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COMPORTAMENTO<br />

TRAMAS<br />

URBANAS<br />

Entre agulhas, lãs,<br />

linhas e o fio condutor<br />

<strong>da</strong> internet, Tricoteiras<br />

de Sampa ressuscitam<br />

o prazer <strong>da</strong> produção<br />

artesanal em grupo e<br />

encontram tempo até<br />

para o voluntariado<br />

Por Clara Quintela<br />

Quem ouve falar num bando<br />

de mulheres que se reúne para<br />

tricotar enquanto joga conversa<br />

fora pensa logo que a<br />

cena se passa em alguma ci<strong>da</strong>dezinha<br />

do interior, onde<br />

senhoras de i<strong>da</strong>de sentam com as vizinhas<br />

na calça<strong>da</strong> ao final <strong>da</strong> tarde. Embora o pensamento<br />

não esteja totalmente desprovido<br />

de razão, essa é (mais) uma ver<strong>da</strong>de que<br />

está mu<strong>da</strong>ndo. Na cosmopolita São Paulo,<br />

com seus tantos milhões de habitantes, um<br />

grupo de 25 mulheres se encontra pelo menos<br />

uma vez por mês em cafés espalhados<br />

pela ci<strong>da</strong>de com o objetivo de tricotar, trocar<br />

receitas e ter uma tarde de agradáveis<br />

conversas. São as Tricoteiras de Sampa.<br />

O grupo foi fun<strong>da</strong>do em setembro de<br />

2004 pela designer gráfica paulistana Alessandra<br />

Carignani, 33, e o primeiro encontro<br />

aconteceu no mês seguinte. “O objetivo<br />

inicial foi resgatar o prazer de fazer um<br />

trabalho manual em grupo. Através de<br />

blogs, soube de encontros similares que<br />

aconteciam em Portugal e nos Estados Unidos.<br />

Motiva<strong>da</strong> por eles, criei o grupo na<br />

internet”, conta. É bom esquecer também<br />

a idéia de que tricô é coisa para as vovós.<br />

A i<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s participantes varia de 20 até<br />

50 e poucos anos. “Quando disse no meu<br />

trabalho que ia para um encontro de tricoteiras,<br />

meu chefe falou que só ia ter sexagenária.<br />

Mas aqui tem muita gente mais<br />

nova que eu”, diz a analista de sistemas Solange<br />

Ricioli, 37, que tricota desde os oitos<br />

anos e participou, até agora, de apenas<br />

um encontro.<br />

Um exemplo dessa novíssima geração é<br />

a pequena Larissa, de 9 anos (“mas tricoto<br />

desde o ano passado”), que já foi a três<br />

30 | REVISTA DOS BANCÁRIOS<br />

AQUI NÃO TEM AGULHADA As tricoteiras se encontram para trocar experiências na arte<br />

do tricô <strong>da</strong>s lãs. Ao contrário do que se imagina, no grupo não tem nenhuma vovozinha<br />

FOTOS: PAULO PEPE

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