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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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156^<br />

A imprensa aproxima o pensamento <strong>do</strong> homem isola<strong>do</strong>, e põe-o em<br />

communicação immediata, continua, perpetua com to<strong>do</strong>s os<br />

pensamentos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> invisível, no passa<strong>do</strong>, no presente e no futuro.<br />

Disse-se que os caminhos de ferro e o vapor, supprimiam as<br />

distancias, pois pode-se dizer que a imprensa suprimiu o tempo.<br />

Graças a ella somos to<strong>do</strong>s contemporâneos. Eu converso com Homero<br />

e com Cicero; os Horneros e os Ciceros <strong>do</strong>s séculos futuros<br />

conversarão comnosco [...] 120<br />

Simultaneamente, a leitura da sociedade podia ser feita no jornal, visto como<br />

reflexo e influência de comportamentos sociais, pois:<br />

O jomal é um livro immenso que to<strong>do</strong>s lêm e que to<strong>do</strong>s escrevem, que<br />

decompõe como o iris to<strong>do</strong>s os matizes da luz e leva em seu seio, como<br />

a nuvem, os relâmpagos da tempestade; que é como o A'gro em<br />

Athenas, como o Forum em Roma, o lugar onde cantam to<strong>do</strong>s os<br />

amores pelas idéias e onde brama m to<strong>do</strong>s os ódios, instrumentos que<br />

não possuio nenhuma revolução antiga, missionário de que não dispoz<br />

nenhum <strong>do</strong>s reforma<strong>do</strong>res que, com a sua palavra, destruíram um<br />

mun<strong>do</strong> e renovaram outro: o jornal é hoje, n'este immenso cahos onde<br />

tantos novos elementos sociaes se agitam a obra mais penosa e que<br />

mais suores custa, que mais vidas consome, que mais satisfações<br />

proporciona, mas ao mesmo tempo a que tem mais trancedental<br />

influencia sobre a vida e sobre os costumes e portanto, é sem duvida,<br />

mas sempre o alfião contra os furores <strong>do</strong>s governos arbitrarios. 121<br />

Essas construções, calcadas no trinomio tradição/educação/meios de<br />

comunicação, aponta<strong>do</strong>s por Moscovici como fontes básicas <strong>do</strong> conhecimento,<br />

embora busquem uma identidade com um certo conhecimento cientifico (aquele<br />

comprometi<strong>do</strong> com a idéia de progresso), podem ser mais identifica<strong>do</strong>s com a idéia -<br />

também teorizada por Moscovici - de representação social, ou um conhecimento não<br />

sistematiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> real, foija<strong>do</strong> na sociedade com o objetivo de ordenar o meio. 122<br />

Essas representações, reconhecidas nesse meio por sua carga de<br />

verossimilhança e pelos elementos culturais comuns aos membros daquela sociedade<br />

(as "teorias implícitas" de Moscovici) podem ser levantadas na busca da compreensão<br />

<strong>do</strong> papel que a leitura exerceu no passa<strong>do</strong> em questão.<br />

120 LAMARTINE. A imprensa. O Sapo II (21), Curitiba, 21/maio/1899, p. 1.<br />

121 CASTELLAR, E. O Jornal. O Sapo II (28), Curitiba, 9/jul./1899, p.l.

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