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CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial

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Médico, diplomata, político, historiador,<br />

poeta, autor de teatro e ensaísta, Gonçalves de<br />

Magalhães é considerado um dos precursores<br />

do romantismo brasileiro, tendo como marco<br />

fundamental o lançamento de sua obra de estreia<br />

Suspiros poéticos e saudades, em 1836. Em suas<br />

viagens pela Europa, conheceu o romantismo<br />

francês e em Paris fundou a revista Niterói, junto<br />

com seus conterrâneos Araújo Porto-Alegre e<br />

Torres Homem, tendo sido um dos primeiros<br />

estudiosos da história da nascente literatura<br />

brasileira. Membro do Instituto Histórico<br />

e Geográfico Brasileiro (IHGB) e professor<br />

do Colégio Pedro II, Magalhães se envolveu<br />

em polêmicas com José de Alencar, devido a<br />

divergentes visões que tinham a respeito do<br />

indígena no Brasil.<br />

Crítica<br />

Principais obras<br />

GONÇALVES DE MAGALHÃES<br />

(1811 – 1882)<br />

Fragmento<br />

A Confederação dos Tamoios<br />

Como da pira extinta a labareda<br />

Ainda o rescaldo crepitante fica,<br />

Assim, do ardente moço a mente acesa<br />

Na desusada luta que a excitara,<br />

Ainda alerta e escaldada se revolve!<br />

De um lado e de outro balanceia o corpo,<br />

Como após da tormenta o mar banzeiro;<br />

Alma e corpo repouso achar não podem.<br />

Debalde os olhos cerra; a igreja, as casas,<br />

A vila, tudo ante ele se apresenta.<br />

Das preces a harmonia inda murmura<br />

Como um eco longínquo em seus ouvidos.<br />

Os discursos do tio mutilados,<br />

Malgrado seu, assaltam-lhe a memória.<br />

No espontâneo pensar lançada a mente<br />

"Através de Suspiros poéticos e saudades (1836), impôs-se como arauto da nova visão, tendo o fascínio mítico pelo gênio,<br />

sobretudo o de Napoleão em Waterloo, que seu texto mais conhecido e realizado enaltece. Deu vazão ao sentimento<br />

pessoal, a uma até então ignorada subjetividade, com emoção artisticamente realizada. [...] Magalhães observava como<br />

introdutor do Romantismo: 'Pode o Brasil inspirar a imaginação dos poetas? Ou seus indígenas teriam cultivado a poesia?'.<br />

E propunha o ensinamento de Schiller: 'O poeta independente não reconhece por lei senão as aspirações de sua alma, e<br />

por soberano o gênio'. No primeiro postulado possuía razão. No segundo, eram os índios que motivariam os escritores."<br />

(Carlos Nejar, História da literatura brasileira: da carta de Caminha aos contemporâneos)<br />

"Magalhães se mostrava não só como um dos maiores representantes da geração letrada que daria sustentação a um<br />

projeto romântico que se engajaria na consolidação do próprio Estado imperial, mas como um pensador cujos ideais<br />

frente a essa sociedade imperial que se construía refletiam diversos aspectos dos valores conflagrados na visão de<br />

ciência, religião e moral de seu período."<br />

(Kaori Kodama, Um discurso sobre ciência, religião e liberdade no Segundo Reinado: a alma e o cérebro, de Gonçalves<br />

de Magalhães)<br />

Suspiros poéticos e saudades (1836); Antônio José e a Inquisição (1838); A Confederação dos Tamoios (1856); Os mistérios<br />

(1857); Fatos do espírito humano (1865); Urânia (1862); Cânticos fúnebres (1864); A alma e o cérebro (1876); Comentários<br />

e pensamentos (1880).<br />

Clássicos brasileiros<br />

Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />

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