Estratégia da PSP para as TIC 2013-2016

Estratégia
para as
Tecnologias de Informação e Comunicação
na
PSP
2013 - 2016

Introdução
Estratégia TIC PSP 2013 - 2016
A Polícia de Segurança Pública (PSP) usa, há várias décadas, tecnologias de informação e comunicação
(TIC). Esta utilização sempre teve, e tem, duas grandes vertentes: a vertente operacional e a vertente
de apoio à atividade operacional, onde se inclui toda a atividade de gestão e funcionamento
quotidiano da PSP.
Em 2002, foi aprovado o Plano Estratégico de Sistemas de Informação da PSP. Este Plano,
estrategicamente atual, tem de acompanhar a constante evolução tecnológica verificada nos últimos
anos.
A sociedade da informação, representada pelo cidadão anónimo, informado e com níveis de literacia
digital diferenciados, impôs às instituições públicas em geral, e à PSP em particular, uma necessidade
de maior dinâmica na gestão da informação, na exploração das ferramentas de comunicação, na
implementação de soluções da designada web 2.0 e na consequente evolução tecnológica.
As TIC na PSP mantêm hoje o desígnio e papel estratégico de há várias décadas.
No entanto, e de acordo com o plano global estratégico de racionalização e redução de custos com as
TIC na Administração Pública, torna-se fundamental desenvolver uma estratégia para as TIC da PSP
alinhada com o plano global estratégico, nomeadamente na procura da melhoria dos mecanismos de
governabilidade, da redução de custos, da utilização das TIC como fator potenciador da mudança e da
modernização administrativa, bem como da implementação de soluções TIC comuns.
A atual organização das TIC no Ministério da Administração Interna constitui, de per si, um fator
relevante a ter em consideração, a par do plano global estratégico, uma vez que a infraestrutura de
comunicações é, essencialmente, gerida àquele nível.
Acrescente-se o desafio de a estratégia para as TIC na PSP consubstanciar parte relevante da
operacionalização das grandes opções estratégicas da PSP para 2013-2016. Só assim faz sentido
alinhar uma estratégia organizacional TIC, quer com as grandes opções estratégicas da PSP (com os
seus eixos claramente definidos e com uma forte componente tecnológica), quer com o plano global
estratégico de racionalização e redução de custos com as TIC na Administração Pública.
A estratégia para as tecnologias de informação e comunicação TIC da PSP para 2013-2016 assenta em
3 eixos: o eixo transversal da gestão do conhecimento; o eixo da exploração das TIC; e o eixo do
investimento em TIC.
Cada eixo é abordado à luz de 4 vetores: Informação, Inovação, Qualidade e Sustentabilidade.
A operacionalização será efetuada através da execução de 4 modalidades de ação: a racionalização de
recursos, a qualificação das pessoas, a manutenção das TIC; e a exploração das TIC.
EIXO 1 – Gestão do Conhecimento
O ativo intangível mais relevante da PSP é a informação que a organização possui, sendo que este
ativo deve ser usado no processo de gestão do conhecimento, que trata da gestão do capital
intelectual duma organização. A partilha da informação é uma das três atividades da gestão da
informação, que promove a inovação em prol de uma maior capacidade de análise e produção de
conhecimento, alinhado com a missão da PSP e as suas grandes opções estratégicas.
Página 2 de 4

Estratégia TIC PSP 2013 - 2016
Através de uma governação das TIC na PSP mais eficaz e eficiente, sem descurar o risco e a segurança
(física, da informação e dos sistemas) a elas associados, o parque aplicacional disponível, ou a
desenvolver, deve alavancar de forma inovadora a gestão da informação e de conteúdos, aumentar a
componente móvel de recolha e acesso, bem como a capacidade de monitorização institucional,
através da regular produção de informação de gestão.
A capacidade de análise informacional, independentemente da classificação das fontes de informação,
deve privilegiar a componente prospetiva e de inferência, complementando a já consolidada
componente descritiva.
A relação com o cidadão, que espera um serviço de qualidade, eficaz e eficiente, deve assentar num
modelo integral e integrado na infraestrutura disponível na PSP, por forma a rentabilizar os recursos
disponíveis e incrementar o nível da qualidade total do serviço da PSP.
A PSP pretende intensificar a política de mobile intelligence assente na recolha da informação na
fonte, independentemente da sua localização lógica ou física, como ponto de partida da mudança do
atual paradigma de mão-de-obra intensiva para um modelo assente em informações e conhecimento
técnico-científico («intelligence-led policing») e na automatização de processos produtivos nas áreas
de «negócio» e de suporte fortemente absorventes de mão-de-obra («e-policing»).
Assim, a PSP vai implementar uma solução de gestão do conhecimento numa perspetiva vertical
(cliente interno) e numa perspetiva horizontal (cliente externo).
Será dado destaque à componente tecnológica associada ao Instituto Superior de Ciências Policiais e
Segurança Interna (ISCPSI) em 3 grandes vertentes: a gestão quotidiana enquanto estabelecimento de
ensino superior universitário policial português 1 ; a gestão quotidiana dependente do Diretor Nacional
da PSP, a vertente curricular assente no mestrado integrado em ciências policiais e nas demais ofertas
formativas, de ensino e formação; e o departamento de ciências policiais do Centro de Investigação do
ISCPSI (ICPOL) 2 , para a execução de estudos e projetos de investigação e desenvolvimento inerentes à
vertente tecnológica da atividade policial capazes de dotar a Polícia de conhecimentos que lhe
permitam melhorar os níveis de satisfação e o sentimento de segurança da comunidade.
A intranet da PSP será a plataforma -base de partilha de conteúdos, a par de uma solução de gestão
de conteúdos que permita a sua classificação e distribuição funcional no momento relevante e para os
destinatários certos em toda a estrutura organizacional da PSP.
EIXO 2 – A exploração das TIC
Torna-se fundamental incrementar a qualidade da informação detida, analisada e partilhada, a par da
melhoria da gestão de utilizadores, seus conteúdos funcionais e permissões correspondentes.
A manutenção preventiva e evolutiva das TIC na PSP será objeto de planeamento e execução
sistemáticos, como garante do acompanhamento da evolução tecnológica permanente. Só assim se
1 O ISCPSI é o único estabelecimento de ensino superior universitário de índole policial em Portugal, nos termos
do Regime jurídico das instituições de ensino superior - Lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro – em concreto no
seu artigo 179.º - Ensino superior público especial - instituições do ensino superior militar e policial.
2 Onde se inclui a implementação dos serviços da Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS) da Fundação para
a Computação Científica Nacional (FCCN).
Página 3 de 4

Estratégia TIC PSP 2013 - 2016
conseguirá, a par da crescente formação em TIC e apoio dos utilizadores, implementar uma estratégia
TIC com qualidade, consolidada e assente nas grandes opções estratégicas da PSP para 2013-2016.
A formação contínua assente cada vez mais em solução de b-learning e e-learning, assim como a
continuação da implementação de competências tecnológicas no ISCPSI e nos curricula dos cursos
ministrados na Escola Prática de Polícia (EPP), servirão como fatores de propagação de competências
que contribuirão para uma cada vez maior atividade policial dotada de ferramentas de TIC adequadas,
mais eficaz e eficiente, e com qualidade.
A gestão dos recursos operacionais assente em tecnologia inteligente, que alia a condensação de
meios com a capacidade de os projetar quando, onde e como a situação o exigir, sendo suportada por
um estudo sistemático de informações e de operações, dita a implementação do conceito de
Segurança Just-In-Time (JITS). Para tal, a PSP vai implementar uma solução de geolocalização dos seus
recursos operacionais, que tenha capacidade de GIS Intelligence e que apoie a produção de análises
prospetivas e preditivas com elevados graus de cientificidade, logo, de probabilidade estatística
robusta. A gestão dos meios operacionais será efetuada com meios de comunicações que permitam
igualmente a sua localização e transmissão não apenas de voz mas também de dados, podendo
recorrer – sem diminuir a segurança – a soluções de cognitive communications.
Para incrementar a qualidade do modelo de atendimento personalizado da PSP, pretende-se a
implementação da gestão de atendimento nas esquadras e serviços da PSP, a par de uma crescente
desmaterialização assente na comunicação eletrónica de status processual, na informação
especializada em matéria de safety and security no âmbito das competências da PSP e na utilização do
cartão de cidadão, inclusive para certificação dos atributos profissionais. Os serviços on-line
continuarão a ser implementados numa perspetiva de proximidade entre o cidadão e a PSP, para
tornar mais céleres os processos produtivos de massa.
EIXO 3 – O Investimento em TIC
A permanente evolução tecnológica dita a necessária adoção de medidas de investimento em
hardware, software e infraestrutura, por forma a capacitar a PSP a operar dentro dos padrões
exigíveis de eficácia, eficiência e qualidade. Mas, no atual panorama económico e financeiro, importa
investir numa perspetiva estratégica assente em soluções de aplicação de capital que permita a
poupança no curto e no médio prazo de recursos – despesas intermédias e de pessoal.
Ferramentas de análise de informação, ferramentas de investigação operacional para suporte a
atividades de patrulhamento regular, uma plataforma SIG e soluções que efetivem a
desmaterialização e a consequente rapidez de acesso interno e externo à informação, constituirão as
prioridades de investimento tecnológico a efetuar, de forma parcimoniosa e sustentada, pela PSP ou
com recurso a patrocínios do MAI/DGIE, projetos de investigação académica e científica, projetos de
investigação e desenvolvimento tecnológico ou subvenções comunitárias.
Lisboa e Direcção Nacional da PSP, 18 de janeiro de 2013
O Diretor Nacional
Paulo Jorge Valente Gomes
Superintendente
Página 4 de 4