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Dissertação apresentada ao Colegiado do Programa de Pós ...

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3. MÉTODOS<br />

3.1 Área <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong><br />

3.1.1 Aspectos Geográficos e Históricos<br />

Neste trabalho, a Amazônia oriental é a região <strong>de</strong> floresta tropical localizada a leste<br />

<strong>do</strong> rio Tocantins e que se esten<strong>de</strong> até o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão. A paisagem <strong>de</strong>sta área vem<br />

sofren<strong>do</strong> alterações significativas a partir <strong>de</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, através <strong>de</strong> processos<br />

<strong>de</strong> migração e, mais recentemente, fomentos governamentais (Loureiro, 1992 apud Lopes<br />

Ferrari, 1993). No perío<strong>do</strong> posterior <strong>ao</strong> <strong>de</strong>clínio <strong>do</strong> ciclo da borracha, no início <strong>do</strong> século<br />

XX, a Amazônia retornou a um pre<strong>do</strong>mínio nas relações socio-econômicas baseadas em<br />

formas agro-extrativistas <strong>de</strong> subsistência, nas quais a extração <strong>de</strong> castanha e ma<strong>de</strong>ira eram<br />

as mais comuns (Oliveira, 1992).<br />

Somente a partir da década <strong>de</strong> 60 (perío<strong>do</strong> militar), a Amazônia voltou a ser alvo<br />

<strong>de</strong> uma política expansionista e <strong>de</strong> integração regional (Oliveira, 1983). O governo fe<strong>de</strong>ral<br />

incentivou, financiou e subsidiou vultosos projetos agro-pecuários, minerais e ma<strong>de</strong>ireiros.<br />

Contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falhas nos projetos agrícolas, que não levaram em conta aspectos<br />

técnicos ou <strong>de</strong> infra-estrutura, a ativida<strong>de</strong> pecuária foi a que posteriormente mais recebeu<br />

incentivos (Oliveira, 2000). O processo <strong>de</strong> ocupação da Amazônia que caracterizou a<br />

política governamental brasileira no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1965 a 1985 foi <strong>de</strong>cisivo para que a região<br />

on<strong>de</strong> se realizou este estu<strong>do</strong> se estabelecesse como a área mais <strong>de</strong>nsamente povoada e<br />

perturbada <strong>de</strong> toda a Amazônia brasileira (Fearnsi<strong>de</strong>, 1984; Johns & Ayres, 1987).<br />

O município <strong>de</strong> Viseu é localiza<strong>do</strong> na região nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, conhecida como<br />

zona Bragantina. A ocupação <strong>de</strong>sta área se iniciou no final <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, com o ciclo<br />

da borracha, e continuou incentivada por programas <strong>de</strong> assentamentos <strong>de</strong> colonos através<br />

<strong>do</strong> governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> por base a construção da ferrovia Belém-Bragança. Anos<br />

após, a região experimentou um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> conformação e estabelecimento <strong>de</strong> sistemas<br />

viários, como a construção da ro<strong>do</strong>via Belém-Brasília, <strong>ao</strong> final da década <strong>de</strong> 50 e da<br />

ro<strong>do</strong>via Pará-Maranhão, em 1973.<br />

No final da década <strong>de</strong> 60, houve um processo <strong>de</strong> “reconfiguração” <strong>do</strong> sistema<br />

agrário e, a partir <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong>, sua importância como região produtora entrou em <strong>de</strong>clínio<br />

(Vieira et al, 1996; Souza Filho et al., 1998). Este processo produziu uma intensa<br />

mobilização <strong>de</strong>mográfica e trouxe à tona conflitos latifundiários que culminaram, no início<br />

<strong>do</strong>s anos 80, em Viseu, no mais longo e violento conflito <strong>de</strong> terras da Amazônia, o da<br />

Gleba CIDAPAR (Loureiro, 1997). Viseu possui um área <strong>de</strong> 4.959 km², com uma<br />

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