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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Os historia<strong>do</strong>res dedica<strong>do</strong>s à historia da leitura provêm, se não pessoal, ao<br />

menos historiograficamente, de uma tradição da história <strong>do</strong> livro, como já foi dito no<br />

capítulo anterior. Embora exista um campo de estu<strong>do</strong> especificamente bibliográfico -<br />

a bibliografia física, preocupada com as mudanças materiais e técnicas <strong>do</strong> livro no<br />

tempo -, há também uma série de estu<strong>do</strong>s que se preocuparam com as formas de<br />

circulação desses livros. Isso vale dizer que a produção e o comércio de livros é parte<br />

intrínseca da história <strong>do</strong> livro e, por extensão, da história da leitura.<br />

O material que passou a ser ofereci<strong>do</strong> à leitura foi radicalmente amplia<strong>do</strong> a<br />

partir de fins <strong>do</strong> século XV, com a invenção da imprensa por tipos móveis que, ao<br />

contrário das cópias manuscritas, facilitava a produção de grande número de<br />

exemplares de uma mesma obra, diminuin<strong>do</strong> também os custos de fabricação <strong>do</strong> livro<br />

e, portanto, seu preço final. Para dar uma idéia da amplitude desse processo, de<br />

"30.000 a 35.000 impressões diferentes [das que foram] executadas entre 1450 e<br />

1500 chegaram até nós, representan<strong>do</strong> cerca de 10.000 a 15.000 textos diferentes.<br />

Muito mais, talvez, se levássemos em conta impressões desaparecidas". 54<br />

Porém, não foi Gutemberg quem de fato revolucionou a leitura no Ocidente,<br />

já que, ao menos inicialmente, a prensa de tipos móveis não provocou nenhuma<br />

grande revolução na forma <strong>do</strong> livro ou no mo<strong>do</strong> de leitura. As mudanças de forma,<br />

<strong>do</strong> rolo {volumen) para o livro organiza<strong>do</strong> em páginas costuradas {códex), os sinais<br />

identifica<strong>do</strong>res de páginas, as notas de rodapés, to<strong>do</strong>s precederam a invenção da<br />

prensa. 55<br />

54 FEBVRE, Lucién & MARTIN, Henry-Jean. O aparecimento <strong>do</strong> livro. São Paulo: Editora da<br />

<strong>Universidade</strong> Estadual Paulista/Hucitec, 1992, p. 356.<br />

55 CHARTIER, Roger. Frenchness in the History of the book, from the history of publishing to the<br />

history of reading. Worchester: American Antiquarian Society, 1988. p. 16-18.<br />

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