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GERAÇÃO FUTURA Eliana: “Tenho uma filha de 13 anos e percebo que ela e seus amigos têm
posturas muito críticas em relação aos problemas ambientais gerados pelas nossas escolhas.
Mas eles pertencem a um grupo muito privilegiado”
some (“É tudo orgânico”) e os produtos
que compra (“O menos possível, não sou
compulsiva”). Na Papel de Gente, Eliana
mantém ainda um centro de difusão cultural
que elabora atividades voltadas ao
público em geral – e às crianças em idade
escolar em especial – para ampliar e
aprofundar os conhecimentos sobre reciclagem
e os demais temas desenvolvidos
pelo projeto. É sobre as futuras gerações
que repousa uma de suas maiores preocupações.
“Tenho uma filha de 13 anos e percebo
que ela e seus amigos têm posturas muito
críticas em relação aos problemas ambientais
gerados pelas nossas escolhas. Mas
eles pertencem a um grupo muito privilegiado,
que tem acesso às melhores escolas
FOTOS: PAULO PEPE
e, portanto, a uma boa formação. Temo
pela imensa massa de crianças que nascem
em condições muito precárias e não têm
a mesma chance”, afirma. Os privilegiados,
portanto, devem dar o exemplo. Da mesma
forma pensa o empresário Ricardo Venerito,
que tenta aliar as atividades de sua
fábrica de embalagens plásticas – um dos
grandes vilões ambientais, quando descartados
sem os devidos cuidados – com a
atuação responsável que espera ver disseminada
entre sua classe.
“A cada ano são despejadas bilhões de
toneladas de todo tipo de plástico no meio
ambiente, e sei que isso é extremamente
prejudicial. Aqui na empresa estamos investindo
grande parte dos recursos na pesquisa
de embalagens menos agressivas, mas
nem sempre conseguimos convencer nossos
clientes a utilizar as alternativas que
apresentamos. Acredito que os empresários
ainda têm um longo caminho a trilhar para
entender que é preciso pensar em produtos
mais harmoniosos com a natureza,
mas tenho certeza de que esse processo já
começou”, acredita Ricardo. Ele afirma que,
em muitos casos, as empresas não praticam
a responsabilidade social como divulgam.
“É um conceito ainda vago, mas os
próprios consumidores saberão distinguir
entre os que dizem fazer e os que realmente
fazem”, completa.
Aprender a escolher e ajudar as crianças
de hoje a amadurecer uma atitude crítica
e saudável em relação aos prazeres inerentes
ao consumo parece ser o caminho para
melhorar o comportamento das pessoas
nessa área e conseqüentemente ampliar o
seu papel frente ao mundo. Ainda não se
têm todas as respostas, mas várias perguntas
já estão sendo feitas e muita gente trabalha
para elucidar algumas delas. É um
começo, já que o consumo é o grande propulsor
do desenvolvimento e, portanto, do
bem-estar que se quer desfrutar e proporcionar
às gerações futuras.
No entanto, muita coisa ruim tem sido
feita para justificar o desenvolvimento em
nome do consumo. Para citar alguns exemplos:
devastação de terras e florestas, contaminação
de rios e mananciais, desperdício
de água, energia e alimentos, poluição
do ar e do solo, extinção de animais. Como
consumidoras, as pessoas têm enorme
potencial para contribuir positivamente
com o crescimento econômico de seu país
e do mundo, fazendo valer o direito de escolher
aqueles fornecedores que respeitem
o meio ambiente e o ser humano. Ou, como
reforça Helio Matar, é preciso entender
que, “quando fazemos uma compra,
estamos escolhendo também o mundo em
que viveremos amanhã”. ❚
REVISTA DOS BANCÁRIOS | 17