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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Além desse estu<strong>do</strong>, outros colaboraram, nas palavras de Darnton, para que<br />

compreendêssemos e uníssemos o "o que" com o "quem" da leitura, utilizan<strong>do</strong>-se<br />

agora da abordagem microanalítica. 22<br />

Compartilhan<strong>do</strong> <strong>do</strong> desejo de Darnton de tentar definir o que é a história da<br />

leitura, Roger Chartier também apresenta um estu<strong>do</strong> historiográfico partin<strong>do</strong> de uma<br />

questão principal. Se para Darnton, o texto de Ovidio traz à tona o problema da<br />

leitura no passa<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> estranhamento da prática proposta (de que mensagens<br />

de amor fossem escritas nas costas de uma escrava, que seria despida pelo amante),<br />

Chartier parte de uma questão elaborada por Fernan<strong>do</strong> de Rojas, acerca de sua<br />

Celestina, publicada em 1507. A questão que Rojas elabora para sua própria obra é<br />

ampliada por Chartier para o texto impresso em geral, no intuito de esboçar algumas<br />

hipóteses básicas sobre uma história de "práticas de leitura". "A questão é simples,<br />

como é que um texto, que é o mesmo para to<strong>do</strong>s que o lêem, pode transformar-se em<br />

'instrumento de discórdia e de brigas entre seus leitores, crian<strong>do</strong> divergências entre<br />

eles e levan<strong>do</strong> cada um, dependen<strong>do</strong> de seu gosto pessoal, a ter uma opinião<br />

diferente?'" 23 Essa questão, discutida por Rojas em termos das diferentes formas que<br />

os leitores lêem sua obra, - que se devem também às diferenças entre os leitores -,<br />

leva à percepção de uma leitura plural, cujas considerações conduzem Chartier àquilo<br />

que ele toma como a tensão central de toda a história da leitura: "Deveríamos colocar<br />

no centro de tal história o texto ofereci<strong>do</strong> à leitura ou o leitor que o lê?"<br />

No primeiro desses casos, o leitor é visto pelos autores como sujeito a "um<br />

único significa<strong>do</strong>" e a história da leitura seria basicamente a compreensão das<br />

22 DARNTON, História da leitura... p. 208.<br />

23 CHARTIER, Roger. Textos, impressões e leituras. In: HUNT, Lynn. A nova historia cultural. São<br />

Paulo: Martins Fontes, 1992, p:211.<br />

21

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