A Crise oculta: conflitos armados e educação ... - unesdoc - Unesco
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RELATÓRIO DE MONITORAMENTO GLOBAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS 2011 RELATÓRIO<br />
CONCISO<br />
que muitas destas infecções poderiam ter sido<br />
evitadas por meio da <strong>educação</strong> (Figura 2).<br />
Programas de <strong>educação</strong> infantil preparam as crianças<br />
para a escola, aplacam os efeitos das privações<br />
domésticas, suspendem a transferência de<br />
desvantagens educacionais de pais para filhos e<br />
reforçam as perspectivas de crescimento econômico.<br />
A despeito disso, as políticas direcionadas à primeira<br />
infância de muitos países em desenvolvimento ainda<br />
sofrem de financiamento insuficiente, planejamento<br />
fragmentado e desigualdade.<br />
Crianças de famílias menos favorecidas têm muito a<br />
ganhar com tais programas, entretanto elas são<br />
muitas vezes as menos atendidas. Na Costa do<br />
Marfim, cerca de um quarto das crianças de famílias<br />
mais ricas frequentam a pré-escola, ao passo que a<br />
taxa de frequência daquelas que vêm de famílias mais<br />
pobres é quase zero. Países como Moçambique têm<br />
demonstrado que o maior empenho no sentido da<br />
equidade pode abrir as portas da pré-escola para os<br />
grupos menos favorecidos (Quadro 1).<br />
Quadro 1: Alvo do programa pré-escolar de Moçambique<br />
O programa pré-escolar “Escolinhas” de Moçambique é<br />
aberto a crianças vulneráveis com idade entre 3 e 5<br />
anos, com foco naquelas que vivem em situação de<br />
pobreza ou são portadoras de HIV. Voluntários das<br />
comunidades, incluindo dois professores por sala de<br />
aula, enfatizam a estimulação cognitiva, utilizando jogos,<br />
artes e música, para desenvolver a capacidade numérica<br />
e as capacidades básicas de leitura. O programa inclui<br />
instrução sobre saúde e nutrição e apoio aos pais. Ele<br />
proporciona serviço de alta qualidade e baixo custo e<br />
tem potencial para ser adotado por outros países.<br />
Fonte: Ver Quadro 1.3 no Relatório de Monitoramento Global de EPT 2011.<br />
Educação primária universal:<br />
deixando de alcançar os objetivos<br />
A última década teve grandes avanços nas matrículas<br />
na escola primária. Muitos países que, no começo da<br />
década, apresentavam tendência de não alcançar o<br />
objetivo de <strong>educação</strong> primária universal em 2015 agora<br />
demonstram perspectiva concreta de atingi-lo. Mesmo<br />
assim, o ritmo de avanço tem sido desigual – e pode estar<br />
diminuindo. Seguindo as tendências atuais, o mundo não<br />
atingirá a ambição definida no Marco de Ação de Dacar.<br />
Quando o Marco foi adotado, havia cerca de 106<br />
milhões de crianças fora da escola. Até 2008, a cifra<br />
havia caído para 67 milhões. Liderados por forte<br />
impulso na Índia, o sul e o oeste da Ásia reduziram<br />
pela metade o tamanho da população fora da escola.<br />
Na África subsaariana, houve grande aumento da<br />
população em idade escolar e as taxas de<br />
escolarização cresceram em quase um terço. Cerca de<br />
43% das crianças que estão fora da escola vivem na<br />
África subsaariana e outros 27% vivem no sul e no<br />
oeste da Ásia. Quase metade delas vive em apenas<br />
15 países (Figura 3). Vários deles têm registrado<br />
reduções drásticas no número de crianças fora da<br />
escola. De 1999 a 2008, a Etiópia reduziu o número de<br />
crianças fora da escola em cerca de 4 milhões e agora<br />
tem a perspectiva real de atingir a <strong>educação</strong> primária<br />
universal em 2015. Outros países que partiram de<br />
baixo patamar têm obtido sucesso, apesar de alguns<br />
ainda estarem muito longe de atingir a <strong>educação</strong><br />
primária universal em 2015. O Níger, por exemplo,<br />
duplicou a sua taxa de escolarização líquida em menos<br />
de uma década.<br />
Figura 3: Metade das crianças do mundo que estão fora<br />
da escola vivem em apenas 15 países<br />
Número de crianças em idade escolar primária fora da escola em<br />
2008 em alguns países selecionados<br />
Nigéria<br />
Paquistão<br />
Índia<br />
Etiópia<br />
Bangladesh<br />
Níger<br />
Quênia<br />
Iêmen<br />
Filipinas<br />
Burquina Fasso<br />
Moçambique<br />
Gana<br />
Brasil<br />
Tailândia<br />
África do Sul<br />
2,7<br />
2,0<br />
1,2<br />
1,1<br />
1,0<br />
1,0<br />
0,9<br />
0,9<br />
0,8<br />
0,7<br />
0,7<br />
0,5<br />
0 2 4 6 8 10<br />
Número de crianças fora da escola (milhões)<br />
Fonte: Ver Figura 1.11 no Relatório de Monitoramento Global de EPT 2011.<br />
5,6<br />
7,3<br />
8,6<br />
Vidas no limbo: crianças<br />
no campo de refugiados<br />
de Naisinqpara, Índia<br />
Em 2008,<br />
eram 67 milhões<br />
de crianças<br />
fora da escola<br />
11<br />
© Timothy Allen/AXIOM/HOA-QUI