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Mirella Martins de Castro Mariani - Universidade Presbiteriana ...

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Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA TRADICIONAL E COMPUTADORIZADA<br />

PARA CARACTERIZAÇÃO DA ATENÇÃO NOS DOMÍNIOS ESPACIAL E<br />

TEMPORAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE<br />

WILLIAMS- BEUREN<br />

<strong>Mirella</strong> <strong>Martins</strong> <strong>de</strong> <strong>Castro</strong> <strong>Mariani</strong> (IC) e Luiz Renato Rodrigues Carreiro (Orientador)<br />

Apoio: PIBIC Mackenzie<br />

Resumo<br />

A Síndrome <strong>de</strong> Williams-Beuren (SWB) é causada por uma aneusomia segmentar <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>leção<br />

hemizigótica <strong>de</strong> um gene contínuo no braço longo do cromossomo 7 (7q11.23). Em sua<br />

caracterização comportamental e cognitiva observam-se excessiva sociabilida<strong>de</strong>, preservação <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagem, déficits nas habilida<strong>de</strong>s visoespacial com QI compatíveis com déficit<br />

intelectual <strong>de</strong> graus variados, além <strong>de</strong> alterações atencionais. Este trabalho teve como objetivo<br />

realizar uma avaliação neuropsicológica para caracterização do funcionamento atencional utilizando<br />

testes computadorizados para avaliação da atenção nos domínios espacial e temporal. Participaram<br />

<strong>de</strong>ste estudo 22 estudantes com SWB, na faixa etária <strong>de</strong> 7 a 18 anos (11 sujeitos do sexo feminino e<br />

11 do sexo masculino). O <strong>de</strong>sempenho dos participantes foi analisado em testes <strong>de</strong> lápis e papel<br />

como os da escala Wechsler <strong>de</strong> inteligência (QI estimado), teste Wisconsin <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> cartas,<br />

testes <strong>de</strong> atenção concentrada e testes computadorizados que avaliam a orientação voluntária,<br />

automática a sustentação da atenção e o direcionamento temporal. Observou-se que os participantes<br />

<strong>de</strong>monstram valores do QI estimado compatíveis com classificações inferiores, repostas<br />

perseverativas mais frequentes <strong>de</strong>monstrando uma maior dificulda<strong>de</strong> em modificar e modular as<br />

estratégias cognitivas como resposta a alterações em contingências ambientais. Nos testes <strong>de</strong><br />

computador observou-se lentificação dos TR, o que evi<strong>de</strong>nciou a dispersão da atenção e foi<br />

<strong>de</strong>monstrado através das análises ANOVA e <strong>de</strong> Wilcoxon, realizadas com o grupo experimental e<br />

controle. Po<strong>de</strong>-se concluir que o grupo com SW se difere por apresentar maiores dificulda<strong>de</strong>s em<br />

concentração e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> mudança, o que permitiu verificar sinais característicos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>satenção.<br />

Palavras-chave: atenção; testes computadorizados; Síndrome <strong>de</strong> Willians<br />

Abstract<br />

The Williams-Beuren syndrome (WBS) is caused by a segmental aneusomia due to hemizygous<br />

<strong>de</strong>letion of a continuous gene on the long arm of chromosome 7 (7q11.23). It is possible to observe as<br />

Behavioral and cognitive characteristics excessive sociability, preservation of language skills, <strong>de</strong>ficits<br />

in visuospatial abilities, varying <strong>de</strong>grees of intellectual impairment, and attention alterations. This work<br />

aims to perform a neuropsychological evaluation to characterize the attentional functioning using<br />

computerized tests to assess attention in spatial and temporal domains. The study inclu<strong>de</strong>d 22<br />

stu<strong>de</strong>nts with WBS, aged 7-18 years (11 subjects were female and 11 male). The participants'<br />

performance was analyzed in paper and pencil tests as the Wechsler intelligence (estimated IQ),<br />

Wisconsin card sort test, and tests of focused attention in addition to computerized tests that evaluate<br />

voluntary and automatic orienting of attention, sustained attention and temporal orienting. It was<br />

observed that participants obtained estimated IQ values compatible with lower ranks, perseverative<br />

responses frequently <strong>de</strong>monstrating difficulty to module and to modify cognitive strategies in response<br />

to changes in environmental contingencies. Computer assessment showed slowing in RT, which<br />

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<strong>de</strong>monstrated dispersion of attention in comparison, using ANOVA and Wilcoxon tests, to control<br />

groups. It is possible to conclu<strong>de</strong> that the SW group differs by having more difficulties in concentration<br />

and i<strong>de</strong>ntification of patterns of change, <strong>de</strong>monstrating characteristic signs of inattention.<br />

Key-words: attention; computerized tests; Williams Syndrome<br />

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1- INTRODUÇÃO<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

A Síndrome <strong>de</strong> Williams (SW) é causada por uma aneusomia <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>leção hemizigótica<br />

<strong>de</strong> um gene contínuo do cromossomo 7 (7q11.23). Os indivíduos com SW apresentam perfis<br />

típicos caracterizados por excessiva sociabilida<strong>de</strong> com preservação <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

linguagem, mas também apresentam déficit intelectual leve a mo<strong>de</strong>rado e déficits <strong>de</strong><br />

atenção e concentração. Compreen<strong>de</strong>ndo que a atenção é um processo cognitivo que tem<br />

importante papel na seleção das informações advindas do ambiente levando-as a serem<br />

processadas <strong>de</strong> modo eficiente pelo sistema nervoso.<br />

A alteração na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seleção a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> informações do ambiente, seja nos<br />

aspectos voluntários ou automáticos, po<strong>de</strong> prejudicar o processamento eficaz <strong>de</strong>ssas<br />

informações e acarretar dificulda<strong>de</strong>s na adaptação do indivíduo ao meio que o cerca. Deste<br />

modo, <strong>de</strong>screve-se na síndrome <strong>de</strong> Williams certos prejuízos atencionais, caracterizando<br />

<strong>de</strong>satenção e hiperativida<strong>de</strong>. Neste sentido, estudos que caracterizem as perdas específicas<br />

<strong>de</strong>ntro dos sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>satenção nos diferentes domínios (espacial, temporal, voluntários e<br />

automáticos) da atenção são necessários para po<strong>de</strong>r caracterizar as perdas específicas<br />

nesta síndrome.<br />

Assim, esse trabalho teve como objetivos avaliar a atenção e suas alterações nos diferentes<br />

domínios citados, comparando o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> crianças e adolescentes com SW nos<br />

diferentes instrumentos (computadorizados e em lápis e papel) que avaliem a atenção<br />

2- REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1- Síndrome <strong>de</strong> Williams-Beuren<br />

A Síndrome <strong>de</strong> Williams (SW) é uma doença genética e neurocomportamental causada por<br />

uma <strong>de</strong>leção hemizigótica <strong>de</strong> múltiplos genes na região cromossômica 7q11.23 (DEUTSCH;<br />

ROSSE; SCHWARTZ, 2007, PANI, et. al., 2010, MERLA, et. al., 2010). Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

clínico genético, a maioria dos indivíduos com SWB (99%) tem 1.5 Mb <strong>de</strong> <strong>de</strong>leção<br />

<strong>de</strong>stacando-se nessa <strong>de</strong>leção o gene da elastina (SUGAYAMA, et. al., 2007) .<br />

O diagnóstico é realizado inicialmente durante a infância a partir <strong>de</strong> dismorfismos faciais e<br />

doenças cardiovasculares (ROSSI; MORETTI-FERREIRA; GIACHETI, 2006, HERREROS;<br />

ASCURRA; FRANCO, 2007). Entretanto, a confirmação diagnóstica é feita pelo estudo<br />

citogenético FISH (Fluoescent in situ hybridization) ou pelo estudo <strong>de</strong> marcadores<br />

polimórficos, ambos os métodos para <strong>de</strong>tectar a micro<strong>de</strong>leção <strong>de</strong> 7q, pois o amplo espectro<br />

do fenótipo clínico po<strong>de</strong> mascarar o quadro clínico, especialmente no primeiro ano <strong>de</strong> vida<br />

(SUGAYAMA et al., 2007). Sua incidência é <strong>de</strong> 1:20.000 até 1:50.000 nascidos vivos e e<br />

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VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

prevalência entre 1:7.500 até 1:20.000 nascidos vivos com baixa recorrência familiar<br />

(MEYER-LINDENBERG; MERVIS; BERMAN, 2006, ROSSI et al., 2006, ROSSI; MORETTI-<br />

FERREIRA; GIACHETI, 2007, SUGAYAMA et al., 2007, SCHUBERT, 2009, HOBART, et.<br />

al., 2010).<br />

O elevado número <strong>de</strong> estudos sobre as alterações <strong>de</strong> comportamento na SWB se <strong>de</strong>ve ao<br />

fato da mesma ser reconhecida como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> investigação para compreen<strong>de</strong>r as<br />

relações existentes entre alterações genéticas e manifestações cognitivas e<br />

comportamentais presentes no fenótipo (MARTENS; WILSON; REUTENS, 2008,<br />

SUGAYAMA et al., 2007, ROSSI et al., 2007). Associado aos avanços <strong>de</strong>ntro da biologia<br />

molecular justifica-se também a realização <strong>de</strong> investigações que <strong>de</strong>screvam <strong>de</strong> maneira<br />

sistemática aspectos do fenótipo comportamental para direcionar uma avaliação diagnóstica<br />

comportamental e neuropsicológica que permitam programar uma intervenção a<strong>de</strong>quada.<br />

Como dito acima o uso da SWB como mo<strong>de</strong>lo para o estudo da relação entre os genes e o<br />

fenótipo tem <strong>de</strong>rivado alguns alvos <strong>de</strong> pesquisa. Um <strong>de</strong>stes alvos é o Transtorno do Déficit<br />

<strong>de</strong> Atenção e Hiperativida<strong>de</strong> (TDAH) e, neste sentido, pesquisadores têm documentado a<br />

elevada incidência do transtorno nesta síndrome. Por exemplo, Leyfer e colaboradores<br />

(2006) encontraram que 64,7% do total da sua amostra estudada preenchiam os critérios<br />

clínicos para o transtorno segundo o DSM-IV.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista cognitivo prevalece na SW uma não uniformida<strong>de</strong>, por exemplo,<br />

habilida<strong>de</strong>s cognitivas preservadas e outras <strong>de</strong>ficitárias. Dentre as preservadas encontram-<br />

se a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão verbal, as habilida<strong>de</strong>s musicais e bons <strong>de</strong>sempenhos em<br />

tarefas viso perceptuais. Dentre as habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ficitárias encontram-se as <strong>de</strong> tipo<br />

visoespacial, QI compatíveis com déficit intelectual <strong>de</strong> graus variados (leve, mo<strong>de</strong>rado ou<br />

grave), déficit <strong>de</strong> atenção e concentração, <strong>de</strong>ntre outras (GARCÍA-NONELL, 2003, WIGAL;<br />

WIGAL, 2007). Outros aspectos que caracterizam o fenótipo da síndrome e que também<br />

po<strong>de</strong>m interferir na compreensão da expressão <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>satenção e hiperativida<strong>de</strong><br />

são comorbida<strong>de</strong>s psiquiátricas como Transtorno Generalizado <strong>de</strong> Ansieda<strong>de</strong> e Transtorno<br />

Fóbico (SUGAYAMA et al., 2007, ROSSI et al., 2007).<br />

2.2 - Atenção<br />

A atenção seletiva possibilita o direcionamento <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> processamentos a eventos<br />

no tempo ou no espaço, seja por meio <strong>de</strong> um controle voluntário (top-down) ou automático<br />

(bottom-up) (HOPFINGER; BUONOCORE; MANGUN, 2000, POSNER; RAICHLE, 1997).<br />

Desse modo, para que as informações do ambiente possam ser tratadas <strong>de</strong> maneira<br />

a<strong>de</strong>quada é necessário que haja um processo <strong>de</strong> seleção, que privilegie o processamento<br />

<strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outras, impedindo processamentos excessivos pelo<br />

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Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

sistema nervoso (DESIMONE; DUNCAN, 1995, KNUDSEN, 2007, PASHLER, 1998,<br />

STEINMAN; STEINMAN, 1998).<br />

A orientação voluntária ocorre intencionalmente por meio <strong>de</strong> um controle <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, por<br />

exemplo, quando um indivíduo voluntariamente focaliza sua atenção em uma <strong>de</strong>terminada<br />

área do campo visual. Nesse caso, o <strong>de</strong>svio atencional é chamado <strong>de</strong> endógeno, ou<br />

intrínseco. Na orientação automática da atenção, ocorre a captura reflexa <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong><br />

processamento por estímulos ocorridos no ambiente. Nesse caso, um estímulo visual po<strong>de</strong><br />

capturar a atenção <strong>de</strong> maneira involuntária ou ascen<strong>de</strong>nte (bottom-up). Esse tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio<br />

<strong>de</strong> atenção é <strong>de</strong>nominado exógeno, ou extrínseco (POSNER; RAICHLE, 1997, KNUDSEN,<br />

2007, ARAÚJO; CARREIRO, 2009). Deste modo, é possível compreen<strong>de</strong>r que a orientação<br />

da atenção, em nossa vida diária, reflita uma competição entre objetivos internos e<br />

<strong>de</strong>mandas externas (BERGER; HENIK; RAFAL, 2005).<br />

A busca por métodos possíveis <strong>de</strong> se estudar a atenção e suas alterações é um tópico vasto<br />

na literatura neurocientífica. Muitos estudos têm <strong>de</strong>monstrado que a medida do tempo <strong>de</strong><br />

reação manual (TR) a um estímulo sensorial constitui uma medida quantificável para<br />

compreensão dos mecanismos envolvidos no processamento da informação visual<br />

(CARREIRO; HADDAD; BALDO, 2011, CARREIRO; HADDAD; BALDO, 2003,<br />

GAWRYSZEWSKI; CARREIRO, 1998). Nesse tipo <strong>de</strong> estudo, são dadas tarefas para os<br />

participantes e me<strong>de</strong>-se o tempo gasto para sua realização. Assim, o estudo da velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção, i<strong>de</strong>ntificação ou reconhecimento <strong>de</strong> estímulos visuais, por meio da medida do<br />

TR, po<strong>de</strong> contribuir para a compreensão <strong>de</strong> como o sistema nervoso seleciona informações<br />

relevantes presentes no meio ambiente (POSNER; RAICHLE, 1997).<br />

A avaliação dos custos e benefícios da orientação da atenção foi estudada por Posner e<br />

colaboradores (POSNER, 1978, POSNER; RAICHLE, 1997) e replicado em muitos estudos<br />

recentes (KNUDSEN, 2007, KLEIN, 2009). Em tais estudos, a posição <strong>de</strong> aparecimento do<br />

alvo era indicada por uma seta posicionada sob um ponto <strong>de</strong> fixação. Foi observado que<br />

quando a seta indicava corretamente a posição <strong>de</strong> aparecimento do alvo o TR era menor do<br />

que quando não havia indicação, ou quando havia indicação incorreta. De acordo com<br />

Posner (1978) as diferenças observadas entre os TR <strong>de</strong>ssas diferentes condições <strong>de</strong>veriam<br />

ser causadas por mecanismos centrais envolvidos com a expectativa da ocorrência do alvo<br />

em certa posição do espaço.<br />

Por outro lado, a ocorrência <strong>de</strong> um estímulo não informativo e inesperado na periferia do<br />

campo visual causa a diminuição dos TR a alvos subsequentes que ocorram na mesma<br />

posição, caso o intervalo entre eles seja <strong>de</strong> até 150 ms. Com intervalos maiores (<strong>de</strong> 200 a<br />

1500 ms), ocorre um efeito oposto <strong>de</strong> lentificação dos TR. Posner e Cohen (1984)<br />

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VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

chamaram o primeiro efeito <strong>de</strong> Facilitação Precoce e o segundo <strong>de</strong> Inibição <strong>de</strong> Retorno (IR).<br />

Para eles, esta facilitação era causada pela atração automática da atenção para a posição<br />

on<strong>de</strong> a pista ocorreu, e a lentificação dos TR, por outro lado, é explicada como uma<br />

dificulda<strong>de</strong> do sistema atencional em retornar a posições previamente estimuladas. Tal<br />

mecanismo teria uma utilida<strong>de</strong> no aumento da eficiência <strong>de</strong> comportamentos exploratórios<br />

(KLEIN, 2000).<br />

Além dos estudos que buscam compreen<strong>de</strong>r a orientação espacial da atenção, Nobre<br />

(2001), retomando uma discussão já presente na literatura, <strong>de</strong>monstrou que é possível<br />

orientar a atenção seletivamente para diferentes intervalos no tempo, melhorando a<br />

preparação para execução <strong>de</strong> respostas. Desse modo o conhecimento sobre o momento no<br />

tempo em que um evento ocorrerá po<strong>de</strong> orientar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> indivíduos, já que nosso<br />

mundo é temporalmente dinâmico. Doherty e colaboradores (2005) <strong>de</strong>monstraram efeitos<br />

sinérgicos quando a atenção é orientada no tempo e no espaço, <strong>de</strong>monstrando interações<br />

<strong>de</strong>sses sistemas. Nobre, Correa e Coull (2007) <strong>de</strong>screvem que a experiência antecipa<br />

eventos relevantes para obtenção dos objetivos <strong>de</strong> uma tarefa, influenciando o estado<br />

motivacional do indivíduo e ajustando, <strong>de</strong> acordo com ele, aspectos da percepção e ação.<br />

Com base nisso é possível compreen<strong>de</strong>r a importância do direcionamento atencional no<br />

tempo para organizar a interação e adaptação do indivíduo ao meio.<br />

Vários trabalhos têm buscado <strong>de</strong>senvolver instrumentos computadorizados para avaliar<br />

alterações atencionais. Coutinho, Mattos e Araujo (2007) compararam o <strong>de</strong>sempenho dos<br />

tipos <strong>de</strong> TDAH em tarefas <strong>de</strong> seletivida<strong>de</strong>, sustentação e atenção alternada, consi<strong>de</strong>rando<br />

tempo <strong>de</strong> reação, número <strong>de</strong> erros em teste computadorizado <strong>de</strong> atenção visual (TAVIS-III).<br />

Em outro artigo, (COUTINHO et al. 2007) buscam correlacionar alterações em testes <strong>de</strong><br />

atenção sustentada, concentrada e alternada com grupos <strong>de</strong> crianças e adolescentes com e<br />

sem TDA/H. O teste <strong>de</strong> Performance Contínua <strong>de</strong> Connors (EPSTEIN et al., 2003,<br />

CONNERS et al., 2003) é um instrumento computadorizado que se propõe a avaliar alguns<br />

dos mecanismos envolvidos na função da atenção-concentração. O teste avalia os erros e o<br />

tempo <strong>de</strong> reação nas várias fases do teste (MIRANDA et al., 2007). Mesmo a literatura<br />

apresentando alguns estudos sobre instrumentos computadorizados para avaliação da<br />

atenção, tais instrumentos ainda não contemplam ainda alguns aspectos como a orientação<br />

automática ou direcionamento temporal e especialmente m grupos <strong>de</strong> sujeitos com<br />

<strong>de</strong>senvolvimento atípico como na SW.<br />

Neste sentido, perguntas como as que se seguem são necessárias e po<strong>de</strong>rão contribuir <strong>de</strong><br />

modo efetivo para orientar modos <strong>de</strong> avaliação e procedimentos <strong>de</strong> intervenção a<strong>de</strong>quados<br />

à Síndrome <strong>de</strong> Williams: (1) Quais as características da avaliação da atenção em crianças e<br />

adolescentes com SWB? (2) Quais as correlações entre tais avaliações e testes<br />

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Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

computadorizados que avaliam aspectos temporais e espaciais, tanto no domínio voluntário<br />

quanto automático da atenção? A partir <strong>de</strong>sta problemática serão formulados os objetivos do<br />

projeto.<br />

2- OBJETIVOS<br />

2.1- Geral<br />

Este projeto teve por objetivos fazer uma avaliação neuropsicológica para caracterização do<br />

funcionamento atencional utilizando testes computadorizados e <strong>de</strong> lápis e papel para<br />

avaliação da atenção nos domínios espacial e temporal em indivíduos com síndrome <strong>de</strong><br />

Williams-Beuren.<br />

2.1- Específicos<br />

1. Avaliar a capacida<strong>de</strong> intelectual (utilizando o WISC-III), controle executivo (utilizando o<br />

Wisconsin), a atenção concentrada (AC e TECON) e difusa (TEDIF) dos participantes,<br />

utilizando instrumentos tradicionais em papel e lápis.<br />

2. Analisar o <strong>de</strong>sempenho dos participantes em testes computadorizados <strong>de</strong> atenção que<br />

avaliam a orientação voluntária, automática o direcionamento temporal e a sustentação<br />

da atenção.<br />

3. Comparar os resultados dos instrumentos computadorizados com os resultados dos<br />

testes tradicionais em papel e lápis.<br />

4. Comparar os resultados dos instrumentos em função dos grupos experimental (com<br />

Síndrome <strong>de</strong> Williams) e controle (com <strong>de</strong>senvolvimento típico).<br />

3- MÉTODO<br />

3.1- Participantes<br />

Participaram <strong>de</strong>ste estudo 22 sujeitos com Síndrome <strong>de</strong> Williams-Beuren (SW), na faixa<br />

etária <strong>de</strong> 07 anos e 5 meses a 18 anos e 3 meses, com diagnóstico clínico e citogenético-<br />

molecular <strong>de</strong> SWB confirmado pelas técnicas <strong>de</strong> hibridação in situ por fluorescência (FISH).<br />

Os participantes foram rastreados na Associação Brasileira <strong>de</strong> Síndrome <strong>de</strong> Williams-<br />

Beuren. Onze sujeitos eram do sexo feminino e onze sujeitos do sexo masculino. Todos<br />

estavam matriculados em escolas, sendo que 12 (54,6%) frequentavam o ensino regular na<br />

re<strong>de</strong> pública, 05 (22,7%) em escola particular, e os outros 05 (22,7%) na escola <strong>de</strong><br />

educação especial.<br />

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Tabela 1. Descrição da amostra (sexo, ida<strong>de</strong> em anos e meses, série e tipo <strong>de</strong> escola).<br />

Sujeito Sexo Ida<strong>de</strong> Série Escola<br />

01 F 7a 5m 1ª Pública<br />

02 M 7a 9m 1ª Particular<br />

03 F 8a 0m 1ª Pública<br />

04 M 9a1 m 1ª Pública<br />

05 M 16a3m 1ª Pública<br />

06 M 8a 1m 2ª Pública<br />

07 M 9a2m 2ª Pública<br />

08 M 12a10m 2ª Pública<br />

09 F 17a10m 2ª Pública<br />

10 M 9a9m 3ª Pública<br />

11 F 10a10m 3ª Particular<br />

12 F 14 a 0m 3ª Particular<br />

13 F 11a2m 4ª Particular<br />

14 F 14a2m 4ª Particular<br />

15 M 12a11m 5ª Pública<br />

16 M 15 a 0m 6ª Pública<br />

17 M 16a10m 6ª Pública/Particular<br />

18 F 8a10m EE Especial<br />

19 F 11 a 0m EE Especial<br />

20 F 13a7m EE Especial<br />

21 M 17a11m EE Especial<br />

22 F 18a3m EE Especial<br />

3.2- Instrumentos<br />

3.2.1-Testes em lápis e papel<br />

VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

Para fazer a caracterização da amostra em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento intelectual foram<br />

aplicados os subtestes cubos e vocabulário, da Escala <strong>de</strong> Inteligência Wechsler<br />

(WECHSLER, 2002) visando-se a obtenção do QI estimado. O teste Wisconsin (HEATON et<br />

al., 2004), foi utilizado para avaliação <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> raciocínio abstrato e estratégias<br />

cognitivas como resposta a alterações em contingências ambientais.<br />

Os testes <strong>de</strong> Atenção Concentrada (AC) e Bateria Geral <strong>de</strong> Funções Mentais (BGFM),<br />

também foram utilizados. O teste AC segundo Cambraia (2003) tem como objetivo avaliar a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a atenção concentrada no trabalho que realiza durante um período<br />

<strong>de</strong>terminado. A BGFM é um conjunto <strong>de</strong> instrumentos que tem por finalida<strong>de</strong> investigar,<br />

avaliar, classificar e padronizar funções cognitivas representadas basicamente pelos<br />

sistemas atentivos, memória e raciocínio lógico. No teste TECON, segundo Tonglet (2002),<br />

a tarefa consiste em procurar as figuras-mo<strong>de</strong>lo no meio <strong>de</strong> figuras distratoras e tem como<br />

finalida<strong>de</strong> investigar, avaliar e mensurar a atenção concentrada com um maior nível <strong>de</strong><br />

complexida<strong>de</strong> e sob maior pressão do tempo. O teste TEDIF, segundo Tonglet (2002),<br />

consiste em i<strong>de</strong>ntificarem or<strong>de</strong>m crescente figuras i<strong>de</strong>ntificadas com números <strong>de</strong> 1 à 50,<br />

trabalhando o mais rápido possível, com um tempo total <strong>de</strong> quatro minutos. Ao final <strong>de</strong> cada<br />

minuto i<strong>de</strong>ntifica-se o número ao qual se chegou.<br />

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3.2.2-Testes computadorizados<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

Foram construídos quatro experimentos para avaliar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientação da atenção<br />

no tempo e no espaço, utilizando pistas centrais e periféricas. Diferentes subaspectos da<br />

orientação da atenção foram avaliados com o objetivo <strong>de</strong> conhecer características<br />

específicas (direcionamento, sustentação e reorientação da atenção, tanto no tempo quanto<br />

no espaço) e como estão alteradas nos grupos experimentais. Nestes testes foram<br />

registrados e avaliados os TR a estímulos visuais (quadrados) apresentados em diferentes<br />

posições espaciais ou intervalos temporais com diferentes níveis <strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong>.<br />

Para coleta <strong>de</strong> dados cada sujeito se recostou em uma ca<strong>de</strong>ira para sua distância até a tela<br />

permaneceu por volta <strong>de</strong> 57 cm. As rotinas computacionais foram elaboradas por meio <strong>de</strong><br />

um programa específico chamado “E-prime” (SCHNEIDER; ESCHMAN; ZUCCOLOTTO,<br />

2002a e 2002b). A cada sequência experimental, o sujeito teve que fixar o olhar numa cruz<br />

(PF); orientar a atenção para uma posição ou intervalo temporal, e respon<strong>de</strong>r o mais<br />

rapidamente possível ao alvo pressionando uma tecla com o <strong>de</strong>do indicador. Cada<br />

experimento foi composto por duas sessões com duração total <strong>de</strong> aproximadamente 10<br />

minutos para cada experimento.<br />

3.2.2.1- Experimento <strong>de</strong> sustentação da atenção<br />

Inicialmente foi apresentado um ponto <strong>de</strong> fixação (PF) no centro da tela do computador.<br />

Após 700 ms o ponto que era inicialmente branco mudava <strong>de</strong> cor para azul, indicando que o<br />

alvo (um quadrado <strong>de</strong> 0,3 graus sobreposto ao ponto central) virá em um <strong>de</strong>ntre 12<br />

possíveis intervalos temporais: 100; 400; 700; 1000; 1300; 1600; 1900; 2200; 2500; 2800;<br />

3100 e 3400 ms. Cada sujeito foi instruído a fixar o olhar no PF (Figura 1), esperar a<br />

ocorrência do alvo e respon<strong>de</strong>r o mais rapidamente possível pressionando uma tecla<br />

medindo-se, assim, o TR em milissegundos.<br />

Figura 1: Sequência temporal<br />

da apresentação dos estímulos<br />

no experimento<br />

computadorizado <strong>de</strong><br />

sustentação da atenção.<br />

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3.2.2.2- Experimento <strong>de</strong> orientação (espacial) voluntária da atenção<br />

VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

Inicialmente foi apresentado o ponto <strong>de</strong> fixação no centro da tela do computador e após um<br />

intervalo aleatório (<strong>de</strong> 800 a 1800 ms), foi apresentada uma pista, uma seta que indica o<br />

lado esquerdo ou direito, e após 300 ou 800 ms o alvo, um quadrado preenchido <strong>de</strong> 0,3º <strong>de</strong><br />

lado, ao qual o participante <strong>de</strong>veria respon<strong>de</strong>r pressionando uma tecla (Figura 2). Havia 2<br />

situações nas quais pista e alvo estarão correlacionados. Na situação 1, válida, o alvo<br />

aparecia no local indicado pela pista; na situação 2, inválida o alvo aparecia no local oposto<br />

ao indicado pela pista. Os participantes foram instruídos a fixar o olhar no PF; orientar a<br />

atenção para o lado indicado pela pista, e respon<strong>de</strong>r ao alvo, pressionando uma tecla com o<br />

<strong>de</strong>do indicador, registrando-se assim o tempo <strong>de</strong> reação (TR) em ms.<br />

Figura 2: Sequência<br />

temporal da apresentação<br />

dos estímulos no<br />

experimento<br />

computadorizado <strong>de</strong><br />

orientação voluntária da<br />

atenção.<br />

3.2.2.3- Experimentos <strong>de</strong> orientação (espacial) automática da atenção<br />

Inicialmente, na tela do computador, foi apresentado o PF e após 700 ms, um primeiro<br />

estímulo (quadrado não preenchido). Após um intervalo <strong>de</strong> 100 ou 800 ms foi apresentado o<br />

alvo (quadrado preenchido <strong>de</strong> 0,3º <strong>de</strong> lado) (Figura 3). Havia duas condições entre pista e<br />

alvo. O alvo po<strong>de</strong>ria aparecer na mesma posição do primeiro estímulo (condição ipsolateral)<br />

ou na posição oposta a do primeiro estímulo (condição contralateral). Os participantes foram<br />

instruídos a fixar o olhar no PF; ignorar o primeiro estímulo e respon<strong>de</strong>r ao alvo<br />

pressionando uma tecla com o <strong>de</strong>do indicador, registrando-se assim o TR em ms.<br />

10


Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

Figura 3: Sequência<br />

temporal da<br />

apresentação dos<br />

estímulos no<br />

experimento<br />

computadorizado <strong>de</strong><br />

orientação (espacial)<br />

automática da atenção.<br />

3.2.2.4- Experimentos <strong>de</strong> orientação temporal da atenção por probabilida<strong>de</strong><br />

Inicialmente era apresentado um PF no centro tela do computador, após 700 ms o PF que<br />

era branco mudará <strong>de</strong> cor para azul, indicando que o alvo (quadrado <strong>de</strong> 0,3º <strong>de</strong> lado<br />

sobreposto ao PF) viria em um <strong>de</strong>terminado intervalo <strong>de</strong> tempo. Em cada um <strong>de</strong> dois blocos<br />

havia maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o alvo aparecer em um dos dois intervalos. No bloco <strong>de</strong> maior<br />

probabilida<strong>de</strong> (70%) do alvo aparecer após um intervalo <strong>de</strong> 400 ms, ele po<strong>de</strong>ria aparecer<br />

também com menor probabilida<strong>de</strong> (15% para cada) após 100 ou 700 ms. No bloco <strong>de</strong> maior<br />

probabilida<strong>de</strong> (70%) do alvo aparecer após um intervalo <strong>de</strong> 1000 ms, ele po<strong>de</strong>ria aparecer<br />

também com menor probabilida<strong>de</strong> (15% para cada) após 700 ou 1300 ms (Figura 4). Os<br />

participantes foram instruídos a fixar o olhar PF, orientar a atenção para o intervalo temporal<br />

mais recorrente, e respon<strong>de</strong>r ao alvo, pressionando uma tecla com o <strong>de</strong>do indicador,<br />

registrando-se assim o tempo <strong>de</strong> reação (TR) em ms.<br />

11


3.3- Procedimentos<br />

VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

Figura 5: Sequência<br />

temporal da<br />

apresentação dos<br />

estímulos no<br />

experimento <strong>de</strong><br />

orientação temporal da<br />

atenção<br />

(Probabilida<strong>de</strong>).<br />

Este estudo obteve aprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa, da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie (CEP/UPM nº 1231/04/2010 e CAAE nº 0040.0.272.000-10), sendo<br />

respeitados todos os procedimentos para coleta dos dados e divulgação dos resultados.<br />

Inicialmente os responsáveis pelos participantes foram contatados e convidados a participar<br />

do estudo. Cada sujeito compareceu um dia no qual os procedimentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados<br />

ocorreram.<br />

4-RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

A análise dos dados se <strong>de</strong>u mediante comparação com as padronizações específicas<br />

presentes na literatura e, quando necessário, foram utilizados grupos controle compostos<br />

por sujeitos com <strong>de</strong>senvolvimento típico. Foram realizadas análises <strong>de</strong> variância (ANOVAS),<br />

para comparação das médias, e análises <strong>de</strong> correlação para se verificar o padrão <strong>de</strong><br />

interação dos fatores. Os procedimentos específicos <strong>de</strong> análise serão <strong>de</strong>scritos juntamente<br />

com a apresentação dos resultados no item a seguir.<br />

4.1- Instrumentos em lápis e papel<br />

4.1.1-QI estimado<br />

Observa-se que os participantes que compuseram a amostra <strong>de</strong>monstram valores do QI<br />

estimado compatível com classificações inferiores, que caracterizam uma <strong>de</strong>ficiência<br />

12


Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

intelectual (QI médio = 64,4; DP = 12,7). Tais resultados estão <strong>de</strong> acordo com dados da<br />

literatura (BELLUGI et al., 2000, SCHMITH et al., 2001, STROMME et al., 2002) que<br />

i<strong>de</strong>ntificam nessa população déficits intelectuais <strong>de</strong>sse tipo.<br />

4.1.2- Teste Wisconsin <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Cartas<br />

As variáveis analisadas foram: acertos, erros e respostas perseverativas. Nos acertos e<br />

erros, o grupo SW apresentou significante diferença em relação ao grupo controle, sendo o<br />

último mais eficaz na tarefa (em média 42 acertos e 27 erros versus 27 e 37,<br />

respectivamente). As repostas perseverativas se <strong>de</strong>stacaram como distintas entre os grupos<br />

(SW = 37 e controle = 18), mostrando que o grupo com SW apresenta uma maior dificulda<strong>de</strong><br />

em modificar e modular as estratégias cognitivas como resposta a alterações em<br />

contingências ambientais. Conclui-se que o grupo com SW se difere por apresentar mais<br />

dificulda<strong>de</strong>s em concentração e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> mudança. Esses dados estão<br />

<strong>de</strong> acordo com dados da literatura (MENGHINI et al., 2010).<br />

4.1.3- Teste <strong>de</strong> Atenção por cancelamento (AC, TECON, TEDIF)<br />

Após a aplicação dos testes <strong>de</strong> atenção, estabeleceu-se para cada sujeito o número <strong>de</strong><br />

pontos obtidos, acertos, erros e omissões, conforme o manual. Para a análise dos<br />

resultados, utilizou-se como controle 21 crianças com sinais <strong>de</strong> déficit <strong>de</strong> atenção, uma vez<br />

que tal característica é predominante também em crianças com SW. Como resultado do<br />

teste AC, as crianças com SW tiveram <strong>de</strong>sempenho inferior (-11 pontos) quando<br />

comparadas ao grupo controle (23 pontos). Em relação ao TECON I, a média do grupo SW<br />

foi inferior (-2 pontos) ao controle (46 pontos). A mesma discrepância foi notada no TECON<br />

III, grupo SW com 4 pontos e grupo controle 58 pontos, sendo que apenas 17 conseguiram<br />

realizar testes <strong>de</strong> atenção concentrada. Em relação aos testes <strong>de</strong> atenção difusa, TEDIF I,<br />

as crianças com SW tiveram uma média <strong>de</strong> 9 pontos, e as do controle 22. A mesma<br />

discrepância foi vista no TEDIF III, grupo SW, média <strong>de</strong> 5 pontos e controle 17, entretanto<br />

apenas 11 crianças realizaram testes <strong>de</strong> atenção difusa. Tais resultados permitem verificar<br />

sinais característicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>satenção nas crianças do Grupo SW (RHODES et al., 2011).<br />

4.2- Instrumentos <strong>de</strong> Avaliação Computadorizada da Atenção<br />

No caso dos testes computadorizados foram realizadas ANOVAS para comparar o<br />

<strong>de</strong>sempenho dos participantes em cada um dos fatores dos testes. Além disso foi feita uma<br />

análise <strong>de</strong> Wilcoxon para comparar o grupo <strong>de</strong> participantes com SW com o padrão<br />

observados <strong>de</strong> sujeitos com <strong>de</strong>senvolvimento típico.<br />

13


4.2.1- Experimentos <strong>de</strong> sustentação da atenção<br />

VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

O resultado observado no experimento <strong>de</strong>monstrou entre os grupos experimental e controle<br />

nos intervalos 1000, 1600, 2200, 2500, 2800, 3100 e 3400, indicando que à medida que<br />

aumenta o intervalo temporal entre o primeiro e segundo estímulos, o TR diminui <strong>de</strong> modo<br />

diferente para os dois grupos.<br />

Gráfico 1: TR (ms) em função do Intervalo Pista-Alvo no Experimento da Sustentação da Atenção.<br />

4.2.2- Experimentos <strong>de</strong> orientação (espacial) voluntária da atenção<br />

Intervalo T Z P<br />

100 58,3 0,3 0,773<br />

400 33,3 0,9 0,386<br />

700 25,0 1,4 0,149<br />

1000 16,7 2,0 0,043<br />

1300 25,0 1,4 0,149<br />

1600 0,0 3,2 0,001<br />

1900 25,0 1,4 0,149<br />

2200 0,0 3,2 0,001<br />

2500 16,7 2,0 0,043<br />

2800 0,0 3,2 0,001<br />

3100 16,7 2,0 0,043<br />

3400 8,3 2,6 0,009<br />

Como resultado da ANOVA que comparou os fatores valida<strong>de</strong> da pista e intervalo observou-<br />

se que os TR para a condição <strong>de</strong> orientação válida são menores que os TR para a condição<br />

<strong>de</strong> orientação inválida (p=0,05), ou seja, quando o alvo aparece no local indicado o TR é<br />

menor do que quando ele aparece no local oposto ao indicado. Tais resultados são<br />

condizentes com a literatura (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002, ARAÚJO; CARREIRO,<br />

2009, POSNER; RAICHLE, 1997), <strong>de</strong>monstrando que a pista leva o observador a <strong>de</strong>slocar<br />

sua atenção para o lado que ela aponta.<br />

ANOVA<br />

Efeito F P<br />

INV/VAL 0,135 0,719<br />

300/800 4,604 0,050*<br />

INV/VAL*300/800 0,915 0,355<br />

Wilcoxon<br />

Condição N T Z P<br />

Válida 300 15 17 2,44 0,015<br />

Válida 800 15 19 2,33 0,020<br />

Inválida 300 15 51 0,51 0,609<br />

Inválida 800 15 53 0,40 0,691<br />

Gráfico 2: Tempo <strong>de</strong> reação (ms) em função do Fator “Valida<strong>de</strong> da Pista” no Experimento <strong>de</strong> Orientação<br />

Voluntária da Atenção. Observam-se TR menores na condição válida em comparação à condição inválida.<br />

14


4.2.3- Experimentos <strong>de</strong> orientação (espacial) automática da atenção<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

Como resultado observou-se diferença significativa na relação Pista-Alvo (Gráfico 3). Po<strong>de</strong>-<br />

se verificar que os TR para a condição em que pista e alvo vêm na mesma posição<br />

(Condição Ipsolateral) são menores que os TR para a condição na qual pista e alvo vêm em<br />

lados opostos (Condição Contralateral). Tais resultados po<strong>de</strong>m ser explicados pela captura<br />

automática da atenção que ocorre pela apresentação inesperada e abrupta <strong>de</strong> um estímulo<br />

na periferia do campo visual (POSNER; COHEN, 1984).<br />

Wilcoxon<br />

Condição N T Z P<br />

Ipso 100 13 24 1,50 0,133<br />

Ipso 800 13 14 2,20 0,028<br />

Contra 100 13 24 1,50 0,133<br />

Contra 800 13 10 2,48 0,013<br />

Gráfico 3: Tempo <strong>de</strong> Reação (ms) em para o grupo SW e controle para condição Ipsolateral e Contralateral.<br />

4.2.4- Experimentos <strong>de</strong> orientação temporal da atenção (probabilida<strong>de</strong>)<br />

Foi feita uma ANOVA para comparar as diferenças entre os intervalos pista-alvo dos dois<br />

blocos <strong>de</strong> teste utilizados para o grupo com SW. Observou-se diferença significativa<br />

(F(2,22)=9,4027, p=0,00112) para o bloco 1 com intervalos <strong>de</strong> 100; 400 e 700 ms e também<br />

para o bloco 2 (F(2,22)=7,8688, p=0,00264) com intervalos <strong>de</strong> 700, 1000 e 1300 ms.<br />

Verifica-se no bloco 1 uma diminuição dos TR em função do aumento do intervalo pista-alvo,<br />

já no bloco 2, no qual há intervalos maiores, observa-se um aumento dos TR para os<br />

maiores intervalos. No caso do primeiro bloco, maiores intervalos possibilitam mais tempo<br />

para alocar a atenção e respon<strong>de</strong>r ao alvo, mas quando esses intervalos são maiores, como<br />

no caso do bloco 2, há maior chance <strong>de</strong> dispersão da atenção o po<strong>de</strong> explicar os aumentos<br />

no TR <strong>de</strong>sse bloco (RHODES et al., 2011).<br />

Foi feita também uma análise <strong>de</strong> Wilcoxon para comparar o grupo <strong>de</strong> SW com o controle.<br />

Observa-se como <strong>de</strong>monstrado no Gráfico 4, diferenças significativas entre os grupos,<br />

especialmente para os intervalos 400 e 1000 ms.<br />

15


VII Jornada <strong>de</strong> Iniciação Científica - 2011<br />

Wilcoxon<br />

Gráfico 4: Tempo <strong>de</strong> Reação (ms) em função da relação pista alvo para os grupos SW e controle.<br />

5-CONCLUSÕES<br />

Condição N T Z P<br />

100 12 50,00 -0,29 0,773<br />

400 12 8,33 2,60 0,009<br />

700 12 33,33 0,87 0,386<br />

700 12 50,00 -0,29 0,773<br />

1000 12 8,33 2,60 0,009<br />

1300 12 33,33 0,87 0,386<br />

Neste estudo buscou-se fazer uma avaliação neuropsicológica centrada na análise do<br />

processo atencional <strong>de</strong> crianças com Síndrome <strong>de</strong> Willians Beuren, utilizando-se testes <strong>de</strong><br />

lápis e papel e testes computadorizados para avaliação da atenção. Entretanto, antes da<br />

exposição das conclusões, algumas consi<strong>de</strong>rações sobre as limitações do estudo <strong>de</strong>vem ser<br />

feitas. Como estudos iniciais e exploratórios sobre a aplicação <strong>de</strong>sses tipos <strong>de</strong> testes<br />

computadorizados em crianças com Síndrome <strong>de</strong> Willians participaram sujeitos com gran<strong>de</strong><br />

discrepância <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e que estudam em escolas particular, especiais e públicas, o que<br />

po<strong>de</strong> dificultar a generalização <strong>de</strong> resultados verificados para esta população.<br />

Observou-se como resultado nos testes aplicados em lápis e papel que a avaliação <strong>de</strong><br />

habilida<strong>de</strong>s intelectuais apresentou valores do QI estimado compatível com classificações<br />

inferiores, que caracterizam uma <strong>de</strong>ficiência intelectual <strong>de</strong> leve à mo<strong>de</strong>rada. Estando <strong>de</strong>sta<br />

maneira os dados encontrados <strong>de</strong> acordo com os observados na literatura.<br />

No Teste Wisconsin <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Cartas verificou-se uma maior dificulda<strong>de</strong> do grupo<br />

com SW em modificar e modular as estratégias cognitivas como resposta a alterações em<br />

contingências ambientais. Assim, foi possível observar que o grupo com SW se difere do<br />

grupo controle por apresentar maiores dificulda<strong>de</strong>s em concentração e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

padrões <strong>de</strong> mudança. Em seguida os testes <strong>de</strong> Atenção por Cancelamento permitiram<br />

verificar sinais característicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>satenção nas crianças do Grupo SW.<br />

Outro resultado que condiz com a literatura é observado no experimento <strong>de</strong> orientação<br />

voluntária, no qual o fator “Valida<strong>de</strong> da Pista” interfere no tempo <strong>de</strong> reação dos sujeitos, e<br />

isto é observado também para as crianças da faixa etária estudada. Portanto, quando a<br />

16


Universida<strong>de</strong> <strong>Presbiteriana</strong> Mackenzie<br />

condição era válida o tempo <strong>de</strong> reação era menor do que na situação inválida. Assim,<br />

concluímos que quando se sabe aon<strong>de</strong> um alvo tem maior provável <strong>de</strong> aparecer nós<br />

movemos nossa atenção para lá e reagimos <strong>de</strong> maneira mais rápida.<br />

No caso do experimento <strong>de</strong> orientação automática, o fator “intervalos Pista-Alvo” <strong>de</strong>monstra<br />

que em intervalos maiores o TR é menor do que em intervalos menores, pois o participante<br />

po<strong>de</strong> recrutar recursos <strong>de</strong> resposta, aumentando sua expectativa sobre o surgimento do<br />

alvo. Igualmente, é possível observar que o TR em que a pista e alvo vêm na mesma<br />

posição (Condição Ipsolateral) são menores do que o TR em que a pista e o alvo vêm em<br />

lados opostos (condição Contralateral). Esse fato po<strong>de</strong> ser compreendido por uma<br />

orientação automática da atenção para o local <strong>de</strong> ocorrência prévia da pista. Entretanto,<br />

com um aumento da escolarida<strong>de</strong> há uma diminuição do TR entre as duas condições<br />

(Ipsolateral e Contralateral). Tal fato po<strong>de</strong> ser atribuído a uma maturação do sistema<br />

atencional, mediante a qual efeitos mais complexos <strong>de</strong> exploração do ambiente se tornam<br />

mais eficazes.<br />

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Contato: mirella.mariani@gmail.com e luizrenato@mackenzie.br<br />

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