T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná
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.143<br />
mocidade^sentirábrotar-lhe na alma a flor da gratidãoe<strong>do</strong>respeito :[..,]". 85 No<br />
mesrrço tom, duas décadas depois, o livro Cidades-mor4as de Monteiro Lobato,<br />
deixada o leitor/resenhista com sentimentos de júbilo, em um transporte ao tempo de<br />
sua infancia seguin<strong>do</strong> os personagens em suas peripécias, wn sentimento que-ele<br />
ansiada por compartilhar com seus próprios leitores. 86<br />
Às vfezes, o resenhista desejava-quc -o seu leitor-compartilhasse plenamente de<br />
suas opiniões, ou que não as achasse excessivas e exageradas, a ponto de transcrever<br />
algum trecho- da obra resenhada como prova de suas afirmações. 87 Mas,<br />
freqüentemente, sua opinião deveria prevalecer, para o bem ou para o mal, sobre<br />
Ribeiro, em 1888, Rocha Pombo questionava a literatura naturalista em termos de<br />
seus próprios leitores:<br />
Que tem de commum com nosso tempo, com nossa sociedade, com<br />
nossa filma, essa littérature de que se fez genero no merca<strong>do</strong> -e-que-se<br />
destina a estimular o gosto deprava<strong>do</strong> de certos leitores? 88<br />
De uma maneira geral, os leitores que vinham a público manifestar suas<br />
próprias impressões de leitura - chamassem a isso crítica literária, propaganda de fé<br />
ou anotações de leitura - buscavam-estabelecer cânones de leitura 89 que eles<br />
esperavam que seus leitores seguissem, da mesma forma que eles liam segun<strong>do</strong><br />
cânones estabeleci<strong>do</strong>s algures-e por-tradições-diversas. Essas tentativas de orto<strong>do</strong>xia<br />
85 Respigas: C , ^rfcw/o ///(4). Guritiba,1897, p. l87- l-9{).<br />
86 Livros e folhetos. Cruzada 11(14). Paranaguá, ago./1920, s./p.<br />
87 Estilhas /vW // (7 e 8), Curitiba, ago. e set /1912, p l 39; No -A-dito. União -e trabalho HV),<br />
jul./19Í9, p. 1.<br />
88 ROCHA POMBO. A carne (romance de Julio Ribeiro) A Galeria IIlustrada I (3). Coritiba,<br />
Para uma discussão sobre os cânones de leitura, ve LaCAPRA, Dominick. Representing the<br />
holocaust; h i stop,', theoiy,—trauma,-Ithaca^-aad- Lon<strong>do</strong>n.- Cornell-University Press, 4994,<br />
particularmente o primeiro capítulo "Canons, texts and contexts", p. 19-42.