DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da
DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da
DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
euniões acompanhando a mãe, a secretária<br />
Roseli Ribeiro, 39. Além de crochê e<br />
tricô, Larissa aprendeu com as outras participantes<br />
a usar o tear de pregos, e conta<br />
que já tem até encomen<strong>da</strong>s. Para as integrantes<br />
dessa turma, tricotar é um hobby,<br />
embora algumas ven<strong>da</strong>m parte <strong>da</strong> produção.<br />
“É gostoso conhecer pessoas que gostam<br />
<strong>da</strong> mesma coisa que você”, aponta a<br />
arte-educadora Laura Sardinha, 34, que já<br />
foi a dois encontros. “Além <strong>da</strong>s tardes de<br />
humor, você fica mais estimula<strong>da</strong> a pesquisar,<br />
olhar sites. Sou autodi<strong>da</strong>ta, e no<br />
grupo ficou mais fácil tirar dúvi<strong>da</strong>s”. A artesã<br />
Márcia Kazumi, 37, é <strong>da</strong> mesma opi-<br />
nião. “Comecei a tricotar aos 15 anos e parei.<br />
Voltei ano passado para ocupar a cabeça.<br />
É muito bom encontrar pessoas com<br />
a mesma paixão”, avalia.<br />
As tricoteiras chegam às reuniões com<br />
sacolas cheias de lã, agulhas de diversas espessuras,<br />
revistas, fitas métricas e tesouras.<br />
Há quem também use acessórios menos<br />
comuns, como contador de carreiras, ponteiras<br />
(para não deixar os pontos caírem),<br />
agulhas circulares, entre outras bugigangas.<br />
O que não falta é assunto: “Muitas levam<br />
trabalhos prontos para mostrar ao resto<br />
do grupo. Tricotamos, tiramos dúvi<strong>da</strong>s,<br />
aprendemos umas com as outras. Conversamos<br />
a respeito dos lançamentos de lãs e<br />
acessórios. E é claro que, além dos assuntos<br />
‘tricotais’, também falamos sobre outros<br />
temas de nosso interesse, como livros,<br />
filmes, viagens...”, explica Alessandra. A<br />
maioria delas se diz “compulsiva” por lãs<br />
e produtos afins.<br />
Um ponto em comum entre as participantes<br />
é que, muito ou pouco, to<strong>da</strong>s usam<br />
a internet como fonte de pesquisa, informação<br />
e como meio de comunicação. Muitas<br />
possuem ou freqüentam blogs,a maior janela<br />
de divulgação do grupo. Tal fato justificou<br />
a criação do site As Tricoteiras de Sampa<br />
(www.tricoteiras.com.br), no qual são divulga<strong>da</strong>s<br />
receitas e dicas testa<strong>da</strong>s e aprova<strong>da</strong>s<br />
por elas; as últimas notícias dos fabricantes<br />
e a criação de novos grupos, assim como os<br />
projetos em an<strong>da</strong>mento (leia abaixo).<br />
A empatia entre as primeiras pessoas que<br />
aderiram ao grupo terminou estimulando<br />
a criação de uma “diretoria executiva” forma<strong>da</strong><br />
por sete membros: uma designer, uma<br />
fotógrafa, uma tradutora, uma economista,<br />
uma secretária, uma bióloga e uma jornalista.<br />
O “núcleo duro” é encarregado de organizar<br />
regras para gerenciar o grupo, decidir<br />
onde será a próxima reunião, definir<br />
os projetos e cui<strong>da</strong>r do site oficial. A organização<br />
dos encontros é feita exclusivamente<br />
via e-mail, desde a definição do local<br />
(normalmente escolhido em votação) até a<br />
divulgação do dia, horário e endereço.<br />
Para participar do Tricoteiras de Sampa<br />
é necessário morar na Grande São Paulo.<br />
Embora batizado no feminino, com uma<br />
diretoria idem, o sexo oposto também é<br />
GRUPO CONFECCIONA MANTAS PARA ASILOS COM MATERIAL DOADO<br />
Com a receptivi<strong>da</strong>de do público à<br />
idéia do grupo, as Tricoteiras de Sampa<br />
decidiram colaborar com ações sociais,<br />
organizando o Projeto Aconchegar.<br />
Trata-se de uma campanha que<br />
visa arreca<strong>da</strong>r quadrados feitos de<br />
tricô ou crochê em lã, na metragem<br />
de 20cmx20cm, para a confecção de<br />
mantas que serão doa<strong>da</strong>s a instituições<br />
que cuidem de idosos (até ago-<br />
ra não foram defini<strong>da</strong>s quais). “Foi<br />
uma maneira que encontramos para<br />
aju<strong>da</strong>r um pouco quem precisa, fazendo<br />
algo que gostamos muito. Somos<br />
mulheres, gostamos de tricotar<br />
e queremos aju<strong>da</strong>r”, explica Patrícia<br />
Ballarin, 33, economista e uma <strong>da</strong>s<br />
organizadoras.<br />
Para o futuro, garantem as integrantes<br />
do Tricoteiras de Sampa, são<br />
muitos os planos, mas ain<strong>da</strong> secretos.<br />
“Por enquanto, estamos curtindo<br />
o fato de ter colocado o site e o<br />
projeto Aconchegar no ar e o de estarmos<br />
uni<strong>da</strong>s por algo que gostamos<br />
muito. Conforme formos nos estruturando,<br />
acredito que novos planos<br />
irão surgindo naturalmente”,<br />
despista Alessandra. O contato com<br />
o grupo pode ser feito via internet<br />
aceito. Como o grupo prefere manter convívio<br />
mais pessoal entre os integrantes, as<br />
inscrições são limita<strong>da</strong>s e os candi<strong>da</strong>tos<br />
têm de fazer uma carta de apresentação<br />
que será submeti<strong>da</strong> à moderadora do grupo.<br />
Do Tricoteiras também surgiu uma lista<br />
de discussão na web (http://br.<br />
groups.yahoo.com/group/tricoteiras/), <strong>da</strong><br />
qual participam atualmente 128 pessoas de<br />
diversos países, trocando experiências, receitas,<br />
dicas de links e acessórios. Cerca de<br />
25 e-mails são trocados diariamente. O<br />
acesso à lista é livre. “A lista ‘Tricoteiras’<br />
segue as regras básicas <strong>da</strong> ‘netqueta’: os participantes<br />
devem estar cientes de que aquele<br />
é um espaço de troca de informações<br />
voluntárias e amistosas, portanto a cortesia<br />
e o bom senso devem prevalecer”, adverte<br />
Alessandra.<br />
No mundo inteiro<br />
Ain<strong>da</strong> novi<strong>da</strong>de no Brasil, o hobby de<br />
tricotar em locais públicos é mania internacional,<br />
impulsionado depois que as estrelas<br />
hollywoodianas Julia Roberts e o bad<br />
boy Russel Crowell foram flagrados tricotando<br />
nos intervalos de filmagem. Só no<br />
site organizador de grupos Meetup existem<br />
hoje 712 grupos no mundo inteiro apenas<br />
destinados ao tricô. Nos Estados Unidos<br />
está a maior concentração. Algumas ci<strong>da</strong>des<br />
chegam a ter vários grupos. Em Nova<br />
York,o maior deles abriga na<strong>da</strong> menos que<br />
998 tricoteiras.<br />
Aqui a idéia deu tão certo que em pouco<br />
tempo mais e mais fãs do tricô foram<br />
se juntando à lista e ao grupo, por meio<br />
do boca a boca e de blogs <strong>da</strong>s participantes.<br />
O sucesso terminou gerando um contratempo:<br />
na falta de espaço para colocar<br />
as cadeiras na calça<strong>da</strong>, o jeito foi procurar<br />
cafés. No começo deu certo, mas à medi<strong>da</strong><br />
que o grupo foi ganhando novas adeptas<br />
ficou mais complicado. “Alguns cafés<br />
começaram a ter má vontade em nos receber<br />
pela segun<strong>da</strong> vez”, conta Alessandra.<br />
Com isso, uma <strong>da</strong>s últimas reuniões acabou<br />
sendo realiza<strong>da</strong> debaixo <strong>da</strong>s árvores<br />
do Parque do Ibirapuera. Agora, com o inverno<br />
se anunciando, as tricoteiras pensam<br />
em se reunir em salões de festas nos prédios<br />
<strong>da</strong>s participantes. ❚<br />
(mail@tricoteiras.com.br) ou, para<br />
envio dos quadradinhos, pela Caixa<br />
Postal 33728-5, CEP 05787-970, São<br />
Paulo-SP, Brasil, destinado às Tricoteiras<br />
de Sampa-Projeto Aconchegar.<br />
Com a peça, mande também uma breve<br />
apresentação (sobre você, seu trabalho<br />
e o interesse na participação),<br />
ci<strong>da</strong>de e país de origem e e-mail para<br />
contato.<br />
REVISTA DOS BANCÁRIOS | 31