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CONSUMO<br />
CONSCIENTE:<br />
COMPRE ESSA IDÉIA<br />
Como consumir com<br />
responsabili<strong>da</strong>de pode gerar<br />
desenvolvimento e quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong><br />
para o planeta Por Fábio Michel<br />
ses chegassem ao padrão de consumo dos<br />
Estados Unidos seriam necessárias quatro<br />
Terras para fornecer as matérias-primas.<br />
Mantendo-se o atual ritmo de crescimento,<br />
e principalmente a maneira como as<br />
pessoas adquirem produtos e serviços, no<br />
ano de 2050 teremos tirado do planeta,<br />
sem <strong>da</strong>rmos condição a que este se regenere,<br />
a metade de seus recursos naturais.<br />
Este panorama, afirmam especialistas, já<br />
tornará a vi<strong>da</strong> de nossos filhos e netos uma<br />
luta diária contra a morte por envenenamento.<br />
A questão <strong>da</strong> água é emblemática: a<br />
quanti<strong>da</strong>de do líquido disponível para consumo<br />
não se alterou desde os tempos bíblicos,<br />
porém o número de seres deman<strong>da</strong>ndo<br />
ca<strong>da</strong> vez mais água para se manterem<br />
vivos e consumindo sim, e muito. Ain<strong>da</strong><br />
segundo a ONU, em 1950, quando o<br />
PAULO PEPE<br />
mundo contabilizava uma população de<br />
2,5 bilhões de pessoas, o uso médio de água<br />
por habitante era de 20 litros/mês. Hoje,<br />
além de a população mundial ter praticamente<br />
triplicado (bateu nos 6 bilhões em<br />
1999), o consumo planetário médio subiu<br />
para 250 litros ao mês por habitante.<br />
O aumento deste número se explica pelas<br />
melhores tecnologias de distribuição do<br />
líquido, o que por outro lado ain<strong>da</strong> não<br />
resolveu o problema de grande parte <strong>da</strong><br />
população não ter acesso à água em condições<br />
de uso. E também porque, com o<br />
progresso, cresceram as ativi<strong>da</strong>des industrial<br />
e agropecuária, puxa<strong>da</strong>s justamente<br />
pelo consumo. Neste mesmo período de<br />
pouco mais de 50 anos, o mundo conheceu<br />
uma gama inimaginável de novos produtos,<br />
alguns realmente necessários, outros<br />
nem tanto. E do plantio de um pé de alface<br />
à produção dos componentes de um<br />
computador, tudo requer água.<br />
Um outro exemplo está na indústria<br />
plástica, que calcula a utilização média nas<br />
empresas de 10 copinhos descartáveis por<br />
dia por pessoa. Uma empresa com 500 funcionários,<br />
portanto, produz uma grande<br />
quanti<strong>da</strong>de de lixo representa<strong>da</strong> por 5 mil<br />
copinhos diários. Descartado em aterros e<br />
lixões, o plástico pode levar até 400 anos<br />
para se degra<strong>da</strong>r <strong>completa</strong>mente.<br />
Saí<strong>da</strong><br />
É por essas e outras que o ato de consumir,<br />
<strong>da</strong> maneira como vem sendo praticado<br />
pela maioria <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de em<br />
condições de fazê-lo, também é diretamente<br />
responsável pelos alarmantes níveis de<br />
poluição <strong>da</strong> atmosfera, do efeito estufa fazendo<br />
subir a temperatura global, do perigoso<br />
acúmulo de lixo que ameaça as pequenas,<br />
médias e grandes ci<strong>da</strong>des e, em última<br />
análise, de todos os problemas e desastres<br />
ambientais de que se tem notícia.<br />
A Agen<strong>da</strong> 21, um programa de ações para<br />
fazer do planeta um lugar ecologicamente<br />
aprazível a seus habitantes de forma<br />
permanente, elabora<strong>da</strong> durante a Conferência<br />
<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s Sobre o Meio<br />
Ambiente e Desenvolvimento (a Rio 92),<br />
classifica como insustentáveis os atuais padrões<br />
de consumo e produção industrial.<br />
O programa estabelece, em mais de um capítulo,<br />
diretrizes para diminuir o impacto<br />
sobre o meio ambiente.<br />
Mas antes que se instale a descrença geral<br />
no futuro <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é importante<br />
que se diga: há muita luz no fim do túnel.<br />
E ela já começa a brilhar por aqui.<br />
Apesar de o ímpeto consumista ter baixado<br />
sobre os brasileiros desde os árduos<br />
tempos de inflação galopante, o País fornece<br />
exemplos louváveis de formação e es-<br />
REVISTA DOS BANCÁRIOS | 15