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Dissertação apresentada ao Colegiado do Programa de Pós ...

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através <strong>de</strong> locomoção preferencialmente quadrúpe<strong>de</strong> (Ayres, 1981; Mittermeier & van<br />

Roosmalen, 1982; Fleagle, 1988; Wallace & Painter, 1996). O grupo<br />

multimacho/multifêmea (Ayres, 1981; Frazão, 1992; Lopes Ferrari, 1993; Norconk &<br />

Kinzey, 1994; observação pessoal), <strong>de</strong>sloca-se rapidamente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> coeso, com intensos<br />

perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> alimentação e eventualmente divi<strong>de</strong>-se durante o forrageio (van Roosmalen et<br />

al., 1981; Norconk & Kinzey, 1994). Não há registros <strong>de</strong> agrupamentos menores (Ayres &<br />

Milton, 1981; Branch, 1983).<br />

São frugívoros, preda<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sementes. A literatura disponível nos informa que<br />

plantas <strong>do</strong> gênero Eschweilera, da família Lecythidaceae e muitas espécies <strong>de</strong> Sapotaceae,<br />

Moraceae e Leguminosae são as plantas mais utilizadas pelo gênero Chiropotes (Ayres,<br />

1981, 1989; van Roosmalen et al., 1981). Algumas famílias são muito comuns na região<br />

Amazônica e encontram-se amplamente distribuídas (Veloso et al., 1991). Algumas das<br />

espécies exploradas por cuxiús, como a maçaranduba (Manilkara huberi), a muirapiranga<br />

(Eperua bijunga) e membros da família Caryocaraceae (piquiá e piquiarana) são <strong>de</strong><br />

interesse enconômico e são ultiliza<strong>do</strong>s na construção pesada ou indústria moveleira, por<br />

isto sofrem corte seletivo (Johns & Ayres, 1987; Ribeiro et al., 1999). Além <strong>de</strong> contribuir<br />

para a perturbação <strong>de</strong> hábitat, a remoção <strong>de</strong> espécies importantes na dieta <strong>do</strong>s cuxiús <strong>de</strong>ve<br />

ter conseqüências <strong>de</strong>letérias para suas populações.<br />

Os poucos da<strong>do</strong>s disponíveis indicam que grupos <strong>de</strong> cuxiús ocupam áreas <strong>de</strong> vida<br />

relativamente gran<strong>de</strong>s, com extensão total <strong>de</strong> várias centenas <strong>de</strong> hectares. O <strong>de</strong>slocamento<br />

diário – <strong>de</strong> até 5 km– também está entre os maiores já registra<strong>do</strong>s para primatas platirrinos.<br />

Preferencialmente utilizam-se <strong>do</strong>s estratos médio e superior <strong>do</strong> <strong>do</strong>ssel, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>m<br />

aproximadamente meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s diurno (Ayres, 1981; Mittermeier &<br />

van Roosmalen, 1982).<br />

1.3 Status <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> Chiropotes satanas satanas<br />

Como foi apresenta<strong>do</strong> acima, a área <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> C.s. satanas é limitada a oeste<br />

pelo rio Tocantins e a norte pelo litoral atlântico <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Pará e <strong>do</strong> Maranhão,<br />

embora seus exatos limites oriental e meridional permanecem in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s (Silva Jr., 1991).<br />

Além <strong>do</strong> processo contínuo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong>smatamento para agricultura e<br />

criação <strong>de</strong> ga<strong>do</strong> (Johns & Ayres, 1987; Lopes Ferrari, 1993), a construção da Hidrelétrica<br />

<strong>de</strong> Tucuruí, no rio Tocantins a 350 km a sul <strong>de</strong> Belém, submergiu uma área mata primária<br />

<strong>de</strong> aproximadamente 2.430 km² (Valério, 1986).<br />

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