11.04.2013 Views

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

seus leitores para responder asenstivros corno se eles fossem tão sagra<strong>do</strong>s quanto a<br />

BMar<br />

135^<br />

O universo da leitura, no qual se era inicia<strong>do</strong> a partir da infância, e era<br />

incentiva<strong>do</strong> ao ouvir-se leituras públieas -pfmeipalmenteda Bíblia -, proporcionou<br />

aos habitantes da Nova Inglaterra um sistema de educaçãoimpar, feito principalmente<br />

na igreja, e em casa (a partir da iniciativa damãe) prolongan<strong>do</strong>-se por toda a vida <strong>do</strong><br />

indivíduo. Hãff busca as evidências desse universo principalmente nos escritos feitos<br />

pot leigos puritanos que tentam^ ter seus próprios textos envolvi<strong>do</strong>s pela aura de<br />

verdade que a Bíblia assumia. A leitura- é, portanto, o ponto chave para a<br />

compreensão <strong>do</strong> universo religioso. Hall vai_buscar, além das formas. ertL que se<br />

aprendia a 1er - e de como se lia - pistas sobre o comércio de livros que abastecia essa<br />

população, e sobre a indústria editorial que se inicia na colônia. Imbuí<strong>do</strong> <strong>do</strong> caráter<br />

sagra<strong>do</strong> que a leitura da Bíblia estabelecia, o leitor expandia essa associação para o<br />

texto impresso em geral. Depois de demostrar as evidências, Hall conclui que, em<br />

conformidade com a tradição vernácula protestante, os leitores supunham que:<br />

1er era ouvir, ouvir era va", e ver era receber a verdade (ou a luz)<br />

comunicada com o eu interior, o coração. Ao presumir, essa quaseidentidade<br />

entre a página impressa e a palavra (falada) esses textos<br />

[edificantes], também impunhanua seusJeitores o. mo<strong>do</strong>. de. seu uso..<br />

Nada separava os livros da-vida.ou-da.ação; os livros transformavam.o.<br />

eu interior ou o 'coração' de formas quemoldavam o comportamento<br />

cotidiano". 72<br />

Essa parece ser a chave mestra da relação que o autor de textos de conselhos<br />

pretende estabelecer com seu leitor, mesmo em épocas posteriores, se considerarmos,<br />

por exemplo, os escritos de médicos <strong>do</strong> século XIX quanto à sexualidade. 73<br />

72 HALL. Worlds of wonder... p. 39.<br />

73 Sobre escritores médicos norte americanos no século XIX, ver DEGLER, Carl. At odds; women<br />

and the family in America from the Revolution to the present. Oxford: Oxford University Press,<br />

1981. Para a França ver: CORBIN, Alain. "A pequena Bíblia <strong>do</strong>s jovens nubentes". In: Amor e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!