11.04.2013 Views

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

passa<strong>do</strong> estancaram-nas ao brotarem". Continuan<strong>do</strong>, a leitora expressava sua<br />

admiração:<br />

175^<br />

É sublime quan<strong>do</strong> Herculano descreve as noites em que o seo<br />

personagem, vagan<strong>do</strong> so, pelos altos roche<strong>do</strong>s escarpa<strong>do</strong>s, pensan<strong>do</strong> e<br />

em palestra, sem vontade propria, com a sua Herrn en garda, perdida<br />

para sempre, recorda os tempos em que era feliz, porque tinha<br />

esperança, e, voltan<strong>do</strong> ao romper da aurora ao presbyterio, inspira<strong>do</strong> o<br />

seu genio de poeta, entregava-se á construcção de estrophes repassadas<br />

de amor e saudade, e que eram dirigidas á noiva morta. E o clero<br />

a<strong>do</strong>ptava-as, repetia-as; porem ignorava a causa da inspiração <strong>do</strong><br />

poeta e interpretava-as a seo bel prazer.<br />

Envolta nesses sentimentos, descreve em maiores detalhes sua forma de 1er, na<br />

qual sente "verdadeira satisfação cada vez que, a sos, posso dedicar-lhe alguns<br />

momentos estudan<strong>do</strong>-lhe o estylo sadio e o mo<strong>do</strong> de encarar o sacerdócio". 175<br />

"Lisette", a segunda leitora, demonstrou sensações bastante semelhantes, pois<br />

exclamou, logo de início; "Que de momentos ditosos me proporcionou o solitario de<br />

Val-de-Lobos [Herculano]!" A leitora declarava-se envolta em serenidade e<br />

empolgada pelo bem supremo da obra. Sua leitura foi afoita, pois "ávi<strong>do</strong>, meo olhar<br />

se embrenhou nas páginas buriladas: oh Mestre! na preocupação superna de<br />

descortinar-se o bello, o verdadeiro". Sua opinião sobre o autor era extremamente<br />

lisongeira:<br />

Herculano não escreve com palavras, mas com a alma das palavras. O<br />

Eurico é como o pharol que allumia a senda, ao fragil esquife <strong>do</strong><br />

garimpeiro <strong>do</strong> saber, no mar bonançoso ou encapella<strong>do</strong>, que é a vida.<br />

Para ela, o livro assumia características místicas, pois havia "nas páginas <strong>do</strong><br />

Eurico o fresco alvor das rosas de maio, o alvinitente <strong>do</strong> mármore que o resguarda,<br />

no grandioso mausoleo <strong>do</strong>s Jeronymos". 176<br />

175 "Djenane". Impressões (em torno <strong>do</strong> Eurico). Myrto e Acacia III (11 e 12), Curitiba, primavera e<br />

estio, 1918, p. 112-14.<br />

176 Impressões da leitura de Eurico. Luz de Krotona V (1). Curitiba, mar./1927, p.20-21.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!