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T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

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Em segun<strong>do</strong> lugar, havia uma compreensão entre os paranaenses de então, de<br />

que o <strong>Paraná</strong> tivera um momento de extrema criatividade e notoriedade nacional no<br />

campo das letras e das idéias. Foi nesses termos que Tasso da Silveira referiu-se, em<br />

1921, a seu passa<strong>do</strong> imediato, quan<strong>do</strong> o <strong>Paraná</strong>, e Curitiba em particular, "manteve<br />

alta vibração espiritual, de cunho proprio tanto quanto lho era possivel. Repercutiam<br />

no Rio ecos <strong>do</strong> movimento provinciano, que a sympathia acolhe<strong>do</strong>ra de jornalistas e<br />

poetas <strong>do</strong> grande centro acoroçoava". 15 Em 1908, essa situação assumia a concretude<br />

da letra impressa no Scenario Paranaense, de Alcebíades Plaisant:<br />

Nas letras o <strong>Paraná</strong> conta hoje intellectuaes cujo mérito não se pôde<br />

contestar.<br />

E essa affirmação não é somente nossa; vem de mais longe, de<br />

diversos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brazil, da propria capital da Republica, onde o<br />

nosso meio literario é conheci<strong>do</strong>, é li<strong>do</strong> e aprecia<strong>do</strong>.<br />

A manifestação da intelligencia Paranaense nas lides luminosas <strong>do</strong><br />

pensamento vem dês <strong>do</strong>s tempos coloniaes irradian<strong>do</strong> promessas as<br />

mais brilhantes. 16<br />

A própria constituição dessa "verdade", comumente aceita, foi criticada, em<br />

1914, por Rubens <strong>do</strong> Amaral, um "não-paranaense" que admirava e louvava os<br />

méritos reais <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>. À proposição de que Curitiba seria, ou teria si<strong>do</strong>, o segun<strong>do</strong><br />

centro literário <strong>do</strong> Brasil, ele se opunha, com base nos talentos de outros esta<strong>do</strong>s:<br />

Ao que me consta mas não verifiquei, essa phrase lançou-a um dia<br />

João Luso e a ella se apegaram alguns espiritos, que vêem sua terra<br />

com os olhos illusorios <strong>do</strong>s sentimentos, para a repetirem a proposito<br />

de tu<strong>do</strong> e até sem proposito nenhum.<br />

O que ele verificava como um <strong>do</strong>s males que assolava o <strong>Paraná</strong>, era "o elogio<br />

mútuo, por escrito, e a demolição mútua, nas palestras [...] e ao la<strong>do</strong> de poetas como<br />

um Emiliano, legiões de poetas proliferam, ditos bestas na maledicência <strong>do</strong>s cafés,<br />

15 SILVEIRA,... Dario Vellozo; ...<br />

16 PLAISANT, Alcibiades Cezar. Scenario Paranaense. Coritiba: s./ed., 1908.<br />

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