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Motivação no Trabalho Introdução

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MotivaÁ„o <strong>no</strong> <strong>Trabalho</strong><br />

Andreia Silva, LetÌcia Wolf, Maria Cristina Costa, Susana Costa, Tatiana Magro<br />

Instituto de EducaÁ„o e Psicologia, Universidade do Minho.<br />

Resumo<br />

No presente artigo, pretendemos esclarecer alguns conceitos referentes ‡ motivaÁ„o,<br />

<strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> contexto organizacional. Assim, explicit·mos diversas teorias da motivaÁ„o, que<br />

<strong>no</strong>s pareceram mais pertinentes para a compreens„o deste tema, entre as quais a de Maslow que<br />

expıe a Teoria Hier·rquica das Necessidades, Teoria X e Y de McGregor, Herzberg com a Teoria<br />

dos Dois Factores (satisfaÁ„o <strong>no</strong> trabalho e insatisfaÁ„o), MacClelland com a teoria das necessidades<br />

(realizaÁ„o, poder e afiliaÁ„o), Teoria ERC de Alderfer, Vroom com a Teoria do Modelo de<br />

Expectativas, Teoria dos Sistemas de Likert (destacando o processo de lideranÁa, processo de grupo,<br />

comunicaÁ„o e influÍncia), por fim, Teorias de ReforÁo, que explicam as din‚micas motivacionais<br />

inerentes <strong>no</strong> contexto laboral segundo perspectivas diferentes, sendo relevante explicit·-las de forma<br />

a alcanÁarmos uma vis„o global e integrada dos fenÛme<strong>no</strong>s ocorrentes.<br />

De facto, n„o existem estratÈgias motivacionais universais, o que <strong>no</strong>s conduziu a formular<br />

algumas pistas para a acÁ„o segundo as diferentes concepÁıes teÛricas, com fito de optimizar o<br />

trabalho, bem como promover a satisfaÁ„o e bem-estar do indivÌduo <strong>no</strong> seio da organizaÁ„o.<br />

Palavras-chave: motivaÁ„o; necessidades; satisfaÁ„o <strong>no</strong> trabalho; ambiente organizacional<br />

Abstract<br />

In this article, we pretend to explain some concepts about the motivation, namely in the<br />

organizational context. Therefore, weíve chosen to explain some motivational theories that seemed us<br />

more relevant for the comprehension of this subject such as, the Maslowís theory that display the<br />

Hierarchical Theory of the Needs, the X and Y theory of McGregor, Herzberg with the Two Factors<br />

Theories (satisfaction in work and dissatisfaction), MacClelland with the theory of Needs (Realization,<br />

power and affiliation), ERC Theory of Alderfer, Vroom with the Model of Expectations Theory, Systems<br />

Theory of Likert (stressing the leadership process, group process, communication and influence), and,<br />

at last, the Strengthen Theory that explains the motivational dynamic inherent in the labour context by<br />

different perspectives, being also relevant to explain them in order to reach a global and integrated<br />

vision of the current phe<strong>no</strong>mena.<br />

In Fact, there are <strong>no</strong> universal motivational strategies, which led us to formulate some clues for<br />

the action on behalf of different theoretical conceptions, with the purpose of optimizing the work as<br />

well as to promote the satisfaction and well-being of the individual in the organization.<br />

Key Words: motivation; needs; job satisfaction; organizational environment.<br />

IntroduÁ„o<br />

Compreender a motivaÁ„o humana tem sido um desafio para muitos. V·rias investigaÁıes tÍm<br />

sido realizadas e diversas teorias tÍm tentado explicar o funcionamento desta forÁa que leva as<br />

pessoas a agirem em prol do alcance de objectivos.<br />

A motivaÁ„o È um dos determinantes principais de rendimento individual, embora n„o seja o<br />

˙nico factor a considerar. Outras vari·veis, como o esforÁo, as capacidades individuais, o suporte<br />

social e a experiÍncia prÈvia, tambÈm influenciam o rendimento. Apesar da sua indubit·vel<br />

1


import‚ncia, definir e analisar os processos motivacionais È uma tarefa de extrema complexidade,<br />

pois a motivaÁ„o est· relacionada com a direcÁ„o da conduta, a intensidade, a persistÍncia, o tempo<br />

que se dispende para concretizar determinado objectivo, n„o sendo passÌvel de ser medida<br />

directamente, sendo assim necess·rio manipular determinadas condiÁıes e vari·veis, observando-se<br />

posteriormente os seus efeitos na conduta. Um dos grandes desafios das organizaÁıes na<br />

actualidade È criar um ambiente de trabalho motivador para os seus funcion·rios. Assim, se o<br />

contexto laboral n„o trouxer a satisfaÁ„o desejada para os trabalhadores proporcional ao nÌvel do<br />

esforÁo, h· uma tendÍncia natural para a reduÁ„o do esforÁo <strong>no</strong> local de trabalho e a movimentaÁ„o<br />

dessa energia em acÁıes que realmente despertem o interesse do indivÌduo.<br />

Neste ‚mbito, o termo motivaÁ„o deriva do verbo lati<strong>no</strong> movere, podendo ser definida como ìo<br />

aspecto din‚mico do comportamento atravÈs do qual se procura compreender o processo de<br />

orientaÁ„o do comportamento para situaÁıes e objectos preferidosî, sendo assim ìo processo<br />

respons·vel pela intensidade, direcÁ„o e persistÍncia dos esforÁos de uma pessoa para o alcance de<br />

uma determinada metaî (Robbins, 2002). Esta predisposiÁ„o para a acÁ„o n„o È somente o resultado<br />

das din‚micas motivacionais, mas depende tambÈm da expectativa de Íxito e fracasso que Atkinson<br />

intitula de ìprobabilidade de sucessoî que representa a antevis„o dos efeitos de uma determinada<br />

acÁ„o e das emoÁıes vividas pelo indivÌduo em virtude das consequÍncias.<br />

Em virtude disso, este trabalho pretende analisar o conceito de motivaÁ„o com base em estudos<br />

e teorias, que contribuÌram de maneira decisiva para o entendimento do tema, bem como demonstrar<br />

o qu„o importante È para as empresas e para o desenvolvimento profissional dos funcion·rios e<br />

colaboradores possuÌrem acÁıes baseadas em estratÈgias motivacionais.<br />

Existem diversas teorias da motivaÁ„o que procuram analisar o fenÛme<strong>no</strong> motivacional na sua<br />

origem, evoluÁ„o, direccionalidade, bem como os efeitos e consequÍncias da sua din‚mica <strong>no</strong><br />

comportamento e mundo laboral.<br />

Teoria de Maslow ñ Teoria Hier·rquica das Necessidades<br />

Abraham Maslow, psicÛlogo <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>, apresentou uma teoria para explicar as razıes da<br />

motivaÁ„o, segundo a qual as necessidades humanas est„o organizadas e dispostas em nÌveis,<br />

numa hierarquia de import‚ncia e de influÍncia. Este autor representou a sua concepÁ„o atravÈs de<br />

uma pir‚mide em que, na base, estariam as necessidades fisiolÛgicas, e, <strong>no</strong> cume, as necessidades<br />

mais elevadas, que seriam as de auto-realizaÁ„o.<br />

2


As necessidades fundamentais seriam as necessidades b·sicas: as fisiolÛgicas e as de<br />

seguranÁa. SÛ depois de estas necessidades estarem satisfeitas se ascende na hierarquia para<br />

satisfaÁ„o de outras mais complexas e mais elevadas. Cada pessoa possui sempre mais de uma<br />

motivaÁ„o e todos os nÌveis actuam conjuntamente <strong>no</strong> organismo. Todas as necessidades est„o<br />

intimamente relacionadas com o estado de satisfaÁ„o ou insatisfaÁ„o de outras necessidades. Se<br />

n„o houvesse obst·culos, o ser huma<strong>no</strong> progrediria na hierarquia atÈ ao topo. Isto significa que <strong>no</strong><br />

momento em que o indivÌduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre<br />

que as pessoas busquem meios para satisfazÍ-la.<br />

Esta teoria pretende entrosar aspectos motivacionais biolÛgicos, psicolÛgicos, sociais e culturais.<br />

NECESSIDADES FISIOL”GICAS ñ Constituem o nÌvel mais baixo de todas as necessidades<br />

humanas, mas de vital import‚ncia. S„o consideradas necessidades fisiolÛgicas a fome, a sede, o<br />

so<strong>no</strong>, o evitamento da dor, o desejo sexual, a manutenÁ„o do estado inter<strong>no</strong> do organismo,<br />

necessidades que constituem a sobrevivÍncia do indivÌduo e a preservaÁ„o da espÈcie. A satisfaÁ„o<br />

destas necessidades domina o comportamento huma<strong>no</strong>. Assim se explica que pessoas esfomeadas<br />

arrisquem a vida para conseguir alimento. O comportamento do indivÌduo tem a finalidade de<br />

encontrar alÌvio da press„o que essas necessidades produzem sobre o organismo.<br />

NECESSIDADES DE SEGURAN«A ñ As necessidades de seguranÁa manifestam-se na procura<br />

de protecÁ„o relativamente ao meio, bem como na busca de um ambiente est·vel e ordenado. O<br />

perigo fÌsico provoca inseguranÁa e ansiedade dominando o comportamento do indivÌduo. Uma<br />

pessoa com medo prescinde da relaÁ„o com os outros. Os motivos da estima surgem sÛ quando a<br />

pessoa se sente segura.<br />

Vejamos, por exemplo, o caso de um empregado que est· numa forte relaÁ„o de dependÍncia<br />

com a empresa na qual trabalha. A ocorrÍncia de acÁıes administrativas arbitr·rias podem provocar<br />

incerteza ou inseguranÁa <strong>no</strong> empregado, quanto ‡ sua permanÍncia <strong>no</strong> emprego. Se essas acÁıes<br />

ou decisıes transmitem sentimentos de descriminaÁ„o, favoritismo ou alguma polÌtica administrativa<br />

imprevisÌvel, podem tornar-se poderosos factores de geraÁ„o de inseguranÁa <strong>no</strong> indivÌduo.<br />

NECESSIDADES DE AFECTO E DE PERTEN«A / SOCIAIS ñ As necessidades de afecto e de<br />

pertenÁa manifestam o desejo de associaÁ„o, participaÁ„o e aceitaÁ„o por parte dos outros. Nas<br />

relaÁıes Ìntimas e <strong>no</strong>s grupos a que pertence, o indivÌduo procura o afecto, a aprovaÁ„o, procura dar<br />

e receber atenÁ„o.<br />

3


A sensaÁ„o de n„o ser aceite isola o indivÌduo do meio e provoca uma queda muito forte na sua<br />

auto-estima.<br />

NECESSIDADES DE ESTIMA ñ S„o as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o<br />

indivÌduo se vÍ e se avalia. A maior parte das pessoas da <strong>no</strong>ssa sociedade tem necessidade ou<br />

desejo de uma valorizaÁ„o geralmente alta de si mesmos, com uma base firme e est·vel; tÍm<br />

necessidade de auto-respeito ou de auto-estima, e da estima dos outros. Assim, segundo Maslow, as<br />

necessidades de estima assumem duas expressıes: primeiro est· o desejo de forÁa, realizaÁ„o,<br />

adaptaÁ„o, mestria e competÍncia, confianÁa perante o mundo, independÍncia e liberdade. Em<br />

segundo lugar, temos o desejo de reputaÁ„o ou prestigio, o status, a fama e a glÛria, a dominaÁ„o, o<br />

reconhecimento, a atenÁ„o, a import‚ncia, a dignidade e o apreÁo dos outros face ‡ <strong>no</strong>ssa<br />

capacidade de adequaÁ„o ‡s funÁıes que desempenhamos.<br />

A satisfaÁ„o da necessidade de auto-estima conduz a sentimentos de autoconfianÁa, valor, forÁa,<br />

prestÌgio, poder, capacidade e aptid„o, de ser ˙til e necess·rio <strong>no</strong> mundo, as pessoas desejam ser<br />

competentes, isto È, desejam desenvolver actividades com qualidade e serem reconhecidas por isso.<br />

Mas a frustraÁ„o destas necessidades produz sentimentos de inferioridade, de fraqueza, de<br />

dependÍncia, de debilidade e de desamparo que, por sua vez podem levar ao des‚nimo ou a<br />

actividades compensatÛrias que, em casos extremos podem atÈ provocar sua destruiÁ„o, passa a ser<br />

considerada ameaÁa psicolÛgica. Essa ameaÁa È que produz as reacÁıes gerais de emergÍncia <strong>no</strong><br />

comportamento huma<strong>no</strong> que alteram significativamente o comportamento assim como o grau de<br />

motivaÁ„o do indivÌduo para realizar tarefas que n„o estejam relacionadas com a eliminaÁ„o dessa<br />

frustraÁ„o.<br />

Neste nÌvel da hierarquia das necessidades o indivÌduo procura a aceitaÁ„o dos outros atravÈs da<br />

sua pr·tica, da sua actuaÁ„o. Existem os chamados ìsÌmbolos hier·rquicosî em que por exemplo as<br />

pessoas adquirem um carro, moram numa casa maior, dispıem de toda a espÈcie de bens materiais<br />

representativos com os quais tambÈm pretendem adquirir prestÌgio e ser apreciados pelos outros.<br />

NECESSIDADES DE AUTO-REALIZA« O ñ Se todas as necessidades est„o satisfeitas,<br />

manifestar-se-· a necessidade de auto-realizaÁ„o, isto È, a realizaÁ„o do potencial de cada um, a<br />

concretizaÁ„o das capacidades pessoais e o autodesenvolvimento continuo. Assim, neste nÌvel da<br />

hierarquia das necessidades o indivÌduo procura a aceitaÁ„o dos outros atravÈs da sua pr·tica, da<br />

sua actuaÁ„o. Esta tendÍncia geralmente expressa-se atravÈs do impulso de a pessoa se tomar<br />

sempre mais do que È e de vir a ser tudo o que pode ser.<br />

4


Os m˙sicos devem fazer m˙sica, os artistas devem pintar, os poetas devem escrever, o que os<br />

huma<strong>no</strong>s podem ser È o que devem ser. Devem ser autÍnticos com a sua prÛpria natureza. A esta<br />

necessidade podemos chamar auto-realizaÁ„o, ou seja, desejo da pessoa pela auto-satisfaÁ„o, isto<br />

È, a tendÍncia em fazer na realidade o que tem de potencialidades.<br />

Maslow considerava que esta necessidade seria inerente aos seres huma<strong>no</strong>s. A sua<br />

concretizaÁ„o varia de pessoa para pessoa; assim como a intensidade e manifestaÁ„o tambÈm s„o<br />

variadas, obedecendo ‡s diferenÁas individuais entre as pessoas.<br />

No entanto, segundo o autor, as pessoas que procuram a auto-realizaÁ„o apresentam algumas<br />

caracterÌsticas comuns de personalidade: s„o independentes, criativos, resistem ao conformismo,<br />

tÍm experiÍncias fortes e um grande sentido Ètico, partilham valores democr·ticos, percebem<br />

realidade de modo preciso, aceitam-se a si prÛprias, aos outros e ao mundo, centrando-se mais <strong>no</strong>s<br />

problemas do que em si. O autor considera ainda que v·rias circunst‚ncias explicam que grande<br />

parte dos indivÌduos na sociedade n„o concretiza a necessidade de auto-realizaÁ„o, podendo<br />

conduzir ‡ apatia e alienaÁ„o. Assim, Maslow advoga que "what humans can be, they must be: they<br />

must be true to their own nature!î<br />

A concepÁ„o apresentada por Maslow fundamenta-se numa concepÁ„o optimista da natureza<br />

humana. Sugere, por exemplo, qu„o pouco realista È esperar que as pessoas possam trabalhar se<br />

n„o tÍm satisfeitas as necessidades b·sicas, fisiolÛgicas ou de seguranÁa. Qualquer comportamento<br />

motivado È como um canal pelo qual, muitas necessidades fundamentais, podem ser expressas ou<br />

satisfeitas conjuntamente.<br />

Contudo, algumas crÌticas s„o avanÁadas. Muitos autores puseram em causa a universalidade da<br />

pir‚mide, segundo a qual todos os seres huma<strong>no</strong>s hierarquizariam do mesmo modo as suas<br />

necessidades. Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da pir‚mide de necessidades.<br />

Algumas pessoas ñ devido ‡s circunst‚ncias de vida ñ chegam a preocupar-se fortemente com<br />

necessidades de auto-realizaÁ„o; outras estacionam nas necessidades de auto-estima; outras ainda<br />

nas necessidades sociais, enquanto muitas outras ficam ocupadas exclusivamente com<br />

necessidades de seguranÁa e fisiolÛgicas, sem conseguir satisfaze-las adequadamente.<br />

Por exemplo, em certas pessoas, o nÌvel de aspiraÁ„o pode estar permanentemente amortizado<br />

ou reduzido. Ou seja, os objectivos me<strong>no</strong>s prepotentes simplesmente podem-se ter perdido e<br />

desaparecer para sempre. Portanto, as pessoas que tenham vivido a vida a um nÌvel muito baixo (ex.:<br />

5


desemprego crÛnico) podem seguir satisfeito o resto da sua vida com apenas a ambiÁ„o de ter<br />

alimento suficiente.<br />

A organizaÁ„o das motivaÁıes depende de factores individuais, dos grupos em que a pessoa se<br />

integra, das situaÁıes que se vivem, das experiÍncias anteriores. A prÛpria ideia de hierarquia estaria<br />

em causa, porque uma necessidade n„o desaparece somente porque foi satisfeita. Contudo, È<br />

ineg·vel a import‚ncia da teoria de Maslow para compreender a motivaÁ„o, sobretudo ao nÌvel da<br />

organizaÁ„o do trabalho.<br />

Maslow teve um grande impacto <strong>no</strong> mundo do trabalho e da empresa. Mediante as suas<br />

observaÁıes em Non-Linear Systems, descobriu que as suas teorias se poderiam aplicar ‡ direcÁ„o<br />

organizacional. Descobriu que as pessoas conseguem um Ûptimo nÌvel de funcionamento quando as<br />

organizaÁıes desenvolvem pr·ticas que abarquem a natureza holÌstica dos seres huma<strong>no</strong>s.<br />

Considerava que uma polÌtica de empresa humana e bem formada, centrada <strong>no</strong> potencial huma<strong>no</strong>,<br />

tambÈm resultaria vantajosa e eco<strong>no</strong>micamente.<br />

Maslow influenciou-se pela teoria X e pela teoria Y de McGregor, que demonstra como as<br />

pr·ticas de direcÁ„o podem afectar certas associaÁıes, seja autorit·rias (X) ou humanÌsticas (Y). No<br />

entanto, ele foi mais longe ao sugerir uma sÈrie de associaÁıes, de natureza transpessoal, que lhe<br />

chamou teoria Z.<br />

A teoria Z revolucio<strong>no</strong>u o modelo cl·ssico de escassez econÛmica ao incluir o impulso de<br />

autorrizalizar-se, de amar e de alcanÁar os valores huma<strong>no</strong>s mais altos. A teoria Z toma a decis„o<br />

compartida, a confianÁa m˙tua, a intimidade, o cuidado e a cooperaÁ„o como algo essencial para o<br />

desenvolvimento da organizaÁ„o.<br />

As empresas que utilizam esta teoria preocupam-se com a educaÁ„o presente dos seus<br />

empregados, reforÁando a ideia de que o negÛcio tem o potencial de transformar e apoiar as pessoas<br />

que se auto-realizam. Reconhece as relaÁıes completas e alteradas entre as pessoas de todos os<br />

nÌveis de uma empresa. As necessidades de crescimento e estima para os trabalhadores s„o t„o<br />

importantes como a seguranÁa econÛmica. O trabalho È visto como uma experiÍncia psicolÛgica e um<br />

fim econÛmico ao mesmo tempo.<br />

A psicologia humanÌstica proporcio<strong>no</strong>u a existÍncia e sublinhou a import‚ncia das necessidades<br />

mentais, tal como a necessidade de ganhar algo, de ser independente e autÛ<strong>no</strong>mo, de sentir-se bem<br />

consigo mesmo, e de crescer e auto-realizar-se. Ao longo da dÈcada de 60 e 70 tem florescendo uma<br />

corrente de ideias sobe a direcÁ„o de empresas e os negÛcios orientada para as pessoas. Muitas<br />

6


organizaÁıes introduziram dicas tÈcnicas, como a formaÁ„o da sensibilidade, a tomada de decisıes<br />

participativa, a direcÁ„o por objectivos e programas para melhorar a qualidade da vida laboral.<br />

Maslow percebeu que a lideranÁa de Íxito se centra <strong>no</strong>s valores huma<strong>no</strong>s, est· orientado a<br />

satisfazer a necessidade de significado da pessoa, e cria um objectivo de organizaÁ„o. Assim,<br />

desenvolveu um conjunto de 36 supostos ou precondiÁıes para que uma organizaÁ„o funcione ao<br />

m·ximo. Estes incluem: 1) assumir em todo o seu pessoal o impulso de se levar algo a cabo, que<br />

est· para fabricar bem e n„o para perder tempo, que querem fazer um bom trabalho, etc; 2) assumir<br />

que as pessoas preferem sentir-se importantes, necess·rias, ˙teis, afortunadas, orgulhosas e<br />

respeitadas; 3) assumir que se deve confiar em todas as pessoas; 4) que todas as pessoas tem que<br />

estar informadas o mais possÌvel de tantos factos e verdades como seja possÌvel, e de tudo o que<br />

seja relevante em sua circunst‚ncia e 5) em ultima inst‚ncia, assumir que h· uma preferÍncia ou<br />

tendÍncia a identificar-se cada vez mais com o mundo e um conjunto de valores como a verdade, a<br />

justiÁa, a perfeiÁ„o e coisas parecidas. (Maslow, 1965,112).<br />

As principais empresas americanas (como exemplo, Hewlett.Packard, Aplle Computer, Texas<br />

Instrument, Eastman Kodak e Levi Strauss) aplicam estilos de direcÁ„o de empresa que dependem<br />

da responsabilidade individual, do trabalho em equipa e de uma preocupaÁ„o pelas pessoas. Estas<br />

grandes companhias reflectem o conhecimento crescente de que a vida industrial requer um grau de<br />

interdependÍncia humana, confianÁa m˙tua e cooperaÁ„o para que se mantenha a produtividade.<br />

Uma das aplicaÁıes directas e de maior Íxito na empresa da teoria de Maslow desenvolveu-se<br />

em Stanford Research Internantional (SRI). O projecto È conhecido como VALDS (Valores e estilos<br />

de vida) e marcou o perfil de pessoa americana de uma maneira singular. Baseando-se na hierarquia<br />

das necessidades de Maslow, o sistema VALS desenhou uns retratos de <strong>no</strong>vos modelos de pessoas<br />

muito elaboradas. Cada modelo descreve uma ˙nica maneira de vida definida pela sua seria distintiva<br />

de valores, impulsos, crenÁas, necessidades, sonhos e pontos de vista.<br />

Referido como informaÁ„o de estilo de vida, VALS utiliza-se para determinar como se podem<br />

atrair e reter os empregados, como encontrar-lhes o posto adequado de modo que sejam felizes e<br />

produtivos ao mesmo tempo, e como estabelecer grupos de trabalho. A tipologia VALS foi tambÈm<br />

utilizada para determinar o seguimento e tamanho do mercado e como ajuda <strong>no</strong> desenvolvimento,<br />

desÌgnio e empacotando o produto.<br />

7


Algumas agÍncias utilizam os psicogr·ficos de VALS para determinar as preferÍncias dos<br />

consumidores; esta aplicaÁ„o da hierarquia das necessidades est· a afectar hoje a vida de milhıes<br />

de america<strong>no</strong>s de forma muito persuasiva.<br />

Teoria de McGregor ñ Teoria X e Y<br />

Douglas McGregor, na dÈcada de 50, apresenta duas teorias, teorias X e Y, abordagens que<br />

reflectem fenÛme<strong>no</strong>s histÛricos, culturais, econÛmicos, tec<strong>no</strong>lÛgicos e sociais, ainda usados em<br />

v·rias organizaÁıes. … evidente a presenÁa destas possibilidades total ou parcialmente nas<br />

organizaÁıes.<br />

As teorias X e Y mostram a possibilidade de gerir a produtividade humana nas organizaÁıes<br />

empresariais, assim como, visualizar o comportamento huma<strong>no</strong> dentro das mesmas.<br />

A teoria X representa o controlo existente sobre os recursos huma<strong>no</strong>s da empresa. Segundo esta<br />

teoria, o ser huma<strong>no</strong>, em geral, n„o gosta de trabalhar ou pretende trabalhar o mÌnimo possÌvel,<br />

como tal, a grande parte dos trabalhadores tÍm que ser coagidos, vigiados e ameaÁados com<br />

castigos a fim de alcanÁar os objectivos da empresa. Os empregados evitam responsabilidades,<br />

preferem ordens formais sempre que possÌvel, exibem pouca ambiÁ„o e pıem a seguranÁa acima de<br />

todos os factores associados ao trabalho.<br />

A teoria Y evidencia o facto de que o desenvolvimento dos recursos huma<strong>no</strong>s È muito mais<br />

optimizado e pode ser melhor aproveitado. Conforme esta teoria, quando num ambiente favor·vel, o<br />

trabalho pode ser algo natural e que suscita prazer. O indivÌduo, movido pela auto-orientaÁ„o e pelo<br />

auto-controlo, coloca-se ao serviÁo dos objectivos previstos dentro da empresa. Neste ambiente, um<br />

funcion·rio, quando aliciado com uma recompensa, empenha-se mais na realizaÁ„o da sua tarefa. A<br />

seu tempo, o funcion·rio deixa de estar apenas sob ordens e comeÁa a procurar responsabilidades.<br />

N„o se deve confundir esta teoria com liberdade excessiva ou falta de controlo, È apenas uma forma<br />

diferente de administrar os recursos huma<strong>no</strong>s dentro do ambiente organizacional e muitas delas<br />

alcanÁam grande sucesso.<br />

Para McGregor, se uma empresa adopta as concepÁıes da teoria X, os seus funcion·rios<br />

apresentam-se desmotivados e com atitudes e comportamentos preguiÁosos, por outro lado, se optar<br />

pela teoria Y, as pessoas v„o interagir e apresentar caracterÌsticas motivadoras.<br />

Gerentes contempor‚neos confrontados com as possibilidades de McGregor, afirmam que a<br />

teoria X È aquela utilizada pelos seus chefes para com eles e a teoria Y È aquela que utilizam para<br />

com os seus subordinados.<br />

McGregor explica que quando existe desmotivaÁ„o, acomodaÁ„o, subutilizaÁ„o, inadaptaÁ„o e<br />

desorientaÁ„o, os gerentes em vez de admitirem ser os respons·veis por estes fenÛme<strong>no</strong>s, atribuem<br />

a culpa aos empregados.<br />

Muitas das organizaÁıes que obtÍm Íxito, atÈ a nÌvel internacional, mostram-se influenciadas por<br />

fortes traÁos da teoria Y.<br />

Apesar de muitas empresas se seguirem pelas conjecturas da teoria X revelando um nÌvel baixo<br />

de satisfaÁ„o dos seus colaboradores, È evidente tambÈm a presenÁa da teoria Y <strong>no</strong>utras empresas,<br />

8


nas quais se verificam grandes resultados, maiores nÌveis de produÁ„o, desenvolvimento, e geraÁ„o<br />

de resultados positivos. Em algumas organizaÁıes s„o utilizadas ambas as concepÁıes.<br />

Teoria de Herzberg ñ Teoria dos Dois Factores<br />

A teoria dos dois factores de Frederik Herzberg (psicÛlogo e professor de gest„o na Universidade<br />

de Utah) defende que os sentimentos satisfatÛrios acerca do trabalho dizem respeito ao conte˙do e<br />

‡s experiÍncias de trabalho, enquanto que os sentimentos de mal-estar relativos ao trabalho se<br />

associam a factores de estrutura envolventes, mas que n„o est„o directamente relacionados com o<br />

trabalho em si. Assim, Herzberg advoga que, quer o ambiente exter<strong>no</strong> ou contexo, quer o trabalho per<br />

si s„o factores importantes na motivaÁ„o humana, existindo dois tipos distintos de factores<br />

motivacionais ñ os de satisfaÁ„o e os de insatisfaÁ„o ñ reduzindo assim as necessidades a dois<br />

nÌveis distintos de an·lise<br />

Os factores de satisfaÁ„o dizem respeito ao conjunto de condiÁıes internas que ajudam a<br />

construir nÌveis de motivaÁ„o elevados e que se traduzem num bom desempenho <strong>no</strong> trabalho. Se<br />

estas condiÁıes estiverem ausentes, n„o resulta forÁosamente em insatisfaÁ„o, pois este conjunto de<br />

dados relaciona-se com o conte˙do do trabalho e comporta todo um conjunto de factores produtores<br />

de satisfaÁ„o. Segundo Herzberg, apenas elementos como o trabalho aliciante (ou seja, condiÁıes do<br />

prÛprio trabalho), o reconhecimento, a responsabilidade, as oportunidades de progresso na carreira<br />

profissional e de aperfeiÁoamento e desenvolvimento pessoais s„o susceptÌveis de proporcionar<br />

situaÁıes motivadoras do comportamento.<br />

No que respeita aos factores de insatisfaÁ„o ou de higiene, existe um conjunto de condiÁıes<br />

externas <strong>no</strong> trabalho que quando ausentes resultam em insatisfaÁ„o para os colaboradores <strong>no</strong> seio<br />

do mundo laboral. Tratam-se, sobretudo, de factores preventivos, que fornecem a energia necess·ria<br />

para o funcionamento dos aspectos motivacionais, evitando um comportamento negativo ou<br />

inadaptado. Contudo, se estas condiÁıes externas estiverem presentes n„o significa que, por si sÛ,<br />

motivem os trabalhadores, antes s„o necess·rias para que <strong>no</strong> mÌnimo se mantenha um razo·vel<br />

nÌvel de satisfaÁ„o. Estes factores exter<strong>no</strong>s relacionados com o contexto do trabalho dizem respeito<br />

ao sal·rio, seguranÁa, condiÁıes de trabalho, posiÁ„o, polÌtica da organizaÁ„o, qualidade da<br />

supervis„o tÈcnica, os benefÌcios extra e, por fim, a qualidade das relaÁıes pessoais com os chefes,<br />

supervisores e subordinados.<br />

9


Um dos grandes contributos de Herzberg consiste em estabelecer uma fronteira explÌcita entre as<br />

vari·veis ligadas ao contexto ou meio ambiente do trabalho (factores de higiene) e as vari·veis<br />

inerentes ‡ prÛpria natureza do trabalho, ao seu conte˙do e ‡ sua execuÁ„o (factores motivacionais<br />

ou de satisfaÁ„o), prog<strong>no</strong>sticando que o progresso da motivaÁ„o apenas surge <strong>no</strong> momento em que<br />

a filosofia do trabalho se concentra, n„o apenas <strong>no</strong>s factores circundantes ao trabalho, mas<br />

fundamentalmente <strong>no</strong> trabalho em si mesmo.<br />

Muitas das tarefas realizadas em postos de trabalho comuns n„o s„o interessantes ou<br />

estimulantes, pois tÍm um car·cter repetitivo, rotineiro, standardizado, um ambiente fÌsico ou<br />

psicolÛgico desagrad·vel, assumindo-se tambÈm como uma forma de press„o externa que forÁa os<br />

colaboradores a realizarem as suas funÁıes segundo um padr„o rÌgido que determina o modo e ritmo<br />

das tarefas. Assim, perante os problemas de falta de motivaÁ„o que estas tarefas podem gerar<br />

(resultando em efeitos negativos que compreendem desde o elevado n˙mero de transferÍncias, ao<br />

absentismo e, tambÈm, baixa produtividade), as empresas frequentemente reagem instituindo pla<strong>no</strong>s<br />

dispendiosos de benefÌcios extra, aumentos salariais, programas de seguranÁa, prÈmios de<br />

produtividade ou complementos de reforma. Porventura, estes pla<strong>no</strong>s compactos n„o s„o, por si sÛ,<br />

suficientes para desencadear um clima positivo de motivaÁ„o e para mantÍ-lo de modo persistente.<br />

Assim, segundo Herzberg estas medidas apenas conduzem os trabalhadores ao ìponto zeroî da<br />

motivaÁ„o e a relaÁ„o estabelecida pelo autor entre os factores motivacionais e a natureza das<br />

tarefas È, de facto, um ponto crÌtico da organizaÁ„o do trabalho, visto que a tendÍncia prim·ria das<br />

empresas consiste em definir tarefas, funÁıes e circuitos segundo os princÌpios de eco<strong>no</strong>mia,<br />

eficiÍncia e produtividade.<br />

A sua teoria foi alvo de algumas crÌticas, <strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> que respeita ‡ metodologia e<br />

condiÁıes da sua investigaÁ„o, pois originalmente baseou-se somente numa amostra de contabilistas<br />

e engenheiros, levando assim os crÌticos a interrogarem-se sobre o porquÍ de uma amostra t„o<br />

limitada poder ser generalizada a todos os contextos ocupacionais. A tec<strong>no</strong>logia, o tipo de tarefas e<br />

os antecedentes de grupos ocupacionais s„o marcadamente diferentes de grupos de enfermeiros,<br />

professores, assistentes sociais, tÈcnicos de sa˙de (entre outros), n„o sendo muito fidedig<strong>no</strong> realizar<br />

estas generalizaÁıes.<br />

10


Teoria de MacClelland ñ Teoria das Necessidades<br />

Esta teoria compreende trÍs necessidades b·sicas ñ necessidades de realizaÁ„o, poder e<br />

afiliaÁ„o.<br />

Segundo esta teoria, cada indivÌduo È influenciado pelas necessidades de realizaÁ„o, poder ou<br />

afiliaÁ„o, variando de acordo com a situaÁ„o, ou seja, n„o s„o detectadas sempre na mesma altura,<br />

mas sim em situaÁıes diferentes. A motivaÁ„o para satisfazer as necessidades varia de sujeito para<br />

sujeito, sendo que em cada indivÌduo uma destas necessidades È dominante.<br />

A necessidade de realizaÁ„o È a necessidade ou o desejo que a pessoa tem em alcanÁar o<br />

sucesso, superar barreiras, vencer obst·culos. … uma necessidade que para ser satisfeita necessita<br />

de um padr„o de excelÍncia <strong>no</strong> indivÌduo (tem que sentir-se realizado). MacClelland estabelece uma<br />

relaÁ„o entre as necessidades que a pessoa tem e a cultura em que est· inserida, pois existem<br />

diferentes exigÍncias, sendo esta necessidade a mais abordada pelo autor.<br />

A motivaÁ„o para o poder caracteriza-se pelo desejo do indivÌduo dominar, controlar, influenciar<br />

outras pessoas. Mas para atingir este objectivo necessita de ser visto como competente na tarefa que<br />

executa. De acordo com Robbins (2002, p.58), "o poder pode apresentar-se sob uma face pessoal ou<br />

sob uma face socializado, levando a diferentes formas de comportamentoî. Assim, È a necessidade<br />

de provocar <strong>no</strong>s outros um comportamento diferente do que aquele que seria esperado sem essa<br />

influÍncia.<br />

As necessidades de afiliaÁ„o governam as relaÁıes interpessoais do indivÌduo, que procurar·<br />

fazer amigos, ser aceite pelos outros, estabelecer relaÁıes interpessoais significativas. Os indivÌduos,<br />

cuja necessidade de afiliaÁ„o È predominante, centram-se mais nas relaÁıes humanas do que nas<br />

tarefas de produÁ„o. Sentem a necessidade de serem aprovados (por exemplo quando executam<br />

determinada tarefa). O trabalho para os indivÌduos que valorizam essencialmente esta necessidade<br />

(trabalhar cooperando com os outros) acaba por render mais.<br />

Todas estas necessidades s„o essenciais para explicar a motivaÁ„o dos indivÌduos <strong>no</strong> trabalho.<br />

Uns indivÌduos consideram umas necessidades mais importantes que outras, mas todas tÍm o seu<br />

peso na motivaÁ„o do indivÌduo.<br />

Considerando que estamos inseridos num determinado grupo de trabalho, sentimo-<strong>no</strong>s muito<br />

mais realizados, se o grupo de trabalho <strong>no</strong>s compreender e se esse mesmo <strong>no</strong>s reconhecer como<br />

ìbonsî na tarefa que executamos (a quest„o de sermos reconhecidos socialmente por exemplo). Para<br />

isso acontecer tambÈm tem que existir um esforÁo da <strong>no</strong>ssa parte, porque temos que exercer<br />

comportamentos e tarefas que comprovem isso mesmo.<br />

11


Desta teoria podemos retirar que pessoas motivadas por realizaÁ„o s„o orientadas para tarefas,<br />

que procuram continuadamente a excelÍncia, apreciam desafios significativos e satisfazem-se ao<br />

completar estas tarefas; por sua vez pessoas motivadas por afiliaÁ„o desejam estabelecer e<br />

desenvolver relacionamentos pessoais prÛximos e pertencer a grupos.<br />

Estas gostam e tentar manter estas relaÁıes porque estimam o trabalho em equipa/cooperaÁ„o.<br />

Por fim, aquelas que s„o motivadas pelo poder apreciam exercer poder sobre as decisıes tomadas<br />

pelos outros, tendo que essas pessoas tÍm consideraÁ„o por nÛs.<br />

Teoria de Alderfer ñ Teoria ERC<br />

Clayton Alderfer veio validar e sustentar a teoria de Maslow, acrescentando-lhe investigaÁ„o<br />

empÌrica. Esta teoria est· disposta numa ordem hier·rquica e compıe-se por uma sÈrie de trÍs<br />

necessidades de ExistÍncia (necessidades satisfeitas por factores como a alimentaÁ„o, o sal·rio e as<br />

condiÁıes laborais), RelaÁ„o (necessidades de relaÁıes pessoais e interpessoais significativas) e de<br />

Crescimento (necessidades de auto-estima, status, reconhecimento, atenÁ„o e auto-realizaÁ„o).<br />

Assim, as trÍs necessidades de Alderfer ñ existÍncia, relaÁ„o e crescimento (ERC) ñ tÍm<br />

algumas correspondÍncias com as propostas por Maslow, na medida em que, as necessidades de<br />

existÍncia (E) s„o similares ‡s categorias fisiolÛgicas e de seguranÁa de Maslow, as de relaÁ„o (R)<br />

correspondem ‡s categorias de pertenÁa, interacÁ„o social e amor, ao passo que as de crescimento<br />

(C) s„o semelhantes ‡s necessidades de estima e auto-realizaÁ„o.<br />

Apesar destes paralelismos, a teoria motivacional de Alderfer diverge, de alguma forma, da teoria<br />

de Maslow, <strong>no</strong>meadamente na forma de percorrer as diferentes necessidades. Neste ‚mbito, Maslow<br />

propÙs que as necessidades n„o realizadas s„o as que predominam, n„o sendo possÌvel satisfazer<br />

as necessidades de topo sem preencher as anteriores. Contudo, a teoria ERC advoga que, para alÈm<br />

do processo de satisfaÁ„o/progress„o proposto por Maslow, est· tambÈm eminente um processo de<br />

frustraÁ„o/regress„o, pois se um indivÌduo se vÍ continuamente frustrado na realizaÁ„o das suas<br />

necessidades de crescimento, voltam a surgir as necessidades de relaÁ„o com principal fonte<br />

motivacional, fazendo com que o sujeito reoriente os seus esforÁos <strong>no</strong> cumprimento das<br />

necessidades de ordem inferior.<br />

Imaginemos a histÛria da Ana, uma psicÛloga efectiva que trabalha <strong>no</strong> hospital de S. Marcos na<br />

unidade pedi·trica. … casada, tem uma filha e um bom rendimento salarial (tendo as necessidades de<br />

existÍncia e relaÁ„o satisfeitas), sentindo-se, <strong>no</strong> entanto, preocupada com a seguranÁa <strong>no</strong> trabalho, o<br />

nÌvel salarial e com a qualidade das relaÁıes estabelecidas com os companheiros de trabalho. Ana<br />

trabalha para manter o sustento da sua famÌlia e gosta de manter uma boa qualidade nas relaÁıes de<br />

12


trabalho. Um dia surge-lhe uma oportunidade de se candidatar a um posto superior de chefe do<br />

serviÁo de psicologia neste mesmo estabelecimento. PorÈm, as suas expectativas saÌram goradas e<br />

n„o conseguiu obter o cargo, pois existiam outros candidatos com mais experiÍncia, sentindo-se<br />

frustrada, decepcionada, pondo em causa as suas competÍncias. A sua supervisora, tendo reparado<br />

na reacÁ„o de Ana explicou-lhe o porquÍ de n„o ter sido promovida, assegurando-lhe que<br />

futuramente outras oportunidades de promoÁ„o iriam surgir e que o seu valor iria ser reconhecido.<br />

Assim, a sua supervisora e outras colegas, com quem mantivera sempre uma boa relaÁ„o,<br />

convidaram-na para um jantar, onde conversaram sobre este assunto. De facto, tudo isto parece ter<br />

ajudado Ana, que depois de alguns dias em que se sentiu desiludida e, de algum modo, frustrada,<br />

reorientou a sua necessidade de ser promovida (necessidade de crescimento) para as necessidades<br />

da categoria de relaÁ„o (R).<br />

A explicaÁ„o ERC sobre a motivaÁ„o oferece interessantes sugestıes acerca da conduta. Assim,<br />

segundo Alderfer quando as necessidades de ordem superior de um trabalhador (ex: crescimento)<br />

n„o lhe est„o acessÌveis devido a factores como as polÌticas organizacionais ou escassez de<br />

recursos, devemos reorientar os esforÁos do indivÌduo para as necessidades de relaÁ„o ou<br />

existÍncia. Em suma, esta perspectiva implica que os trabalhadores estejam motivados para se<br />

conduzirem para que possam satisfazer um dos trÍs conjuntos de necessidades.<br />

Teoria de Vroom ñ Teoria do Modelo de Expectativas<br />

O modelo de expectativas, desenvolvido por Vroom, afirma que a motivaÁ„o È a consequÍncia<br />

dos resultados que uma pessoa procura na sua estimativa de que a acÁ„o conduzir· aos resultados<br />

desejados, ou seja, se um indivÌduo deseja algo com muita intensidade e se o caminho parece estar<br />

suficientemente aberto para tanto, ela ir· em busca do que deseja.<br />

A forÁa da preferÍncia de uma <strong>no</strong>va pessoa por um resultado em relaÁ„o a outro de<strong>no</strong>mina-se de<br />

valÍncia e visto que uma pessoa tambÈm pode desejar ter nenhum resultado, a valÍncia pode ir de -1<br />

a + 1. A crenÁa de uma pessoa de que um acto levar· a uma determinada consequÍncia È de<strong>no</strong>mina-<br />

se expectativa. Se uma pessoa est· certa de que a sua acÁ„o n„o È capaz de alcanÁar uma<br />

consequÍncia, a expectativa È zero, mas se, pelo contr·rio, o indivÌduo julga que determinado acto<br />

levar· a uma consequÍncia, a expectativa È +1. Assim, a expectativa pode estar em qualquer ponto<br />

entre zero e +1. Assim, pode-se afirmar que a valÍncia È o desejo de uma pessoa por uma<br />

consequÍncia e expectativa È a probabilidade de que a acÁ„o conseguir· esta consequÍncia. Quando<br />

13


a valÍncia e a expectativa s„o multiplicadas, o produto È o estado aproximado de motivaÁ„o de uma<br />

pessoa (valÍncia X expectativa = motivaÁ„o e ValÍncia X probabilidade = motivaÁ„o)<br />

Este modelo aconselha as pessoas a recorrerem ‡ sua experiÍncia e opiniıes para determinarem<br />

quais os resultados que est„o disponÌveis e, posteriormente, quais os que tÍm mais probabilidade de<br />

alcanÁar. O objectivo disto incide em realizar uma an·lise de custo / benefÌcio para determinar se<br />

uma recompensa vale pelos custos, ou seja, se os meios justificam os fins. Se a hipÛtese se<br />

confirmar, ent„o elas tendem a aplicar mais esforÁo.<br />

Em termos da relaÁ„o custo / benefÌcio, a tarefa da funÁ„o de pessoal È desenvolver um<br />

ambiente em que os custos do esforÁo sejam minimizados e as recompensas sejam aumentadas.<br />

Esta teoria È uma estratÈgia pessoal de trajectÛria em que o departamento de pessoal melhora o<br />

caminho em direcÁ„o ‡ meta, procurando melhorar as consequÍncias <strong>no</strong> final do percurso. Desta<br />

forma, a funÁ„o de pessoal potencia um melhor clima organizacional para a motivaÁ„o.<br />

Teoria de Likert ñ Sistemas de AdministraÁ„o<br />

Likert considera a administraÁ„o como um processo relativo, <strong>no</strong> qual n„o existem <strong>no</strong>rmas ou<br />

princÌpios universais v·lidos para todas as circunst‚ncias e situaÁıes. Propıe uma classificaÁ„o de<br />

sistemas de administraÁ„o, definindo perfis organizacionais.<br />

S„o caracterizados por quatro vari·veis: Processo Decisorial, Sistema de ComunicaÁ„o,<br />

Relacionamento Interpessoal e Sistema de Recompensas e PuniÁıes.<br />

Vari·veis<br />

Principais<br />

Processo Decisorial<br />

Sistema de<br />

ComunicaÁıes<br />

Sistemas de AdministraÁ„o<br />

1 2 3 4<br />

Autorit·rio-<br />

Coercitivo<br />

Totalmente<br />

centralizado na<br />

c˙pula da<br />

organizaÁ„o.<br />

Muito prec·rio.<br />

Somente<br />

comunicaÁıes<br />

verticais e<br />

descendentes<br />

carregando ordens.<br />

Autorit·rio-<br />

Benevolente<br />

Centralizado na<br />

c˙pula, mas permite<br />

alguma delegaÁ„o, de<br />

car·ter rotineiro.<br />

Relativamente<br />

prec·rio, prevalecendo<br />

comunicaÁıes<br />

descendentes sobre<br />

as ascendentes.<br />

Consultivo Participativo<br />

Consulta aos nÌveis<br />

inferiores, permitindo<br />

a participaÁ„o e<br />

delegaÁ„o.<br />

A c˙pula procura<br />

facilitar o fluxo <strong>no</strong><br />

sentido vertical<br />

(descendente e<br />

ascendente) e<br />

horizontal.<br />

Totalmente<br />

descentralizado. A<br />

c˙pula define polÌticas<br />

e controla os<br />

resultados.<br />

Sistemas de<br />

comunicaÁ„o<br />

eficientes s„o<br />

fundamentais para o<br />

sucesso da empresa.<br />

14


RelaÁıes<br />

Interpessoais<br />

Sistemas de<br />

Recompensas e<br />

PuniÁıes<br />

Provocam<br />

desconfianÁa.<br />

OrganizaÁ„o Informal<br />

È vedada e<br />

considerada<br />

prejudicial. Cargos<br />

confinam as pessoas.<br />

UtilizaÁ„o e puniÁıes<br />

e medidas<br />

disciplinares.<br />

ObediÍncia restrita<br />

aos regulamentos<br />

inter<strong>no</strong>s. Raras<br />

recompensas<br />

(estritamente<br />

salariais)<br />

S„o toleradas<br />

relativamente.<br />

OrganizaÁ„o Informal<br />

È considerada uma<br />

ameaÁa ‡ empresa.<br />

UtilizaÁ„o, puniÁıes e<br />

medidas disciplinares,<br />

mas com me<strong>no</strong>r<br />

arbitrariedade.<br />

Recompensas<br />

salariais e raras<br />

recompensas sociais.<br />

Sistema Onde È encontrado:<br />

01<br />

02<br />

03<br />

04<br />

Certa confianÁa nas<br />

pessoas e relaÁıes.<br />

A c˙pula facilita a<br />

organizaÁ„o informal<br />

sadia.<br />

UtilizaÁ„o de<br />

recompensas<br />

materiais<br />

(principalmente<br />

sal·rios).<br />

Recompensas sociais<br />

ocasionais. Raras<br />

puniÁıes ou castigos.<br />

<strong>Trabalho</strong> em equipas.<br />

FormaÁ„o de grupos<br />

È importante.<br />

ConfianÁa mutua,<br />

participaÁ„o e<br />

envolvimento grupal<br />

intensos.<br />

UtilizaÁ„o de<br />

recompensas sociais<br />

e recompensas<br />

materiais e salariais.<br />

PuniÁıes s„o raras e,<br />

quando ocorrem, s„o<br />

definidas pelas<br />

equipes.<br />

Empresas com tec<strong>no</strong>logia rudimentar e m„o-de-obra intensiva, pessoal de pouca qualificaÁ„o e<br />

educaÁ„o. Ex: construÁ„o civil ou industrial.<br />

Empresas industriais com tec<strong>no</strong>logia mais apurada e m„o-de-obra mais especializada, mas<br />

aplicando formas de coerÁ„o para manter o controle sobre o comportamento das pessoas. Ex: ·reas<br />

de produÁ„o e montagens de empresas industriais.<br />

Empresas de serviÁos como bancos e financeiras e ·reas administrativas de empresas industriais<br />

mais organizadas e avanÁadas em termos de relaÁıes com empregados.<br />

Empresas que utilizam sofisticada tec<strong>no</strong>logia e pessoal especializado. Ex: empresas de serviÁos de<br />

propaganda, consultoria em engenharia e administraÁ„o.<br />

Os quatro sistemas n„o tÍm limites entre si. Uma empresa pode ter uma unidade <strong>no</strong> sistema 1 e<br />

outra <strong>no</strong> 3.<br />

Likert elaborou um question·rio que define o ìPerfil Organizacional de Likertî e situa a empresa<br />

em funÁ„o do estilo de administraÁ„o predominante. Ele constatou que quanto mais o estilo<br />

administrativo da empresa se aproximar do Sistema 4 tanto maior ser· a probabilidade de alta<br />

produtividade, boas relaÁıes <strong>no</strong> trabalho e elevada rentabilidade. Por outro lado, quanto mais uma<br />

empresa se aproximar do Sistema 1, tanto maior a probabilidade de ineficiÍncia, pÈssimas relaÁıes<br />

de trabalho e repetidas crises financeiras.<br />

Para Likert, o comportamento huma<strong>no</strong> na organizaÁ„o pode ser explicado atravÈs de algumas<br />

vari·veis:<br />

15


Segundo Likert:<br />

Vari·veis Causais Vari·veis Intervenientes<br />

Estrutura Organizacional;<br />

Controles;<br />

PolÌticas;<br />

LideranÁa.<br />

Vari·veis Resultantes<br />

SatisfaÁ„o;<br />

Produtividade;<br />

Lucros;<br />

Qualidade<br />

Atitudes;<br />

MotivaÁıes e percepÁıes de todos os membros.<br />

Os administradores que se limitam apenas aos resultados de produÁ„o produzem apenas<br />

resultados imediatos. A Ínfase <strong>no</strong> imediatismo gera dificuldades <strong>no</strong> futuro. A press„o pelo curto prazo<br />

pıe em risco o longo prazo.<br />

Teorias de ReforÁo<br />

Finalmente, as teorias de reforÁo centram-se <strong>no</strong>s factores que podem aumentar a probabilidade<br />

de ocorrÍncia de um comportamento desej·vel e <strong>no</strong>s que poder„o diminuir a probabilidade de<br />

ocorrÍncia de um comportamento indesej·vel. No mundo laboral, a motivaÁ„o È conseguida atravÈs<br />

de um sistema de recompensas e penalizaÁıes.<br />

As teorias do reforÁo ig<strong>no</strong>ram os estados inter<strong>no</strong>s do indivÌduo e centram-se fundamentalmente<br />

<strong>no</strong> que ocorre durante as acÁıes dos indivÌduos, n„o tendo em conta as emoÁıes, sentimentos,<br />

atitudes, expectativas e outras vari·veis cognitivas que tÍm impacto fulcral <strong>no</strong> comportamento.<br />

Todavia, È importante realÁar que estas teorias fornecem importantes meios de an·lise sobre os<br />

factores que controlam o comportamento e, portanto, devem ser integradas nesta ·rea. O reforÁo<br />

influencia o comportamento, mas poucos teÛricos aceitar„o que o reforÁo seja a ˙nica influÍncia.<br />

ImplicaÁıes para a pr·tica<br />

A compreens„o dos fenÛme<strong>no</strong>s envolvidos <strong>no</strong> processo motivacional È de import‚ncia fulcral<br />

para o contexto organizacional. … fundamental ter uma perspectiva coerente de quais as directrizes<br />

que se devem assumir para os trabalhadores agirem num determinado sentido. Sendo a motivaÁ„o<br />

um fenÛme<strong>no</strong> altamente complexo, que afecta uma multiplicidade de factores organizacionais,<br />

16


diferentes cuidados dever-se-„o ter em conta de forma a potencializar as competÍncias e<br />

desempenho do sujeito.<br />

O desenvolvimento da motivaÁ„o <strong>no</strong> contexto organizacional È o elemento fundamental de uma<br />

gest„o estratÈgica e de resultados. O trabalho per si pode constituir-se como uma potencial fonte de<br />

motivaÁ„o, na medida em que, se o indivÌduo sentir prazer na tarefa que desempenha, estar·<br />

provavelmente mais motivado, conceptualizando o trabalho como fonte de realizaÁ„o pessoal. A<br />

essÍncia do prÛprio trabalho deve ser intrinsecamente gratificante, para que o trabalhador possa<br />

desenvolver o seu prÛprio potencial. Assim, se o indivÌduo n„o se sentir satisfeito <strong>no</strong> seu ofÌcio,<br />

podemos intervir na natureza do trabalho com o objectivo de torn·-lo em fonte de prazer. Deve-se ter<br />

em conta as diferenÁas individuais, pois os funcion·rios possuem necessidades e competÍncias<br />

distintas, devendo-se adaptar a natureza do trabalho aos mesmos. … necess·rio que, por um lado, os<br />

funcion·rios compreendam a import‚ncia do seu cargo para o bom funcionamento e cumprimento<br />

dos objectivos da organizaÁ„o, e por outro, que a prÛpria organizaÁ„o reconheÁa o seu principal<br />

potencial de realizaÁ„o <strong>no</strong>s indivÌduos.<br />

Assim, as polÌticas organizacionais devem permitir aos trabalhadores encontrarem um sentido<br />

nas tarefas que desempenham, concedendo incentivos adequados que os motivem. As questıes<br />

salariais s„o, de facto, importantes na valorizaÁ„o do trabalho, mas n„o s„o o factor sine qua <strong>no</strong>n e<br />

sÛ se tornam preponderantes quando as demais necessidades n„o se encontram satisfeitas. Ora È<br />

necess·rio que a totalidade das condiÁıes do contexto laboral preencham e saciem o indivÌduo para<br />

que se sinta realizado e motivado. … importante salientar que a seguranÁa <strong>no</strong> emprego traduzida na<br />

estabilidade dos contratos de trabalho, a flexibilidade dos hor·rios, as condiÁıes fÌsicas do contexto<br />

(segundo princÌpios ergonÛmicos propÌcios e adequados) e a qualidade das relaÁıes interpessoais<br />

s„o tambÈm factores motivacionais relevantes que poder„o ser trabalhados <strong>no</strong> sentido de potenciar a<br />

motivaÁ„o <strong>no</strong> trabalho. Por outro lado, a possibilidade de o trabalhador utilizar as suas capacidades e<br />

criatividade, as oportunidades de crescimento pessoal, o reconhecimento justo da dedicaÁ„o e<br />

produtividade dos funcion·rios (por exemplo, atravÈs da concess„o de prÈmios) permitem ao<br />

trabalhador alcanÁar um sentimento de enriquecimento pessoal e crescimento. A protecÁ„o e apoio<br />

da organizaÁ„o contra situaÁıes pessoais inesperadas (<strong>no</strong>meadamente doenÁa, acidente ou luto),<br />

pla<strong>no</strong>s de sa˙de adequados, equidade entre os membros nas condiÁıes laborais e nas relaÁıes com<br />

os superiores (por exemplo, sentir que n„o h· favoritismos), a lideranÁa democr·tica e participativa<br />

(onde as tomadas de decis„o s„o tomadas em conjunto de forma a favorecer todas as partes, sendo<br />

17


os sistemas de comunicaÁ„o abertos), inculcaÁ„o de objectivos (especÌficos, desafiantes e que sejam<br />

monitoriz·veis) e fornecimento de feedback, s„o outras das vari·veis a ter em conta na formulaÁ„o<br />

das estratÈgias motivacionais.<br />

ApÛs esta descriÁ„o de algumas pistas para a acÁ„o, È importante referir que todos estes<br />

factores motivacionais interagem entre si e que a alteraÁ„o de um destes factores provavelmente<br />

surtir· efeitos cumulativos.<br />

Conclus„o<br />

A realizaÁ„o deste trabalho foi de uma extrema import‚ncia para nÛs, na medida em que <strong>no</strong>s<br />

permitiu um maior conhecimento das din‚micas motivacionais, primordialmente <strong>no</strong> contexto laboral.<br />

Permitiu-<strong>no</strong>s tambÈm, uma maior familiarizaÁ„o com a primeira fase do processo de investigaÁ„o ñ a<br />

revis„o da literatura ñ concedendo-<strong>no</strong>s um maior conhecimento das bases de pesquisa de dados<br />

respeitantes a livros e revistas cientÌficas.<br />

No decurso deste trabalho surgiram algumas dificuldades, primeiramente na delimitaÁ„o dos<br />

objectivos, posteriormente <strong>no</strong> manuseamento das bases de pesquisas e, por ˙ltimo, <strong>no</strong> acesso e<br />

selecÁ„o da informaÁ„o disponÌvel acerca do tema, visto que a maioria dos trabalhos realizados<br />

incidiam na ·rea da motivaÁ„o escolar. Opt·mos por utilizar maioritariamente informaÁ„o contida em<br />

livros, por um lado devido ‡s dificuldades sentidas em encontrar artigos do tema nas bases de dados<br />

e, por outro, em virtude de estarmos mais familiarizadas com este mÈtodo de pesquisa.<br />

O conhecimento das diversas teorias motivacionais permitiu-<strong>no</strong>s um maior conhecimento destas<br />

din‚micas <strong>no</strong> quotidia<strong>no</strong> e <strong>no</strong> contexto organizacional, que concernem uma explicaÁ„o e<br />

compreens„o riquÌssimas da conduta humana. As diferentes perspectivas, embora veiculem<br />

pa<strong>no</strong>ramas distintos sobre a motivaÁ„o, devem permitir um <strong>no</strong>vo olhar assente numa Ûptica<br />

integrativa dos processos que regem o comportamento, <strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> contexto laboral. A<br />

necessidade e preocupaÁ„o crescente com este tema, pela parte de investigadores e outros agentes,<br />

traduzem as mudanÁas decorrentes da evoluÁ„o da concepÁ„o do trabalho, almejando-se optimizar o<br />

trabalho, rendimento e satisfaÁ„o de todos os intervenientes.<br />

18


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