Mirella Lopes da Rocha.pdf - Qualittas
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especial, pois o ACTH pode ser facilmente modificado pela proteólise e/ou hemólise após a<br />
coleta. Consequentemente, o veterinário deve ter certeza de que a amostra chegou ao<br />
laboratório de maneira apropria<strong>da</strong> e de que a análise do ACTH foi vali<strong>da</strong><strong>da</strong> especificamente<br />
para a utilização em cães. As concentrações de ACTH endógeno são rápi<strong>da</strong> e drasticamente<br />
suprimi<strong>da</strong>s por qualquer glicocorticóide exógeno. Consequentemente, a determinação de<br />
ACTH endógeno só deverá ser realiza<strong>da</strong> em amostras colhi<strong>da</strong>s antes <strong>da</strong> suplementação com<br />
glicocorticóide (CHURCH, 2009).<br />
A estimativa <strong>da</strong>s concentrações plasmáticas de aldosterona antes e depois <strong>da</strong><br />
administração de ACTH é teoricamente útil na diferenciação do hipoadrenocorticismo atípico<br />
primário e secundário. Embora os testes para determinar a aldosterona não estejam<br />
amplamente disponíveis, eles não são espécie-específicos. Ensaios mais utilizados para<br />
humanos podem ser a<strong>da</strong>ptados para utilização em cães. Os valores absolutos variarão entre<br />
os laboratórios, mas geralmente os valores basais variam entre 5,5 e 265,9 pmol/L, com pós-<br />
ACTH entre 404,4 pmol/L e 1.437,6 pmol/L em cães saudáveis. Cães com<br />
hipoadrenocorticismo primário apresentam concentrações reduzi<strong>da</strong>s de cortisol e aldosterona<br />
antes e depois <strong>da</strong> administração de ACTH. Por outro lado, aqueles com hipoadrenocorticismo<br />
secundário apresentam concentrações relativamente normais de aldosterona. Os cães com<br />
hipoadrenocorticismo primário atípico também apresentam uma resposta indistinguível<br />
<strong>da</strong>queles pacientes com hipoadrenocorticismo secundário. Em contraparti<strong>da</strong>, cães com<br />
concentrações de eletrólitos normais em função de tratamento anterior mostrarão uma resposta<br />
semelhante àquela de cães com hipoadrenocorticismo primário, além de óbvia deficiência<br />
mineralocorticóide (CHURCH, 2009).<br />
2.6 Tratamento<br />
A manifestação clínica predominante <strong>da</strong> crise hipoadrenal agu<strong>da</strong> é o choque, e a terapia<br />
deve estar direciona<strong>da</strong> para a resolução dos fatores que contribuem para o seu<br />
desenvolvimento. O tratamento deve incluir restauração do volume intravascular e<br />
estabelecimento <strong>da</strong> perfusão tecidual normal, identificação e tratamento <strong>da</strong>s arritmias<br />
associa<strong>da</strong>s à hipercalemia, detecção de outros desequilíbrios eletrolíticos, correção <strong>da</strong><br />
hipoglicemia e administração de glicocorticóides (BOYSEN, 2008).<br />
2.6.1 Fluidoterapia<br />
O sucesso na fluidoterapia geralmente é fator decisivo para determinar a sobrevivência do<br />
paciente que apresenta hipoadrenocorticismo agudo. A administração intravenosa rápi<strong>da</strong> de<br />
fluidos deve ser inicia<strong>da</strong> no momento de identificação do choque, não se devendo esperar que<br />
um diagnóstico definitivo seja confirmado. A fluidoterapia agressiva restaura o volume<br />
sanguíneo e melhora a perfusão renal, diminui a concentração sérica de potássio pela diluição<br />
e promoção <strong>da</strong> excreção renal de potássio. Na ausência de doença cardíaca ou de<br />
insuficiência renal agu<strong>da</strong>, é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a administração de um quarto a um terço <strong>da</strong> dose<br />
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