Mirella Lopes da Rocha.pdf - Qualittas
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calcula<strong>da</strong> para o tratamento do choque (20-30 mL/Kg usando cristalóides isotônicos) em bolus<br />
(durante aproxima<strong>da</strong>mente 10 minutos) enquanto se monitora parâmetros vitais (freqüência<br />
cardíaca, tempo de preenchimento capilar, pressão sanguínea, concentração sérica de lactato,<br />
débito urinário, pressão venosa central). Se os parâmetros vitais do paciente permanecerem<br />
estáveis, 20 a 30 mL/Kg de solução cristalóide isotônica deve ser administra<strong>da</strong>, em bolus até<br />
que a estabili<strong>da</strong>de hemodinâmica seja alcança<strong>da</strong>. Idealmente a ressuscitação deve ser<br />
alcança<strong>da</strong> em 30 minutos <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> do paciente no hospital. Se existir hemorragia<br />
gastrointestinal (identifica<strong>da</strong> em aproxima<strong>da</strong>mente 15% dos cães com hipoadrenocorticismo),<br />
uma transfusão sanguínea deve ser realiza<strong>da</strong> dependendo do hematócrito e <strong>da</strong> resposta inicial<br />
à fluidoterapia. Solução fisiológica tem sido recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> como fluido de escolha para<br />
reposição de volume em pacientes com hipoadrenocorticismo por causa <strong>da</strong> ausência de<br />
potássio e alta concentração de sódio comparado com outros fluidos de reposição. A<br />
desmielinização osmótica tem sido relata<strong>da</strong> em cães hiponatrêmicos após fluidoterapia com<br />
NaCl 0,9%, embora fluidos isotônicos com concentrações de sódio menores possam ser<br />
alternativas racionais no manejo inicial destes pacientes. Por causa <strong>da</strong> hipercalemia ser a<br />
desordem eletrolítica mais ameaçadora, recomen<strong>da</strong>-se a administração de NaCl 0,9% durante<br />
a primeira hora de tratamento do choque e depois substituir por fluido isotônico alternativo<br />
depois de reavaliação <strong>da</strong>s concentrações eletrolíticas do paciente (BOYSEN, 2008).<br />
2.6.2 Correção <strong>da</strong> Hipercalemia e Acidose<br />
O tratamento <strong>da</strong> hipercalemia geralmente se inicia com a fluidoterapia, que diminui as<br />
concentrações séricas de potássio por diluição e por aumento <strong>da</strong> taxa de filtração glomerular.<br />
Além disso, a rápi<strong>da</strong> restauração <strong>da</strong> volemia aju<strong>da</strong> a corrigir a acidose resultante <strong>da</strong> passagem<br />
de potássio para o interior <strong>da</strong>s células, diminuindo a concentração de potássio e elevando o pH<br />
sanguíneo (BOYSEN, 2008).<br />
A acidose associa<strong>da</strong> com a crise adrenal agu<strong>da</strong> é mais resultado de hipoperfusão, com<br />
acidose láctica resultante e decréscimo <strong>da</strong> perfusão renal, do que uma conseqüência dos<br />
efeitos <strong>da</strong> deficiência de aldosterona na excreção de hidrogênio pelos rins. Além disso, a<br />
acidose tende à correção no momento <strong>da</strong> restauração de fluidos e raramente requer tratamento<br />
com bicarbonato de sódio (BOYSEN, 2008).<br />
2.6.3 Correção <strong>da</strong>s Alterações Eletrocardiográficas<br />
A decisão de instituir tratamento de urgência para a hipercalemia deve ser toma<strong>da</strong> uma vez<br />
reconheci<strong>da</strong> eletrocardiograficamente uma situação de cardiotoxici<strong>da</strong>de que ocorre<br />
normalmente quando a concentração de potássio se eleva acima de 7 mEq/L. A toma<strong>da</strong> de<br />
decisão para o tratamento <strong>da</strong> hipercalemia, portanto, deve-se basear na severi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />
alterações observa<strong>da</strong>s no eletrocardiograma (ECG) e não no valor <strong>da</strong> concentração deste íon<br />
(MEEKING, 2007).<br />
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