T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
de estu<strong>do</strong> pode ser vislumbra<strong>do</strong> ao lermos a abertura <strong>do</strong> conto Sur les chats,de Guy<br />
de Maupassant: "Sobre um banco, outro dia, em frente a minha porta, sob o sol,<br />
defronte um pé de corbelias floridas, eu lia um livro surgi<strong>do</strong> recentemente, um livro<br />
honesto, coisa rara e também charmosa, "Le Tommelier", de Georges Duval [...]". 61<br />
Quais as mudanças que possibilitaram que o personagem de Maupassant aban<strong>do</strong>nasse<br />
a desconfortável leitura <strong>do</strong>s pesa<strong>do</strong>s tomos in quarto, li<strong>do</strong>s em pé em mosteiros e<br />
bibliotecas, para a leitura de lazer da obra de Georges Duval, feita ao sol, em um<br />
jardim flóri<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> a leitura de lazer <strong>do</strong> século XIX, tão presente nas telas de<br />
Liseuses <strong>do</strong>s impressionistas franceses, passou a ser a forma <strong>do</strong>minante de leitura, e<br />
por quê? São questões como essas - mas não somente essas - que podem ser<br />
perseguidas a partir das representações da leitura na ficção.<br />
A segunda proposta de Darnton refere-se à forma com que os leitores<br />
efetivamente liam. Para isso ele propõe estudar as formas em que a leitura era<br />
ensinada no passa<strong>do</strong>. Os mo<strong>do</strong>s de ensino da leitura podem dar indícios sobre a<br />
própria forma de 1er. David Hall utiliza essa vertente ao estudar a Nova Inglaterra <strong>do</strong><br />
século XVII e verificar que a leitura era praticada desde muito ce<strong>do</strong>. Darnton elenca<br />
exemplos das diferentes formas <strong>do</strong> ensino no passa<strong>do</strong>, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> de<br />
Margaret Spufford sobre o ensino na Inglaterra no século XVII, no qual a autora<br />
comprova que as crianças inglesas aprendiam a 1er antes dc escrever, e<br />
ireqûcnieincïïïc deixavam a cseoia pouco depois de aprenderem os princípios básicos<br />
da ienura. i>a mesma forma, na rrança <strong>do</strong> mesmo perío<strong>do</strong>, as escolas -<br />
MAUPASSANT. Guy. Oevres Completes Ilustrèes\ La petite Roque. Paris: Société d'Editeurs<br />
Littéraires et Artistiques/' Librarie Paui Ollen<strong>do</strong>rff, s./'d., p. 187.<br />
"' Axais sur un banc, i 'autre jour, davurií mu purie, un plein soleil, uevuni une corbeille d'anéuutnas<br />
fleuries, je lisais un livre récemment paru, un livre honnête, chose rare et charmant aussi, "Le<br />
Tommelier"par George Duval.