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A Atividade Humana do Trabalho [Labor] em Hannah Arendt ...

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e “work” ou “Werk” por trabalho –uma tradução não apenas infeliz, mas incorreta–<br />

Roberto Raposo ficou s<strong>em</strong> saber como traduzir a expressão “productive labor” e<br />

preferiu traduzi-la por trabalho produtivo, mas, uma vez que ele próprio convencionou<br />

traduzir “work” por trabalho (quan<strong>do</strong> deveria ter traduzi<strong>do</strong> esse termo por obra ou<br />

fabricação), o leitor fica aqui s<strong>em</strong> saber se <strong>Hannah</strong> <strong>Arendt</strong>, ao usar essa expressão, está<br />

se referin<strong>do</strong> à sua própria concepção <strong>do</strong> trabalho [labor ou Arbeit] ou à sua concepção<br />

da obra [work ou Werk]. Do mesmo mo<strong>do</strong>, <strong>em</strong> nenhum momento <strong>Arendt</strong> traduz a noção<br />

de “processo de trabalho” [Arbeits-Prozess] <strong>em</strong> Marx por work-process, mas s<strong>em</strong>pre<br />

por labor-process. O tradutor, que decidi<strong>do</strong> traduzir “labor” por labor, não ousou<br />

traduzir “labor-process” por processo de labor e preferiu (sua escolha está correta) a<br />

expressão “processo de trabalho”. Ten<strong>do</strong> intitula<strong>do</strong> o terceiro capítulo [<strong>Labor</strong>, na versão<br />

original] “<strong>Labor</strong>”, o leitor fica s<strong>em</strong> saber o que todas estas referências a trabalho (que<br />

significa para o tradutor o que <strong>Arendt</strong> chamou de obra ou fabricação) quer<strong>em</strong> dizer,<br />

neste capítulo. Tanto a segunda divisão <strong>do</strong> terceiro capítulo, “The Thing-Character of<br />

the World”, como também a primeira divisão <strong>do</strong> quarto capítulo [Work, na edição<br />

original], “The Durability of the World”, e a segunda divisão desse mesmo capítulo,<br />

“Reification”, ficam bastante prejudicadas com esta tradução e suas constantes<br />

confusões entre duas atividades que estão claramente definidas e separadas na edição<br />

original desta obra. A última divisão <strong>do</strong> quarto capítulo intitula-se “The Permanence of<br />

the World and the Work of Art” (a tradução de Raposo: “A permanência <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e a<br />

obra de arte”). Ora, Raposo traduziu “work of art” por obra de arte e não por “trabalho<br />

de arte”, e o leitor inevitavelmente ficará perplexo ao encontrar essa divisão num<br />

capítulo intitula<strong>do</strong> pelo próprio tradutor “<strong>Trabalho</strong>”. Caso queira compreender e até<br />

mesmo simplesmente ler esta obra de <strong>Hannah</strong> <strong>Arendt</strong>, o leitor terá de consultar o<br />

original inglês ou a versão al<strong>em</strong>ã deste livro.<br />

Pod<strong>em</strong>os agora iniciar a leitura <strong>do</strong> terceiro capítulo, <strong>Labor</strong>, de The Human<br />

Condition, um capítulo que t<strong>em</strong> as seguintes divisões:<br />

1 – “O trabalho <strong>do</strong> nosso corpo e a obra de nossas mãos” [“The Labour of Our Body<br />

and the Work of Our Hands”] (pp. 72-81).<br />

2 – O caráter-de-coisa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> [The Thing-Character of the World] (pp. 81-83).<br />

3 – <strong>Trabalho</strong> e vida [<strong>Labor</strong> and Life] (pp. 84-88).<br />

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