiências públicas ou do exame céptico de comissários<br />
mais ou menos bem intencionados, correram ao encalço de<br />
decepções inevitáveis, que fizeram com que fossem tratados<br />
como impostores; e desse modo, por culpa própria, comprometeram<br />
o <strong>Magnetismo</strong>, fazendo com que os adversários envolvessem<br />
na mesma reprovação não só as experiências teatrais, que<br />
não conseguiram resultado, como ainda as virtudes curativas que<br />
nem sequer estavam em questão.<br />
Se, desde o começo, as teorias de Mésmer encontraram uma<br />
oposição tão viva, se seus processos foram tão severamente<br />
condenados pelas sociedades sábias, não resta dúvida que a<br />
causa é atribuída àquela encenação ruidosa que o mestre julgara<br />
dever empregar para impressionar as imaginações e atrair a<br />
atenção pública sobre o seu método.<br />
A famosa cuba, a varinha mágica, as esquisitices de vestuário<br />
e os misteriosos acordes de cítara que armavam o efeito; as<br />
convulsões que duravam horas inteiras, com estremecimentos,<br />
gritos agudos, choros ou risos imoderados, sufocações, sobressaltos;<br />
as mulheres que caíam com ataques e cujos espartilhos se<br />
afrouxavam em público, tudo isso era bem aparelhado para<br />
impressionar as almas tímidas e crédulas; mas, para os espíritos<br />
fortes e cépticos, eram apenas “ninharias escandalosas, dum<br />
manejo cheio de embustes”.<br />
A câmara das crises, cognominada “o inferno das convulsões”,<br />
não se prestava para dar uma idéia do poder calmante e<br />
equilibrante das imposições e dos passes; não podia contribuir<br />
senão para afastar os espíritos de uma tal concepção.<br />
Não se daria o mesmo com as cadeias magnéticas formadas<br />
pelo Marquês de Puységur em derredor das árvores de Buzancy?<br />
Ali não havia, talvez, o espetáculo das convulsões produzidas