T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Barricas e etiquetas<br />
Diversos estu<strong>do</strong>s já apontaram o progresso material em que o <strong>Paraná</strong> da<br />
virada <strong>do</strong> século incorreu, devi<strong>do</strong> à expansão da indústria da erva-mate. 43 Porém<br />
aquilo que podemos chamar de economia paranaense no perío<strong>do</strong>, era um processo<br />
conflituoso entre <strong>do</strong>is tipos de economia, calca<strong>do</strong>, por um la<strong>do</strong>, na pecuária <strong>do</strong>s<br />
campos gerais, perden<strong>do</strong> influência, e por outro la<strong>do</strong>, para a crescente indústria<br />
ervateira de Curitiba e <strong>do</strong> litoral. Essa expansão da indústria da erva-mate,<br />
concomitante com a indústria extrativa da madeira, "constituiu o alicerce da<br />
economia e a principal fonte de renda e de ocupação da população e <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>", que,<br />
assim constituí<strong>do</strong>, "fazia com que a economia paranaense oscilasse ao sabor <strong>do</strong>s<br />
surtos de expansão e crise desse produto no merca<strong>do</strong> externo". 44 No que nos diz<br />
respeito, foi o dinheiro gera<strong>do</strong> pela erva-mate que possibilitou uma indústria<br />
tipográfica auxiliar a um comércio de bens industrializa<strong>do</strong>s nos moldes europeus.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Newton Carneiro, nesse perío<strong>do</strong>:<br />
55<br />
A erva mate vivia momento excepcional nesse fim de década, impon<strong>do</strong><br />
aos industriais paranaenses grande esforço de organização para<br />
atender às exigências crescentes <strong>do</strong>s compra<strong>do</strong>res estrangeiros.<br />
Começou-se substituin<strong>do</strong> o invólucro, que deixou de ser o surrão de<br />
couro cru e passou a ser a barrica de pinho [...]. O novo recipiente já<br />
não precisava ser anônimo, como a bolsa de couro, e pedia etiqueta<br />
identifica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> fabricante e <strong>do</strong> importa<strong>do</strong>r. 45<br />
(1896-1912). Curitiba, 1996. Dissertação. Mestra<strong>do</strong>, <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>; PEREIRA,<br />
Luiz Fema<strong>do</strong> Lopes. Paranismo - o <strong>Paraná</strong> inventa<strong>do</strong>', cultura e imaginário no <strong>Paraná</strong> da I<br />
República. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1997.<br />
43 Ver: PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semean<strong>do</strong> iras rumo ao progresso; ordenamento<br />
jurídico e econômico da sociedade paranaense (1829-1889). Curitiba: Editora da UFPR, 1996,<br />
particularmente o primeiro capítulo: "Da indústria fabril e <strong>do</strong> comércio", p. 17,ss.<br />
44 Ver: LUZ, Regina Maria. A modernização da sociedade no discurso <strong>do</strong> empresaria<strong>do</strong><br />
paranaense; Curitiba, 1890-1925. Curitiba, 1992, Dissertação, Mestra<strong>do</strong>, <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Paraná</strong>, p. 10-12.<br />
45 CARNEIRO, Newton. As artes gráficas em Curitiba. Curitiba: Edições Paiol, 1975, p. 19.