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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Embora celebra<strong>do</strong> pelo grupo <strong>do</strong> Cenáculo como uma das obras mais<br />

importantes de então, o livro de Vellozo teve pouca repercussão depois de seu<br />

lançamento. Em 1897, uma resenha de Esquifes, publicada pelo Jornal <strong>do</strong><br />

Commercio de Porto Alegre refere-se à obra como:<br />

48<br />

um livro que acaba de chegar de Coritiba, sem elogios nem padrinho,<br />

desassombradamente firma<strong>do</strong> por Dario Vellozo [...] o livro<br />

incomprehendi<strong>do</strong> que anda pelas livrarias, quasi sem leitores, porque<br />

não traz o prefacio d'algum Affonso Celso [...]<br />

Esse artigo, reproduzi<strong>do</strong> no Cenáculo, serviu de mote para que o grupo<br />

reclamasse <strong>do</strong> silêncio que se fez em torno <strong>do</strong> livro, um ano após sua publicação. 26<br />

Contu<strong>do</strong>, esse silêncio não impediu que Vellozo continuasse a ser considera<strong>do</strong> um<br />

escritor capaz de fazer "ressoar a muzica finissima de um lavor de oiro e<br />

proclaman<strong>do</strong>, como nós, a Arte pelo Sonho". 27 Essa consideração se reproduz à<br />

medida que Vellozo publica seus trabalhos mais anticlericais e engaja<strong>do</strong>s em<br />

polêmicas (como a questão indígena, que resultou em Pelo Aborígene, de 1911). Seu<br />

ataque sobre a ordem jesuíta (Moral <strong>do</strong>s Jesuítas, 1908) provocou as seguintes<br />

considerações de Vival<strong>do</strong> Coaracy:<br />

Nessas páginas enfeixadas numa capa de vermelho berrante, como um<br />

pendão de guerra que vá accenan<strong>do</strong> ás auras da victoria, bem se<br />

reconhece o auctor daquelle formidan<strong>do</strong> Voltaire, pesa<strong>do</strong>, grande<br />

d'aço arroja<strong>do</strong> à face <strong>do</strong> ultramontanismo. É a mesma rigidez de<br />

conceitos, a mesma lógica heril, vasada numa linguagem tersa e<br />

vibrante, perio<strong>do</strong>s concisos e verrumantes como elle os sabe fazer, já<br />

eo o disse - com um suave aroma de latinismo elegante. 28<br />

Contu<strong>do</strong>, após a criação <strong>do</strong> Instituto Neo Pitagórico, Vellozo dedicou-se mais<br />

à edição e publicação de obras que propagassem os ideais em torno <strong>do</strong>s quais o grupo<br />

se aglutinava. Além das revistas de divulgação, o ideal pitagórico foi propala<strong>do</strong> em<br />

26 MONT ARROYOS, Elysio. Esquifes. Cenáculo III (4). Curitiba, 1897, p. 166-170; Respigas.<br />

Cenáculo 111(4). Curitiba, 1897, p. 187-190.<br />

21 Ronda da arte. Pallium I (2), Curitiba, out./1898, s./p.

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