11.04.2013 Views

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

iquíssimo escrínio". 109 Lycio de Carvalho recebeu uma homenagem semelhante<br />

quan<strong>do</strong> da publicação de seu livro póstumo, Peregrinas (1896), pelo grupo <strong>do</strong><br />

Cenáculo, o qual ele freqüentara em vida. Com a publicação daquele "volume de<br />

amarguradas poesias simples" seus colegas buscavam render "o tributo de apreço ao<br />

bello talento <strong>do</strong> bar<strong>do</strong> paranaense, que representava uma das mais delicadas<br />

organizações artísticas <strong>do</strong> nosso meio litterario". 110 Um último exemplo fala sobre o<br />

tipo de sensação que a leitura podia provocar no resenhista, e que ele tentava passar a<br />

seus próprios leitores:<br />

152^<br />

Á Foz DO IGUASSÚ, por Muricy. Edição da Impressora Paranaense,<br />

Coritiba, 1896. [...] O delica<strong>do</strong> e intelligente payzagista auctor <strong>do</strong><br />

opúsculo, sabe tão magistralmente colorir as telas que nos apresenta,<br />

que nos sentimos vibratiza<strong>do</strong>s de extranhas emoções sadias ao<br />

percorrer com elle longos trechos ác matagaes extensos, aonde se<br />

sente o estuar <strong>do</strong> grande mysterio da natureza victoriosa. 111<br />

As críticas de Rubens <strong>do</strong> Amaral (citadas na introdução deste trabalho)<br />

parecem ter fundamento quanto ao "elogio mútuo, por escrito", embora seja<br />

virtualmente impossível sabermos se, entre eles, os escritores se alcunhavam de<br />

"bestas na maledicencia <strong>do</strong>s cafés". 112<br />

Apesar desse esforço contínuo de fazer com que o público leitor <strong>do</strong>s seus<br />

periódicos soubesse quais livros estavam à sua disposição, e esforçar-se para que as<br />

leituras fossem feitas de acor<strong>do</strong> com aquelas apresentadas pelo leitor/resenhista, o<br />

campo específico a que se chamava "critica literária" sofria, também ele, de males que<br />

José Guahiba chamou de "criticalhos", por ser pouco inova<strong>do</strong>r, isto é, atrela<strong>do</strong> a<br />

cânones hipoteticamente supera<strong>do</strong>s ou não originais:<br />

108 R.M. Respigas. Cenáculo 11(2). Coritiba, 1896 p. 188-9.<br />

109 Lavoisier. Livros e opúsculos. Ramo de Acácia 11(9, 10 e 11). Curitiba, jul. a set., 1909. p. 167.<br />

110 SILVEIRA NETTO. Respigas. Cenáculo 1(1), Coritiba, 1895, p. 25-26.<br />

in Respigas. Cenáculo 11(3). Coritiba, 1896, p. 157-160.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!