CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial
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O militar, historiador, geógrafo, antropólogo e<br />
sertanista Couto de Magalhães foi presidente<br />
das províncias de Goiás, Pará, Minas Gerais<br />
e São Paulo. Além de Europa e África, viajou<br />
pelo interior do Brasil produzindo trabalhos<br />
em linguística, botânica, antropologia e os<br />
primeiros estudos sobre folclore brasileiro.<br />
A convivência entre indígenas do Araguaia<br />
por cerca de 12 anos, estudando suas línguas,<br />
costumes e tradições resultou na sua obra mais<br />
conhecida, O selvagem, ensaio antropológico<br />
focado nos povos indígenas brasileiros.<br />
Crítica<br />
Principais obras<br />
COUTO DE MAGALHÃES<br />
(1837 – 1898)<br />
Fragmento<br />
O selvagem<br />
Este grande colosso, que se forma ainda com<br />
o nome de Brasil, é um imenso cadinho onde<br />
o sangue europeu se viu fundir com o sangue<br />
americano.<br />
A futura população — operária — do Brasil não<br />
será uma, nem outra coisa.<br />
Como na América do Norte o anglo-saxônio,<br />
fundindo-se com o pele vermelha, produziu o<br />
yankee, representante de uma nova civilização,<br />
assim o latino, fundindo-se com o tupi, produziu<br />
essa raça enérgica que constitui a quase<br />
totalidade da população de São Paulo e Rio<br />
Grande e a maioria do povo do Império. Grande<br />
parte de nossos compatriotas ainda não quer<br />
acreditar que o problema da população só será<br />
satisfatoriamente resolvido quando atendermos<br />
aos dois elementos: o europeu e o americano.<br />
A grande França, pela voz eloquente do sr.<br />
De Quatrefages, nos está a bradar que, como<br />
elemento de trabalho, nenhuma raça nos é tão<br />
proveitosa como a do branco acentuado pelo<br />
sangue do indígena.<br />
Curso de língua geral: nhehengatu<br />
"Sem a disciplina mental de um naturalista, ele deixou, todavia, em suas obras o cunho de um observador perspicaz dos<br />
fenômenos da vida de relação das tribos selvagens. A parte glossológica, especialmente, cultivou com tal proficiência,<br />
que nenhum dos sábios que dela modernamente se têm ocupado revelou melhores conhecimentos do que os que se contêm<br />
no seu interessante livro O selvagem."<br />
(A. F. de Souza Pitanga, citado no prefácio da segunda edição de O selvagem)<br />
Diário íntimo<br />
"Escritor compulsivo e minucioso no dia-a-dia, metódico nos apontamentos pessoais, a respeito de sua contabilidade,<br />
atividades sexuais, doenças e incômodos, Couto de Magalhães procura estabelecer, com a crônica do cotidiano e a<br />
análise acurada dos fatos diários, um mecanismo de compreensão e controle de sua vida pessoal. É como se a passagem<br />
do tempo, com seus imprevistos e ansiedades, pudesse ser domesticada por meio do relato cuidadoso e sistemático da<br />
sequência das ocorrências cotidianas."<br />
(Maria Helena P. T. Machado, Diário íntimo).<br />
Os guayanazes: conto histórico sobre a fundação de São Paulo (1860); Viagem ao Araguaia (1863); Antropologia do<br />
Brasil, família e religião entre os selvagens (1873); Ensaio de antropologia (1874); O selvagem (1876); Primeira viagem<br />
ao Araguaia (1889); Anchieta, as raças e línguas indígenas (1897); Diário do general Couto de Magalhães (1974); Diário<br />
íntimo, 1880-1881 (1998).<br />
Clássicos brasileiros<br />
Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />
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