Chimalpahin Cuauhtlehuanitzin e Guamán Poma de Ayala
Chimalpahin Cuauhtlehuanitzin e Guamán Poma de Ayala
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COLÓQUIO INTERNACIONAL: CONTEXTOS MISSIONÁRIOS 16/02/2012<br />
Acesso em 18 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008. Franklin Pease parece concordar apenas parcialmente<br />
com a hipótese das ida<strong>de</strong>s paralelas, pois acredita que o paralelismo no relato é somente<br />
aparente ou se reduz apenas a três ida<strong>de</strong>s. Isso porque as ida<strong>de</strong>s andinas que se seguem à<br />
ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jesus não teriam paralelos no Velho Mundo e seriam, <strong>de</strong>sse modo, consecutivas<br />
a ela. Pease organiza, então, as ida<strong>de</strong>s da seguinte forma: 1ª Adão e Eva; 2ª Noé; 3ª<br />
Abraão e Wari Wiracocha Runa; 4ª Davi e Wari Runa; 5ª Jesus Cristo e Purun Runa; 6ª<br />
Auca Runa; 7ª Inca Runa; 8ª Espanha em Índias; 9ª Incarrí ou retorno do Inca. Cf.<br />
PEASE G. Y., Franklin Prólogo. In: GUAMÁN POMA DE AYALA, Felipe. Nueva corónica<br />
y buen gobierno. 3 tomos. Edição e prólogo <strong>de</strong> Franklin Pease G. Y. Vocabulário e<br />
traduções, <strong>de</strong> Jan Szeminski. México: Fondo <strong>de</strong> Cultura Económica, Sección <strong>de</strong> Obras <strong>de</strong><br />
Historia, 1993, p. XXII.<br />
45. Por exemplo, ao afirmar que a primeira ida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong> Adão e Eva, teria durado mais <strong>de</strong> dois<br />
milhões <strong>de</strong> anos: “Se pone y se escriue que será <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la fundación <strong>de</strong>l mundo dos millón<br />
y seycientos y doze años <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el comienso hasta el acabo, como lo escriuieron <strong>de</strong> los<br />
tienpos y meses y años por las planetas y cursos los dichos puetas y filósofos letrados,<br />
Aristótiles y Pompelio, Julio Zézar, Marcos Flauio y Clauio, y lo escriuieron los sanctos<br />
apóstoles y dotores <strong>de</strong> la santa yglecia.” GUAMÁN POMA DE AYALA, Felipe. Nueva<br />
corónica y buen gobierno. Copenhague: Biblioteca Real da Dinamarca. Disponível em:<br />
Acesso em 18 <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 2008, p. 13. Ou, ainda, ao afirmar que o tempo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação se contaria em<br />
milhões <strong>de</strong> anos: “Questo se escriue conse<strong>de</strong>rándose que no se pue<strong>de</strong> sauer tanto ni <strong>de</strong><br />
tantos años, porque el mundo está ya uiejo, que sólo Dios en su secreto saue todo lo<br />
pasado y lo uene<strong>de</strong>ro. No pue<strong>de</strong> pazar con lo <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong> Dios, cino sólo ymaginar<br />
que a millones <strong>de</strong> años <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se fundó el mundo, según para el castigo <strong>de</strong> Dios.” Cf.<br />
ibi<strong>de</strong>m, p. 23.<br />
46. <strong>Guamán</strong> <strong>Poma</strong> afirma, por exemplo, que Adão e Eva viveram mais <strong>de</strong> dois ou três mil<br />
anos e que Adão foi o que mais viveu entre os homens, alterando, para sustentar sua<br />
suposição cronologicamente imprecisa, a duração atribuída à vida <strong>de</strong> Matusalém. Cf.<br />
ibi<strong>de</strong>m, p. 23. Além disso, como vimos acima, <strong>Guamán</strong> <strong>Poma</strong> atribui ao domínio inca,<br />
sabidamente muito recente e curto na história andina, a duração <strong>de</strong> aproximadamente<br />
um milênio e meio.<br />
47. Tais como no mapa <strong>de</strong> Castela e das Índias do Peru, que mencionamos em nota anterior.<br />
Isso não significa dizer que <strong>Guamán</strong> <strong>Poma</strong> <strong>de</strong>spreze ou não empregue elementos do<br />
calendário andino, além do europeu, em sua narrativa. A análise da presença <strong>de</strong>sses<br />
calendários na obra <strong>de</strong> <strong>Guamán</strong> <strong>Poma</strong> é feita em: COX, Victoria. Guaman <strong>Poma</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Ayala</strong>: entre los conceptos andino y europeo <strong>de</strong> tiempo. Cuzco: Victoria Cox & Centro <strong>de</strong><br />
Estudios Regionales Andinos Bartolomé <strong>de</strong> Las Casas, 2002.<br />
48. As concepções específicas e articuladas <strong>de</strong> tempo e espaço utilizadas pelas diversas<br />
socieda<strong>de</strong>s na construção <strong>de</strong> suas narrativas têm sido <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> cronotopo ou<br />
tempo-espaço. Esse conceito foi cunhado na Teoria da Relativida<strong>de</strong> para estabelecer o<br />
inseparável vínculo existente entre essas duas dimensões, presente na realida<strong>de</strong> e na<br />
percepção humana do mundo. Depois, Mikhail Bakhtin o aplicou à literatura e<br />
<strong>de</strong>monstrou a necessida<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> uma concepção própria e coerente <strong>de</strong> tempoespaço<br />
no interior das narrativas literárias, fato que seria indispensável para lhes garantir<br />
inteligibilida<strong>de</strong>. Cf. NAVARRETE LINARES, Fe<strong>de</strong>rico. Visão comparativa da conquista e<br />
colonização das socieda<strong>de</strong>s indígenas estatais. Curso <strong>de</strong> pós-graduação no<br />
Departamento <strong>de</strong> História da FFLCH da USP, primeiro semestre <strong>de</strong> 2002.<br />
49. Após tratar da época inca em <strong>de</strong>talhe, <strong>Guamán</strong> <strong>Poma</strong> encerra essa primeira parte da obra<br />
– nueva corónica – narrando a chegada dos castelhanos e o processo <strong>de</strong> conquista sobre<br />
os incas – o que vai da página 370 até a 437. Cf. ibi<strong>de</strong>m.<br />
50. Cf. CHIMALPAHIN CUAUHTLEHUANITZIN, Domingo Francisco <strong>de</strong> San Antón Muñón.<br />
Primera, segunda, cuarta, quinta y sexta relaciones <strong>de</strong> las différentes histoires<br />
originales. Apresentação <strong>de</strong> Silvia Limón. Edição <strong>de</strong> Josefina Garcia Quintana e outros.<br />
Tradução Taller <strong>de</strong> Estudios y Traducción <strong>de</strong> Textos Nahuas do IIH da Unam. México:<br />
14_EDUARDO_NATALINO_DOS_SANTOS_VERSAO_1_REV_2 - CORREÇÕES DO AUTOR 240 NÚC