11.04.2013 Views

DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da

DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da

DOWNLOAD Edição completa Baixe a versão original da

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

NA MOSCA<br />

Do Núcleo de Balística do<br />

IC saem laudos que sustentam<br />

inquéritos. Por lá já passaram<br />

inúmeras armas, inclusive uma<br />

feita com caixas de fósforos<br />

dos/ano. O número equivale a 30% <strong>da</strong>s perícias<br />

feitas em todo o Brasil, e revela que<br />

ca<strong>da</strong> perito criminal <strong>da</strong>li elabora na<strong>da</strong> menos<br />

que quinhentos laudos por ano.<br />

“Um criminoso sempre deixa pista. E são<br />

essas pistas o nosso material de trabalho.<br />

Conseguimos produzir cerca de 75% de<br />

laudos conclusivos; ou seja, <strong>da</strong>mos respostas<br />

exatas às perguntas formula<strong>da</strong>s por delegados<br />

que investigam os crimes do Estado”,<br />

explica o físico Osvaldo Negrini Neto,<br />

diretor do Centro de Análises e Pesquisas<br />

(Ceap) e professor de Criminalística <strong>da</strong><br />

Academia de Polícia de São Paulo. Para<br />

chegar a estes laudos, o IC trabalha com<br />

profissionais de várias áreas, que vão rastrear<br />

desde a trajetória de um projétil até<br />

a composição de um papel para checar se<br />

há falsificação. Entre estes exames estão o<br />

de munições, drogas e documentos, feitos<br />

em núcleos como os de Física, Química,<br />

Balística, Bioquímica e Análise Toxicológica<br />

e Documentoscopia. Os 25% de laudos<br />

inconclusivos devem-se em geral à insuficiência<br />

de material para análise, ocasiona<strong>da</strong><br />

principalmente pela não preservação<br />

dos locais de crime.<br />

Foi fazendo uma análise de estojo de munição,<br />

por exemplo, que o IC conseguiu<br />

estabelecer a relação entre o promotor Igor<br />

Ferreira <strong>da</strong> Silva – acusado de assassinar,<br />

em 1998, a própria mulher, grávi<strong>da</strong> de oito<br />

meses – com o crime. Segundo os peritos,<br />

estojos recolhidos no local do assassinato<br />

foram confrontados com outros, encontrados<br />

no sítio onde o acusado treinava<br />

tiro. O resultado <strong>da</strong> análise ratificou a<br />

suspeita: eram munições <strong>da</strong> mesma arma.<br />

A prova ajudou a condenar o promotor a<br />

16 anos e quatro meses de cadeia, embora<br />

ele permaneça foragido desde 2001. Chefe<br />

do Núcleo de Balística, a dentista Sônia<br />

Viebig, 52 anos, afirma que 75% dos laudos<br />

produzidos ali são conclusivos.<br />

Tiro certo<br />

Em 25 anos de carreira, Sônia relata que<br />

já teve em mãos todos os tipos de armas<br />

imagináveis. “As mais comuns são pistolas<br />

e revólveres. Mas já vi uma feita com caixa<br />

de fósforos que era uma réplica de <strong>da</strong>r inveja<br />

a artesãos, fabrica<strong>da</strong> na cadeia. Mente<br />

vazia, oficina do diabo”, acredita. Segundo<br />

ela, to<strong>da</strong>s as armas são guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s até o final<br />

do processo criminal e depois envia<strong>da</strong>s<br />

ao Exército para destruição. Para atuar ali,<br />

explica, não se exige formação específica:<br />

basta ter concluído um curso universitário.<br />

Mas, pondera, desenvolve melhor a ativi<strong>da</strong>de<br />

o profissional que tem mais afini<strong>da</strong>de<br />

com análises em microscópios e perfil de<br />

observador, de tato apurado e detalhista.<br />

“Dos 15 peritos que temos, 10 são mulheres.<br />

E atiram bem, viu?!”, brinca Sônia.<br />

Ao chegar ao núcleo, as armas recebem um<br />

número de controle interno. Por segurança,<br />

os peritos não sabem a que caso o material<br />

analisado está relacionado. São avalia<strong>da</strong>s<br />

as condições <strong>da</strong> arma, se funciona,<br />

se tem numeração. Em alguns casos é aplicado<br />

nitrito para saber se foi dispara<strong>da</strong> recentemente.<br />

Terminado este procedimento,<br />

inicia-se a segun<strong>da</strong> etapa: atirar. Há dois<br />

espaços para isso. Um é a sala com o tanque<br />

d´água para recolhimento de projétil.<br />

Em uma <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong>des deste tanque há<br />

um orifício no qual o perito coloca a arma<br />

e dispara. Depois, usa uma varinha com<br />

massa de vidraceiro na extremi<strong>da</strong>de para<br />

literalmente pescar as balas.<br />

O outro local é o túnel de revestimento<br />

acústico. O perito atira contra um monte<br />

de entulho ou usa caixas de madeira<br />

cheias de algodão para disparar. Em segui-<br />

REVISTA DOS BANCÁRIOS | 27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!