T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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Essa nova necessidade foi fomenta<strong>do</strong>ra de novas tipografias, que<br />
gradualmente se especializaram e diversificaram sua oferta de produtos, tanto no que<br />
se refere à qualidade da impressão das etiquetas <strong>do</strong>s barris, quanto à produção de<br />
outros bens, como material de contabilidade e a edição e venda de livros. 46<br />
No bojo desse desenvolvimento, inclui-se também o comércio, tanto de<br />
produtos básicos quanto industrializa<strong>do</strong>s. Foi nesse momento, por exemplo, que a rua<br />
XV de Novembro, em Curitiba, tornou-se a principal da cidade, transformada pelo<br />
próprio comércio que, ao favorecer a especulação imobiliária, transformou "a rua<br />
num espaço estritamente comercial, ao expulsar os mora<strong>do</strong>res que habitavam os<br />
andares superiores <strong>do</strong>s sobra<strong>do</strong>s para transformá-los em depósitos de grandes<br />
estoques de artigos importa<strong>do</strong>s". 47<br />
Essa transformação coincidiu com toda uma série de outras, imbuídas da idéia<br />
de moderno ou de modernidade. Elas foram desde as construções de novas casas<br />
comerciais (e de novas casas para os <strong>do</strong>nos dessas) 48 e <strong>do</strong> surgimento de<br />
organizações que agrupavam comerciantes, industriais, funcionários com os mais<br />
diversos fins 49 até o comércio em geral, possui<strong>do</strong>r de um forte caráter feérico - ao<br />
menos a partir das primeiras décadas deste século, senão antes. 50 É assim que Curitiba<br />
46 A mais famosa das tipografias criadas nesse perío<strong>do</strong> foi a Impressora Paranaense, <strong>do</strong> Barão <strong>do</strong><br />
Serro Azul, um <strong>do</strong>s maiores industriais <strong>do</strong> mate <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX.<br />
47 BOSCHILIA, Roseli. R. XV e o comércio no inicio <strong>do</strong> século. Boi. Inf. da Casa Romário Martins<br />
25(113). Curitiba, nov./1996.<br />
48 SUTIL, Marcelo. O espelho e a miragem; ecletismo, moradia e modernidade na Curitiba <strong>do</strong> início<br />
<strong>do</strong> século. Curitiba, 1996, Dissertação, Mestra<strong>do</strong>, <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>.p 2.<br />
49 LUZ, A modernização... p 26-73.<br />
50 O aspecto feérico <strong>do</strong> comércio é melhor encarna<strong>do</strong> pelos parques de diversões que se instalaram na<br />
cidade nesse perío<strong>do</strong>. Esses parques, juntamente com outros pontos de comércio, centravam suas<br />
atividades sobre novas máquinas, técnicas e inventos - como o fonógrafo e o próprio cinema. Ver:<br />
BRANDÃO, Angela. A fábrica de ilusão; o espetáculo das máquinas num parque de diversões e a<br />
modernização de Curitiba. 1905-1913. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1994. Esse comércio<br />
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