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ACERVO COLONIAL As ruas de pedra e o casario colorido formam a paisagem urbana de São Luiz. Em volta, o Parque Estadual da Serra do Mar faz a moldura verde. A cidade se orgulha de ser terra natal do sanitarista Oswaldo Cruz, conhecido internacionalmente ruas acompanhados de figuras típicas da cidade, caso dos bonecões, e o pastel de farinha de milho. Tão animada quanto o Carnaval e os festejos do Divino é a festança do Saci, mais recente. Além de festeiro, não por acaso o município também leva o adjetivo musical. Mesmo sem uma programação fixa, é possível ao turista pegar uma “canja” de algumas das bandas da cidade nas noites de sábado, sempre no coreto da praça. Neste mês de junho (dias 17 e 18) a praça será animada também pelas eliminatórias do festival de música junina, do qual participam músicos da região. A final está programada para 2 de julho. Outra atração da cidade são os contadores de causos Geraldo Tartaruga e Ditão. São Luiz também A TERRA DO SACI Se folclore e tradição são marcas de São Luiz, nada mais natural que aconteça ali, a cada 31 de outubro, a Festa do Saci. Como neste ano a data cairá em uma segunda-feira, a programação foi antecipada para o final de semana dos dias 28 e 29. O evento é manifestação de resistência cultural às festas americanizadas de Halloween, o Dia das Bruxas. Foi esse mesmo desejo de defender a cultura popular brasileira que originou a Sosaci - Sociedade dos Observadores de Saci. Cansado de ver o imperialismo cultural norte-americano engolir mitos brasileiros, um grupo de 12 pessoas participou da fundação, em julho de 2003, fazendo da cidade reduto da sacizada. Atualmente são quase 600 associados, chamados de saciólogos e saciólogas. O jornalista Mouzar Benedito da Silva, 58 anos, um dos fundadores, conta que a Sosaci não é uma entidade xenófoba nem pretende trafegar na contramão do mundo globalizado, mas sim uma tentativa de preservar a cultura brasileira. “Acredito que aqueles que comemoram o “aloins” já estão meio americanizados e até pensam que Saci é uma bobagem. Preservando nos- oferece um estilo diferente de artesanato, com máscaras, fantoches de cabaça com cabelos de estopa e espelhos que envolvem o interruptor de luz, pintados à mão. Passeios e belos visuais São Luiz do Paraitinga está encravada na região do Parque Estadual da Serra do Mar, no Núcleo Santa Virgínia, uma reserva ambiental que compreende parte da Mata Atlântica. Ali há cinco opções de trilhas com diferentes graus de dificuldade, mas todas com visuais belíssimos. O visitante encontra corredeiras, cachoeiras e piscinas naturais formadas pelo Rio Paraibuna e também caminha às margens do Rio Ipiranga Parahitinga, por sinal, vem do tupiguarani, e significa “águas claras”. Todas as trilhas só podem ser feitas com o acompanhamento de um monitor e é imprescindível agendar as visitas. Quem gosta de fortes emoções também tem opções como rafting, bóia-cross ou rapel. E há ainda cavalgadas e visitas às fazendas próximas, como a da Fábrica, onde funcionou a primeira indústria de tecidos do Estado. ❚ SERVIÇO Como chegar : Rodovia Presidente Dutra até Taubaté e SP-125 (rod. Oswaldo Cruz) ou SP-070 (sist. Ayrton Senna-Carvalho Pinto). Para agendar visitas ao Parque da Serra do Mar: (12) 3671-9159/3671- 9266. Onde ficar: São Luiz tem hotel e pousadas simples e confortáveis. Entre as opções estão o Hotel Fazenda Dunas de Pamonã (12) 9118-6184 e a Pousada Caravelas (12) 3671-1179. Quem tem acesso à internet também pode saber um pouco mais sobre a cidade nos sites www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br (oficial) ou em www.paraitinga.com.br sa cultura estamos batalhando para não entregar os pontos às propostas imperialistas, já que há uma descrença nos partidos políticos”, afirma. Ele lembra que o Saci é um dos mitos mais brasileiros, reunindo em um único personagem o negro, o índio e o branco. Apesar de desejar algo mais anárquico, Mouzar conta que a idéia de lançar o “Dia do Saci” já foi oficializada em São Luiz do Paraitinga, na cidade de São Paulo (em projeto da então vereadora Tita Dias) e no Estado. Ainda há projetos tramitando em Juiz de Fora, Curitiba e São José do Rio Preto. No Congresso Nacional há duas propostas aguardando votação para lançamento do Dia Nacional do Saci. Durante os festejos em São Luiz há palestras, debates e a “saciata”, um passeio pelas ruas nos quais os últimos 500 metros são percorridos com uma perna só. A programação inclui ainda o passeio “saciclístico”, feito de bicicleta entre as trilhas povoadas de histórias narradas por Ditão, um dos contadores oficiais de “causos” do município. Nos últimos 800 metros deste passeio só vale pedalar com um pé só. REVISTA DOS BANCÁRIOS | 33
ARTIGO O QUE FALTA É GENTE Lei que estabelece prazo para fila em banco tem de apontar para mais contratações nestas empresas e fiscalização freqüente, ou não funcionará de forma eficaz Por Juvandia Leite Moreira Juvandia Moreira Leite é secretária-geral do Sindicato e funcionária do Bradesco 34 | REVISTA DOS BANCÁRIOS PAULO PEPE Éfato notório que as empresas que integram o sistema financeiro representam o setor que mais lucra no País. Apenas no primeiro trimestre desse ano os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Unibanco tiveram um lucro em média 56% superior ao mesmo período do ano passado. Em 2004, só os 10 maiores bancos que operam no Brasil lucraram em torno de R$ 15 bilhões. Se pelo lado dos banqueiros tudo anda muito bem, o mesmo não se pode dizer de seus funcionários e clientes. Esse mesmo sistema financeiro sofreu uma série de transformações desde 1994. Entre elas estão uma forte concentração bancária e mudanças tecnológicas acompanhadas de alterações na regulamentação pelo Bacen, como as liberações de cobrança de tarifas indiscriminadamente, do correspondente bancário, terceirizações etc. Porém, essas mudanças nem sempre se refletiram em melhorias para os clientes e para a sociedade: os clientes sofrem com a cobrança de tarifas (basta observar o crescimento das receitas de prestação de serviços divulgadas nos balanços dos próprios bancos) e com as filas nas agências bancárias. E a sociedade pagou com o alto índice de desemprego agravado pelas demissões dos bancários. As filas nos bancos afetam diretamente clientes e bancários. Os clientes, pelo tempo desperdiçado e os empregados, por suportarem a insatisfação dos clientes e a conseqüente sobrecarga de trabalho pela falta de funcionários. Muitos municípios, inclusive São Paulo, aprovaram leis controlando o tempo de espera nas filas dos bancos, porém essas leis não prevêem mecanismos eficazes de controle e fiscalização, nem dialogam com um número de funcionários suficientes para o bom atendimento nos bancos. Em São Paulo, a lei passou a valer desde maio deste ano, mas não prevê as formas de fiscalização nem a contratação de mais funcionários para melhor atender aos clientes e à população em geral. Não há estrutura na Prefeitura para efetivar o controle e aplicação da lei. A idéia é que funcione a partir das denúncias dos clientes, que poderão ser feitas pelo telefone 156. Se os clientes conseguirem efetivar sua denúncia, os bancos que não cumprirem a legislação estão sujeitos a uma multa irrisória de R$ 564. Em caso de reincidência, o valor dobra, porém a agência não pode ser interditada. Em Porto Alegre essa lei já foi aprovada há mais tempo, mas se mostrou omissa nos mesmos pontos. Lá, os clientes têm que preencher um formulário, que nunca está disponível nas agências bancárias, e levar até a Prefeitura, juntamente com testemunhas. Com tantas dificuldades, é fácil imaginar quantas pessoas conseguem efetivar sua denúncia! Mas essa lei pode, sim, beneficiar a população, desde que preveja formas eficazes de fiscalização do seu cumprimento e não penalize ainda mais os funcionários, que já estão tão sobrecarregados de trabalho e sofrendo pressão para vender produtos, autenticar e atender rapidamente aos clientes. Para isso, é imprescindível que a lei preveja a contratação de mais bancários, o controle do tempo de permanência com fiscalizações rigorosas e multas eficientes. Só assim será possível acabar com as filas e atender melhor à população. O Sindicato tem cobrado dos banqueiros cotidianamente a geração de mais empregos, como na última campanha que fez esse ano e culminou num saldo de mil contratações no Grupo Santander Banespa: Banqueiros no Big Lucro... Fim das Demissões. Contratações Já! Bancários e clientes podem ajudar muito denunciando e cobrando a responsabilidade social dos bancos, e cobrando também da Prefeitura que torne essa lei mais completa e realmente eficiente. ❚
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