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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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objetivo é entender como as idéias foram transmitidas através da imprensa e como a<br />

exposição à palavra impressa afetou o pensamento e o comportamento da<br />

humanidade durante os últimos quinhentos anos". 9<br />

Histórias conexas (como a história das bibliotecas, <strong>do</strong> ensino da leitura, das<br />

técnicas industriais <strong>do</strong> livro, etc.) desenvolveram-se a partir de preocupações<br />

convergentes com um conjunto comum de questões sobre a difusão das idéias no<br />

passa<strong>do</strong>. A diferença entre esse esforço e a história das idéias, por exemplo, reside em<br />

buscar essa difusão não somente nas filiações formais de pensamento entre luminares<br />

e intelectuais, mas entre os homens comuns das sociedades no passa<strong>do</strong>, buscan<strong>do</strong><br />

compreender "a maneira como as pessoas comuns entendiam o mun<strong>do</strong>" 10<br />

A história <strong>do</strong> livro nasce, portanto, de um amplo conjunto de preocupações<br />

entre historia<strong>do</strong>res e cientistas sociais, bem como literatos e economistas. Sua<br />

trajetória inicial é descrita da seguinte forma por Roger Chartier:<br />

17<br />

Há vinte ou vinte e cinco anos, seria provavelmente mais fácil definir<br />

o que era o "espírito francês" na história <strong>do</strong> livro. Distinguin<strong>do</strong>-se da<br />

história da imprensa (que era classicamente a história de uma<br />

invenção e sua difusão, a história de uma técnica e suas evoluções, e a<br />

história <strong>do</strong>s livros mais raros e mais famosos), a disciplina, enquanto<br />

ainda jovem e conquista<strong>do</strong>ra, associou-se entusiásticamente com a<br />

constituição de longas séries da produção impressa de uma cidade ou<br />

de to<strong>do</strong> um reino durante um século. Pegan<strong>do</strong> empresta<strong>do</strong> conceitos e<br />

instrumental da história econômica, a história <strong>do</strong>s livros buscava<br />

claramente delinear os ciclos de longa e curta duração na conjuntura<br />

editorial, verificar seus perío<strong>do</strong>s de crescimento e momentos de<br />

recessão. Delinean<strong>do</strong> estatísticas de títulos montadas a partir de livros<br />

preserva<strong>do</strong>s até o presente, <strong>do</strong>s registros de privilégios e permissões da<br />

Direction de la Librarte ou, mais recentemente, e para o século XIX,<br />

da informação publicada na Bibliographie de la France, a história da<br />

produção impressa conduzida desse mo<strong>do</strong> adequava-se perfeitamente<br />

com os ditames da história quantitativa que <strong>do</strong>minavam então. Como<br />

nos estu<strong>do</strong>s de preços e comércio, nascimentos e mortes, o objetivo era<br />

9 DARNTON, Robert. What is the history of books? Daedalus III (3), summer, 1982, p. 65.<br />

10 DARNTON, Robert. O grande massacre de gatos; e outros episódios da história cultural francesa.<br />

Rio de Janeiro: Graal, 1986, p. XIV.

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