T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
diferentes prismas. Ainda que tenhamos mais dúvidas que certezas quanto aos<br />
processos neurológicos envolvi<strong>do</strong>s no ato de 1er, há uma imensa carga cultural no<br />
desenvolver-se da leitura, que acompanha, pari passu, a própria história da cultura no<br />
Ocidente/ A leitura tem si<strong>do</strong> tratada como objeto de pesquisa e análise, utilizan<strong>do</strong>-se<br />
de diversas abordagens, que vão da lingüística à história quantitativa, da crítica<br />
literária à antropologia cultural, confrontan<strong>do</strong> os diversos momentos históricos e<br />
sociedades com as diferentes formas de leitura que foram desenvolvidas.<br />
O que é a história da leitura? Ou ainda, o que é a própria leitura? Podemos<br />
levar em conta uma série de conceitos, méto<strong>do</strong>s e abordagens que conjuntamente<br />
podem ser defini<strong>do</strong>s como história da leitura. Podemos inicialmente pensar que<br />
"normalmente, entende-se por leitura o ato de percorrer com a vista o que está<br />
escrito, proferin<strong>do</strong> ou não. Ler seria, então, uma atividade essencialmente individual,<br />
que exigiria fundamentalmente a capacidade de decifrar um código". 4 Podemos ainda<br />
considerar o conceito de leitura como compreensão e, portanto como o acesso a um<br />
conhecimento diferencia<strong>do</strong>, cita<strong>do</strong> na introdução. 5 Como estes, diversos outros<br />
conceitos de leitura foram desenvolvi<strong>do</strong>s por profissionais da literatura, educação,<br />
narra<strong>do</strong>r, considerações sobre a obra de Nicolai Leskov" In: Obras Escolhidas I. São Paulo:<br />
Brasiliense, 1986, p. 199).<br />
3 Evitarei aventurar-me sobre as diversas formas de leitura <strong>do</strong>s ideogramas orientais (chineses ou<br />
japoneses) e a leitura para além da tradição ocidental. Sobre o processo de memorização que<br />
caracteriza a cultura chinesa e sua escrita, ver: SPENCE, Jonathan. O palácio da memória de<br />
Matteo Ricci-, a história de uma viagem: da Europa da contra-reforma à China da dinastia Ming. São<br />
Paulo: Companhia das Letras, 1986. Sobre a leitura no Japão medieval e entre os judeus ver:<br />
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 259-266;<br />
109-118.<br />
4 ABREU, Márcia & Britto, Luis P. L. Prefácio. In: ABREU, Mareia, org. Leituras no Brasil.<br />
Campinas: Merca<strong>do</strong> de Letras, 1995, p.7.<br />
5 OSAKABE, Akira. O mun<strong>do</strong> da escrita, In: ABREU,... Leituras no Brasil...., p. 22.<br />
15