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E NTREVISTA MARIA VICTORIA BENEVIDES<br />

PAIXÃO<br />

MILITANTE<br />

Lula conhecia muito bem a pobreza, mas não sabia<br />

o que era efetivamente a riqueza. Observações como essa<br />

fazem <strong>da</strong> socióloga Maria Victoria Benevides, professora<br />

<strong>da</strong> USP, uma voz crítica dentro do seu partido, o PT<br />

Por Frédi Vasconcelos<br />

10 | REVISTA DOS BANCÁRIOS<br />

Ainspiração vem <strong>da</strong>s escritoras Rosa Luxemburgo<br />

e <strong>da</strong> francesa Simone Weil, nas<br />

quais diz ter buscado o engajamento na<br />

política e na luta por um socialismo democrático,<br />

mas a professora <strong>da</strong> USP e socióloga<br />

Maria Victoria Benevides tem opiniões<br />

fortes sobre tudo: o governo Lula, a democracia<br />

no Brasil, a participação popular, a mídia, seu<br />

partido (o PT), os direitos humanos. São opiniões<br />

não conforma<strong>da</strong>s, às vezes duras, vin<strong>da</strong>s de uma mulher<br />

que se declara militante e apaixona<strong>da</strong> pelas idéias<br />

que defende. Ela cita uma frase de Rosa, que afirmava<br />

que, apesar de tudo, <strong>da</strong>s lutas políticas, <strong>da</strong>s lutas<br />

intelectuais, de suas limitações físicas, sua solidão,<br />

nunca passou dia na vi<strong>da</strong> sem amor. “Acho isso absolutamente<br />

maravilhoso”, diz. Veja, abaixo, os principais<br />

trechos <strong>da</strong> entrevista exclusiva concedi<strong>da</strong> por<br />

Maria Victoria à RdB no final do mês de maio.<br />

Revista dos Bancários – Em vários textos, a senhora<br />

escreve sobre democracia, não a democracia<br />

formal, mas aquela com participação popular<br />

e democracia social...<br />

Maria Victoria Benevides – É preciso lembrar o<br />

que entendemos por democracia. Sob qualquer aspecto,<br />

democracia é sempre soberania popular. Em<br />

última instância, o poder é do povo. É claro que isso<br />

não significa baderna, bagunça, ausência de instituições<br />

e mecanismos de representação, na<strong>da</strong> disso.<br />

É uma soberania popular regra<strong>da</strong>. O primeiro aspecto<br />

é a questão <strong>da</strong> soberania popular como elemento<br />

indissociável do que se entende por um regime<br />

democrático. Outro ponto é o respeito integral<br />

aos direitos humanos, o que não é apenas respeito.<br />

É respeito, defesa e promoção.<br />

RdB – Em tese somos um país democrático, temos<br />

eleições, respeitamos os direitos humanos,<br />

é isso?<br />

Maria Victoria – Não concordo. Em primeiro lugar<br />

temos eleições, pluriparti<strong>da</strong>rismo, garantias <strong>da</strong><br />

magistratura, imprensa razoavelmente livre. O que<br />

falta no campo <strong>da</strong> democracia política é justamente<br />

uma participação popular efetiva e há vários mecanismos<br />

e instituições para isso. Igualmente importantes,<br />

mecanismos efetivos de controle sobre a ação<br />

dos governantes. Os cientistas políticos costumam<br />

muito falar em accountability, que é a prestação de

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