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SAÚDE<br />

OLHO POR<br />

OLHO<br />

Resolução estabelece<br />

maior repasse à Previdência<br />

por parte de empresas nas<br />

quais funcionários adoecem<br />

mais; bancos produzem<br />

milhares de vítimas<br />

Por Marcelo Santos<br />

Todos os dias os jornais estampam<br />

notícias sobre o déficit previdenciário<br />

do País. O governo<br />

apresenta seu planejamento para<br />

reduzi-lo – em março passado,<br />

pacote de medi<strong>da</strong>s incluía até<br />

a restrição aos pedidos de auxílio-doença.<br />

Mas ao invés de penalizar o trabalhador<br />

ou o aposentado é possível ser mais justo<br />

e arreca<strong>da</strong>r mais, cobrando percentuais<br />

maiores <strong>da</strong>quelas empresas que mais adoecem<br />

seus funcionários. É dessa equivalência<br />

que trata, em linhas gerais, a resolução<br />

1236, elabora<strong>da</strong> pelo Conselho Nacional de<br />

Previdência Social junto com os ministérios<br />

<strong>da</strong> Saúde e do Trabalho. Considera<strong>da</strong><br />

um avanço por especialistas ligados à questão<br />

<strong>da</strong> saúde do trabalhador, a resolução<br />

<strong>da</strong>ta do ano passado, mas ain<strong>da</strong> não foi<br />

coloca<strong>da</strong> em vigor. Torná-la ativa é ponto<br />

fun<strong>da</strong>mental para o Sindicato.<br />

O princípio é muito simples, o mesmo<br />

de qualquer seguradora: quanto maior o<br />

risco, mais caro o valor. E risco de adoecer<br />

é o que não falta nas instituições bancárias.<br />

Quando Benedito Francisco dos<br />

Santos, 36 anos, chegou pela primeira vez<br />

à sede do Real, na Paulista, pensou: “Vou<br />

construir minha vi<strong>da</strong> aí”. Dedicado, trabalhava<br />

na digitação e desconhecia as recomen<strong>da</strong>ções<br />

de descanso de 10 minutos a<br />

ca<strong>da</strong> hora de trabalho e jorna<strong>da</strong> de no máximo<br />

6 horas diárias. “Cheguei a trabalhar<br />

até 18 horas segui<strong>da</strong>s”, conta. Enquanto ganhava<br />

prestígio com seus superiores, ele<br />

não levava em conta que sua saúde poderia<br />

ser prejudica<strong>da</strong>; afinal, seu trabalho não<br />

20 | REVISTA DOS BANCÁRIOS<br />

era li<strong>da</strong>r com pesa<strong>da</strong>s prensas. Era “apenas<br />

um computador e muitas coisas para digitar”.<br />

Após quatro anos de trabalho, os<br />

primeiros sintomas começaram a surgir e<br />

logo Benedito percebeu que tinha adquirido<br />

lesões por esforços repetitivos relacionados<br />

ao trabalho (LER/ Dort).<br />

Afastado, o bancário viu seus sonhos de<br />

carreira e projetos de vi<strong>da</strong> ruírem. Desvalorizado<br />

no emprego e incompreendido<br />

pela família e colegas, que não aceitavam<br />

um “jovem que fica o dia inteiro em casa”,<br />

hoje ele mal consegue pegar seu filho<br />

de apenas 5 anos. “Sinto fortes dores nos<br />

braços”. Dez anos passados de seu último<br />

afastamento, Benedito não depende mais<br />

de sua hábil digitação e nem dos seus conhecimentos<br />

bancários, mas dos recursos<br />

<strong>da</strong> desgasta<strong>da</strong> Previdência para poder viver.<br />

Embora nem apareçam nos jornais,<br />

histórias como a dele se repetem a ca<strong>da</strong><br />

dia no País. De acordo com levantamento<br />

<strong>da</strong> Previdência Social, no Brasil ocorrem<br />

três mortes a ca<strong>da</strong> duas horas de trabalho<br />

e três acidentes de trabalho a ca<strong>da</strong> minuto.<br />

Isso apenas entre os trabalhadores do<br />

mercado formal e que tiveram a notificação<br />

do acidente, por meio <strong>da</strong> Comunicação<br />

do Acidente de Trabalho – a CAT.<br />

Entre os bancários, segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Secretaria<br />

de Saúde do Sindicato, com números<br />

do Instituto Nacional de Seguri<strong>da</strong>de Social<br />

(INSS), o número de novos afastamentos<br />

por esforço repetitivo ou distúrbios osteomusculares<br />

considerados como previdenciários,<br />

que não foram reconhecidos como<br />

tendo origem no trabalho, cresceu de

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