T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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pensan<strong>do</strong>, evola<strong>do</strong> para um páramo incognoscível de felicidades e de ternuras, de<br />
desfallecimentos sem terrores [...]". 168<br />
173^<br />
As leituras são registradas em termos de emoções que despertam no leitor, e<br />
que ele, buscan<strong>do</strong> expandir seus sentimentos, por sua vez, aos seus próprios leitores,<br />
coloca em letra impressa nos periódicos. Len<strong>do</strong> a poesia <strong>do</strong> paulista Carvalho<br />
Aranha, em 1898, o resenhista utiliza-se dessa tentativa de transferência de sensações:<br />
Ao 1er esse bello ramilhete, sente-se a espontaneidade da sua<br />
concepção e affigura-se-nos vêl-os a brotar esponte da penna <strong>do</strong> jovem<br />
poeta, como um veio de agua chrystalina, eclodin<strong>do</strong> da terra... 169<br />
Outros leitores deixaram registradas suas leituras de autores locais, como<br />
Mario Resende, falan<strong>do</strong> <strong>do</strong> "poeta da moda" em 1913, Rodrigo Jr. A leitura de<br />
Cantigos e bailadas, deu a Resende "a esquisita sensação de um primeiro ban<strong>do</strong> de<br />
an<strong>do</strong>rinhas voltan<strong>do</strong> 'cheias de misticismo <strong>do</strong> seu sonho e <strong>do</strong>s rebentos virgens da<br />
emoção'". 170 Similarmente, "Mark-Allan" achou a leitura de Episódios, de Santa<br />
Ritta Jr., "agradabilissima", com um "estylo muito suave [...] límpi<strong>do</strong> e claro, simples<br />
e fluente". 171 Mesmo uma obra jurídica, como a Appelação civil de Alencar Piedade<br />
(1920), pode despertar uma leitura como as anteriores, na qual "li<strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>samente<br />
o brilhante trabalho jurídico, não sabemos o que mais nos agra<strong>do</strong>u - se o estylo terso<br />
e elegante [...] se a clareza admirável da exposição ou se o aspecto <strong>do</strong> direito que<br />
nelle refulge, demonstran<strong>do</strong>, provan<strong>do</strong> e convencen<strong>do</strong>". 172<br />
As exposições <strong>do</strong>s leitores, quase sempre elogiosas, (com raras exceções,<br />
como a de Rocha Pombo, citada acima) parecem confirmar parte da afirmação de<br />
168 ANDRADE MURICY. Zola. Fanal III (21,22,23). Curitiba, out.;nov.;dez./1913, p. 423-28.<br />
169 Primicias. O Sapo 7(19) Curitiba, 10/jul./1898, p. 1.<br />
170 REZENDE, Mario. Portigo. A Bomba 1(12), Coritiba, 30/set./1913, s./p.<br />
171 "Mark-Allan". Livros que apparecem. Atheneia I (3), Coritiba, st./1914, p. 21-22.