11.04.2013 Views

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

T - DENIPOTI, CLAUDIO.pdf - Universidade Federal do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

seus trabalhos. Jacques Le GofF sentiu aproximan<strong>do</strong>-se da Idade Média ao 1er, na<br />

a<strong>do</strong>lescência, os romances de Walter Scott: "Li muitos romances de sua autoria, mas<br />

a obra que mais me influenciou foi Ivanhoe [...]". 8 Nas palavras de René Remond, "se<br />

se investigassem as origens da vocação <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res, aposto que se encontraria,<br />

muitas vezes, a influência difusa de leituras da infância ou da a<strong>do</strong>lescência" 9<br />

A leitura que o historia<strong>do</strong>r fez de suas fontes, será apresentada aqui com uma<br />

carga dada por uma série de transferências de leituras anteriores, ou de leituras de<br />

leituras. Buscou-se escrever a história na forma de um constante diálogo <strong>do</strong><br />

historia<strong>do</strong>r com suas fontes, ten<strong>do</strong> em mente que esses textos não podem ser<br />

reduzi<strong>do</strong>s a "forças contextuáis ou meras fontes <strong>do</strong>cumentais" já que os historia<strong>do</strong>res<br />

agem sobre esses textos de forma a "refigurarem seus contextos e retrabalharem seu<br />

material". 10<br />

Com isso em mente, buscou-se apresentar a leitura como compreensão, ou<br />

seja, como o "acesso a um conhecimento diferencia<strong>do</strong>, aquele que lhe permite [...] a<br />

compreensão, assimilação e questionamento, seja da própria escrita, seja <strong>do</strong> real em<br />

que a própria escrita se insere". 11 Se concordarmos com a opinião de Roland Barthes<br />

de que, na história, interessa hoje não o real, mas o inteligível, 12 podemos acrescentar<br />

que a leitura e sua compreensão permitem o acesso à inteligibilidade <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>. Dai<br />

buscarmos respostas aos como e porque da leitura, tanto quanto aos que, como e<br />

8 LE GOFF, Jacques, o desejo pela história, In: NORA, Pierre, org. Ensaios de Ego-História. Lisboa:<br />

Edições 70, 1989, p.196.<br />

9 REMOND, René. O contemporâneo <strong>do</strong> contemporâneo. In: NORA, . . . . p. 293.<br />

10 LaCAPRA, Dominick. Representing the holocaust; history, theory, trauma. Ithaca and Lon<strong>do</strong>n:<br />

Cornell University Press, 1994, p. 25.<br />

11 OSAKABE, Akira. O mun<strong>do</strong> da escrita. In: ABREU, Mareia, org. Leituras no Brasil. Campinas:<br />

Merca<strong>do</strong> de Letras, 1995, p. 22.<br />

6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!