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de ocorrer, pois, se o contrário fosse verdade, qualquer
um poderia ser jornalista”. Para ele os profissionais
da imprensa deveriam pensar a partir de pontos
de vista diferentes e não focar em “uma visão de
shopping center, de novela das oito”.
Bia Barbosa amplia a questão. Para ela os meios de
comunicação são hoje o principal espaço de circulação
de informação e cultura e um dos mais importantes
para a referência de valores e formação da opinião pública.
“Trata-se de uma arena de disputa e debate político
e um espaço para que parte dos direitos humanos
seja exercida. Infelizmente, o jornalismo brasileiro
(ou os donos desse jornalismo) se abstém dessa prerrogativa
e segue informando a população de acordo
com interesses privados e não públicos”, lamenta.
O ponto fundamental é esse: se a informação é um
bem público, como prevê a Constituição, é necessário
garantir recursos para que floresça o maior número
possível de publicações, rádios, sites e TVs de
grupos distintos. E ao mesmo tempo fazer com que
haja instrumentos democráticos de regulamentação e
acompanhamento da cobertura. A questão é que
quando se fala em uma coisa ou outra, a reação dos
que detêm esses meios é escandalosa. As acusações
caminham para censura, estatização etc. E tudo fica
no mesmo lugar, parecendo que está bom. ❚
Com reportagem de Emerson Lopes Silva
ILUSTRAÇÃO COM FOTOS DE PAULO PEPE E JAILTON GARCIA
REVISTA DOS BANCÁRIOS | 9