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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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virtualmente toda atividade humana", consideran<strong>do</strong> como construções<br />

aquilo que se pensava imutável, em um passa<strong>do</strong> não muito distante "<br />

Estudar a história da leitura<br />

33<br />

culturais<br />

Em Como se escreve a história, Paul Veyne manifesta seu desejo por uma<br />

história literária que encampe as preocupações específicas da história da leitura:<br />

É preciso escrever a história literária dum ponto de vista propriamente<br />

histórico e fazer uma espécie de "sociologia" da literatura sob Luis<br />

XIV. Quem lia, quem escrevia? Que se lia e como se concebia a<br />

literatura <strong>do</strong>s escritores? Quais os rituais, os papéis e os caminhos da<br />

vida literária? Que autores, grandes ou pequenos, criavam modas,<br />

provocavam a imitação? É impossível não considerar justo e coerente<br />

este ponto de vista de historia<strong>do</strong>res puros; basta pensar no abismo que<br />

separa uma produção literária tal como ela é para os contemporâneos e<br />

tal como a verá a posteridade [.. .]. 54<br />

As preocupações de Veyne são aquelas que também têm ocupa<strong>do</strong> os<br />

historia<strong>do</strong>res da cultura e da leitura. Em suma, Veyne apresenta um programa para a<br />

história da leitura, que na essência é aplica<strong>do</strong> pelos principais historia<strong>do</strong>res liga<strong>do</strong>s a<br />

esta área. No jogo de dualidades pertinente a esses campos de pesquisa<br />

(escritor/leitor; contemporaneidade/posteridade; erudito/popular, etc.,) algumas<br />

abordagens têm si<strong>do</strong> sugeridas. Além <strong>do</strong>s exemplos já cita<strong>do</strong>s de trabalhos relativos à<br />

história da leitura, alguns procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos têm si<strong>do</strong> <strong>do</strong>minantes.<br />

Darnton fornece uma série de sugestões de como a história da leitura pode ser<br />

feita. A primeira delas diz respeito ao "registro <strong>do</strong>s leitores", como, por exemplo, o<br />

moleiro friulano <strong>do</strong> século XVI estuda<strong>do</strong> por Cario Ginzburg em O queijo e os<br />

vermes, que leu "de um mo<strong>do</strong> agressivo, transforman<strong>do</strong> os conteú<strong>do</strong>s a sua<br />

53 BURKE, A escrita... p. 11.<br />

54 VEYNE, Paul. Como se escreve a história. Lisboa, Edições 70, 1983, p. 88.

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